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Jair Souza Leal _ é bacharel em teologia, autor do livro 'Quatro Homens e Um Segredo', professor no Instituto Teológico Quadrangular e auxiliar na Igreja Batista Memorial do Industrial. Contagem/MG - Contatos - jairsouzaleal@ig.com.br   
Veja o resumo no www.uniaonet.com/msgjair4homens.pdf

Índice dos Artigos

41 a 51

41 Morcegos na Igreja?
42. Acerca dos Sonhos, Visões e Aparições
43 Quem é o Culpado .

44_ É preciso orar. Mas, como?
45_ Senhor, ensina-nos a orar
46 _ Conhecimento e sabedoria
47_ A maneira errada de orar .
48_A maneira certa de orar
49_ Um modelo para a oração - Aspectos Gerais
50_ A  Invocação
51_ A Adoração


51_ A Adoração =>  "Santificado seja o teu nome..."

 
(Jair Souza Leal*)
 
        Creio ser sábio e prudente que, antes de começarmos a analisar cada parte individual desta oração, respondamos a algumas questões pertinentes e importantes que poderão esclarecer o sentido das palavras de Jesus, como: o que é adoração?
 
        É certo que não tenho a intenção de fazer uma análise exaustiva da questão, pois fugiria ao propósito do momento que é tratar sobre a oração. Entretanto, visto que a adoração está entrelaçada com a oração, ainda que não esgotando o assunto, não dá para prosseguir sem fazer uma pequena consideração sobre a mesma.
 
        Embora sendo este um termo comum em nossos dias, receio que alguns cristãos a identifique com a música ou, palavras de elogio a Deus, tendo uma visão superficial do que é adoração. Certo é que a música, ou as palavras de elogio, são um importante meio de adorar, mas não é a adoração em si; diria que é o fruto da árvore.
 
        De modo bem sintético, defino a adoração, baseado na amplitude do seu sentido bíblico, como sendo o espelhar da glória divina (como a lua espelha a luz do sol). Noutras palavras, adoração é tudo o que sou, penso, desejo, faço ou falo, exaltando, engrandecendo, enobrecendo e glorificando a pessoa e a obra de Deus.
 
        Imagine a água sendo esquentada pelo sol; ela começa a evaporar subindo em direção ao mesmo. Se estiver limpa, sobe água limpa; se estiver suja, sobe água suja. Assim a adoração; ela é o estado do ser explodindo em atos divinamente aceitos. Não é o ato de evaporar que define a adoração, e sim o ser água limpa. O que dela proceder será resultado. O ato é a conseqüência do ser; é o fruto que se espera de uma árvore. Por isso, não basta adorar, é preciso adorar de modo agradável a Deus.
 
        É impossível querer que Deus receba a adoração dos lábios, se ela emana de um coração incrédulo, distante de Deus, e que o desonra por meio de uma vida incoerente. A boca precisa expressar o que o coração está cheio. Não são os belos cânticos que lhe entoamos, e sim a vida santa que lhe consagramos, a real adoração.
 
        O profeta Isaías, ratificado depois por Jesus, denunciou este erro vital. "Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas, em vão me adoram" (Mateus 15:8-9). Não basta dizer "santificado seja o teu nome" se isso for apenas vã repetição, pois este falar será negado pelas ações seguintes. Esta falsa adoração não será aceita por Deus.
 
        Demônios diziam de Jesus, "bem sei quem és: o Santo de Deus" (Marcos 1:24), e nem por isso o estavam adorando. O rei Herodes, teve um trágico fim por não dar glória a Deus. Não por não ter dito "glória a Deus", e sim, por ter a atitude soberba de demonstrar o desejo de usurpar a glória que só a Deus é devida. Deixou-se levar pelos corrompidos elogios de homens que buscavam os próprios interesses.
 
        Sendo assim, a pergunta seguinte é: Todas as pessoas são adoradoras? Digo que sim! Mas nem toda adoração é aceitável a Deus ou dirigida a Ele. Foi o que Jesus disse à prostituta samaritana. "Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta. Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem" João 4:19-24).
 
        Qualquer pessoa pode dizer palavras de adoração, pode recitar esta oração, mas só o verdadeiro filhos de Deus estará expressando o real desejo de ver se cumprindo o que pede ao seu Pai.
 
E a quem devemos prestar adoração? O próprio Jesus responde: "Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles. E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás"  (Mateus 4:8-10).
 
        "Santificado seja o seu nome". O que isso significa? Santificado, significa honrado, reverenciado, considerado santo, glorificado. O que deve ser assim honrado?
 
        O nome! Esta era a maneira como o judeu daquela época comumente aludia ao próprio Deus, pois além do mandamento de não tomar o nome dEle em vão, eles tinham um senso da majestade e santidade de Deus tão desenvolvido, que se tornou costumeiro entre eles jamais pronunciar o nome divino, porquanto sentiam que o próprio nome, e até as letras formadoras dele, eram tão sagradas e santas, e eles mesmos tão pequenos e indignos, que não ousavam mencioná-lo, e referiam-se a Deus com as palavras "teu nome". Portanto, essa expressão indica o próprio Deus, sua pessoa, caráter, atributos.
 
        Deus se revelou aos filhos de Israel usando diversos nomes que destacamos aqui para ampliar a nossa visão da presente fala de Jesus. O nome El ou Elohim -  fala de seu poder, sua força, seu domínio; Elyon - de seu ser sublime e exaltado; Adonai - fala dele como Senhor, onipotente, soberano, a quem tudo está sujeito; Shaddai - como possuidor de todo poder no céu e na terra, que a tudo subjuga, que é o controlador e governador dos seres humanos e da natureza; Emanuel - é o Deus conosco. Yahweh - Eu Sou o que Sou, isto é, imutável, auto-existente.
 
        Com freqüência, certos termos qualificativos eram adicionados ao nome Yahweh. Termos tais como: Sabaoth - O Senhor dos exércitos; Jiré - O Senhor proverá; Rapha - O Senhor que cura; Nissi - O Senhor é minha bandeira; Shalom - O Senhor é nossa paz; Ra'ah - O Senhor é meu pastor; Tsidkenu - O Senhor é nossa justiça; Shammah - O Senhor está presente.
 
        Ao se apresentar com esses diversos nomes, Deus esteve revelando facetas da Sua pessoa, do Seu ser e também do Seu caráter e atributos, para conhecimento da humanidade. Em certo sentido, as palavras "teu nome", envolvem tudo isso. Então, o propósito desta petição visa exprimir o desejo de que Deus, e tudo quanto o seu nome representa, seja reverenciado, honrado, glorificado.
 
        Você já parou para pensar sobre como é possível o nome de Deus ser honrado e reverenciado entre os homens? Através das nossas vidas! Como filhos e verdadeiros adoradores, funcionamos como espelho da sua grandeza e glória. "Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra... E eu lhes fiz conhecer o teu nome, e lho farei conhecer mais, para que o amor com que me tens amado esteja neles, e eu neles esteja" (João 17:6,26). 
 
        Então eu te pergunto: Como filho de Deus, o que você faz tem trazido honra ou desonra ao nome do seu pai? O seu pai tem sido manifestado e conhecido entre os homens através da sua vida e palavras? Não é incoerente orar para que o nome dele seja honrado e viver de modo a desonrá-lo?
 
        O Senhor nos ensina aqui a orar para que a humanidade inteira venha conhecer a Deus desta maneira, que o mundo venha honrar a Deus deste modo. Isso reflete um desejo profundo e ardente do filho em prol da honra e glória do seu Pai.
 
        Este é realmente o seu grande desejo? Você está sendo sincero ao orar? Pode dizer como o salmista Davi no Salmo 34:3; "Engrandecei ao Senhor comigo; e juntos exaltemos o seu nome"? Ele demonstrou estar realmente interessado que a grandeza de Deus transparecesse cada vez mais intensamente entre os homens? Você está disposto a viver de modo que essa honra, esse nome seja assim engrandecido?
 
Continua...

50_ A  Invocação

(Jair Souza Leal)

        Jesus disse: "Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso que estás nos céus." De pronto Ele começa ensinando a quem deve ser dirigidas as nossas orações. É assim que devemos começar a orar, sempre com uma invocação, sempre indicando verbalmente a quem estamos nos dirigindo; antes de apresentarmos qualquer pedido.

        Esta primeira expressão, "Pai nosso", é significativa em seu sentido. Ela nos leva à pergunta: Será que qualquer pessoa pode se dirigir a Deus como Pai? De acordo com a Bíblia, somente os que recebem a Jesus Cristo, pela fé, é que herdam o direito de se tornarem filhos de Deus, e somente estes podem dizer, não por mera recitação, mas com a devida propriedade do termo; "Pai nosso".

        "Mas, a todos quantos o (a Jesus) receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome" (João 1:12). "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito... Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito... Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele... Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus" (Romanos 8:1, 5, 9, 14-16).

        "Ou, que parte tem o fiel com o infiel? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo... E eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso" (2 Coríntios 6:15,16,18). "Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus" (Gálatas 3:26).

        "E (Deus) nos (os que crêem) predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade" (Efésios 1:5). "Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo não nos conhece; porque não o conhece a ele. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos... Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do diabo (estes são os pais espirituais que existem; como identifico de quem sou filho?). Qualquer que não pratica a justiça, e não ama a seu irmão, não é (filho) de Deus" (1 João 3:1,2,10).

        Somente os que estão em Jesus são verdadeiramente filhos de Deus. Jesus mesmo foi quem tornou isso possível. "E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência. Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse, e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus. A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro" (Colossenses 1:17-23).

        Portanto, quando Jesus ensinou a chamar Deus de Pai, estava dizendo àqueles que são seus discípulos, não a toda e qualquer pessoa. Obviamente, qualquer pessoa pode chamar a Deus de pai, mas será que realmente crê nisso? Realmente O conhece como Pai? Quando se aproxima dEle tem este senso de que está se aproximando do seu Pai celeste? Somente um filho verdadeiro pode ter confiança ao falar com seu Pai.

        Esta expressão, "Pai nosso", também nos faz entender e crer que Deus é uma pessoa, um ser pessoal, e não uma força cósmica como tentam ensinar alguns hereges. O termo aramaico que Jesus usou é "Abba", e este é um termo íntimo, acolhedor, familiar. Indica que Deus é um pai amoroso, terno, cuidadoso. O próprio Jesus, sempre que se referiu a Deus, o chamava de "Pai" (Abba)

        Deus é um Pai que ama, corrige e ensina, que reverte as situações desagradáveis em benefícios para as nossas vidas ("E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" - Romanos 8:28), que não nos livra dos problemas, mas trás vitória e paz em meio a eles, porque visa o nosso crescimento, amadurecimento, aperfeiçoamento.

        Ele é perfeito em sua bondade e tem o melhor para nós - você crê nisto? "Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á. E qual de entre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?" (Mateus 7:7-11).

        Só que, como filhos de Deus, precisamos estar alertas ao fato de que, assim como o diabo tentou colocar dúvidas em Jesus sobre ser Ele o Filho de Deus ("E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus... - Mateus 4:3), não escaparemos nós destas acusações.

        A seguir vem a expressão complementar, "que estás nos céus". Enquanto a primeira parte da frase indica proximidade, intimidade, possessão, esta segunda parte enfatiza o quão acima do homem Deus está, e tem por objetivo colocar cada um em seu devido lugar, e ainda por cima nos faz lembrar alguns dos atributos de Deus.

        Esta simples expressão nos faz lembrar que Deus é: Onipotente - tem todo poder para agir, pois é o criador e governador de tudo, isso nos anima e dá confiança ao saber que seu poder é capaz de realizar. Onipresente - pode estar nos céus, e aqui bem pertinho de mim, a ponto de ouvir a minha oração; não haverá lugar onde Ele não esteja, por isso, posso ter acesso a Ele em qualquer lugar.

        Eterno - Ele estará lá todo o tempo, posso ter acesso a Ele em qualquer ocasião, em qualquer tempo. Onisciente - nada está oculto aos seus olhos, Ele sabe  de tudo, não preciso nem vou conseguir esconder nada dEle, jamais poderei enganá-lo; e, ainda que não saiba bem como pedir, Ele sabe o que necessito e vê a confiança,  humildade e fé com que me aproximo dEle; tudo isso deve aumentar a minha fé na eficácia da oração. Soberano - reina nos céus, na terra, na minha vida, na minha Igreja, na minha família, sobre as minhas posses. É Ilimitado, Infinito, Santo.

        Isso posto, quando em nossas fraquezas e angústias nos prostramos diante de  Deus e o invocamos, de pronto somos confortados pela lembrança do que Ele é para nós e dos Seus atributos. Assim, assumimos uma postura correta - de fé e reverência.

       
        A invocação, pois, visa nos levar a uma tomada de consciência. Sei a quem estou me dirigindo, na presença de quem estou, o que Ele é para mim, o que é capaz de fazer. E por si, já é capaz de balancear os nossos momentos de oração, por trazer consigo uma equilibrada, confiante e reverente postura diante do nosso amado Pai. Destarte, nos tornamos aptos para prosseguir em adoração.

        Continua...


49_ Um modelo para a oração - Aspectos Gerais

(Jair Souza Leal*)

        Será natural nos perguntarmos: E quando estiver dentro do quarto, com a porta fechada, na presença de Deus, o que devo falar? o que devo pedir? Ainda bem que o ensino de Jesus não é incompleto. Ele não apenas ensinou como não devemos orar, ensinou também como devemos orar, como devemos nos aproximar de Deus, e, para ajudar a nos livrar da situação embaraçosa de não saber o que falar ao estar na presença de Deus, ensinou e deu aos seus discípulos um modelo de oração. 

        O Senhor Jesus advertiu aos seus discípulos contra certos perigos relativos à prática da oração e também deu instruções detalhadas sobre como e o que falar com Deus. Portanto, nessa oração particular, encontraremos uma perfeita sinopse do ensino dEle sobre qual deve ser o conteúdo das nossas orações.

        Ele disse: "Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; O pão nosso de cada dia nos dá hoje; E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; E não nos induzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém."

        É extremamente didático, interessante e prático, entender a lógica desta pequena, completa e toda abrangente oração. Então, esboçemo-la para que visualizemos melhor cada uma das suas partes constitutivas.

1)      Invocação           ®       Pai nosso, que estás nos céus
2)      Adoração            ®        a) Santificado seja o teu nome;

              b) Venha o teu reino;
              c) Seja feita a tua vontade,

                         - assim na terra como no céu;

3) Petição               ®       a) O pão nosso de cada dia nos dá hoje;

              b) E perdoa-nos as nossas dívidas,

                             - assim como nós perdoamos aos nossos devedores;

              c) E não nos induzas à tentação; mas livra-nos do mal.

4) Ação de Graças  ®        Porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém.

        O simples visualizar deste esboço nos leva a perceber certos aspectos gerais desta oração que exigem alguns comentários antes de analisarmos as suas partes individuais. É muito importante fazermos estas observações preliminares.

        Primeiro - Não resta dúvida que esta oração foi dada como modelo, porque, em essência, ela cobre todos os aspectos da oração. Não convém pensar que, ao orar, devemos simplesmente ficar a repeti-la, pois nem Jesus fez isto. Ele havia acabado de condenar a prática das "vãs" repetições, e seria incoerente da Sua parte ensinar aos seus discípulos de modo a mantê-los equivocados. Ele mesmo, passava horas e até noites inteiras orando, e certamente não conseguimos imaginá-Lo a tagarelar e repetir algo mecânico que tanto O incomodava.

        Esta oração, como dissemos, é um sumário, um esboço, um supra sumo. Contém todos os elementos e princípios fundamentais do que é a oração. O que devemos fazer ao avaliá-la, é tomar os princípios estabelecidos, empregá-los e expandi-los. Esta é maneira certa de abordar esta oração..

        Segundo - Esta é uma oração exclusiva dos discípulos de Jesus, ela não é uma oração para todas as pessoas. Não é exclusiva somente dos que estavam próximos dEle no dia em que ensinou, é para os discípulos dEle de todas as épocas, mas somente destes. Portanto, em qualquer era da história cristã, as orações devem ter este padrão.

        Há no texto e no contexto elementos que sustentam nossa afirmação de que esta é uma oração dos filhos de Deus, daquele que é discípulo de Jesus. À frente expandiremos um pouco mais este tema, mas no momento é mister fazer esta observação.

        O próprio Jesus fez distinção entre os hipócritas fariseus (mestres religiosos que pensavam conhecer e estar servindo a Deus mas estavam equivocados), os pagãos (que não tinham qualquer conhecimento e revelação da pessoa e da obra do Deus verdadeiro, e geralmente eram politeístas e idólatras), e os que são seus discípulos, que exercem fé na Sua pessoa, e seguem os Seus ensinos. Somente a estes pertence esta oração, somente eles têm o direito e o privilégio de chamar a Deus de Pai. Qualquer um poderá recitá-la; mas só o discípulo de Jesus poderá verdadeiramente orá-la.

        Terceiro - É legítima a sua recitação? As pessoas sempre se perguntam e se sentem confusas a este respeito, principalmente quando são convidadas a orar repetindo literalmente esta oração. Digo que sim! Desde que não se torne uma prática de mera repetição, podemos orá-la, e recitá-la, mas que seja de coração, com entendimento e com sinceridade. Certamente Jesus não queria que você a repetisse eternamente, mas foi Ele quem a ensinou, e o fez para que você se lembrasse de certas coisas. Entretanto, ela é um esqueleto que devemos encher de carne.

        Quarto - A seqüência e disposição das palavras é sugestiva. Veja que o interesse de Deus tem prioridade sobre os nossos, mas nossas necessidades não são excluídas. Os três primeiros pedidos expressam nossa preocupação com a glória de Deus, Seu nome, Seu governo, Sua vontade (o adjetivo usado é sempre teu/tua). Os três últimos pedidos demonstram a preocupação com as nossas próprias coisas, quando expressamos humildemente a nossa dependência da graça e do cuidado de Deus por nós (o adjetivo passa a ser nós/nosso).

        Quinto - Há uma  proporção nas petições. Metade é dedicada a Deus e Sua glória (Louvor/Adoração); metade é dedicada às nossas necessidades e problemas particulares (Petição/Súplica).

        Sexto - Não importa quais sejam as circunstâncias em que nos encontramos, ou quais sejam os nossos desejos, as nossas necessidades pessoais devem vir sempre em segundo lugar, embora não devam ser eliminadas. O fato é que jamais deveríamos começar a orar apresentando em primeiro lugar as petições que nos dizem respeito, por mais elevadas que sejam.

        Devemos começar as nossas orações demonstrando sempre grande interesse por Deus, Sua gloria, Sua honra. Afinal, estamos diante dEle, Ele nos contempla e mantemos este belo relacionamento.

        Sétimo - Nesta oração, há um elemento que se destaca, e serve de indicador sobre a freqüência com que devemos buscar a comunhão com Deus. "O pão nosso de cada dia nos dá hoje". Além de demonstrar dependência diária, serve como base para o ensino da freqüência mínima com que devemos orar.

        Oitavo - O perdão. É interessante notar que este tema, parece ser tão importante que é o único que recebe um comentário adicional.

        Nono - Jesus usou o plural (nós/nosso), ao invés do singular (meu/mim/eu) nesta oração. Haveria uma razão especial? Talvez seja pelo fato de estar ensinando no coletivo; talvez fosse para mostrar o valor da intercessão, e que seus discípulos não fossem a Deus para apresentar somente os seus próprios pedidos e necessidade, mas que se lembrassem também dos demais; talvez por ser uma oração do corpo - a Igreja.

        Já tendo exposto certos aspectos gerais de suma importância sobre esta oração, estamos aptos a avaliar o conteúdo e significado de cada uma das suas partes componentes: A Invocação, a Adoração, a Petição e as Ações de Graças


48_A maneira certa de orar

(Jair Souza Leal*)

        Já enfocamos o fato de que, Jesus, ao ensinar sobre a maneira como não se deve orar, o fez usando dois elementos chave; a saber, o querer ser visto pelos homens (esta é a oração hipócrita), e o usar vãs repetições (esta é a oração mecânica). Mas Ele não parou no aspecto negativo da oração. Ele foi além, e ensinou o aspecto positivo, mostrou a maneira certa de orar. E ao ensinar sobre como se deve orar, também o fez usando três elementos chave; que ajudará no nosso entendimento.

        "Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente".

        É possível detectar que o segredo da oração está na abordagem. Você pode estar com o desejo errado de querer usar a oração para atrair a atenção das pessoas ou, pode se deter no mero falar tentando atrair a atenção de Deus.

        Mas quando orarmos, em qualquer lugar ou ocasião, devemos saber o que estamos fazendo - que estamos nos aproximando de Deus. Devemos saber que estamos buscando admissão em Sua presença. E por si, isto já é exatamente o oposto da oração hipócrita e da oração mecânica.

        Ou, como observou certa vez Soren Kierkegaard: "Alguém orava pensando, a princípio, que a oração era falar; mas foi-se calando mais e mais até que, afinal, percebeu que a oração é ouvir." Sim! Oração é o momento em que vamos nos aproximar do nosso Pai para dialogar com Ele. Nós falamos a Ele; Ele fala a nós.

        Se não está convencido disto, observe os termos que Jesus usou para ensinar sobre como se deve orar. Eles indicam DISCRIÇÃO E DESEJO VOLUNTÁRIO: De buscar a Deus - "entra no teu aposento" - Ninguém está me empurrando; se vou, é porque quero encontrá-Lo, é porque sei que Ele está lá, não porque tenha invadido o meu quarto, se está lá é porque tudo o que é meu Lhe pertence, e mesmo eu sou dEle.

        De ter comunhão e intimidade com Ele - "fecha a porta" - Ele está a me esperar, como a esposa aguarda ansiosa a chegada do marido para o momento a sós de intimidade. Portanto, é preciso fechar a porta para se livrar de todas as coisas que possam atrapalhar este precioso e íntimo momento, e se concentrar exclusivamente nEle, pois o quarto, é o lugar da intimidade, do descanso, do aconchego.

        De liberdade - "ora a teu Pai que está, e que te vê em secreto". Só quando a porta se fecha que nos sentimos à vontade para se lançar em Seus braços, sem reservas. Com a porta fechada, as vozes e os olhares curiosos se vão e toda a timidez vai embora, toda a atenção se concentra nEle. Há completa liberdade, por saber que Ele é o único que vai estar vendo, e ama assim como somos, a tal ponto, que sempre nos recompensa e retribui Seu amor. E sua recompensa é melhor do que os meros elogios humanos.

        É possível ainda notar que esses elementos indicam que, o que ora, tem consciência da presença de Deus, e, consequentemente, se achega a Ele com confiança e . Vejamos isso um pouco mais.

        Primeiro, a fim de me certificar que realmente estou me aproximando de Deus, vou excluir as demais coisas do meu campo visual e de interesses (tenho de entrar no quarto). O princípio aqui envolvido é que existem determinadas coisas que eu preciso deixar de fora; quer esteja orando em público ou secretamente. Entrar no quarto, significa deixar de fora tudo o mais, esquecer as outras pessoas e, se preciso, até a mim mesmo, para pensar exclusivamente naquele com quem iremos nos relacionar.

        Então é possível entrar "no quarto" andando na rua cheia de pedestres, no ônibus, no banheiro, na praça. Entramos "no quarto" quando estamos em comunhão com Deus, sem que ninguém saiba o que estamos fazendo, a não ser Ele mesmo. Entrar no quarto significa discrição, desejo voluntário e único de ir à presença de Deus.

        E mesmo entrando no quarto, ainda é preciso que se faça um alerta, para não cairmos naquele primeiro erro denunciado por Jesus. É que pode haver o perigo sutil de entrarmos no quarto, na expectativa de que alguém nos tenha visto fazer isso, e assim, invalidaremos tudo quanto lá estivermos fazendo, pois estaremos com o corpo dentro, mas a expectativa ficou do lado de fora.

        Sabendo que fomos notados ao entrar, criaremos a expectativa de receber elogios, ainda que não os recebamos pessoalmente. Mas estaremos demonstrando com isto que a nossa abordagem, o nosso encontro, recebeu outros estímulos.

        A seguir vem a percepção. Preciso perceber que estou na presença de Deus e que Ele está me vendo. Ele é meu pai, eu sou seu filho. Por isso, preciso me aproximar dEle como um filho se aproxima de um pai; não como o apresentador de um telejornal, que se apresenta a um público que não vê, que com ele não se relaciona, e que nem sabe se o está ouvindo e vendo.

        Finalmente, é preciso ter confiança e fé. Preciso entender que Deus está interessado em mim e se alegra em me abençoar mais do que pedimos ou pensamos. "Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera." (Efésios 3:20).

        Como disse Juliana de Norwich. "Eu sou o fundamento de tua súplica; primeiro, é minha vontade que recebas o que suplicas; depois, faço-te desejá-lo; e então faço-te suplicá-lo e tu o suplicas. Como, pois, não haverias de receber o que suplicas?"

        Portanto, excluindo o que não convém do meu campo de interesses, e que possa me levar a uma ida com desejo equivocado à presença do Pai; percebendo quem é Ele, e estando motivado em sólida confiança, tornemos conhecidas diante dEle as nossas petições, reconhecendo que, se por um lado, Ele sabe tudo o que precisamos, mesmo antes de começarmos a falar, por outro, Ele gosta de ter este contato e diálogo pessoal e intimo com os seus filhos.

        Cuidemos de não nos aproximar dEle com espírito duvidoso. Repito, aproximemo-nos reconhecendo ser Ele capaz de fazer por nós infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos. Creiamos nesta verdade e nos acheguemos impelidos de grande confiança e fé. Certamente que bênçãos avassaladoras virão sobre nós; quer espirituais, quer materiais.

        Sei que será natural nos perguntarmos. E quando estiver dentro do quarto com a porta fechada, na presença dEle; o que devo falar? o que devo pedir? como pedir?  Ainda bem que Jesus não ensinou de modo incompleto. Ele não apenas ensinou como não devemos orar, ensinou também como devemos orar, como devemos nos aproximar de Deus, e, para ajudar a nos livrar desta situação embaraçosa, ensinou e deu a seus discípulos um modelo de oração. 

        Continua...


47_ A maneira errada de orar ( 15/6/2004)
 
        "E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão... E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos."
 
        Podemos perceber logo de início, três elementos importantes a respeito do que Jesus ensinou aos seus discípulos sobre a oração, e que é chave para todo o entendimento a respeito dela. 
 
        Qual seja: que há uma maneira errada de orar; que há uma maneira certa de orar; e que há um modelo, um conteúdo para a oração. Analisemos então separadamente cada um destes três elementos.
 
        A maneira errada de orar
        Ao abordarmos o primeiro elemento da oração, somos impactados com o fato de que Jesus desmascarou duas maneiras comuns, porém erradas de orar. A primeira é, orar chamando a atenção para si - esta é a oração hipócrita. A outra é, orar pensando que a eficácia da oração depende de quão longa é, de quanto tempo demora - esta é a oração mecânica.
 
        O que isso quer dizer? Quanto ao primeiro erro, o personagem que está orando quer ser reconhecido como alguém devoto, piedoso, dedicado à oração. Isso o levará a fazer coisas que vão garantir que outras pessoas o vejam orando, e, destarte, poderão observar e falar da sua "profunda intimidade com Deus", do quanto ora, de como ora bonito. Assim sendo, a atenção das pessoas é desviada, de Deus, o elemento a quem a oração é dirigida, para o homem, o elemento que ora.
 
        Há um texto bíblico que ilustra bem este primeiro erro. Encontra-se em Lucas 18:9-14, nele Jesus conta a seguinte parábola:
 
        "E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo. O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado".
 
        Quanto ao segundo erro, o personagem que está orando concentra a sua atenção sobre a forma, ou sobre a duração da oração que faz de modo mecânico, com falta de significado, falando sem pensar; os lábios pronunciam palavras mas o coração não participa. Creio que esta é uma forte crítica de Jesus sobre as formas estabelecidas de oração.
 
        É pertinente notar que, ironicamente, esta prática das vãs repetições, que já era comum nos tempos de Jesus, prevaleceu, ainda após o seu ensinamento, demonstrando que a lição não foi bem aprendida por todos. Assim, a oração que Ele ensinou aos seus discípulos, como modelo de como se deve orar, tornou-se marco da cristianização da ignorância pagã de orar repetindo palavras de modo mecânico, deixando a oração de ser a forma estabelecida pelo Pai para a comunhão e diálogo com seus filhos, para voltar a ser, ou permanecer um mero recitar de receitas prontas.
 
        Será que alguma vez Jesus saiu com uma pedacinho de manuscrito na mão contendo alguma oração, e ficou ali por horas a fio recitando aquilo para o seu Pai? Nós devemos seguir o seu exemplo e o seu ensino. Infelizmente, ainda hoje, esta é a prática de milhares de pessoas. Elas têm falhando crassamente em uma destas duas coisas que Jesus ensinou como sendo formas erradas de orar.
 
        Estes eram os dois erros comuns, nos tempos de Jesus, em relação à oração. Só que o primeiro erro era normalmente cometido pelos fariseus, o outro pelos pagãos. Os primeiros, como hipócritas, desviavam a glória para si. Os outros, em sua ignorância, rebaixavam toda a comunhão e o acesso a Deus a uma mera recitação de palavras, pensando que quanto mais falassem, mais chances teriam de ser ouvidos, mais chances teriam de convencer Deus a agir. A oração era para eles uma espécie de loteria, ou uma espécie de permuta.
 
        Será que você já cometeu algum destes dois erros, ou já viu alguém cometendo nos dias atuais? Uma coisa é certa, e devemos levar em consideração que, em contraposição à oração hipócrita dos fariseus e à oração mecânica dos pagãos, Jesus ensinou a maneira certa e cristã de orar.  

46_ VOCÊ CONCORDA?

Conhecimento e Sabedoria

        Cada formatura de que participamos, significa mais um passo dado na aquisição de conhecimentos. Eles são extremamente úteis nas conquistas e posições que desejamos e precisamos galgar. No entanto, é preciso lembrar que precisamos também dar mais um passo na aquisição de sabedoria. Ela é extremamente necessária para a boa utilização dos novos conhecimentos.

        Só que sabedoria não se adquire na escola. Há pessoas nas escolas que têm muito conhecimento, e pouca ou nenhuma sabedoria. E, conquanto tenham um grande saber, uma grande bagagem intelectual, vivem mal, se relacionam mal, são infelizes, frustradas e vazias. Tudo porque se esmeraram em adquirir conhecimentos, e não tiveram o mesmo empenho para adquirir sabedoria.

        Há pessoas fora da escola que sequer aprenderam a escrever o nome, mas são possuidoras de uma incrível sabedoria, que além de lhes tornarem úteis ao mundo, dá brilho, sentido e beleza às suas vidas.

        Não faço apologia da ignorância, mas a perspicácia me leva a ver o mundo se tornando cada dia mais repleto de conhecimentos. O conhecimento se torna cada vez mais abrangente, diversificado, disponível e instantâneo. Mas o mundo não está se tornando cada dia melhor. A conclusão que sou forçado a tirar é, que, a proporção em que aumenta o conhecimento, não é a mesma em que aumenta a sabedoria, que é o que pode mudar a humanidade para melhor.

        Bom será se pudermos casar os dois; o conhecimento à sabedoria. Seremos dignos de duplicada honra. A sabedoria nos ajudará a conduzir nossas vidas de maneira correta e digna, e a tomar decisões acertadas. O conhecimento nos capacitará a manter a vida, e a executar com destreza o que exigem as nossas decisões.

        Mas se conhecimento se adquire na escola, onde adquirir a sabedoria? A Bíblia diz que: "O temor do Senhor é o princípio da sabedoria." Então, amar, honrar, crer, obedecer, servir e respeitar a Deus, são condições necessárias para começarmos a adquirir sabedoria, para nos tornarmos pessoas de respeito, cheias de amor, justas, prudentes e equilibradas. E sem estas qualidades a humanidade não subsiste.

        A Bíblia diz ainda que, em Cristo, "estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e da ciência." Conhecer a Cristo, portanto, é ter o privilégio de penetrar e desvendar um imensurável tesouro; uma inesgotável fonte de sabedoria e de conhecimentos.  Mas tudo isto tem um preço. "Ir a Cristo, não nos custa nada; seguir a Cristo, nos custará alguma coisa; mas servir a Cristo, nos custará tudo."

        Posso assim afirmar convicto que, a fé, acrescenta muito saber à humanidade. E sem fé, é impossível agradar a Deus. Sem Deus, é impossível adquirir sabedoria. Sem sabedoria, o conhecimento será vazio, fugaz e indigno.

        Como seres humanos que somos, pensamos, mas também sentimos. Não poderemos usar somente uma parte do nosso ser. O mercado de trabalho exige conhecimento; os relacionamentos exigem sabedoria. Não adianta ser um bom profissional e um péssimo colega de trabalho, um péssimo pai, um péssimo marido.

        Não dá para viver sem trabalho; mas trabalhar sem estar vivendo uma boa vida será um verdadeiro inferno. Devemos ser bons profissionais, sem deixarmos de ser bons seres humanos; saber executar tarefas, e saber também amar; investir no desenvolvimento da ciência, e também no desenvolvimento da fé.

        Então, deixo este meu incentivo à você. "Na medida da perfeição a que já alcançamos, nela prossigamos... Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento; reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas... Bem-aventurado o homem que encontra sabedoria, e o homem que adquire conhecimento."


45_ Senhor, ensina-nos a orar

(Jair Souza Leal*)

        Vamos aprender tudo o que Jesus ensina sobre a oração. Este é o melhor caminho para o sucesso espiritual.
        Um dia, certo entendido da Lei de Moisés testou a Jesus com a seguinte pergunta: "Mestre, qual é o grande mandamento na lei? E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento" (Mateus 22:36-38).

        Deste pequeno diálogo, podemos aprender que o homem foi criado para conhecer e amar a Deus intimamente. Se você tem dúvidas, eu te pergunto: Será possível amar a Deus de todo coração, de toda a alma, de todo entendimento, sem um conhecimento pessoal e íntimo da Sua pessoa? Como Deus exigiria isto do homem a não ser que o tenha criado com este propósito?

        Desta forma, devemos concordar que, como em qualquer outro relacionamento, nunca vamos conhecê-lo intimamente sem dedicarmos tempo para estar com Ele na intimidade da oração.

        Os discípulos de Jesus quiseram aprender com Ele a orar. Eles haviam comido com Jesus, andado com Ele, ouvido seus ensinos, visto muitas curas e milagres, mas, houve um aspecto especial na vida de Jesus que mais lhes chamou a atenção e os desafiou. Eles notaram a "ansiedade" de Jesus em manter um relacionamento íntimo e pessoal com o Seu pai por meio da oração.

        E obviamente pensaram: Se Ele, Jesus, precisava orar, e orar tanto, a ponto de ficar sem dormir ou sem comer, caso isso atrapalhasse estes preciosos momentos de comunhão (demonstrando que considerava secundário o cuidado com o corpo, em relação ao espírito), é porque realmente havia algo de especial e essencial na oração.

        Isso tanto lhes chamou a atenção que, em todo o Novo Testamento, não se diz que alguma vez eles tivessem pedido a Jesus que os ensinassem a pregar, a fazer milagres, a expulsar demônios ou a curar doentes. Mas lá está registrado este pedido especial: "Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos".

        Com isso deveríamos concluir que as demais coisas seguir-se-iam à oração? Será que caso eles orassem como Jesus, e, como ele, tivessem uma tão preciosa comunhão com o Pai, tornar-se-iam grandes e poderosos pregadores? ensinariam com poder e autoridade? expulsariam demônios, e ainda realizariam milagres e prodígios extraordinários?

        Não dá a entender por tudo isso, que o homem que tem intimidade com Deus, está apto para pregar, curar e ensinar as coisas espirituais, com maior poder e autoridade, do que aquele que meramente foi instruído e treinado formalmente para tal, mas que não possui o conhecimento relacional com Deus?

        Se a resposta a esses questionamentos forem positivos, então, a oração é a chave, ou mola propulsora de um ministério bem sucedido, de uma vida cristã plena, de uma evangelização contagiante e frutífera, de um cristianismo vivo e impactante, da verdadeira adoração e do verdadeiro avivamento.

        Isto posto, vamos pensar um pouco mais nesta solene ocasião em que os discípulos fizeram este pedido especial a Jesus. Fato este registrado em Lucas capítulo onze, versos um ao quatro.

        "E aconteceu que, estando ele a orar num certo lugar, quando acabou, lhe disse um dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos. E ele lhes disse: Quando orardes, dizei: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra, como no céu. Dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano; E perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve, e não nos conduzas em tentação, mas livra-nos do mal.

        É formidável notar o que Jesus fazia na ocasião - ele orava. Ao terminar de orar eles lhe fizeram o pedido. Portanto, este pedido não foi dirigido a alguém que nada sabia sobre a oração; a um teórico, a um mestre que filosofaria sobre o assunto. O pedido foi dirigido a alguém que estava na plena prática da oração, que tinha o aval da experiência.

        Este era o Deus encarnado, que absteve-se de usar seus privilégios e poderes divinos para viver plenamente como homem, e que para estar na plena dependência do Pai, ser guiado e monitorado dentro da sua perfeita vontade, não deixava um só dia passar sem buscar seus conselhos através da oração.

        Certamente que foi o fato de Jesus sempre praticar a oração que despertou nos discípulos a curiosidade e o desejo de também aprenderem a orar. Uma intensa vida de oração desperta nas pessoas o desejo e vontade de orar. Se é assim, porque então a cada dia que passa, a maioria das pessoas tem deixado esta prática? Porque cada dia mais as pessoas oram menos?

        Alguma vez você já pensou que não sabe orar? Já lhe ocorreu de pedir a alguém que ore, para lhe ensinar a orar? Quando você começou a orar, quem lhe ensinou? Porque começou a fazer?

        Os discípulos de Jesus fizeram este solene pedido. Eles estavam incomodados com o fato de que os discípulos de João aprenderam a orar, e como discípulos de alguém maior do que João, que orava ainda mais intensamente, eles não queriam ficar para trás. Precisavam orar, mas com humildade reconheciam que não sabiam. Por isto pediram ao Senhor que os ensinassem. E Jesus atendeu ao pedido, ensinando-lhes a orar.

        Não sei se você sabe mas, esta era a segunda vez em que Jesus ensinava os seus discípulos a orar. A primeira vez foi quando ele pregou o Sermão do Monte; que está registrado em Mateus 6:5-15.

        Então, voltemos o nosso olhar para o texto onde encontramos Jesus ensinando, pela primeira vez, os seus discípulos a orar.

        "E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.

        Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.

        Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dá hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; e não nos induzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém.

        Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas".

        Continua... 


44_ É preciso orar. Mas, como?

(Jair Souza Leal*)

        Certamente que não há melhor maneira de se aprender a orar, do que aprender com a pessoa que inventou a oração e a torna eficaz. Não há melhor maneira de se certificar que estamos orando corretamente, do que certificar-se com quem estabeleceu as regras da oração e as vai receber.

        Temos aprendido que: "muita oração, significa muito poder; pouca oração, significa pouco poder; nenhuma oração, significa nenhum poder." Aprendemos ainda que, oração, é falar com Deus, e quanto mais falarmos com Ele, maior será entre nós, a intimidade.

        Mas assim como há uma maneira adequada pela qual devemos nos aproximar de um rei, de um presidente, ou de uma pessoa importante (sem ser repreendido, recusado ou castigado), muito mais de Deus. Não podemos nos aproximar dEle de qualquer forma. Não é assim que se faz! Ele não terá intimidade com aqueles que não se aproximam dEle corretamente. E dEle só poderemos nos aproximar da maneira certa, pela forma que Ele mesmo estabeleceu.

        Se queremos realmente ter uma vida de oração com qualidade e eficiência, é sábio aprender com Jesus o que fazer. Precisamos saber o que é a oração, para que ela serve, quando, como e quanto orar, a quem devemos orar, o que pedir na oração, o que não pedir, o que deve conter minhas orações e, principalmente, como me aproximar corretamente de Deus e receber dEle a aprovação e resposta.

        Ante todas estas questões, quem melhor para nos ensinar do que o próprio Jesus? Ele orou muito. Ele ensinou os seus discípulos a orar. Ele quer nos ensinar a orar, da maneira certa, da forma como Deus quer que oremos. Ele é o criador da oração, é o que media o pedido e a resposta diante de Deus. Ele já testou a oração na prática e viu que é eficiente. Ele nos incentiva e ordena orar.

        Portanto, se não temos orado, ou se não temos orado como convém, é hora de aprender com a pessoa certa e da maneira certa, para começar a praticá-la e a ver sua eficácia. Se temos orado, ainda assim precisamos checar se estamos fazendo da maneira certa, de avaliar se as nossas orações têm sido realmente eficazes.

        Uma das razões por que muitas das nossas orações são ineficazes, ou parecem inócuas e vazias, é que não temos seguido pelo caminho certo, temos feito à nossa própria maneira e não à maneira de Deus, e, certamente, continuaremos desestimulados quanto a oração, porque estaremos falando sozinhos - para o vazio.  

        O computador, comprovadamente, é uma ferramenta de ricos e variados recursos, que pode fazer por nós coisas extraordinárias, desde que a pessoa que o utilize saiba como, e o que fazer com ele. É possível uma pessoa, que não foi ensinada a usar o computador, desligá-lo definitivamente na primeira tentativa de utilização, sem explorar os seus recursos, perdendo tudo que ele tem a oferecer em seu benefício, simplesmente, porque não aprendeu como utilizá-lo, e o vê apenas como uma engenhoca inútil e imprestável da modernidade.

        Assim é com a oração. Quantas pessoas não oram mais porque já o fizeram por algumas vezes e não viram qualquer resultado? Desligaram-se assim do céu; e por que? Porque não aprenderam com o fabricante, não foram instruídas nem ensinadas por Ele na maneira certa.

        Quando você descobrir tudo o que nos é possível por meio da oração, e aprender a orar de forma eficaz, certamente sua vida e o mundo não serão mais os mesmos. Então corra, venha aprender a orar com Jesus! Pergunte-me como...


43 _ Quem é o Culpado .

Quem é culpado pela ignorância?

(Jair Souza Leal*)

        Recentemente, fui abordado com a seguinte questão: "De quem é a culpa pela falta de interesse para com a Palavra de Deus? Falta incentivo por parte da Igreja? O que está acontecendo? Por que a cada dia que passa milhares de pessoas têm deixado de ler a Bíblia?" Então eu me pus a refletir e cheguei a seguinte conclusão.

        Particularmente não atribuo culpa a ninguém, senão à própria pessoa que não lê. Esta é uma cultura brasileira. Há muitos bons leitores em nosso país, porém, em geral, a maioria da população não é muito dada à leitura, e esta cultura se reflete também em relação à Bíblia.

        Há um esforço louvável por parte das Imprensas e Sociedades Bíblicas de fornecer-nos excelentes textos das Escrituras em todas as formas de linguagem (da mais simples à mais erudita; para mulheres, crianças; para uso em computador, CDs de áudio, fitas k7), ninguém deveria se desculpar por não ler a Bíblia, nem querer culpar outros por isso.

        Diria que muitos dos que dizem não ler a Bíblia por falta de tempo, assistem a filmes na TV, a novelas, jornais e futebol, ou passam horas na Internet. Nada contra essas coisas, uso-as somente para demonstrar ser esta uma mera desculpa. 

        Na verdade, o materialismo tem feito pessoas buscarem o que lhes interessa, assim, mesmo inconscientemente, a Religião/Deus/Bíblia, só lhes interessa enquanto meio de satisfazer os seus desejos ou, de protege-las contra o "mal".

        Penso até que a facilidade tem produzido o efeito contrário daquilo que gostaríamos. Hoje, temos tudo ao alcance das mãos; a TV, o rádio, a Internet, infinitos meios de comunicações e literaturas; então, para que ler a Bíblia? Basta um click, que ouvimos ou assistimos a uma mensagem ou pregação da Bíblia.

        Isto funciona como quando vamos ao supermercado, compramos enlatados e pensamos; porque ter o trabalho de fazer, se não tenho tempo e posso comprar pronto?

        Com isso, mesmo pastores não lêem mais a Bíblia ou se preparam parar entregar sermões. É mais fácil pegar pronto na Internet, em livros. E com uma adaptadazinha... tá pronto!

        São os modernos papagaios de pirata, que degustam a comida mastigada, mas ao invés de sentir o sabor da comida, sentem o sabor da saliva plasmenta de quem a mastigou.

        Quanto ao mais, é de se esperar que a medida que o pecado aumenta, o amor e a fé esfriem. E o diabo, ele sempre estará pronto para dar uma mãozinha; seja para confundir, para impedir, para acrescentar ou para surrupiar.

        É um reflexo dos nossos próprios desejos. Achamos o mundo e suas coisas mais atraentes do que Deus e sua obra, com isso satanás tira proveito e alimenta a nossa própria ilusão.

        E você, tem lido mais a Bíblia ou mais livros e artigos que falam a respeito dela? É assim, isto é um ciclo. O próprio artigo que de certa forma denuncia esta prática, é também um usurpador do tempo que poderia estar sendo dedicado a genuína Palavra.

        Portanto, não gosto de pensar se está certo ou se está errado, se alguém tem culpa ou se ninguém é culpado. Se na Idade Média, por ser proibido a sua leitura, atraía mais as pessoas; e se hoje, por estar tão disseminado e à disposição, desinteressa.

        Quando eu era proibido de assistir TV, fazia de tudo para assisti-la, valia o risco do castigo porque gostava muito, ela me atraía. Hoje, tenho liberdade para assisti-la, mas perdi o interesse, não faço mais tanta questão.

        Por fim, a leitura bíblica é algo diretamente dependente da comunhão com Deus, e não somente do querer puro e simples, que seria mero ato acadêmico de uma obra antiga e ultrapassada.

      Esta é a minha opinião, e a sua?


42. Acerca dos Sonhos, Visões e Aparições
 
(Jair Souza Leal*)
 
        Primeiramente, é bom informar que só faço as afirmações abaixo com segurança, por reconhecer na Bíblia minha única regra de fé e prática; destarte, afirmo ser ela a autoridade final nas questões espirituais.
 
        Ela ensina claramente que o mundo espiritual existe e é real. Portanto, acerca dos sonhos, visões e aparições, há três explicações possíveis. 1) Que provenha diretamente de Deus; através do próprio Jesus ou de um dos seus anjos; 2) Que provenha do diabo; através dele próprio ou de um dos seus demônios; 3) Que seja fruto da nossa mente fértil, ou doentia; através das diversas influências que não dá para alistar em detalhes no momento.
 
        Entendamos primeiro as razões das intervenções do mundo espiritual no mundo físico. Sempre que Deus tinha uma missão importante, um alerta, ou sempre que estava em jogo algum dos seus planos, Ele intervinha.
 
        Temos como exemplo desta afirmação, os sonhos de José, de Faraó; os sonhos de Maria e de José, pais humanos de Jesus; as visões de Pedro e Cornélio.
 
        As pessoas a quem Deus aparecia eram especiais? Não mais do que as outras! Simplesmente eram as escolhidas para cumprir determinada missão, fazer ou falar algo; entretanto, não podemos negar que foram privilegiadas.
 
        É bom estarmos cientes que, via de regra, Deus fala no cotidiano através da Palavra, por meio dos seus servos, através das orações, pelos sentimentos ou circunstâncias.
 
        E quanto ao diabo? Ele como ser espiritual também intervém no mundo físico, só que por outras razões. Para tentar impedir e frustrar os planos de Deus, causar confusão e males, para manter as pessoas afastadas da verdade e de Deus.
 
        Como exemplo desta afirmação, temos a sua aparição à Eva no Jardim do Éden; à Jesus na tentação do deserto, e nos acontecimentos da vida de Jó.
 
        Em 2 Coríntios 11:14, o apóstolo Paulo nos diz que "o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz". Ele faz tudo isso para tentar enganar os servos do Senhor, ou desviar as pessoas de Deus.
 
        Daí, podemos entender um pouco o porque da existência de tantas religiões falsas; onde pessoas dizem ter tido visões, revelações, aparições, sendo que isso as mantém indiferentes e afastadas do verdadeiro Deus, da Sua Palavra, e do único caminho que as pode conduzir a Ele, que é Jesus Cristo.
 
        Portanto, embora seja algo maravilhoso ter experiências deste tipo, devemos ter o cuidado expresso por Paulo em Gálatas 1:8-9. "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema (amaldiçoado). Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema".
 
        Não se deixe enganar, o diabo faz milagres, curas e coisas espantosas que você nem imagina. Jesus já alertava: "Porque hão de surgir falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes sinais e prodígios; de modo que, se possível fora, enganariam até os escolhidos" (Mateus 24:24).
 
        Portanto, tais coisas não são sinais da presença de Deus, nem é sinal do genuíno cristianismo. Sendo assim, como não ser enganado; como saber que foi o diabo, com seus ardis e astúcia, e não Deus quem me apareceu?
 
        Este é o indicador seguro da Palavra: "Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.  Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anti-Cristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo" (1João 4:1-3).
 
        Estas coisas são atraentes, mas estejamos alertas para não sermos enganados; todo o cuidado é pouco! Mas, tudo isto é real e realmente acontece? Sim! Mas de que fonte provém é a questão que verdadeiramente importa.
 
        É bom ainda ficar de olho naqueles que deveriam, há tempos, estar internados em um sanatório, e ao invés disso, estão sendo reconhecidos como espirituais e vêm ocupando posto de profeta na Igreja, trazendo toda sorte de confusão, e em nome de Deus.
 
        O diabo não precisa de mais propaganda. Embora oculto, ele tem agido e atuado com muita liberdade e propriedade no mundo; até mesmo dentro da Igreja cristã. Só que Jesus quer destroná-lo, quer salvar vidas, restaurar, libertar, curar (físico e emocionalmente), quer ajustar famílias e quer ser conhecido e proclamado no mundo.
 
        Portanto, se houver alguma "aparição" a você, ou se você tiver algum "sonho" ou "visão", ouse perguntar qual o propósito da mesma e em "nome" de quem lhes veio. Isso é para sua segurança. Você não estará pecando por agir assim. Siga o exemplo do apóstolo Paulo. "E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues" (Atos 5:3-5). Note que ele questiona, e é respondido; a pessoa que lhe apareceu se identifica.
 
        Deus é cavalheiro e não arromba portas, naturalmente Ele se identifica. E porque nos conhece, chama pelo nome. E quando chama, também capacita e dá as ferramentas certas para o trabalho e missão; que certamente visa glorificar o Seu nome e trazer crescimento e edificação à Sua Igreja.
 
*Autor do livro "4 Homens e Um Segredo", auxiliar na Igreja Batista Memorial do Industrial em Contagem-MG.
 
                               "A alegria do Senhor é a nossa força."                                         
                                                    Jair Souza Leal 31/5/2004

41 .Morcegos na Igreja? (Jair Souza Leal)
"Digno é o obreiro do seu salário."
Cuidado! Você pode estar ajudando a manter um preguiçoso no ócio em sua Igreja.
Muitos dos que não são chegados no trabalho, começam a usar, por esperteza, um título de pastor, missionário, obreiro, levita, etc., dizendo que Deus os chamou.
Tudo para continuar no ócio, enquanto come quieto às custas de fiéis batalhadores.
E além do prestígio, respeito e status que adquire, manda em você.
Mas Deus não chama preguiçoso, e não usa quem não foi chamado.
Principalmente, os que querem que o mundo termine em barranco para viver encostado.
Não é digno de ser chamado "obreiro", o lobo vestido em pele de ovelha, nem o mercenário.
Isso se aplica, não somente aos hereges, mas também aos preguiçosos e exploradores da fé.
Não seja conivente com ele.
Se não quer trabalhar, que também não coma.
Esta é a ordem bíblica.
Que vá para o formigueiro aprender o que significa, na prática, trabalhar; ou então, candidate-se nas próximas eleições.
Deus, que é o dono da obra, não está descansando, quem são os empregados para querer isso?
A penitenciária, sim, é um ótimo lugar para quem não gosta de trabalhar; a Igreja não.
Jesus sempre já alertava: "Guardai-vos dos escribas, que querem andar com vestes compridas; e amam as saudações nas praças, e as principais cadeiras nas sinagogas, e os primeiros lugares nos banquetes; Que devoram as casas das viúvas, fazendo, por pretexto, longas orações.
Estes receberão maior condenação" (Lucas 20:46-47).
Os obreiros de verdade, devem ser tais que, a Igreja, sinta-se constrangida por não lhe poder pagar tudo quanto merece.
São para obreiros de verdade que Jesus falou: "Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer" (Lucas 17:10).
Se esta palavra soa forte para obreiros destemidos; como soará aos fracos e preguiçosos?
Para que o Senhor edifique a sua Igreja, precisamos que os obreiros sejam como nos tempos de Neemias.
"E os edificadores cada um trazia a sua espada cingida aos lombos, e edificavam" (Neemias 4:18).
Estão arregimentados para a guerra, enquanto trabalham duro.


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