Jair
Souza Leal _ Artigos de 16 a 20
www.uniaonet.com/msgjairleal16a20.htm 16- Experimenta 17 - Comida e sobremesa 18 - Porque não literatura 19 - Os Deportados 20 - Gênesis
Em recente campanha publicitária, visando promover determinada
marca de bebida alcóolica, os publicitários usaram a estratégia
de apelar às pessoas para que a experimentem. Na propaganda, todos
que experimentam a tal bebida, aprovam; e passam a incentivar outros
a fazer o mesmo.
Sai então, pelas ruas da cidade, uma multidão em procissão,
com um copo do líquido na mão, numa frenesi, a recitar o insinuante
e persuasivo "experimenta... experimenta... experimenta". Há um
momento de tensão; alguém parece estar alheio ao movimento e por
isto resiste, mas só até que alguém lhe cochicha aos ouvidos e ele
também experimenta. Subentende-se assim que, até os mais durões
não conseguem resistir ao ovacionante "experimenta"; e experimentando,
inquestionavelmente irá se incorporar à multidão dos zumbis seduzidos.
Sabemos quem é o público alvo nas campanhas publicitárias
das indústrias do vício, bem como as estratégias utilizadas pelos
profissionais do marketing para divulgar o produto. Seu público
alvo são as nossas crianças e adolescentes. Quanto aos que já são
consumidores (forçosamente adultos), dificilmente abandonarão seu
vício, trocarão de marca ou consumirão mais do que já o fazem. Quanto
aos que não são consumidores, dificilmente passarão a ser por assistir
a um comercial de TV. Então, toda investida do marketing, visa alcançar
um novo e promissor mercado consumidor, os que estão chegando. São
eles quem vão garantir o mercado e lucros futuros; são eles quem
são disputados; e são eles mais susceptíveis às sugestões da mídia.
Quanto aos métodos, obviamente não se pode querer vender
um produto danoso ligando-o aos resultados que provoca, as conseqüências
que o acompanham. Portanto, ninguém vê as propagandas de bebida
coligada com a destruição da família, mortes em acidentes de trânsito
- que mata mais do que na guerra, a doenças e hospitais, a ruína
profissional, financeira, de relacionamentos familiares e conjugais,
a sarjeta.
Vê gente bonita e famosa festejando, conversando alegremente,
despreocupadas, longe de problemas, em ambientes sedutores, fazendo
coisas extravagantes, praticando esportes radicais, inseridos em
paisagens exuberantes e fazendo forte apelo àqueles que querem curtir
a vida com o melhor que ela tem a oferecer.
Ao final das propagandas aparecem os invisíveis e quase hilários
alertas do tipo: "aprecie com moderação", "quando beber não dirija".
Tanto a realidade daqueles que consomem o produto, quanto os alertas,
formam uma verdadeira antifonia com a mensagem que foi passada,
e indubitavelmente absorvida, visando produzir exatamente o consumo.
Forçosamente não posso concordar com o produto que é apresentado,
não posso admitir o incentivo, pela mídia de massa, de produtos
que causam desgraças à sociedade e à vida alheia, ainda mais travestido
de oásis no deserto, quando na verdade não passa de uma conveniente
e lucrativa miragem. Entendo
porém, que esta é a uma das característica do mundo capitalista
em que vivemos, onde o consumismo e o livre arbítrio são o carro
chefe. Fico como o advogado que é designado pela justiça para defender
um reconhecido assassino, provar sua inocência, pois isto faz parte
do direito legal e da ética profissional. Afinal, a publicidade
tem sua parcela de culpa por enfeitar a isca tornando-a sedutora
e atrativa, mas a decisão de morder esta isca é estritamente pessoal.
A influência incentiva mas não obriga, morde quem quer. Surpreendentemente,
devo confessar que concordo com o conteúdo desta propaganda, obviamente
conjugando-o com um “produto” diferente, verdadeiro e real. Experimentar
é a melhor maneira de se conhecer alguma coisa. O cristianismo evangélico
prega isto. Nossas mensagens sobre a pessoa de Jesus é direcionada
para o incentivo de que cada pessoa tenha a sua experiência pessoal
com Ele; que cada pessoa, individualmente, possa experimentá-lo. Para
nós, cada pessoa que se torna um cristão, o faz por ter tido uma
experiência pessoal com Deus. Todos que O experimentam jamais se
arrependem, e buscam ajuntar-se àqueles que tiveram experiência
semelhante, sentindo-se impelidos a incentivar outros. Esta propaganda
é perfeitamente coerente com o espírito cristão. Esta
sempre foi a propaganda que fizemos aos que professem uma religião
nominal, hereditária, e que jamais tiveram uma experiência pessoal
com Deus; aos que apenas possuem um conhecimento intelectual da
pessoa de Deus, uma crença na Sua pessoa baseada em informações
de segunda mão. A
bem da verdade, esta é uma propaganda que antecede até mesmo o cristianismo.
Nós a encontramos no Antigo Testamento nos seguintes termos: “Provai,
e vede que o Senhor é bom” (Salmo 34:8). Nas palavras atuais; “Experimenta,
e veja que o Senhor é bom”. Ele é irresistível, extraordinário,
incrivelmente bom, mas isto só deixará de ser uma informação para
se tornar uma realidade quando você experimentar. Por
Ele sim! Vale a pena ovacionar, individualmente, coletivamente,
ou em procissão pelas ruas da cidade, o insinuante e persuasivo;
"experimenta... experimenta... experimenta". Ele não decepciona,
não é uma miragem, não é uma ilusão, não é um enganador. Jamais
irá trazer desgraças a sociedade nem a vida individual. Jamais irá
gerar doenças, provocar acidentes, romper relacionamentos, arruinar,
fazê-lo perder o emprego, a dignidade. Jamais irá torná-lo agressivo,
abusivo, tolo, causador de problemas. Ele faz exatamente o contrário.
Aquilo
que o outro produto promete, só Jesus pode cumprir. Razão de viver,
felicidade, amizade, dignidade, prosperidade, enfim, tudo de bom
que se possa esperar nesta vida, só encontramos nEle.
Mas
sabe quando você comprovará isto? Sabe quando poderá descobrir e
ver que o Senhor é bom? Quando O experimentar; quando Ele se tornar
real para você, deixando de ser um Ser distante e impessoal, uma
mera informação, para se apresentar vivo dentro de você. Agora
eu te pergunto: O que você experimentará? Jesus ou aquele outro
produto? E o que está esperando? "Experimenta... experimenta...
experimenta" e veja como o Senhor é bom e o outro produto não presta,
independente do rótulo que possua. E
dá próxima vez que ver aquele comercial, substitua o produto. Ouça-o
como se estivesse lhe fazendo um apelo, incentivando você a ter
uma experiência com Jesus. Comece também a fazer o mesmo que no
comercial, incentive pessoas a experimentarem o Senhor Jesus para
que descubram pessoalmente como ele é bom. Eu
te garanto; todos que O experimentam, aprovam; e se sentem impelidos
a incentivar outros a fazerem o mesmo. Este é o meu comercial. 17 Como
são ricas e preciosas as histórias que estão registradas nos Evangelhos,
ou melhor, em toda a Bíblia, não é mesmo?! Certamente que estão
recheadas de princípios espirituais que norteiam a nossa vida e
nutrem o nosso espírito. Eu só não entendo bem como pode haver pregadores
tão pobres e superficiais tendo em mãos tão abundante e inesgotável
fonte de riquezas. Deus os teria chamado sem tê-los capacitado?
Quantos
em sua pregação lêem um texto bíblico por pretexto sem se ater a
ele, sem nada acrescentar, sem exaurir sua riqueza e beleza; e além
de serem superficiais, são enfadonhos. Outros, passeiam toda a Bíblia
sem chegar a lugar algum, no fim, falaram tanto sem ter dito nada,
e seus ouvintes vão embora tão vazios quanto chegaram.
Grande parte da culpa pelo desinteresse dos cristãos para
com a pregação da Palavra deve-se a eles. Hoje muitos não gostam
de ouvir pregação ou, preterem-na pelos louvores. Isto tem gerado
uma ênfase cada vez maior e mais exagerada nos cânticos, a ponto
de extinguir as pregações em alguns cultos. É
como a sobremesa assumido o lugar do prato principal ou, substituindo-o.
A bem da verdade, a sobremesa fica cada dia mais saborosa, requintada,
atraente e diversificada; na mesma proporção em que o prato principal
fica cada dia mais fraco, trivial, repetitivo e insosso. Mas
havemos de convir que, os que atuam na área da música, se esmeram
com dedicação, estudam, ensaiam, treinam exaustivamente, buscando
aperfeiçoar e ficar cada vez melhores no exercício do seu ministério;
para vergonha de muitos pregadores que, grande parte das vezes,
não têm o mínimo empenho no cumprimento do seu dever, quando este
deveria ser ainda maior. A
conseqüência é a desnutrição, a infantilidade e a superficialidade
em que vivem muitos cristãos; bem como o surgimento de diversas
heresias e práticas escusas no seio da Igreja. Afinal, quem estará
melhor preparado para servir ao Senhor, enfrentar crises, tentações,
e viver uma vida coerente com a vontade de Deus; os que se alimentam
da Palavra, ou os que vivem a saborear deliciosas sobremesas? Como
Jesus expulsou o tentador; cantando, ou usando a Palavra que ele
conhecia bem? (Mateus 4:1-10). Que força teremos para combater o
mal se não nos alimentarmos? E quando a dúvida, a enfermidade, a
tentação, a perseguição, a morte vierem bater à porta, como enfrentar;
cantando, ou estando revestido da armadura de Deus e empunhando
a espada do Espírito, que é a Palavra? (Efésios 6:10-18) Qual
a ênfase maior que encontramos no Novo Testamento; o louvor ou a
pregação da Palavra? Quantas vezes encontramos Jesus ou seus apóstolos
cantando; quantas vezes os encontramos expondo as Escrituras para
o povo? Aparentemente,
hoje, nós nos aproximamos mais do Antigo do que do Novo Testamento,
pois quando lemos o Novo Testamento, temos a clara idéia de que,
o que dominava a mente, o coração e as práticas da igreja primitiva
era, em grande parte, a evangelização, a pregação da palavra e a
oração. Então,
tudo se deve àquela velha tendência que a Igreja tem de oscilar
entre os extremos. Se em gerações passadas a música ocupou um lugar
inexpressivo, hoje houve uma inversão. Há sempre o perigo de não
enfatizarmos aspectos importantes da fé e em outras gerações eles
retornarem com ênfase demasiada. É
certo que em cada era do cristianismo fez-se necessário enfatizar
certos aspectos da doutrina cristã mais que em outras. O problema
é que tendemos a enfatizar o que é necessário para o momento esquecendo
do resto. Por exemplo, houve época que estava em jogo a humanidade
e a divindade de Jesus; daí, foi preciso dar uma ênfase maior na
doutrina da pessoa de Cristo. Outra época foi a doutrina da salvação
pela graça; daí a grande ênfase que os reformadores precisaram dar
na justificação pela fé. Houve
ocasiões em que certas doutrinas eram omitidas ou pouco enfatizadas
nas pregações e no ensino; como a da evangelização e a do Espirito
Santo. Assim, a Igreja viveu períodos de letargia espiritual e pouca
influência no mundo. Até que isto redundou nos grandes empreendimentos
missionários e no movimento pentecostal. O
erro cometido é deixar de ensinar os demais aspectos da fé enquanto
enfatiza um em momento necessário. Sem negar que deva haver certas
ênfases, devemos ensinar as pessoas a observar todas as coisas que
Jesus nos mandou (Mateus 28:20). Somos
contra o louvor nas igrejas? Absolutamente! Somos contra ele ocupar
o lugar principal nos cultos e na vida cristã. O louvor é bíblico,
é bom e é o meio que Deus tem usado no presente para trazer unidade
à sua multifacelada Igreja; é também evidência clara de avivamento,
além de ser um grande motivador à espiritualidade, fervor e piedade;
porém, comparado com a pregação da Palavra, é como a sobremesa comparada
com o prato principal. Portanto,
não queremos que o prato principal seja substituído pela sobremesa.
Infelizmente, as crianças normalmente preferem a sobremesa ao prato
principal. Somente adultos podem reconhecer que, conquanto a sobremesa
seja mais saborosa, a refeição é mais importante. Obviamente, cada
qual tem a sua hora e lugar, devem conviver juntas sem que uma seja
eliminada ou trocada pela outra.
Então, é hora de aprender com Jesus o que é ser um pregador
da Palavra; é disto que o nosso povo precisa. Pregadores verdadeiros
e profundos. De tagarelas já bastam os políticos da nossa sociedade
que, para angariar votos, dizem coisas que não fazem, e eles mesmos
não acreditam. Para
Jesus cada pergunta, cada circunstância, cada acontecimento, por
mais trivial, não lhe passava desapercebido
e se transformava em grandes e poderosos ensinamentos. É pena que,
hoje, a função, e não a sensibilidade, move os grandes pregadores.
Não se ensina mais pelo viver mas, pelo cargo que se ocupa, com
dia, hora e lugar determinado. Em conseqüência disto há uma falta
de unção, de resultados reais e duradouros, de autoridade e poder.
Jesus
sempre aproveitou cada oportunidade para ensinar e pregar. Não dependia
de púlpito nem de multidões, só da ocasião. Qualquer jumento, barquinho,
monte, casa, estrada, mesa, pedra, era o púlpito de Jesus. Sua vida
ensinava tanto quanto as suas palavras. Muitos
hoje precisam de um púlpito, de um auditório, de uma grande igreja,
de um estádio, e de multidões para que possam ensinar e pregar.
Jesus ensinava até com seu comportamento. Que mestre, que pastor,
que pregador; que ensina com a vida e com as palavras, a qualquer
pessoa, em qualquer ocasião e lugar. Poderíamos
concluir afirmando que; foi com louvor que se derrubou as muralhas
de Jericó, mas foi com a espada afiada que se conquistou a vitória.
Então, pense no louvor como sendo o carro de fogo que levou Elias
até o céu para colocá-lo diante de Deus em reverência e adoração
(2 Reis 2:11); e na pregação, como sendo o momento em que Deus fala,
ensina a Sua vontade, e nos faz voltar à realidade para aplicarmos
aquilo que aprendemos; para termos uma vida diferente, santa e profunda.
Preparemos
e saboreemos deliciosas sobremesas; sem deixar de preparar e degustar
deliciosas refeições. 18
Vem despontando no Brasil, nos últimos anos, grandes talentos
da música evangélica. Eles têm buscado e alcançado a excelência.
Certamente que em nenhum outro tempo da nossa história pudemos louvar
e adorar a Deus com tanto entusiasmo, beleza, qualidade e profundidade.
Há bem poucos anos atrás ouvíamos e cantávamos as músicas
aprendidas dos missionários que alcançaram a nossa pátria com o
evangelho e nos invadiu com a sua cultura. Louvamos a Deus por suas
vidas, sua dedicação, sua braveza e, especialmente, pela verdade
do evangelho a nós revelada por seu intermédio.
Longe estou de querer mostrar ingratidão para com o seu labor,
entretanto, penso que, por vezes, eles acrescentaram à mensagem
do Evangelho um pouco da sua cultura, nos ensinando como uma única
coisa. Nós, ainda hoje, temos dificuldade em despir a imutável verdade
da roupagem cultural que lhe vestiram.
Como a música sempre acompanha a pregação da palavra, esta
foi uma das áreas mais influenciadas. A título de exemplo, grande
parte das músicas e dos estilos que cantamos por anos a fio, vieram
acompanhando os desbravadores missionários. Porém, hoje, com esta
explosão de talentos, já ouvimos e cantamos as nossas próprias músicas;
já louvamos e adoramos a Deus de maneira toda nossa; já desenvolvemos
nosso próprio estilo e até já exportamos as nossas músicas.
Fizemos sem sombra de dúvida um grande avanço nesta área,
até ao ponto de sermos, ou estarmos nos tornando o celeiro e polo
irradiador da adoração a Deus através da música.
Na proporção inversa, porém, a área literária pouco avançou
e, conquanto sejamos o celeiro da evangelização mundial, ainda necessitamos
importar literatura (de muitos que só possuem nome e diplomas e
não mais o poder, a unção e a graça de Deus), para nos ensinar e
instruir sobre o caminho que devemos andar.
E ainda que não desprezando a contribuição que nos deram
neste sentido, já está na hora de mudarmos e passar a valorizar
e incentivar a literatura nacional, afinal, temos competentes pregadores,
teólogos, mestres e escritores.
Este é uma desafio que devemos nos conscientizar, especialmente
se levarmos em conta que as editoras atuantes no Brasil dedicam
mais da metade do seu volume de publicações à tradução de autores
estrangeiros; o pequeno espaço e lugar que ocupa o autor nacional
no acervo disponível em livrarias evangélicas; a falta de incentivo
por parte de nossas lideranças visando florescer e despontar mentes
literárias capazes de preencher esta lacuna; e, a falta de incentivo
dos fiéis para com a leitura, o saber, a cultura e a instrução (que
o povo brasileiro, especialmente os evangélicos tanto necessitam). Costumamos
seguir a tendência secular de investir muito em música, construção
de soberbos edifícios e realização de grandes movimentos de massa,
como se isto fosse suficiente para atrair e manter o povo na fé.
Minha esperança é que, como aconteceu na música, venha a
acontecer também na literatura. Tenho a convicção de que este ministério
literário, tendo a mesma unção e poder de Deus demonstrados na adoração,
venha reverter este triste quadro que clama; e sei que talentos
não faltarão.
Devo registrar porém, que, já há algumas editoras brasileiras
que tiveram a iniciativa e proposta de publicar exclusivamente autores
nacionais, e além de se tornarem pioneiras neste aspecto, demonstram
o valor atribuído ao nosso país e a oportunidade que dão aos talentos
nacionais. Que
outras possam imitar esta iniciativa e o tempo confirme a certeza
que tenho de que despontarão grandes e brilhantes talentos que,
como na música, reverterão este quadro. Não
desprezemos a literatura e o conhecimento dos nossos co-irmãos de
outras nações, mas valorizemos os talentos que o Senhor Jesus tem
dado a nós. Lembrando também que a verdadeira adoração que é agradável
a Deus não consiste dos cânticos que Lhe prestamos, mas de uma vida
santa que Lhe consagramos. 19
- Os Deportados
20
- A Atualidade de Gênesis (da série de mensagens no livro
de Gênesis) Estamos diante do mais antigo livro da Bíblia, e da
humanidade (perdendo talvez, somente
para Jó, em termos da data que foi escrito, mas, não em termos
da história que narra). Entretanto, uma das características marcantes da divina
inspiração da Palavra de Deus, é que ela se renova a cada manhã,
jamais envelhece, nem se desatualiza e nunca se torna irrelevante. Qualquer outro livro, resiste
muito pouco ao decurso dos tempos, antes de se tornar ultrapassado,
mas, este livro divino, nunca e jamais ficará ultrapassado, nem
descontextualizado, jamais poderá ser descartado, ou desprezado,
antes, sua mensagem, a cada dia, se torna mais atual e relevante,
cada dia mais moderna, e como nunca, tem falado ao nosso tempo,
e tem se mostrado sempre mais robusta e penetrante. Porventura, não nos espanta,
como os detalhes, por vezes imperceptíveis, são a realidade e o
fundamento da atualidade deste livro? Talvez, você nunca tenha pensado
nisto, então, deixe-me te ajudar nesta tarefa: Observe: A nossa semana, que é de sete
dias, com um de descanso, é algo tão comum, mas não nos remete ao
Gênesis? Não teve nele a sua origem? (2:1-2) A diferença entre o homem,
como ser racional, e os animais, não nos remete ao Gênesis? Não
teve nele a sua origem? (1:26) Quando assistimos ou participamos
de um casamento, onde o homem deixa seu pai e sua mãe, e se une
à sua mulher, tornando os dois uma só carne, formando uma família,
isto não nos remete ao Gênesis? Não teve nele a sua origem? (2:24) Em Gênesis, não encontramos
o princípio da monogamia, que é adotada na maioria dos países do
mundo, e que serve de crítica ao divórcio, hoje tão banalizado;
à sexualidade distorcida; ao sexo fora do casamento, isto, não nos
remete ao Gênesis? Não teve nele a sua origem? A cada nascimento, a cada dor
sofrida pela mamãe na gestação e na concepção, isto, não nos remete
ao Gênesis? Não teve nele a sua origem? (3:19) Quando você tem um duro dia
de trabalho, tem vontade de “chutar o balde”, mas sabe que é do
suor do seu rosto que vai tirar seu sustento e o dos seus entes
queridos, chegando em casa, cansado, fatigado, não te lembras de
Gênesis? Isto não teve nele a sua origem? (3:17-19) Quando você veste a sua roupa,
ou, quando não a tem para vestir, não te lembras de Gênesis? Aliás,
o comércio do vestuário, as indústrias de tecidos e da moda, deveriam
ser gratas a Gênesis e nunca esquecê-lo. (2:25) Quando és perseguido, por ser
servo de Deus, isto não te remete ao Gênesis? Não foi lá o princípio
da maldição lançada, e do ódio que haveria entre os que servem a
Deus e os que não servem? (3:15) Quanto a você que é mulher,
e está em posição de submissão ao marido, dolorosamente, não te
lembra de Gênesis? Não foi lá a origem disto? (3:16) Quando contemplas a natureza,
e vês as estações do ano, as chuvas, o arco-íris, não te lembras
de Gênesis? (8:21-22: 9:1-16). Cada vez que você se alimenta
(9:2-3), cada vez que se aproxima de um animal e ele foge em disparada,
ou reage com ferocidade (9:2), não te lembras de Gênesis? Não foi
lá a origem de tudo isso? E quanto as diversas línguas?
As dificuldades e barreiras na comunicação, as aulas de língua estrangeira,
os vestibulares, as provas, os testes em empresas, que te desclassifica
ou dá uma tremenda dor de cabeça, não te lembra Gênesis? (11:7-9). Quando ouves no noticiário,
o nome Israel, este nome, não te lembra Gênesis? Não teve nele a
sua origem? (12:1-3; 32:28) Não é também Gênesis, o berço
das três principais religiões monoteístas do mundo? Abraão é considerado
e reivindicado como o pai do judaísmo, do cristianismo e do islamismo.
Não são as disputas entre estas religiões, que põe em polvorosa
o Oriente Médio e o mundo? Pois é a antiga disputa entre Ismael
e Isaque, ou melhor, entre Palestinos e Israelenses. E onde tudo
começou? Quanto a todo sofrimento e
miséria que nos assedia; quanto à unidade da raça e sua origem comum;
as chuvas que nos lembram o dilúvio; a trasladação de Enoque, que
nos lembra o arrebatamento da Igreja; a história de José e a preservação
do Egito; a história das vacas gordas e magras, que até se tornou
um chavão. O que te lembra? Mas, se você pensar, que Moisés,
autor humano deste livro, foi instruído em toda ciência do Egito
(Atos 7:22), mas não foi influenciado pelo saber da sua época, antes,
escreveu o que lhe foi revelado por Deus, só podemos afirmar: Gênesis,
é um livro eterno, tem um saber puro, e só pode ter origem em Deus. Somente Deus, poderia ter levado
Moisés, a contrariar a ciência de sua época, e escrever um livro
que romperia os séculos, alimentaria multidões, físico, mental,
intelectual e espiritualmente. É o único e mais antigo ensino,
a dar a razão confiável da existência presente e a esperança na
existência futura. O único livro que peita a ciência, que, apesar
de todo avanço, nunca o pode desacreditar, antes, ela vem sendo
desmascarada e desafiada pelo livro de Deus. Diante disso, só resta nos
curvar ante o Todo Poderoso, e agradecer por esta palavra gloriosa,
que renova e refresca a alma, por vezes ressecada pelas agruras
da vida, assim como, o orvalho, refresca a relva toda manhã. Adoremos ao Deus eterno, soberano,
criador e sustentador de todas coisas (Isaías 40:6-8). E, a Ele,
seja a glória para sempre. Amém. O Livro dos princípios
(da série de mensagens no livro
de Gênesis) Seu nome, é bem apropriado, pois desenrola diante de
nós, como tudo começou; o universo, a história da humanidade, a
história da redenção. Fatos que, para muitos, parecem
ser males da modernidade, poderão ser confirmados neste livro, que
são tão antigos, como a própria humanidade. Por esta razão, podemos
afirmar que o homem, em sua essência, é o mesmo ontem, hoje e sempre.
A Palavra de Deus, será sempre
atual, pois fala ao homem pecador, e este sempre necessitará desta
Palavra. Em Hebreus, encontramos esta
afirmação, “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre.”
(13:8), Ele também, será sempre necessário ao homem pecador. Uma vez constatada a eterna
necessidade deste livro, e já que estamos falando de princípios,
devemos verificar mais de perto, que princípios, afinal, este livro
nos apresenta. 1.
O
princípio do tempo. Que indica a eternidade de Deus e a finitude
do homem; indica que haverá um fim, e um novo princípio eterno com
Deus. “Desde o início faço conhecido o fim, desde tempos remotos,
o que ainda virá.” (Isaías.46:10) 2.
O
princípio do universo, da vida animal e humana, da história da raça;
o princípio daqueles a quem Deus se revelou. 3.
O
princípio do casamento, da família, do projeto de Deus para a harmonia
do mundo, e dos relacionamentos humanos. Sempre que quaisquer destes
princípios, forem adulterados pelo homem, as conseqüências serão
catastróficas. 4.
O
princípio do pecado na raça humana, e conseqüentemente da dor, do
sofrimento e da morte. O princípio de tudo que amargura a nossa
vida, e que tem início, com a desobediência à Deus. O inverso também
será verdadeiro, a felicidade e alegria na vida, sempre terá início
com a obediência a Deus. 5.
O
princípio do ódio, da ira, do homicídio, da mentira, da arrogância,
da murmuração, da poligamia, da vingança, da perversidade, da malícia.
Estas não são coisas tão modernas e ao mesmo tempo tão antigas? 6.
O
princípio da adoração, da dedicação a Deus de dízimos e ofertas
como forma de gratidão Àquele que nos criou e nos sustém. Isto também
não é algo inventado pela modernidade. 7.
O
principio da nação de Israel, através do chamado de Abraão, e o
embrião da Igreja. Jamais devemos nos esquecer deste princípio. 8.
O
princípio das bênçãos e das maldições, divinas e humanas. 9.
O
princípio do ódio e divisão, entre aqueles que pertencem e honram
a Deus, e os que se rebelam contra Ele e O desafiam. Em toda Bíblia
encontramos esta divisão – justos e ímpios. Os justos são orientados
a não se misturar com os ímpios, pois a luz não tem comunhão com
as trevas, e jugos desiguais são condenáveis. Mas sempre que for
desobedecido este princípio, as conseqüências virão. Também, nunca
faltou, nem faltará, a perseguição, dos justos pelos ímpios. 10.
O
princípio da história da redenção, da revelação salvadora de Deus
e das promessas evangélicas. 11.
O
princípio das línguas diferentes e das barreiras sócio-políticas-culturais-geográficas,
que tanto infernizam a humanidade. 12.
Também
o princípio da invocação ao nome do Senhor. Mas, acima de tudo, encontramos no princípio,
Aquele que é antes do princípio. “No princípio era aquele que é
a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Ele estava com Deus
no princípio. Todas as coisas forma feitas por intermédio dele;
sem ele, nada do que existe teria sido feito.” (João 1:1-2) Este foi o que adentrou o tempo, “O que era
desde o princípio...se manifestou...” (1João 1:1-2). Ele é o primeiro
e o último; o que é, que era e que há de vir (Apocalipse 1:8). Nele,
por Ele e para Ele, tudo foi criado, e por Ele subsiste (Colossenses
1:15-17). Todo bem, todas as maravilhas que existem no
universo, foram criadas
por Deus. Precisamos contemplar a natureza em adoração à Deus. O
diabo não criou nada, nada pertence a ele, é tudo do Criador, ele
só atormenta e atrapalha. Mas, todo mal que entrou nesta criação maravilhosa
de Deus, através da obra que Jesus realizou, será desfeita (1João
3:8), e, novamente, esta maravilhosa criação será restaurada, restabelecida,
e novamente reinará a paz, a perfeição, a harmonia e a comunhão
do homem com Deus; conforme foi o projeto original de Deus (2 Pedro
3:10-13). Um novo
princípio, uma nova humanidade, uma nova vida nos aguarda (Apocalipse
21:1-4). Se, quando contemplamos a criação de Deus, no
livro dos princípios, ficamos estarrecidos e admirados, quanto maior,
não será o nosso êxtase, ao contemplar e ver o que Deus preparou
para nós na eternidade, pela Sua preciosa graça (Apocalipse 21:6-7;
22:1-5). Há outra reação, senão a de nos prostrarmos
diante de Deus e adorá-lo dizendo, “Amém. Vem, Senhor Jesus?”
O
Tempo de Deus (da série de mensagens no livro
de Gênesis) Há algo que podemos observar
em toda a Bíblia, mas, de modo ainda mais grandioso e latente, no
livro de Gênesis, que é, o tempo de Deus. Este tema salta à vista,
e certamente nos traz grande consolo e edificação, ao nos ensinar,
que, Deus está no controle de todas as coisas, e Ele tem um plano
que se cumpre no Seu tempo, no tempo certo. Certamente, que o dito popular
tão conhecido, e que certamente foi criado por boas intenções, se
mostra completamente equivocado. Ele diz: “Deus tarda, mas não falha.”
A verdade porém, é que, Deus não tarda, não falha, não se apressa,
Ele atua no tempo certo, no seu
tempo. Portanto, é deveras fundamental
considerar tão precioso tema, e que muito poderá nos fortalecer
no combate à ansiedade que nos é comum, quando esperamos o mover
e o agir de Deus a nosso favor. O tempo, tal como o conhecemos,
foi criado por Deus, para o homem. Por ser eterno, Ele está acima
e além do tempo. Deus, não tem princípio, meio ou fim, não envelhece,
não tem rugas e nada se Lhe acrescenta pelo passar do tempo, antes,
tudo está presente e patente aos seus olhos (Hebreus 4:13). Ele
vê o fim desde o princípio. Entretanto, Ele criou o tempo para o
homem, que é finito, e em prol deste homem, age e atua no tempo.
Veja como a primeira palavra
que encontramos na Bíblia, é a palavra “princípio“, que indica o começo, não
de Deus, mas do universo, da história humana. Foi o início de algo
que passou a existir num ponto da eternidade, o início de algo que
terá fim. E é neste intervalo da história humana, entre seu princípio
(descrito em Gênesis), e seu fim (descrito em Apocalipse), que está
a atuação de Deus, o desenrolar da Sua revelação e do seu plano
redentor em prol da humanidade que criou, especialmente após a Queda.
Observe como o tempo de Deus se cumpre e se entrelaça
ao nosso tempo. 1. Em Gênesis 3:15, há uma
promessa de redenção da humanidade pela semente da mulher, promessa
esta, que desencadeará diversos acontecimentos antes que venha se
cumprir, como, a criação de uma nação e a preparação do mundo. Ela
foi pronunciada para trazer esperança e fé, mas, só se cumpriu a
quase quatro mil anos após (Gálatas 4:4-5), na plenitude dos tempos,
ou melhor, no tempo de Deus. 2. Em Gênesis 6:3, há uma sentença,
um juízo, um tempo determinado de cento e vinte anos, que só pela
fé poderia ser percebido (Hebreus 11:7). Também hoje, há a promessa
da segunda vinda de Cristo e de um iminente juízo, que ocorrerá
no tempo de Deus, mas que só pela fé podemos aceitar, por isto,
somente os que tem fé na Palavra de Deus, se salvarão, como Noé
(Mateus 24:36-39; 2 Pedro 3:3-13). Quantos morreram nesta esperança?
Quantos perderam esta esperança? Quantos zombam desta promessa?
Quantos ainda hoje tem esta esperança? 3. Em Gênesis 12:1-3, há uma
chamada, uma escolha, uma promessa, uma aliança, que só se cumpriá
no tempo de Deus: a) Promessa de uma benção nacional
- Um grande povo b) Promessa de uma benção pessoal
- um grande nome c) Promessa de uma benção territorial
- uma vasta extensão de terra Quando se cumpriram estas promessas?
Abraão não viveu para ver, morreu na esperança. A benção territorial,
começa a se cumprir no tempo de Josué; a benção nacional, quando
Jacó e sua família, se mudam para o Egito; a benção pessoal, após
a obra messiânica de Jesus (Atos 3:25-26; Gálatas 3:6-18). Este
é o tempo de Deus. Todo Gênesis, gira em torno
desta promessa. Por vezes, a promessa, parecia impossível de se
realizar e completamente falida. Por exemplo, para se cumprir a
promessa de que Abraão se tornaria um grande.povo, só havia dois
pequenos problemas, a idade avançada e a mulher estéril, mas a promessa,
era que o seu filho seria o propulsor desta promessa (Gênesis 15:1-6;
Hebreus 11:11-16). A promessa levou vinte e cinco
anos para se cumprir (Gênesis 17:17-19; 21:1-2). Você sabe o que
é esperar vinte e cinco anos pelo cumprimento de uma promessa, principalmente
quando as circunstâncias são em tudo desfavoráveis? Quanto tempo
você consegue esperar de Deus o cumprimento de uma promessa para
a sua vida? Deus prometeu, e no tempo certo,
eles se tornaram uma nação (Gênesis 15:13-16; conferir com Êxodo
2:23-25; 12:40-41). Mas, antes, teriam de ser preparados, pois iriam
suportar grande padecimento, antes de se apossarem de Canaã. Ainda hoje, Deus prepara o
Seu povo para as tribulações que sobrevêm (Atos 14:22), e deixa
a promessa de libertação. 4. A Oração de Isaque a Deus,
pedindo um filho (Gênesis 25:21-26), levou vinte anos para se cumprir.
5. A promessa, de que do ventre
de Rebeca, sairiam duas nações, onde o mais velho, serviria ao mais
jovem, só aconteceu muitos anos após, no tempo de Deus (36:9), e
não sem ter os grandes reveses. De Esaú, se formou Edom, e de Jacó,
Israel (Gênesis 32:28; 35:9-15). 6. E quanto ao sonho de José
(Gênesis 37:5-11), de que ele salvaria o mundo da fome, de que seria
senhor sobre seus pais e seus irmãos? Se cumpriu imediatamente?
Não. Só veio a se cumprir, longos anos após, ´mas não sem grandes
provações, nem sem o sentimento de frustração (Gênesis 41:40-46).
Demorou treze anos para se cumprir. 7. O sonho de Faraó (Gênesis
41: 1-36), era um aviso para os próximos quatorze anos, sendo dois
períodos de sete anos, um de abundância e outro de fome. 8. Em Gênesis 9:27, está a
promessa de que os semitas, seriam os lideres espirituais dos homens
e guardiãos dos oráculos de Deus, e que ensinariam o mundo a obedecer
e servir a este Deus. Promessa de que os gentios entraríam nas tendas
de Sem, conheceriam o seu Deus e seriam por eles ensinados. Porém,
por todo o Antigo Testamento, parece ser uma promessa infundada,
pois, durante dois mil anos, Deus foi exclusivo ao povo de Israel
(Efésios 3:6). Mas, em Jesus, esta promessa não se cumpriu? 9. Por fim, a promessa de Jacó
a seu filho Judá (49:8-12), de que sua tribuo, seria de reis, o
governo sobre os demais, viria dele. Mas isto, só vem a se cumprir
no tempo de Davi, o segundo rei de Israel. Ele é o leão das tribos,
a tribo que reina. Há aqui também a promessa de
um reinado eterno, e entendemos, que só através de Jesus, que é
o leão da tribo de Judá, esta promessa tem seu cumprimento (Apocalipse
5:5). Que grande consolo, saber que
Deus está no controle de todas as coisas, que Ele tem um plano muito
bem elaborado que se cumpre no tempo, no tempo certo, no tempo de
Deus. Que grande benção, saber que, nós, fazemos parte do Seu plano.
Que grande incentivo, saber que Suas promessas não falham, que sempre
se cumprem, mesmo quando tudo parece perdido. Somos aqui ensinados a esperar
e descansar no Senhor, pois Ele, a seu tempo, dará livramento. Deus jamais se esquece de nós. A aparente demora
na resposta às nossas orações, não deve nos desanimar. Perseveremos
em aguardar o tempo certo, o tempo de Deus. Que não percamos a esperança
de que, os nossos sonhos e aquilo que Deus nos prometeu, se cumprirá.
Creia nisto. Por fim, quanto à vinda de Jesus, que jamais desfaleçamos nesta esperança, e ainda que venhamos a morrer sem a experimentar, que morramos na fé, pois certamente, alcançaremos o galardão
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