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TEXTOS ENVIADOS PELO : Pr. David Botelho _ Missão Horizontes / 02
www.mhorizontes.org.br

22. A mediocrização do Brasil   (29/4/05)
21. Coca-Cola fatura R$ 7,4 bilhões no Brasil
20. Começar de Novo
19. ROBIN HOOD " às avessas".
18. Senhora do Destino
17_  Música Sorte Grande : Ivete Sangal : Compositor: desconhecido
16 _ SOU EU UM APÓSTOLO? (
Silas Tostes )
15 _ O Preço do Amor
14 _ Coragem e covardia
13 _ O Fazendeiro ( Fidelidade e Missões)

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12_ Teste Sua Personalização
11_ Conflito de civilizações
10_ PERFIL DO LEITOR .
09_ os Zerma
08_ Minha oferta missionária de fé.
07_ O Pastor e o Pulpito.
06_ O País de Contrastes Perversos!!
05_ Coréia do Norte!! (NÃO TEM A FONTE: tradução Miss.Horizontes. )
04_ Verdade ou Mentira!!!
03_ Juiz de Fora Envia 100 Missionários!!
02_ O Resultado do Potencial Voltado Para o Bem
01_ A pena e a Imprensa....


22. A mediocrização do Brasil   (29/4/05)
                      BRASILEIROS POCOTÓS  
O jumento e o cavalinho  -  eles nunca andam só - quando sai (sic) para
passear - levam a égua Pocotó -  Pocotó, Pocotó, pocotó - minha egüinha Pocotó.  
Luciano Pires, Diretor de Comunicação da Dana Corporation, é autor de um ótimo livro, do qual emprestei o título deste editorial, "Brasileiros
Pocotós - Reflexões sobre a mediocridade que assola o Brasil" (Ed. Panda Books). Em sua contra-capa, ele escreve o seguinte: "Você liga a  televisão e não se conforma com o baixo nível da programação? Abre o jornal e só encontra notícias superficiais e sensacionalistas? Liga o rádio e parece estar ouvindo sempre a mesma música? Ruim? Chama um 'profissional'
para fazer um conserto em sua casa e o resultado é um desastre?
No trabalho, sente a solidão de não ter interlocutores? As conversas são rasas, os temas superficiais? Vê seus filhos decorando a mesma tabela periódica que você decorou anos atrás? Você tem a sensação de que o Brasil está ficando
burro?
Pois eu, sim! Daí este livro".
 Muito bem. Foi disso que lembrei quando, dia desses, um amigo me encaminhou um texto de autoria de Roberto Reccinella , que dizia: "Na terça- feira, dia 22/02, a Rede Globo recebeu 29 milhões de ligações do povo brasileiro votando em algum candidato para ser eliminado do Big Brother. Vamos colocar o preço da ligação do 0300 a R$ 0,30. Então, teremos R$ 8.700.000,00.
Isso mesmo! Oito milhões e setecentos mil reais que o povo brasileiro gastou só nesse paredão. Suponhamos que a Rede Globo tenha feito um contrato 'fifty to fifty' com a operadora do 0300, ou seja, ela embolsou R$ 4.350.000,00.
Repito, somente em um único paredão...".  
Alguém poderia ficar indignado com a Rede Globo e a operadora de telefonia ao saber que as classes menos letradas e abastadas da sociedade, que ganham mal e trabalham o ano inteiro, ajudam a pagar o prêmio do vencedor e, claro, as contas dessas empresas. Mas o "x" da questão, caro(a) leitor(a), não é esse. É saber que paga-se para obter um entretenimento  Vazio, que em nada  colabora para a formação e o conhecimento de quem dela desfruta; mostra só a ignorância da população, além da falta de cultura e até vocabulário básico dos participantes e, conseqüentemente, daqueles que só bebem nessa fonte.  
Certa está a Rede Globo. O programa BBB dura cerca de três meses. Ou seja, o sábio público tem ainda várias chances de gastar quanto dinheiro quiser com as votações. Aliás, algo muito natural para quem gasta mais de oito milhões numa só noite! Coisa de país rico como o nosso, claro. Nem o Unicef, quando faz o programa Criança Esperança com um forte cunho social, arrecada tanto dinheiro. Vai ver deveriam bolar um "BBB Unicef". Mas tenho dúvidas se daria audiência. Prova disso é que na Inglaterra pensou-se em fazer um Big Brother só com gente inteligente. O projeto morreu na fase inicial, de testes de Audiência. A razão? O nível das conversas diárias foi considerado muito alto, ou seja, o público não se interessaria.
 Programas como BBB existem no mundo inteiro, mas explodiram em terras tupiniquins. Um país onde o cidadão vota para eliminar um bobão (ou uma bobona) qualquer, mas não lembra em quem votou na última eleição. Que simplesmente anula seu voto por não acreditar mais nos políticos deste País, mas que gasta seu escasso salário num programa que acredita de extrema
utilidade para o seu desenvolvimento pessoal. Que vota numa legenda política sem jamais ter lido o programa do partido, mas que não perde um capítulo sequer do BBB para estar bem informado na hora de PAGAR pelo seu voto. Que eleitor é esse? Depois não adianta dizer que político é ladrão, corrupto, safado, etc. Quem os colocou lá? Claro, o mesmo eleitor do BBB. Aí, agüente a vitória de um Severino não-sei-das-quantas para Presidente da Câmara dos Deputados e a cara de pau, digo, a grande idéia dele de colocar em votação um aumento salarial absurdo a ser pago pelo contribuinte.  
Mas o contribuinte não deve ligar mesmo, ele tem condições financeiras de juntar R$ 8 milhões em uma única noite para se divertir (?!?!), ao invés de comprar um livro de literatura, filosofia ou de qualquer assunto relevante para melhorar a articulação e a auto-crítica...  
Há uma frase de Robert Savage que diz: "Há mais pessoas dispostas a pagar para se entreter do que para serem educadas". E é verdade, a Globo sabe disso! Quantas pessoas você conhece que desistiram de cursar uma faculdade
porque acharam o preço muito alto? Pergunte a uma criança quantos nomes de bichinhos de desenhos japoneses e funções das personagens de jogos de computador ela conhece. Você vai perder a conta. Mas se perguntar quem foi Monteiro Lobato, como se escreve "exceção" ou quanto é seis vezes três, ela vai titubear. Para piorar ainda mais o cenário dos próximos anos, cito um ditado chinês: "Se você quer educar uma criança, comece pelos avós dela".
 Voltando ao parágrafo original desse editorial, o autor do livro comenta num dos primeiros capítulos o surgimento, há cerca de quarenta anos, do MNMB  (Movimento Nacional pela Mediocrização do Brasil). Pois é, nem Stanislaw Ponte Preta e seu Febeapá (Festival de Besteira que Assola o País) imaginariam que a coisa iria piorar. E piorou. Sabe por quê? Porque o brasileiro quer. Chega de buscar explicações sociais, coloniais, educacionais. Chega de culpar a elite, os políticos, o  congresso.
Olhemos para o nosso próprio umbigo, ou o do Brasil. Chega de procurar desculpas quando a resposta está em nós mesmos. A Rede Globo sabe muito bem disso, os autores das músicas Egüinha Pocotó, O Bonde do Tigrão e assemelhadas
sabem  muito bem disso; o Gugu e o Faustão também; os gurus e xamãs da auto- ajuda idem.
 Não é maldade nem desabafo não, é constatação.
 Júlio Clebsch  Fim da mensagem encaminhada -

21. Coca-Cola fatura R$ 7,4 bilhões no Brasil e prevê investir R$ 600 milhões (22/02/2005)
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da Folha Online
 
O grupo Coca-Cola atribui ao reaquecimento da economia nacional e aos investimentos em marketing o crescimento de 12,1% de seu faturamento, que atingiu a casa dos R$ 7,4 bilhões no Brasil em 2004. As vendas aumentaram 7% no ano passado, puxadas pelo produto carro-chefe (o refrigerante de cola, que vendeu 9% a mais.
 
De acordo a empresa, há investimentos previstos de R$ 600 milhões na ampliação da capacidade instalada, marketing, vasilhames retornáveis e equipamentos. A Coca-Cola Brasil mantém a posição como terceiro maior mercado da multinacional no mundo, perdendo somente para os EUA e o México.
 
O mercado de refrigerantes teve um ano próspero em 2004, quando o volume produzido atingiu 12,20 bilhões de litros, um salto de 5,5% sobre o resultado de 2003 (quando a indústria sofreu queda de 3,3%), de acordo com estatísticas da Abir (Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas).
 
No Brasil, a Coca-Cola reúne, além da fábrica matriz, outros 18 fabricantes regionais, que em 2004 compraram R$ 2,7 bilhões de fornecedores. O grupo investiu R$ 3 bilhões nos últimos cinco anos no Brasil.
 
41 reais por ano em média por brasileiro, e quanto investimos em média em missões transculturais?

. 20. Começar de Novo
 
Um convite à Reflexão sobre a Missão Transcultural Brasileira
 
Já reparou quantas vezes Deus teve que recomeçar? Logo no jardim, depois com Noé, Abraão, Moisés... A cada nova geração Deus reafirma seu propósito de seguir adiante. Faz isto assegurando novas oportunidades a antigos parceiros, ou conferindo a novos parceiros a oportunidade de compartilharem de seus sonhos. Deus é otimista. Sonhador. Persistente. 
 
A encarnação de Jesus e todo projeto de igreja é um recomeço. O perdão Nele nos garante que recomeçar é possível. Ele estabeleceu o padrão e nos encoraja a fazer o mesmo, seja nos relacionamentos, seja conosco mesmos, seja com a missão que compartilhamos. Ser filho de Deus, parecido com Cristo, é estar aberto a recomeçar.
 
É chegado o tempo de recomeçar a missão! Esta tarefa cabe a todos nós, igrejas, agências, pastores, líderes, missiólogos, professores e missionários. Se formos sábios, aprenderemos da nossa história. Nossa geração, formada aos pés de Lausanne e Comibam, aprendeu que podíamos “missionar” e o fizemos. O caminho da missão, contudo, cobrou seu preço e muitos foram ficando à beira do caminho.
 
Não é meu propósito aqui alistar as razões. Basta dizer que, creio eu, houve sacrifício e compromisso, como também ingenuidade e imaturidade em todos os lados. É tempo de lembrar que o caminho da missão não é outro, senão o da cruz. Não devemos esperar pela multidão. Ela não virá. Precisamos ter coragem de olhar para a cruz. Atrás dela, reencontraremos o caminho da missão.
 
Em nossos dias de projetos (urbanos), igrejas (“em célula” e “com propósitos”), redes (ministeriais) e um “jeito gospel” de ser, é preciso parar e silenciar. Por certo escutaremos a voz do pastor: “Ainda tenho ovelhas em outros apriscos!” Elas ainda estão lá, entre os povos distantes, onde nosso investimento em pessoas, tempo, recursos e oração é muito maior do que talvez estivéssemos cônscios. Mas é para lá, também, que o nosso pastor está indo. Precisamos renovar nosso compromisso de seguí-lo.
 
Neste recomeço, será necessário pensarmos a missão de maneira diferente. Levanto aqui algumas áreas:
 
Projetos e Vocação – nossas igrejas estão mais organizadas, com pessoal profissionalmente qualificado exercendo cargos de liderança. Ganhamos em administração, planejamento e qualidade. Porém, gradualmente, passamos a enxergar vocações missionárias como “projetos”. Até que ponto isto é saudável e onde começa a causar problemas?
 
Missionários, pastores e vocacionados devem ter uma visão de ministério clara, articulada e que desemboque em projetos relevantes para o avanço do Reino. Não se discute também a necessidade de transparência e prestação de contas. Positivamente, como resultado desta política missionária, vários que não tinham foco nem estratégia ministerial, repensaram suas vocações e cresceram.
 
O contra-ponto é que muitas famílias, com chamado comprovado e projetos relevantes em andamento, têm sido “informadas” de que seus “projetos” não fazem mais parte da visão da igreja e que, portanto, “eles próprios”, não serão mais sustentados. Ora, o missionário não é o projeto que desenvolve. Projetos têm começo, meio e fim. Vocação não. Estamos valorizando mais empreendimentos do que pessoas?

São vários os efeitos nefastos desta política: perdemos excelentes missionários, causamos crises muitas vezes irreparáveis em suas famílias, e de quebra, abortamos muitas outras vocações que nem sequer serão consideradas.
 
Pense comigo: não foi com nossa bênção que deixaram empregos, família e foram enviados? E agora, em nome de uma administração mais profissional, mudamos as regras no meio do jogo e os abandonamos, ou melhor, “re-alinhamos nossos investimentos missionários?” Vemos isto acontecer todos os dias nas empresas e governos por aí fora. Mas na família de Deus...
  
A questão é complexa. Cremos que tudo deve ser julgado à luz da Palavra, mas se não ensinamos nossos líderes a pensar e a fazer teologia, como seremos capazes de dialogar com o mundo à nossa volta e responder de forma profética? Fica a pergunta, onde estão arraigados os princípios que regem este modelo? 
 
Proponho que nossas igrejas invistam mais tempo no processo de seleção dos missionários que irão se associar. Sejam pessoas “da casa” ou não, é vital que tenham uma visão de ministério compatível com a da igreja, que trabalhem no foco missionário da igreja (seja missões urbanas, povos indígenas, muçulmanos, etc). Depois de feita esta primeira triagem, acompanhe-os durante um, dois ou até mesmo três anos. Visite-os no campo. Perceba suas prioridades, seu coração, a forma com que se comunica, seu testemunho. Caso haja empatia, associe-se. Caso não, comunique com transparência. Mas uma vez feita a parceria, que seja para toda vida.
 
Alvo Final - qual é o alvo final de nossos esforços missionários: novas igrejas ou missionários no campo? Parece desnecessário perguntar, mas se avaliamos nosso discurso e prática... Quando queremos motivar uma igreja, dizemos: enviem missionários! Para saber se uma igreja é missionária, perguntamos: quantos missionários vocês têm!  Será que perdemos o foco? 
 
Pela maneira que pregamos e anunciamos, está claro que perdemos o foco na plantação de igrejas e transferimos nossa expectativa para o envio do indivíduo em si. A grande maioria de nossos referenciais estão voltados para o missionário ao invés da presença da igreja.
 
Biblicamente falando, porém, enviamos pessoas para que iniciem comunidades, novas igrejas. É para isto que fomos chamados. Nós anunciamos, testemunhamos, ensinamos e reunimos os discípulos em comunidades que se edificarão mutuamente, reproduzindo-se em novas comunidades. Ou seja, “igreja gera igreja” e não somente “igreja gera missionário”.
 
Perfil do Missionário – um outro causador de desânimo foi o retorno prematuro de muitos enviados. Preparo inadequado, crise com liderança e falta de recursos foram identificados.  Mas será que o próprio perfil dos missionários (jovens, solteiros ou com poucos anos de casamento, recém formados ou com pouca experiência ministerial) não pode ser considerado o fator primário deste retorno?
 
Algumas destas “vocações” não passavam de entusiasmo juvenil. Outras, porém, eram genuínas e foram perdidas por falta de sabedoria nossa, que lhes enviamos. Se fossem selecionados com mais critério, treinados com mais excelência, supervisionados e pastoreados com mais carinho, sustentados apropriadamente, ainda estariam no campo.
 
É preocupante o fato de diminuirmos cada vez mais a idade do envio e em contrapartida, enviarmos esta turma para campos transculturais cada vez mais resistentes. Muitos voltam por não conseguirem equacionar o chamado à ausência de frutos e dificuldades no sustento, coisas que poderiam ser trabalhadas aqui, com mais tempo e supervisão. Se insistirmos neste perfil, maiores serão as baixas, e com elas, cada vez mais igrejas resistirão a enviar outros.
 
Há ainda o fator cultural, pois a grande maioria das culturas ainda não alcançadas valoriza a maturidade, os cabelos brancos, as rugas. Nossos jovens, apesar de toda boa vontade e energia, não são ouvidos pelos que de fato tomam decisões! Muito do que classificamos como “resistência ao evangelho” nada mais é do que resistência ao perfil de mensageiros que temos enviado.
  
Proponho então que incentivemos vocações missionárias entre casais com mais de 40 anos, maduros na fé e na vida, com sabedoria para ministrar, pregar e aconselhar outras famílias.  Estes casais maduros, com ferramentas profissionais apropriadas (mesmo conhecimentos práticos em culinária, eletricidade, mecânica, etc) teriam o respeito da comunidade e seriam aceitos mais facilmente.
  
Até mesmo pessoas aposentadas com boa saúde e disposição, fortes na fé, podem e devem ser enviados. Seu testemunho, antes mesmo de abrirem a boca, já fala alto. Como líder de uma agência missionária por 11 anos, tive a oportunidade de enviar pessoas assim, e posso lhe garantir, vale a pena! 
 
Oferta Missionária – várias igrejas desistiram de investir em missões por problemas de caixa. Alguns membros carregaram o piano por um tempo, mas esgotaram-se. Será que nosso problema é de fato econômico? Ou será que podemos ver esta equação de um outro ponto de vista?
 
É triste ver várias igrejas com visão abrindo mão da missão por problemas financeiros. Mais triste ainda é saber que nosso coração corrupto acompanha nosso tesouro. Conseqüentemente, quanto menos investirmos em missões, menos capazes de amar os que estão longe seremos!!! Sabemos que coisas importantes, vitais, não podem ser descartadas. É preciso lutar por aquilo que acreditamos.

Se a falta de entusiasmo é sua: Engaje-se! Nada melhor do que o pastor, você mesmo, entusiasmando a congregação! Volte à Bíblia em busca de renovação e inspiração. Abra espaço na agenda do púlpito para a “missão” novamente. Pregue uma série sobre isto. Visite a biblioteca do seminário de novo. Se o seu pessoal de missões não conseguiu motivar a igreja a investir, coloque outras pessoas. A história está repleta de exemplos de igrejas e pastores que perseveraram em tempos difíceis e foram abençoados.
 
Caso seu time de liderança seja o empecilho, vetando todo e qualquer investimento missionário, volte ao discipulado! Estude de novo a Bíblia com eles. Mostre-lhes o valor de fazer algo eterno na vida de comunidades inteiras. Leve-os para visitar hospitais, creches, presídios na redondeza. Lembre-os que é isto que nossos missionários estão fazendo, do outro lado do oceano, em meio a um povo que nunca teria a oportunidade de ouvir do amor de Deus, se nós não estivéssemos investindo na vida deles! Conviva e invista em seu time de liderança até que captem sua visão. Não os culpe. Assuma você uma nova postura. Eles o seguirão e apoiarão, quando e somente se, perceberem que você valoriza a missão.
 
Talvez seja necessário mudar de sistema de arrecadação. Se a “oferta missionária anual” não funcionou, coloque a verba missionária no orçamento. Não funcionou também, promova jantares, pizzas, cantinas... Se mesmo assim não der certo, busque parcerias com outras igrejas, busque orientação. Faça o necessário, todo o possível, mas não jogue a toalha!
 
A igreja brasileira tem todos os recursos para fazer a obra missionária para qual fomos convocados. Nosso problema não é econômico, é “espacial”: onde colocamos o nosso coração. É bem possível que tenhamos que voltar à Bíblia e pregar sobre mordomia, finanças, prioridades, Reino... Mas mesmo aqui, uma advertência: não permita que uma teologia enferma estrangule seu orçamento. Já é hora de ensinarmos abertamente a doutrina neotestamentária de que 100% pertencem ao Senhor.
 
É preciso recomeçar a missão. Lance mão de toda fé que conseguir juntar. Volte a ler a respeito. Informe-se sobre o que Deus está fazendo hoje, o que fez nos últimos 5 anos. Você se surpreenderá! Ele ainda tem planos maravilhosos para a igreja brasileira. E você e eu, certamente, podemos fazer parte disso. Comece de novo!
 
José Roberto M. Prado _Foi pastor de missões da igreja batista de Água Branca, SP e Diretor Executivo da Miaf. Atualmente é membro da Equipe da Sepal em Londrina e responsável pela rede de plantação de igrejas do Projeto Brasil 2010 e Amanecer, na América Latina.

19. ROBIN HOOD " às avessas".
 
Para vc david que gosta de fazer contas .rsrsr
 
Juros e dividendos
 
Se um correntista tivesse depositado R$ 100,00 (Cem Reais) na Poupança num banco, no dia 1º de julho de 1994 (data de lançamento do real), ele teria hoje na conta a fantástica quantia de R$ 374,00 (Trezentos Setenta e Quatro Reais).
 
Se esse mesmo correntista tivesse sacado R$ 100,00 (Cem Reais) no Cheque Especial,na mesma data, teria hoje uma dívida de R$ 139.259,00 (Cento e Trinta e Nove Mil e Duzentos Cinqüenta e Nove Reais), no mesmo banco.
 
Ou seja: com R$ 100,00 do Cheque Especial, ele ficaria devendo 9 Carros Populares, e com o da poupança, conseguiria comprar apenas 1 ou 2 Pneus.
 
Não é a toa que o Bradesco teve quase R$ 2.000.000.000,00 (Dois Bilhões de Reais) de lucro liquido somente no 1º semestre, seguido de perto do Itaú e etc...   
 
Dá para comprar um outro banco por semestre!
 
E os Juros Exorbitantes dos cartões de crédito?
VISA                        10,40 % ao Mês
CREDICARD           11,40 % ao Mês
POUPANÇA              0,79 % ao Mês
Vamos protestar, passando para frente via Internet, a contestação dessa situação insustentável
ACORDABRASIL
. Evandro Campoi _ 12/19/04

18. Barbara Helen Burns _ Senhora do Destino
 
Queridos,
Graça e Paz do Senhor!
Estou lhes escrevendo porque tenho ficado indignado com a novela Senhora do Destino. Capturou minha atenção primeiro pelo assunto, e depois pela indignação pela absoluta baixaria, especialmente a ênfase no lesbianismo, que está sendo muito convincente e didáctica. O único relacionamento "bonito", de amor, paz, fidelidade é das duas moças lésbicas, com um diálogo absolutamente convincente. Não está na hora dos Evangélicos reagir contra algo assim que é um instrumento de grandes mudanças em nosso país, nossas igrejas e nossas famílias?
No início era o sabonete Albany que patrocinou a novela. Agora é
Minuano. Estes dois produtos são do grupo Friboi. O site é
http://www.friboi.com.br/ e eles tem um link de contacto se você quer
registrar sua reação.
Outros patrocinadores são Sadia, General Motors, Lojas Americanas,
Ortobom, Nestle, Blue Ville, e outros que são locais. Eu já escrevi
para vários deles.
Vamos também orar!
Abraço para todos
Barbara 19/12/04
= = =

23/2/04 D.Botelho _ veja o artigo que o Jarbas escreveu  :

 A Senhora do Destino e o Senhor do Destino ( Jarbas Aragão )
 
 Mesmo quem não assiste diariamente a atual “novela das 8” exibida pele Rede Globo fica sabendo dos acontecimentos e da vida de seus personagens. Vila São Miguel é um lugar fictício, mas acaba sendo o centro das atenções de boa parte do país. Embora as situações vividas ali não são reais, mas mesmo ocupam o pensamento das pessoas como se fossem. A revista Veja dedicou recentemente sua reportagem de capa ao que é considerada “uma das maiores sucessos de audiência da televisão brasileira”. O teor da reportagem é a fascinação dos brasileiros pelo gênero telenovela e a receita de sucesso da trama de Agnaldo Silva. Em suma, a história aborda a clássica luta entre o bem e o mal, tipificados pela da “heroína brasileira” Maria e a “vilã” Nazaré. Surpreendentemente, entre os milhões de brasileiros que ligam suas televisões todos os dias para acompanhar os acontecimentos da vida de Maria do Carmo estão os evangélicos.
Muitos poderiam alegar que trata-se de uma história bonita e até edificante sobre a trajetória de uma retirante nordestina que chega ao Rio de Janeiro para tentar uma vida melhor. Com muito esforço ela criou seus filhos, venceu na vida de maneira honesta e está sempre disposta a demonstrar caridade para com os mais necessitados. Hoje, tudo que ela deseja é ser feliz e viver em paz com todos. Se fosse verdade, até seria uma bela lição de vida. Mas o que dizer dos outros valores apresentados na trama?
A protagonista viveu um “relacionamento aberto” com um jornalista durante mais de 25 anos. Embora seja considerada uma boa mãe, criou um maníaco sexual que já teve relacionamento com dezenas de mulheres no início da trama. Ao mesmo tempo em que ela estimula alguns de seus filhos a casarem na igreja, apóia o relacionamento ilegítimo de outro filho que ainda está legalmente casado. Outro de seus filhos é um político corrupto que se voltou contra a própria família. Se fosse verdade, seria um péssimo exemplo de vida. Mas a história não pára por aí.
Entre os personagens que desfilam pelas ruas da Baixada Fluminense existem dois pares de homossexuais, um masculino e outro feminino. O par masculino não está entre os protagonistas e por isso não parece receber muita atenção. A existência de um par feminino não chega a ser novidade no horário, mas provoca uma polêmica maior desta vez pela profundidade do relacionamento. Maria do Carmo apoiou o relacionamento homossexual da sobrinha. Agora, a novela suscita a questão da adoção de crianças por duas pessoas do mesmo sexo. As entrevistas concedidas pelo autor demonstram que ele projeta na tela as suas próprias preferências sexuais e experiência de vida, pois a lição é que “o amor vence o preconceito”. Portanto, é impossível negar que há mais em jogo que gostariam de argumentar os defensores da idéia que “não há nada de errado em assistir a  novela” ou que “apenas ficção”.
As questões éticas e os valores bíblicos estão em jogo o tempo todo na trama, o que não chega a ser algo inédito. Ao longo da história, várias tentativas de boicote à emissora foram propostas por evangélicos, mas nenhuma delas obteve êxito nem conseguiram abalar a credibilidade da emissora. A Rede Globo é notória por fazer defesas escancaradas de crenças e práticas espíritas em vários de seus programas e nunca apresenta uma imagem positiva dos crentes. Claro, isso não deve incomodar muito os evangélicos que ajudam a garantir o sucesso da novela. Caso contrário, nenhum deles gastaria seu tempo em frente à televisão todos os dias durante uma hora, em média.
O nome “Senhora do Destino” é uma alusão à personagem de Suzana Vieira, que encarou as dificuldades de frente e venceu, sozinha. Ela controla o seu destino e também o de muitos outros personagens. O que chama mais atenção nisso tudo é o fato de que ao olharmos para o título da novela lembramos imediatamente da pessoa que realmente controla o destino de todos os habitantes da terra: Jesus. Ele é o verdadeiro Senhor do Destino e sua mensagem é que não poderíamos viver de maneira que agrade a Deus sem dependermos dele. 
Por que uma trama com tantas idéias e atitudes que contrariam os ensinamentos bíblicos parece receber mais atenção dos membros da Igreja do que os ensinamentos do Senhor? Jesus havia alertado que “os filhos do mundo são mais hábeis na sua própria geração do que os filhos da luz” (Lc 16:8). Sendo assim, não é de admirar que muitos “filhos da luz” se deixem enganar e nem percebam que há muito mais em questão. Em breve a novela acabará e será substituída por outra. Esse é um dos hábitos mais arraigados dos brasileiros, sejam eles evangélicos ou não. 
Agora, quando se faz um contraste entre a atenção dedicada pelos membros da Igreja de Jesus a questões fictícias e a realidade de missões no país algo muito grave fica claro. Milhares de evangélicos parecem mais preocupados com a Senhora do Destino do que com o Senhor do Destino. Em João 9:4 lemos que, como Igreja, precisamos trabalhar enquanto é dia, pois logo virá a noite, quando ninguém pode trabalhar.  Ou seja, como é possível que tanto tempo seja gasto com uma novela e histórias de vida que não edificam em nada a vida de um crente? Ao mesmo tempo temos tanto a ser feito em matéria de missões sem que haja um comprometimento concreto de muitos desses evangélicos.
O cerne da questão não é o fato de alguém assistir ou não uma novela, mas sim negligenciar algo tão importante quanto a oração pelo mundo e a dedicação à causa do Senhor da Seara. O que aconteceria no mundo espiritual se todos os evangélicos parassem de assistir a novela e fossem ler a Bíblia ou orar pelos povos não alcançados? Certamente um avivamento tomaria conta do país. O destino mais importante é o de Maria do Carmo ou o dos milhões de pessoas que morrem todos os dias sem conhecer a Jesus?
As estatísticas apontam para a realidade inegável que os evangélicos brasileiros estão sendo negligentes no que diz respeito a missões. Calcula-se que o país tenha cerca de 180.000 igrejas que abrigam 35 milhões de pessoas que professam a fé em Cristo como Senhor. Mas o número de missionários transculturais trabalhando em tempo integral é quase 3.000. Ou seja, nosso país tem um potencial inexplorado para o trabalho missionário. Não faltam candidatos e certamente não faltariam recursos se fosse feito um investimento coordenado para que mais pessoas pudessem dedicar-se integralmente à tarefa de levar o evangelho aos confins da terra. Somente assim seria possível afirmar que os evangélicos estão preocupados com o destino de budistas, hindus, muçulmanos e animistas do planeta. Pode-se acrescentar ainda as mais de 100 tribos indígenas que não possuem trabalho missionário. Quando olha-se para o tempo e o interesse da maioria dos evangélicos para  movimentos e campanhas  em favor de missões e compara-se com o tempo e o interesse dedicados por eles para a novela é impossível negar os fatos.
Não se trata de exagero nem apelação. Claro, existem muitos que não perdem seu tempo com a novela e procuram ser fiéis ao Senhor em todas as coisas. Mas é inegável que muito precisa  ser feito pelos povos não alcançados do mundo. Para citar um exemplo marcante, pois mais de quatro mil línguas ainda não possuem a tradução da Bíblia. Os missionários brasileiros  são bem aceitos na maioria das culturas e muitos especialistas profetizaram que o Brasil seria um “celeiro de missões”, enviando pessoas para todos os cantos da terra. É preciso que uma avaliação séria seja feita pelos evangélicos do país sobre o que é mais importante: a Senhora do Destino ou o Senhor dos Destino de todas as pessoas. 

17_  Música Sorte Grande : Ivete Sangal : Compositor: desconhecido
>>
>>       1 A minha sorte grande
>>       2 Foi você cair do céu
>>       3 Minha paixão verdadeira...
>>       4 Viver a emoção
>>       5 Ganhar teu coração
>>       6 Pra ser feliz a vida inteira...
>>       7 É lindo teu sorriso,
>>       8 O brilho dos teus olhos
>>       9 Meu anjo querubim
>>       10 Doce dos meus beijos,
>>       11 Calor dos meus braços
>>       12 Perfume de jasmim
>>       13 Chegou no meu espaço
>>       14 Mandando no pedaço
>>       15 Um amor que não é brincadeira
>>       16 Pegou me deu um laço
>>       17 Dançou bem no compasso, de prazer,
>>       18 Levantou poeira
>>       19 Poeira, Poeira, Poeira...
>>       20 Levantou Poeira...

    1) Com os versos 1, 2, 3 e 9, o autor afirma que sua paixão verdadeira é um anjo querubim caído do Céu. Na Bíblia, mais especificadamente no livro de Ezequiel (Capítulo 28, versículos 14-18), consta que Lúcifer era um querubim       caído do Céu em razão de suas iniqüidades.
    "Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci;permanecias no monte    santo de Deus, no brilho das pedras andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniqüidade em ti.
      Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e    pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei    perecer, ó querubim da guarda, em meio ao brilho das pedras.
Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; lancei-te por terra, diante dos reis te pus, para que te contemplem. Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércio, profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu, e te reduzi a cinzas sobre a terra, aos olhos de todos os que te contemplam".  (Ezequiel 28.14-18)

2) Os versos 7 e 8, colocam em uma mesma frase o brilho dos olhos e um lindo sorriso, o que parece uma referência irônica à descrição do inferno feita nos evangelhos de Mateus e de Lucas: "choro e ranger dedentes" (Mateus 22:13, 25:41, e Lucas 13:28).
       Então, ordenou o rei aos serventes: Amarrai-o de pés e mãos elançai-o para        fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes. (Mateus22:13)
    Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda:
Apartai-vos de       mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo eseus anjos.        (Mateus 25:41)
       Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes, no reinode Deus,       Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas, mas vós, lançadosfora. (Lucas       13:28)

   3) Os versos 13 e 14 parecem descrever um episódio de possessão, já que     sugere que "a paixão verdadeira" do autor entra em seu espaço (corpo),     mandando no pedaço (possessão demoníaca).

4) O refrão da música (versos 19 e 20) evidencia a importância da expressão    "poeira". Que região é caracterizada pelo grande volume de poeira? O deserto. Quem tentou Jesus no deserto? Satanás (Mateus 4:1).
A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. (Mateus 4:1)
Coincidência? Possivelmente. Paranóia? Talvez. De qualquer forma, não tenha dúvidas de que propaganda subliminar é coisa séria e efetivamente é utilizada para os mais variados propósitos, quase todos iníquos. Nem que seja só por via das dúvidas, não pretendo mais ouvir ou cantaressa música,        ainda que seja só por via das dúvidas... Ah, e tente ouvir a música de novo depois de ler esta mensagem e veja se os demais versos não parecem de algum   modo encaixar-se no raciocínio.
Em Cristo,

16 _ SOU EU UM APÓSTOLO?
 
         Por Silas Tostes
 
INTRODUÇÃO
Nos nossos tempos há vários títulos eclesiásticos. Os presbiterianos usam reverendo. Os católicos padre. Às vezes sacerdote. Boa parte dos evangélicos preferem pastor. Há também o uso dos títulos bispo, diácono, evangelista, presbítero e outros. Bispo e presbítero nem sempre com o mesmo sentido encontrado no Novo Testamento. Além destes, percebe-se que nos cinco continentes os evangélicos passam usar apóstolo, para designar papel de liderança em uma igreja, ou denominação.
Normalmente as pessoas que não eram apóstolos no Novo Testamento, mas possuíam papel de liderança, eram chamados de presbíteros  e bispos . Estas duas palavras são usadas como sinônimos no Novo Testamento (At. 20:28; 1Pe. 2:25; Fp. 1:1; 1Tm. 3:2; Tt. 1:5-7). Duas passagens, At. 20:28 e 1Pe. 2:25, definem o papel do bispo como de pastor do rebanho. Ambas palavras designavam, portanto, líderes das igrejas locais. As passagens, At. 14:23 e Tt. 1:5-9, indicam que eram eleitos e deveriam ser irrepreensíveis.
A palavra presbítero inicialmente era usada para os anciões judeus, detentores de autoridade para grandes decisões (Mt. 15:2: 16:21; 21:23).  Depois foi utilizada para descrever os anciões com autoridade na igreja (At. 11:30; 14:23; 15:2, 4, 6, 22, 23; 16:4; 20:17).
Tem sido a tradição evangélica usar o título de pastor para todo aquele que é o líder máximo de uma igreja local, ou membro da equipe pastoral. Segue-se, assim, a tradição neotestamentária que define o bispo/presbítero como pastor do rebanho (At. 20:28 e 1Pe. 2:25). Valoriza-se pela utilização do título de pastor, a função pastoral do bispo e presbítero.
Veja que pastor é um dos cinco ministérios em Ef. 4:11.  Se usarmos a mesma lógica, em princípio, deveríamos chamar a pessoa que tem o ministério de profeta, como profeta, e conseqüentemente o mesmo seria verdade para mestres, evangelistas e apóstolos. Os cinco ministérios (Ef. 4:11) seriam também, neste caso, nossa maneira de designar títulos no Corpo de Cristo, indicando a função no mesmo.
Percebemos, contudo, que a palavra apóstolo como título, ou mais propriamente como designação de chamada e função no Corpo, era utilizada somente para alguns. Enquanto bispo e presbítero para outros. Como utilizar a palavra apóstolo em nosso contexto eclesiástico? Se faz necessário para isto, entender à luz do Novo Testamento em que consiste o ministério apostólico. Este é o nosso propósito.
Definir os vários tipos de apostolado é complexo. Seremos minuciosos para entendê-los corretamente. A palavra apóstolo como qualquer outra, pode ter um sentido geral e bem amplo, como sentidos mais restritos. A compreensão de todos seus sentidos, nos ajudará a determinar como utilizá-la no contexto da igreja (Ef. 4:11).
Com a intenção de entender os vários tipos de apostolado, seguiremos os seguintes passos. Primeiro, abordaremos o significado e uso no Novo Testamento dos verbos enviar, apostello e pempo. Em segundo lugar, uma vez que a palavra apóstolo, apostolos no grego, vem do verbo apostello, consideraremos o que esta significa. Assim como é utilizada no Novo Testamento. Em seguida, veremos que Deus é a fonte do poder apostólico. Não havia nos apóstolos atitude arrogante, mas o reconhecimento que Deus os capacitava. Em quarto lugar, consideraremos em que sentido podemos entender 1Co. 12:28 e Ef. 4:11. Quinto, responderemos a pergunta: como podemos ser igreja apostólica hoje? Sexto, sugeriremos o uso da palavra servo como título eclesiástico. Isto por que há no grego três palavras diaconos, leitourgos e doulos. Estas descrevem que nossa atitude em relação ao Senhor e aos irmãos, deve ser a de servo. Faremos, por fim, a conclusão.
Partimos do pressuposto que a Bíblia é nossa infalível regra de fé e prática. A esta nos submetemos.
A abreviação ao longo do texto NT, se refere ao Novo Testamento.
Todas as passagens bíblicas citadas provém da versão revista e atualizada de João Ferreira de Almeida.
Passemos as considerações do assunto como proposto.
1) O SIGNIFICADO E USO DOS VERBOS APOSTELLO E PEMPO
O verbo apostello, assim como pempo, significam enviar, e aparecem com freqüência no NT grego. Pempo, portanto, é sinônimo do verbo apostello. Pempo e apostello, ocorrem referindo-se a alguém, ou algo, que foi enviado, ou algo ou alguém que envia.   Isto por haver voz ativa e passiva. Há vários exemplos no NT, quando ambos verbos se referem ao fato que alguém foi enviado por Deus. Por conseqüência o enviado possui tarefa divina a ser realizada.
Apostello é formado pela preposição apo, a qual significa a separação de um lugar para o outro, ou de uma parte do todo. E pelo verbo stello, que refere-se a por, colocar,arranjar, trazer junto.  Apostello, portanto, significa enviar (colocando algo, ou alguém, de um para outro local), como ocorre quando algo ou alguém é enviado sob ordem ou mandato. Apostello carrega em si o peso de envio oficial ou autorizado. Num sentido mais forte, apostello significa expulsar, havendo assim o envio de um para outro local. Porém, pela força como sugere expulsar. 
Há vários exemplos do uso corriqueiro e óbvio de apostello no NT. Veja que Herodes envia soldados com a finalidade de matar os meninos até dois anos de idade (Mt. 2:16). Os fariseus enviaram seus discípulos para surpreender Jesus, com a pergunta sobre pagamento de imposto (Mt. 2:17). Há muitas outras passagens com este óbvio uso de apostello.(Mt. 11:1; 14:35; Mc. 3:31; Mc. 4:29; Mc. 6:7).
É verdade, porém, que há outros textos onde apostello, refere-se a alguém designado por Deus para tarefa divina. João Batista foi enviado para preparar o caminho do Messias (Mt. 11:10; Mc. 1:2; Lc. 7:27; Jo. 1:6; Jo. 3:28). Os anjos serão enviados para coletar os salvos (Mc. 13:27; Hb. 1:14; Ap. 22:6). Moisés foi enviado para libertar o povo (At. 7:14). Gabriel foi enviado para trazer boas novas (Lc. 1:19; Lc. 1:26). O Espírito Santo seria em breve enviado sobre a Igreja (Lc. 24:49; At. 1:8; Ap. 5:6). A Palavra foi enviada (At. 10: 36; 13:26).
Apostello, expressando que alguém foi enviado por Deus para realização de uma tarefa, tem seu ápice no envio do Messias (Jo. 9:27). Ele foi prometido de muitas maneiras no VT. Como a semente da mulher (Gn. 3:15; Gl. 4;4). Como servo do Senhor (Is. 52:13-53:12). Como filho de Davi (Sl. 132:11; Jr. 23:5; At. 13:23; Rm. 1:3). Como o ungido (Sl. 45:7; Is. 11:2; 61:1; Mt. 3:16; Lc. 4:18; Jo. 3:34; At. 10:38). E de muitas outras formas.  Sendo assim, não é de se admirar que nas próprias palavras de Jesus, Ele era um enviado do Pai (Mt. 15:24; Mc. 9:37; Lc. 4:18, 43; 9:48; Jo. 5:36; Jo. 5:38).
Na parábola dos lavradores maus, Deus que enviara seus profetas (Mt. 23:37; Lc. 13:34), por fim, enviara seu próprio Filho (Mt. 21:33-42; Mc. 12:1-12; Lc. 20:9-19). Haviam matado os profetas e iriam matar o Filho de Deus. Ele era, contudo, a pedra angular enviada pelo Pai (Mt. 21:42; Jo. 3:28, 34).
Jesus como enviado do Pai é chamado Apóstolo (enviado). “ Por isso, santos irmãos, que participais da vocação celestial, considerai atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus,” (Hebreus 3:1). O apostolado de Jesus é singular (Jo. 3:16-17), pois somente Ele poderia ser enviado para salvar. "Porquanto Deus enviou (apostello) o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.” (João 3:17). Ou seja, para que o mundo não perecesse, mas tivesse vida eterna (Jo. 3:16). E fosse por Jesus resgatado (Mc. 10:45). Sem Ele não há salvação (At. 4:12). De maneira resumida, a tarefa de Jesus como enviado do Pai, era salvar.
O uso do verbo pempo NT, como sinônimo de apostello, corrobora o fato que há tanto um uso corriqueiro para enviar,  como um outro que denota que alguém foi enviado por Deus, para realização de uma tarefa. Elias foi enviado a viúva (Lc. 4:26). Profetas e Jesus foram enviados com propósitos divinos (Lc. 20:11-13). João Batista era enviado do Senhor (Jo. 1:33). O anjo do Senhor foi enviado (Ap. 22:16). O Espírito Santo seria enviado (Jo. 14:26, Jo. 15:26; Jo. 16:7). Jesus era enviado (pempo) do Pai para salvar (Jo. 5:23, 24, 30, 37; Jo. 6:38, 39, 40, 44).
Tendo como contexto o uso de apostello e pempo no NT, afirmamos que sempre houve pessoas ao longo da história enviadas por Deus. Pessoas como Moisés, Elias, João Batista e Jesus. Estes prévios envios por parte de Deus, consiste no contexto histórico para o posterior envio dos apóstolos no NT. Como disse Jesus. “ Por isso, também disse a sabedoria de Deus: Enviar-lhes-ei profetas e apóstolos, e a alguns deles matarão e a outros perseguirão,” (Lucas 11:49).
2. O SIGNIFICADO E USO DA PALAVRA APÓSTOLO NO NT
A palavra apóstolo é grega, apostolos, vem do verbo apostello (enviar). Tanto no grego, como no português, é um substantivo masculino. Esta se refere a um delegado, mensageiro, alguém enviado sob ordens.  Veremos que há um uso corriqueiro para a palavra apóstolo no NT. Como um outro, denotando um enviado designado por Deus para uma tarefa. Isto está dentro da lógica como palavra originária de apostello.
No sentido corriqueiro e óbvio de apostolos, Epafrodito era uma mensageiro (Fp. 2:25). Assim como os irmãos companheiros de Tito na tarefa de levar a oferta para Jerusalém (2Co 8:18, 22, 23). Nestes casos, eram meros mensageiros ou acompanhantes. Apóstolos no grego.
Por outro lado, vemos no NT que há pessoas chamadas apóstolos, por terem recebido de Deus uma tarefa a realizar. Isto é, não só Jesus (Hb. 3:1) no papel de salvador, mas outros apóstolos com outros papéis. Entre estes há três grupos. O grupo singular, colocado como fundamento da Igreja (At. 2:42; Gl. 2:9; Ef. 2:20; Ap. 21:14). São insubstituíveis como alicerce. Membros deste grupo são os doze, já incluindo Matias, Tiago (irmão de Jesus) e Paulo. Vamos nos referir a estas pessoas a partir de agora como grupo seleto. Há também no NT, apóstolos no sentido de missionários transculturais, implantadores de igrejas. Pessoas que transpuseram barreiras culturais no exercício de fazer discípulos de todas as nações (Mt. 28:19). Tanto evangelizaram, como ensinaram. Bons exemplos no NT são Barnabé, Andrônico, Júnias, Timóteo, Lucas, Silas e outros. Por último, há os apóstolos num sentido bem amplo da palavra, referindo-se a todo cristão colocado como testemunha de Jesus.
Membros do grupo seleto também foram missionários transculturais, como Paulo. Os demais apóstolos do grupo provavelmente também, segundo as tradições. Sabemos pelo NT que Pedro se deslocou para outras regiões (Gl. 2:11). João até Éfeso, segundo a tradição, e de lá para a ilha de Patmos (Ap.1:9).
Por outro lado, pessoas como Barnabé, Andrônico, Júnias, Timóteo, Silas e outros, apóstolos no sentido de missionários, não fizeram parte do grupo seleto. Não foram seus ensinos entendidos como base da Igreja. Para estes, como para nós, ser cristão significava perseverar no ensino apostólico do grupo seleto (At. 2:42; Gl. 2:9; Ef. 2:2).
Passemos a provar que a palavra apóstolo no NT é usada para se referir ao grupo seleto, a missionários transculturais e a todo cristão testemunha de Jesus. Em cada um destes casos, Deus está designando seus servos para a realização de uma tarefa.
2.1 Os doze apóstolos
Inicialmente Jesus chamou um a um de seus discípulos ( Mt. 4:18; Jo. 1:40-41, 43, 47-48). Outros foram sendo agregados. Mas num dado momento, os chamou e escolheu doze entre todos. Inicialmente como enviados (Apóstolos de Cristo), deveriam pregar e expulsar demônios. "13 Depois, subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis, e vieram para junto dele. 14 Então, designou doze para estarem com ele e para os enviar (apostello no grego) a pregar 15 e a exercer a autoridade de expelir demônios.” (Marcos 3:13-15). Dariam frutos (Jo. 15:16).
Foram chamados por Jesus para a tarefa ministerial, e na ocasião nomeados apóstolos (enviados de Cristo). "12 Naqueles dias, retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. 13 E, quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolos:” (Lucas 6:12-13). Esta nomeação pública como apóstolos, seguida da convivência com Jesus até sua ascensão, lhes deu singular credibilidade. Mais tarde importantes questões foram levadas até eles para solução (At. 15:1-4).
A palavra apóstolo quando dirigida aos doze, portanto, refere-se a um grupo de pessoas que foram nomeados, enviados (apóstolos), por Jesus. Comumente referia-se a este grupo como os doze. Depois nos doze estava incluído Matias.  Uma vez que Judas foi desclassificado pela traição, que o levou ao suicídio.
Se considerarmos os doze individualmente, percebemos que sabemos somente o nome de alguns. Outros como Tomé e Bartolomeu um pouco mais. Contudo, mesmo que Pedro, Tiago e João tenham sido mais mencionados no NT, não são mais importantes. Os doze tinham a mesma autoridade (Mt. 16:19; Mt. 18:18; At. 2:42; Ef. 2:20; Ap. 21:14).
A força estava no grupo por terem sido designados por Jesus apóstolos (Lc. 6:12-13). Por isso, agiram juntos no desempenho da tarefa apostólica. Testemunharam (At. 2:37). Ensinaram (At. 2:42). Testificaram sobre a ressurreição de Jesus (At.4:33; 5:30-32; 5:42). Supervisionaram o avanço do Evangelho; (At.8:14; At. 11:19-22). Curaram os enfermos (At.2:42; 5:12). Treinaram líderes (At. 4:36; At. 5:36; At. 11:22; At. 15: 2, 4, 6, 22, 23). Fizeram assistência social (At. 5:37; At. 6:1-3). Decidiram a importante questão da inclusão dos gentios à Igreja (At. 15). E nos deixaram os evangelhos e outras partes do NT.
Os doze fazem parte deste grupo singular, seleto, pois foram colocados como fundamento da Igreja (Mt. 16:19; Mt. 18:18; At. 2:42; Gl. 2:9; Ef. 2:20; Ap. 21:14). Como enviados de Deus para a realização de uma tarefa, os doze são insubstituíveis como alicerce da Igreja. O NT foi canonizado tendo por base, se o livro tinha ou não autoridade apostólica. Por ter sido escrito ou endossado pelos apóstolos.  Preservava-se, assim, a possibilidade de permanecermos firmes nas orientações do grupo seleto pela canonização do NT.
Não podemos dizer que os doze (já incluindo Matias no grupo) falharam. A igreja implantada em Jerusalém evangelizou e trabalhou por todo Império Romano. Podem ter saído devido à perseguição (At. 8:1). Mas uma vez evangelizados e discipulados pelos doze (alicerçados pelos doze), foram eficientes por onde passaram (At. 8:1; At. 11:19-22). Além disto, uma vez decidida a inclusão dos gentios à Igreja, pelos apóstolos em Jerusalém (At. 15:1-4), possibilitou-se mais expansão do Evangelho. Quem fora eles teria autoridade para lidar com tal questão? Havia uma confiança maior neles, pois andaram com Jesus, e foram por Ele escolhidos publicamente.
Matias não pode ser desconsiderado. Foi incluído no grupo em At.1:21-26. Seu trabalho com os demais foi registrado por Lucas. Como por ocasião do estabelecimento dos diáconos. (At. 6:2-6). E em outras ocasiões At. 8:1 e At. 15: 15: 2, 4, 6, 22, 23.
Catalogamos agora algumas das características principais dos doze.
1) Foram regularmente chamados de doze (Mt. 10:1-5 Mc 3:14 6:7 Lc 6:13 9:1);
2) Foram escolhidos por Jesus para serem fundamento da Igreja (Mt. 16:19; Mt. 18:18; At. 2:42; Ef. 2:20; Ap. 21:14);
3) Foram capacitados pelo Espírito Santo (Jo 14:16, 17, 26; 15:26, 27; 16:7-15; Jo. 20:22; At. 2:1-4);
4) Inicialmente pregariam só para judeus Mt. 10:5-6; Lc. 24:47; At. 13:46;
5) Depois pregariam a todas as nações (Mt. 28:18-20; Mc. 16:15; Jo. 17:18; Jo. 20:21; 2Tm. 1;11);
6) Reconheceram Jesus como o Cristo de Deus (Mt 16:16; Lc.9:20);
7) A igreja em Jerusalém cresceu debaixo do cuidado deles (At 3:1- 6:7; 15:4);
8) Tinham poder para fazer milagres, que confirmavam o apostolado deles (Mt. 10:8; Lc. 9:6; Mc. 6:13; Mc. 16:20; At 2:43; At. 5:12).
 
Além destas características acima, há três que são especiais, pois podem ser somente atribuídas aos doze.
 
1) Deveriam ter visto Jesus e serem capazes de testificar dele. Tanto de sua vida, como obra, morte, sepultamento e ressurreição (Jo. 15:27; Jo. 16:13; Jo. 14: 26; At 1:2-9, 21-22; 1Co 9:1; At 22:14, 15). Ver também (Lc. 24:48; At. 1:8, 22, 2:32, 3:15 5:32);
 
2) Foram chamados publicamente para o apostolado por Jesus Lc 6:13;
 

3) Seriam infalivelmente inspirados por palavras verbais e escritas, (Jo 14:26; 16:13; 1Ts 2:13);
 

O grupo seleto cresceu (ou: Ao grupo seleto foram acrescidos Tiagoe João.) com a inclusão de Tiago e Paulo. Jesus mesmo os fez testemunhas de sua ressurreição, e os enviou designando-lhes tarefa a realizar.
2.2 Tiago e Paulo foram acrescidos ao grupo seleto
Podemos afirmar com certeza, que somente mais duas pessoas foram adicionadas ao grupo seleto, Tiago, irmão de Jesus, e Paulo. Se houve mais alguém adicionado ao grupo não sabemos. Parece que não temos evidência suficiente para pensar o contrário.
Tiago e Paulo caracterizam-se por terem visto Jesuse sido por Ele enviados.
Houve uma aparição de Jesus ressuscitado só para Tiago, irmão de Jesus (1Co. 15:7).  Quando Tiago filho de Zebedeu estava morto (At. 12:1-2), Tiago irmão de Jesus exercia papel de liderança em Jerusalém (At. 15:13; At. 21:18; Gl. 2:9, 12). Foi influente na solução da questão da inclusão dos gentios à Igreja (At. 15:13-21). Foi mencionado e considerado apóstolo por Paulo, na mesma qualidade dos demais. “ E não vi outro dos apóstolos, senão Tiago, o irmão do Senhor.” (Gálatas 1:19). Veja também (1Co. 15:7). Era reputado como coluna da Igreja. “ e, quando conheceram a graça que me foi dada, Tiago, Cefas e João, que eram reputados colunas, me estenderam, a mim e a Barnabé, a destra de comunhão, a fim de que nós fôssemos para os gentios, e eles, para a circuncisão;” (Gálatas 2:9 RA).
Mesmo que não tenhamos os detalhes, concluímos que Tiago foi chamado apóstolo e enviado por Jesus, por ocasião da aparição exclusiva ocorrida para ele (1Co. 15:7). De qualquer maneira, foi considerado apóstolo no mesmo pé de igualdade com os demais. Atos 15 confirma isto, quando o vemos na assembléia com os demais apóstolos.
O NT dá testemunho de que Paulo foi também incluído no grupo seleto de apóstolos. Viu Jesus (At. 9:3-6; At. 22:6-14; At. 26:13-20), e foi comissionado para o apostolado por Ele. " Não sou eu, porventura, livre? Não sou apóstolo? Não vi Jesus, nosso Senhor? Acaso, não sois fruto do meu trabalho no Senhor?” (1Coríntios 9:1). Jesus o chamou de testemunha e ministro enviado aos gentios. “16 Mas levanta-te e firma-te sobre teus pés, porque por isto te apareci, para te constituir ministro e testemunha, tanto das coisas em que me viste como daquelas pelas quais te aparecerei ainda, 17 livrando-te do povo e dos gentios, para os quais eu te envio (apostello no grego),” (Atos 26:16-17). Veja também At. 9:15 para dimensão ministerial de Paulo entre os judeus.
Sendo assim, Paulo podia reivindicar ser apóstolo. Era testemunha da ressurreição de Jesus. Havia sido designado para a tarefa de testemunhar dele, em especial para os gentios. (1Co. 15:9; Rm. 1:1; Rm. 11:13; 2Co. 1:1; 11:5; Gl. 1:1; Ef. 1:1; Cl. 1:1; 1Tm. 1:1 e 2Tm. 1:1, 11. Em suas próprias palavras: “ Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos,” (Gálatas 1:1).
Como os demais, Paulo tinha os sinais do apostolado. “ Pois as credenciais do apostolado foram apresentadas no meio de vós, com toda a persistência, por sinais, prodígios e poderes miraculosos.” (2 Coríntios 12:12). Percebia-se, assim, que não era um impostor, pois Deus era com ele. Não o seria se Paulo fosse mentiroso. Havia em seu ministério um mover divino visto pelos milagres extraordinários. Assim como Deus fazia sinais maravilhosos por meio dos doze (At. 5:12). O mesmo ocorria no trabalho apostólico de Paulo. “ E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários,” (Atos 19:11).
Além disto, Paulo recebeu endosso dos demais apóstolos ainda nos seus dias (At. 9:26-28; Gl. 2:15-19; 2Pe. 3:15-16). Pedro reconheceu que os escritos de Paulo tinham inspiração divina. Suas palavras vinham da sabedoria divina. Eram Escrituras. “15 e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, 16 ao falar acerca destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles.” (2 Pedro 3:15-16).
O que faz dos doze, Tiago e Paulo, especiais e insubstituíveis, é o fato de terem sido colocados como fundamento da Igreja (Mt. 16:19; Mt. 18:18; At. 2:42; Gl. 2:9; Ef. 2:20). Ninguém mais, por mais consagrado que seja, terá tal papel. Ser crente é perseverar no ensino dos apóstolos, no nosso fundamento (At.2:42; Gl. 2:9; Ef. 2:20).
Os demais crentes não são alicerces, mas pedras vivas do templo onde Deus habita, a Igreja (1Pe. 2:5). Cuja finalidade é: “ Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;” (1 Pedro 2:9).
Perguntamos agora, havia na Igreja Primitiva algum outro tipo de apóstolo, além dos membros do grupo seleto?
Passemos a provar que a palavra apóstolo também foi usada, significando missionário transcultural
2.3 Os missionários transculturais da Igreja Primitiva foram chamados apóstolos
A palavra missionário é de origem latina e possui o mesmo significado da palavra apóstolo, ou seja, enviado.  No NT a palavra apostolos também foi utilizada para os missionários transculturais implantadores de igreja, companheiros de Paulo, que como ele labutaram em missões. “ Saudai Andrônico e Júnias, meus parentes e companheiros de prisão, os quais são notáveis entre os apóstolos e estavam em Cristo antes de mim.” (Romanos 16:7). Vemos que Andrônico e Júnias eram missionários (apóstolos) e companheiros de Paulo, até mesmo nas prisões, devido à obra missionária. Neste caso, e em outros a seguir, vemos que a palavra apóstolo, também se refere a Paulo como missionário transcultural.
Outros companheiros de Paulo em missões, que padeciam perseguições foram chamados apóstolos. “ Porque a mim me parece que Deus nos pôs a nós, os apóstolos, em último lugar, como se fôssemos condenados à morte; porque nos tornamos espetáculo ao mundo, tanto a anjos, como a homens.” (1 Coríntios 4:9). É verdade que 1Co. 4:9 também pode sereferir aos membros do grupo seleto. Mas é igualmente verdade, que vários missionários transculturais, companheiros de Paulo, padeceram perseguições como espetáculo ao mundo, por exemplo Silas em Filipos (At. 16:22, 24). A passagem 1Co. 4:9, pode portanto, também ser entendida como se referindo a missionários transculturais do primeiro século.
 Em outro texto, Paulo, Silas e Timóteo são chamados de apóstolos. Silas e Timóteo, assim como Paulo, foram importantes missionários do primeiro século. “ Embora pudéssemos, como enviados (apóstolos no grego) de Cristo, exigir de vós a nossa manutenção, todavia, nos tornamos carinhosos entre vós, qual ama que acaricia os próprios filhos;” (1Ts 2:7; 1Ts. 1:1). Juntos fundaram a igreja em Tessalônica (1Ts. 1:1), e em outras partes. Silas e Timóteo, como Paulo, foram enviados por Deus à Macedônia (At. 16:6-10). Silas havia integrado a equipe missionária de Paulo, após o Concílio em Jerusalém (At. 15:25-27). Timóteo foi agregado à equipe, após a chegada à Listra (At. 16:1). Estavam presentes por ocasião da direção para irem à Macedônia (At. 16:6-10), assim como Lucas. Portanto, 1Ts. 2:7 claramente se refere a apóstolos no sentido de missionários transculturais, implantadores da igreja na Macedônia.
Barnabé, outro missionário do primeiro século, foi chamado apóstolo, em pleno exercício do ministério missionário. “ Mas dividiu-se o povo da cidade: uns eram pelos judeus; outros, pelos apóstolos.” (Atos 14:4). “ Porém, ouvindo isto, os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgando as suas vestes, saltaram para o meio da multidão, clamando:” (Atos 14:14). Na ocasião estavam em Icônio (At. 14:4). Depois em Listra (At. 14:14). As barreiras transculturais eram tantas em Listra, que nem entendiam a língua, por isso, demoraram para perceber o mal entendido que ocorria (At. 14:11-14).
Mesmo quando a palavra apóstolo no NT se refere aos falsos apóstolos, demonstra que era utilizada para atividade missionária transcultural. Um falso apóstolo, ou missionário, era alguém que normalmente saia da Judéia para pregar uma forma judaizada de Cristianismo (At. 15:1). Segundo Augustus Nicodemus Lopes, Paulo chama atenção a esta forma de missões às avessas: Em suas cartas, Paulo alerta contra aqueles que difundiam o que ele considerava como perversão do ensino apostólico por motivos escusos. Ele denuncia a presença e atividade de falsos apóstolos em Corinto. Eram obreiros fraudulentos, que se transfiguravam em apóstolos de Cristo.  Segundo o mesmo autor, este desenvolvimento missionário dos falsos apóstolos ocorreu em outras regiões, não só em Corinto. Regiões como a Galácia e Colosso.  Em outras palavras, reprovável como era o trabalho dos falsos apóstolos. Contudo, mesmo nestes casos, percebe-se a dimensão missionária da palavra apóstolo. Os falsos também viajavam para pregar e ensinar. Foram para Corinto, Galácia, Colosso e para outras regiões. Não temos, portanto, como desassociar missões da palavra apóstolo.
Não há dúvida, então, que missionários transculturais do primeiro século eram chamados apóstolos. Eram pessoas cuja tarefa designada por Deus, incluía a implantação da igreja em áreas não evangelizadas. (At. 13:1-2; At. 16:7-10). Pessoas como Barnabé, Andrônico, Júnias, Timóteo, Silas, Lucas, Paulo e outros (1Co. 4:9).
Devemos fazer um importante esclarecimento. A palavra apóstolo vem sendo usada no meio evangélico, para se referir ao um (a um ou ao) evangelizador, plantador de igreja, estando este em seu próprio contexto cultural. Às vezes é usada para se referir a um líder eclesiástico, detentor de máxima autoridade na igreja. Ou autorizador para que novos trabalhos sejam implantados, os quais estarão sob o cuidado do apóstolo autorizador. Este uso da palavra apóstolo tem sua lógica, devido ao fato que missionários transculturais do primeiro século terem sido implantadores de igrejas. Contudo, tal uso é destituído da dimensão missionária transcultural vista no NT.
Neste sentido, a palavra apóstolo se assemelha à palavra presbítero. Veja que no NT, só aparece a palavra presbítero no plural. Ou para designar os anciões judeus, ou anciões cristãos. Havia nas igrejas, portanto, um respeitado grupo de líderes que coletivamente tomavam as decisões. Muitas vezes, porém, usamos a palavra presbítero para designar um auxiliar, a caminho do pastorado. Vemos que o uso atual de palavras bíblicas, nem sempre é coerente com seu uso no NT.
O missionário transcultural implantador de igreja pode se destacar mais pela evangelização, ou pelo trabalho de edificação, como Timóteo e Tito. Claro que um profissional no campo, também pode ser um implantador de igreja. Como foi o médico Dr. Roberto R. Kalley no Brasil, fundador da Igreja Congregacional (1855).  Seu ministério ilustra que missões deve ter sua dimensão integral, como demonstrado pelos apóstolos.
O fato é que precisamos de mais missionários hoje. Paulo estava convencido que Deus deseja que todos sejam salvos (1Tm. 2:4). Mas para isso todos devem receber Jesus para salvação (1Tm. 1:15). O único mediador entre Deus e os homens (1Tm. 2:5). Contudo, isso só ocorre se formos enviados (apóstolos no sentido missionário). “14 Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? 15 E como pregarão, se não forem enviados (apostello no grego)? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!” (Romanos 10:14-15). Espera-se que outros cristãos sejam também testemunhas de Jesus. Enviados para que não evangelizados creiam. Ou seja, apóstolos como missionários transculturais do primeiro século.
2.4 Há um sentido bem amplo para a palavra apóstolo
Há uma noção bem abrangente para o termo apóstolo, além do grupo seleto, e dos missionários transculturais do primeiro século. Podemos dizer que num sentido geral, todo cristão é um apóstolo. Pois é enviado do Senhor para ser sua testemunha (Mt. 28:18-20; Mc. 16:15; Lc. 24:44-48; Jo. 15:15; Jo. 20:21; At. 1:8).
Vimos que os verbos pempo e apostello no NT, indicam que houve ao longo da história pessoas especialmente designadas por Deus para uma tarefa. Pessoas como Moisés, Elias, João Batista e Jesus. Isto consiste no contexto histórico para o surgimento dos apóstolos no NT.
A palavra apostolos no NT pode ser utilizada com sentido corriqueiro, como um mero mensageiro (Fp. 2:25; 2Co. 8:18, 22, 23). Assim como para se referir a um grupo seleto, alicerce da Igreja (Mt. 16:19; Mt. 18:18; At. 2:42; Gl. 2:9; Ef. 2:20). Há também os apóstolos que foram missionários transculturais do primeiro século, como Barnabé, Andrônico, Júnias, Timóteo, Silas, Paulo e outros. Há o sentido amplo da palavra, denotando que todo cristão é testemunha de Jesus (At. 1:8).
Os apóstolos, especialmente do grupo seleto, não foram arrogantes. Reconheceram que o poder e a capacitação vinha de Deus, o enviador que lhes designara a tarefa a ser realizada.
3. DEUS É A FONTE DO PODER APOSTÓLICO
Jesus e o grupo seleto de apóstolos deixaram claro que a fonte do poder (dunamis no grego), que nos capacita ao ministério, é o próprio Deus. O poder do Altíssimo veio sobre Maria, em poder Jesus foi concebido (Lc. 1:35). Foi depois visitado pelo Espírito Santo (Lc. 3:21-22), no batismo de águas passou a estar ungido para o trabalho. O poder de Deus o acompanhou a partir desta visitação (Lc. 4:1, 14, 18). Por isso, expulsava demônios (Lc. 4:36). Curava enfermos (Lc. 5:17). Mais tarde concedeu poder para que seus discípulos expulsassem demônios e curassem (Lc. 9:1; Lc. 10:19). Por fim, deixou claro que sem este poder, não implantariam a Igreja (Lc. 24:49; At. 1:8).
O apóstolo Pedro, por sua vez, também reconheceu que o poder vem de Deus (At. 2:33; At. 2:16-21; 1Pe. 1:5; 2Pe. 1:3). O mesmo ocorre no ensino de Paulo. Disse que os crentes são selados com o Espírito Santo (Ef. 1:3).
Além disto, há duas palavras usadas por Paulo que definem bem, que Deus é a fonte do poder para o ministério. Estas são energeia, e, energeo. De energeia temos a palavra energia, refere-se no NT a força sobrenatural que emana de Deus, ou a uma força sobrenatural do diabo, depende do contexto.
Energeo é simplesmente o verbo cujo significado é operar, atuar, produzir, mostrar poder, atuar.  Paulo compreendia que era pelo energeo (operar) de Deus que ele fora capacitado para o ministério entre os gentios. E Pedro para o ministério entre os judeus. “ Pois aquele que operou eficazmente (energeo) em Pedro para o apostolado da circuncisão também operou eficazmente (energeo) em mim para com os gentios.” (Gálatas 2:8). Não havia em Paulo arrogância, mas um reconhecimento de que Deus o capacitava. Em outras passagens afirmou o mesmo. Era Deus que concedia o Espírito que operava (energeo) milagres (Gl. 3:5). É Deus que opera (energeo) tudo em nós. Inclusive a distribuição dos dons espirituais (1Co. 12:6, 8).
Vindo de energeo, temos energeia. E é por esta força sobrenatural de Deus, que Paulo foi constituído ministro (diaconos no grego), um servo no apostolado. “ Do qual fui constituído ministro (diaconos) conforme o dom da graça de Deus a mim concedida segundo a força operante (energeia) do seu poder.” (Efésios 3:7). No ministério, Paulo se afadigava muito devido esta energeia. “ para isso é que eu também me afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a sua eficácia (energeia) que opera eficientemente em mim.” (Colossenses 1:29).
Vemos, portanto, que Jesus, Pedro e Paulo, deixaram claro que a capacidade para o ministério, ou apostolado, vem de Deus. Não havia nestes arrogância, por ter Deus os designado para uma tarefa. Devemos manter a mesma atitude, conforme Deus nos designa tarefa.
Mediante tudo que temos exposto, como podemos compreender 1Co. 12:28 e Ef. 4:11?
4. EM QUE SENTIDO PODEMOS ENTENDER 1Co. 12:28 E Ef. 4:11?
Temos duas opções de compreensão para os textos acima citados. Ou os compreendemos entendendo a palavra apóstolos, se referindo ao grupo seleto, ou aos apóstolos (missionários transculturais).
A passagem de 1Co. 12:28 diz. “ A uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente, apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres; depois, operadores de milagres; depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.” (1 Coríntios 12:28). Se apóstolos no verso se refere ao grupo seleto, significa que sem eles não haveria fundamento da Igreja. Por isso, foram colocados primeiro. Assim como toda construção começa pelo fundamento. Se apóstolos no verso(versículo) se refere a missionários do primeiro século, implantadores de igrejas, significa que sem eles, que são os primeiros no tempo a chegar e implantar a obra, não haveria igreja. Sem implantação da igreja, não há como desenvolver os demais ministérios.
Particularmente penso que os membros do grupo seleto foram missionários, e no caso deles, 1Co. 12:28 faz sentido nas duas possibilidades. Patrick Johnstone entende que 1Co. 12:28 refere-se a missionários, por serem os primeiros no tempo a chegar e implantar a obra.
A passagem: “ E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres,” (Efésios 4:11). Pode também ser entendida das duas maneiras. Ou apóstolos em Ef. 4:11 são os membros de grupo seleto, nosso fundamento, ou são os missionários transculturais do primeiro século. Contudo, como Ef. 4:11 parece se referir a ministérios das igrejas locais, e uma vez que os membros do grupo seleto são insubstituíveis, então neste caso, Ef. 4:11 diz respeito aos apóstolos, missionários transculturais do primeiro século.
À luz do que temos visto, como podemos ser igreja apostólica hoje?
5. COMO PODEMOS SER IGREJA APOSTÓLICA?
Podemos ser uma Igreja Apostólica de três maneiras. A primeira, é simplesmente nos esforçando para continuar nas práticas e doutrinas apostólicas (At. 2:42; Gl. 2:9; Ef. 2:20), pois o grupo seleto é alicerce da Igreja.
A outra maneira, é nos tornar uma Igreja Missionária, levando o Evangelho para os cantos não evangelizados do mundo, como fizeram, Barnabé, Andrônico, Júnias, Timóteo, Silas, Lucas Paulo e outros. Igrejas que se recusam a investir nas áreas não evangelizadas, não deveriam se considerar apostólicas. Pois estão ignorando a dimensão missionária da palavra apóstolo. Visite o site
www.aup.org para informações sobre povos não alcançados. Envolva-se.
A terceira possibilidade é nos propor a ser testemunhas de Jesus, no sentido mais amplo da palavra apóstolo. Contudo, este sentido não pode invalidar a submissão ao ensino do grupo seleto. E nem nosso envolvimento na obra transcultural.
Precisamos considerar estas três possibilidades conjuntas de ser apostólicos, para de fato o ser.
6. POR QUE NÃO USAR SERVO COMO TÍTULO ECLESIÁSTICO?
Estando no contexto de inovação para títulos eclesiásticos, como apóstolo, por que não usar a palavra servo? Esta não foi utilizada como título no primeiro século. Mas com certeza expressa bem a natureza do serviço e vida cristã.
Há três palavras no NT para servo: diaconos, leitourgos e doulos. Foram usadas por Paulo para descrever sua condição de servo em relação a Deus e aos irmãos. Se realmente servirmos a Deus (ser servo de Deus) obedecendo aos seus mandamentos (Jo. 14:23), seremos também servos uns dos outros (Mt. 23:11). E amaremos nosso próximo como a nós mesmos (Mt. 19:19).
Diaconos no NT tem um sentido específico, ao referir-se ao grupo de pessoas eleitos para trabalhos práticos (At. 6:1-6; 1Tm. 3:8, 12; Fp. 1:1). Mas tem também um sentido mais geral, denotando que a pessoa está sob ordens, ou seja, um servo.  Neste sentido, Paulo era um diácono de Cristo 1Co. 3:5; 2Co. 3:6; 2Co. 6:4; Ef. 3:7; Fp. 1:1. Não somente Paulo, mas também Timóteo (1Ts. 3:2; 1Tm. 4:6). Epafras (Cl. 1:7). E Tíquico (Ef. 6:21; Cl. 4:7). Veja que os líderes das igrejas, se denominavam servos, sob as ordens de Cristo.
Até mesmo Jesus foi constituído diácono da circuncisão (dos judeus), como consta em Rm. 15:8. Ele espera que sejamos servos (diaconos no grego) uns dos outros (Mt. 23:11; Mc. 9:35; 10:43).
Outro termo utilizado por Paulo para servo é leitourgos. Refere a um servo, que a semelhança de um funcionário público, presta serviço a comunidade, ou ao próximo.  Paulo definiu-se como ministro, utilizando leitourgos, em Rm. 15:16. “ para que eu seja ministro (leitourgos) de Cristo Jesus entre os gentios, no sagrado encargo de anunciar o evangelho de Deus, de modo que a oferta deles seja aceitável, uma vez santificada pelo Espírito Santo.” (Romanos 15:16). Este termo nos lembra que Paulo ao servir o Senhor, o fazia servindo ao próximo.
A passagem de At. 13:2, afirma que serviam ao Senhor, quando o Espírito Santo disse, separai Paulo e Barnabé para a obra que os tenho chamado. O verbo servir neste texto é leitourgeo, do qual vem leitourgos. Ou seja, serviam eles ao Senhor, conforme serviam aos cristãos de Antioquia. E só ai foram chamados para o campo missionário. Deus chamou os que já sabiam servir, no pleno exercício do ministério. Os apóstolos Paulo e Barnabé eram servos (leitourgos), por isso foram chamados.
O terceiro termo utilizado por Paulo é doulos, escravo.  Era um servo completamente sem direito, totalmente sob as ordens e à mercê de seu dono. Era um dos termos prediletos de Paulo (Rm. 1:1; Gl. 1:10; Fp; 1:1; Tt. 1:1). Ele até mesmo se considerava um escravo dos Coríntios (2Co. 4:5). Jesus ao se humilhar pela encarnação, foi conhecido também como um servo, doulos (Fp. 2:7). Mesmo Jesus abriu mão de tudo, se colocando como um escravo, sem direito, no exercício de sua obra missionária salvífica.
Os três termos no grego para servo, diaconos, leitourgos e doulos, expressam a natureza do serviço e vida cristã. Deveriam ser mais usados por líderes eclesiásticos, como o foram por Paulo para descrever sua condição ministerial.
CONCLUSÃO
Concluímos pelo nosso estudo os seguintes pontos:
· O uso dos verbos pempo e apostello no NT, indicam que sempre houve pessoas enviadas por Deus para tarefas específicas. Pessoas como Moisés, Elias e João Batista. Entre estes enviados, Jesus é singular no papel de salvador;
· Entre os enviados, além dos profetas e Jesus, há um grupo seleto de apóstolos. Estes são alicerce da Igreja (At. 2:42; Gl. 2:9; Ef. 2:20). O grupo é constituído pelos doze, mais Tiago, irmão de Jesus, e Paulo;
· Há também os enviados (apóstolos), que foram os missionários transculturais do primeiro século. Pessoas como Barnabé, Andrônico, Júnias, Timóteo, Silas, Lucas e outros. Precisamos de mais apóstolos neste sentido;
· Há um sentido amplo para a palavra apóstolos, pois todos nós somos enviados do Senhor para ser suas testemunhas (At. 1:8);
· Os apóstolos do grupo seleto foram humildes em reconhecer que o poder e capacitação vinham de Deus. Tanto por seu operar (energeo), como por sua energia (energeia), tinham o poder (dunamis);
· Os textos 1Co. 12:28 e Ef. 4:11 se referem aos apóstolos do grupo seleto, ou aos missionários transculturais do primeiro século. Apóstolo como missionário faz mais sentido em Ef. 4:11. Já em 1Co. 12:28, a palavra apóstolo pode se referir ao grupo seleto, ou aos missionários do primeiro século;
· Aprendemos que podemos ser igreja apostólica nos submetendo ao ensino do grupo seleto (alicerce da igreja). Assim como sendo uma igreja missionária, levando o evangelho para aqueles que nunca ouviram. Como fizeram os missionários transculturais do primeiro século;
· Aprendemos que a palavra servo expressa melhor a natureza do serviço e vida cristã. Há três palavras gregas que isso endossam: diaconos, leitourgos e doulos.
Sejamos apostólicos, portanto, segundo o significado e uso da palavra apóstolo no Novo Testamento. Sejamos obedientes aos ensinos do grupo seleto (At. 2:42; Gl. 2:20; Ef. 2:20). Façamos missões como ordenado (Mt. 28:19). Sejamos testemunhas de Jesus (At. 1:8). Façamos tudo isso simultaneamente, reconhecendo que a capacidade vem de Deus. E com atitude de servo.


15 _ O Preço do Amor
A fascinante história de Jacó trabalhar com alegria, esperança e muito afinco durante sete longos anos, numa região desértica e debaixo de um sol causticante, não foram nada em comparação com a grande expectativa de, no final do estafante labor, ter a tão sonhada de seu coração, a formosa Raquel. Talvez o mais triste de toda a história foi ter sido enganado pelo seu sogro Labão, que ao entardecer deu Leia, para ser desposada, em lugar de Raquel, isto porque não quis quebrar um costume da cultura da época, que a primogênita deveria ser a primeira a se dar em casamento, mas nem isso foi motivo desanimador para o apaixonado Jacó trabalhar.

14_ Coragem e covardia
Após Deus ter dado a ordem para espiar a terra, Moisés escolheu um de cada tribo e apresentou a eles uma lista de 14 itens, tais como: tipo de terra, povo, solo, cidades, etc., o que ajudaria no desenvolvimento da estratégia certa para conquistar a terra. Tudo foi feito corretamente, inclusive no detalhe até de trazer o fruto da terra, mas falhou o fator motivador que foi a maneira de ver dos dez, ou falta de fé, que influenciou negativamente toda a nação israelita. Quando olhamos para os gigantes da Janela 10-40 (2,3 bilhões sem Cristo, 99% dos pobres menos evangelizados do mundo, a grande força missionária islâmica, analfabetismo, miséria, epidemias, etc.), entendemos que necessitamos de uma NOVA ÓTICA DE VER MISSÕES, como tiveram os tão conhecidos e corajosos Josué e Calebe. Os outros dez não são lembrados porque nós não apreciamos guardar recordações de covardes...

13 _ O Fazendeiro ( Fidelidade e Missões)
Certo fazendeiro vendo a necessidade e carência de sua comunidade pensou em fazer algo que amenizasse o sofrimento dos desfavorecidos, mas ao mesmo tempo viu que era impossível fazer tudo sozinho. Então ele resolveu reunir os fazendeiros vizinhos para expressar-Ihes o desejo do seu coração: Como realmente seria difícil para uma só pessoa ajudar a tantos carentes. Assim, ao meditar na proposta do fazendeiro, os outros se propuseram a fazer o seguinte: Cada manhã, quando fossem tirar o leite, separariam um litro e o colocariam num tonel que estaria em um lugar de livre acesso a todos. No final do dia, ele pegaria o tonel e distribuiria o leite com a comunidade carente. A aprovação foi geral e todos seguiram para as suas casas com o propósito de iniciarem o planejado. No dia seguinte, o fazendeiro colocou o tonel no lugar combinado e foi cuidar de seus afazeres. Ao findar do dia, para sua grande surpresa, verificou que o tonel ao invés de leite estava cheio de água. Ficou sumamente perplexo e nada compreendeu. Bateu o sino e reuniu todos os fazendeiros para descobrir o que havia ocorrido, pois esperava encontrar leite e não água. Ao perguntar aos fazendeiros, alguém levantou a mão e confessou que realmente ele tinha errado, porque ele sabia que cada pessoa colocaria um litro de leite e logo não faria diferença se ele colocasse um litro de água no lugar do leite. Mas, todos pensaram a mesma coisa. Cada um esperava que o outro fosse cumprir a sua parte e ao final, todos, pensando nisso, colocaram água em vez de leite.

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