http://www.uniaonet.com/mhorizdbotelho.htm
Pr. David Botelho _ Missão Horizontes
www.mhorizontes.org.br
(Textos e Mensagens )

. Yrorrito para David Botelho : December 22, 2003 3:51 . . .Amém Pastor David , aproveito a oportunidade para saber se já estás a preparar o manifesto de 2004 . . . Amém Pastor David , aproveito a oportunidade para saber se já estás a preparar o manifesto de 2004 . . . bem como solicitar o mesmo ao Pr.Luis Soares do Comin, Disponibilizar como , servos de Deus que atuam de forma tão intensa na realização da vontade de Deus , sentiram o ano de 2003 é uma visão que ajudará em muito a nossa edificação .

Querido Ainda não trabalhei nisto, mas estou escrevendo um novo livro: Igreja Modelo - Uma idéia Revolucionária. Tem como modelo a idéia de cada 50 crentes sustentando um missionário. Tive o prazer de Receber o Luis em minha casa. Ele é fantástico. Eu o admiro muito. Louvo a Deus pelo seu site. Deus te conduza neste 2004. David


A Grande Omissão - (David Botelho - Missão Horizontes) 04/04/2003
Ser transparente ou abrir o coração implica em muitas vezes nos expormos para críticas, que na maioria das vezes não são construtivas, mas a convicção nos leva a nos expormos, portanto queremos abrir o coração... Deus tem falado ao nosso coração, será que é coração? Mente? Entendimento? Ou fígado como é pensado em outras culturas? Devido ser um técnico, um pouco racional, prático e criterioso, tenho dificuldades de me expressar para as pessoas em geral e vou tentar dizer o que o Senhor está falando ao coração, mas expressando de forma matemática... Entendo que hoje a missão a qual estamos comprometidos está 10 vezes mais preparada do que há 5 anos atrás, isto é, imaginando que estivéssemos no ponto referencial ‘0’ e que passamos pelos pontos 0,1 – 0,2 – 0,3 – 0,4 – 0,5 ... e chegamos ao ponto ‘1’, mas é como se Ele estivesse nos dizendo que deveríamos preparar nossas mentes para 100 vezes mais do que o ponto onde estamos, mas quais são as implicações de tudo isto? Realmente crescemos muito nestes últimos 5 anos, isto é, em todas as áreas, tais como: mental, emocional, sentimental, visão, numérica, financeira, estrutural, pessoal, administrativa, intelectual, liderança, comunicação, conhecimento, treinamento, unidade, fibra, perseverança, etc., mas tentar esticar tudo isto ou multiplicar isto por 100 em cada área é inimaginável. Nós somente chegaremos onde a nossa fé alcança, pensando nisto nos lembramos do texto de II Rs. 13. 14 a 19 onde fala do profeta Eliseu e do rei Jeoás que ao visitá-lo recebeu a palavra de que abrisse a Janela do Oriente onde estava o maior desafio do povo de Israel e parece que estamos vendo o mesmo paralelo em nossos dias quando olhamos para a Janela do Oriente ou Janela 10-40 do mundo muçulmano árabe. Disse-lhe também Eliseu para que pegasse o arco e as famosas “flechas do livramento do Senhor” que seriam as flechas de livramento contra os siros, ele tinha o local determinado e vitória total decretada pelo Senhor para os consumir e recebeu a ordem de pegá-las e simbolicamente ferir a terra e ele o fez, somente foram 3 vezes e isto causou indignação ao moribundo profeta, pois ele poderia ter feito isto 5 ou 6 vezes e que neste número seria o final do inimigo do povo de Israel, portanto era somente o dobro do que havia feito e não fez, mas pensar em 100 vezes é algo estonteante! Cremos piamente que o maior problema deste novo milênio é o pecado de incredulidade que levou toda uma geração de uma nação a ser exterminada, mesmo tendo um líder do calibre de Moisés que não conseguiu dissuadi-los, pois haviam sido influenciados negativamente pelos 10 espias que deram um mau relatório, mesmo tendo 2 que trouxeram uma palavra alentadora. O mais incrível é que a incredulidade limita até o poder de Deus, pois o próprio Jesus não pôde fazer muitos milagres na cidade de Nazaré por causa do espírito de incredulidade que dominava aquela cidade. Que tristeza! Precisamos estar abertos para coisas novas do Senhor, Ele é criativo e suas coisas são novas a cada dia. As lutas nos fazem mais sensíveis e se soubermos superá-las nos tornamos mais fortes mentalmente; temos que nos preparar para grandes desafios, pois conduzir o povo de Israel pelo deserto não era tarefa fácil. Imagine entregar tal tarefa a um presidente do ocidente e lhe dissesse para levar 3 milhões pelo deserto e dissesse que seria durante 40 anos. Imagine que ele iria dizer que não teria 1.000 hipermercados para suprir todo o povo, quantos milhões de litros de água seriam necessários, roupas, etc.. Moisés só teve 5 escusas, mas quantas seriam para os mandatários ocidentais? O Senhor nos entregou a tarefa de fazer discípulos de todos os povos e desde que a recebemos já passaram 2 milênios e muita terra há para conquistar. O Desafio: - Há 24.000 povos no mundo e ainda faltam 8.000 para serem alcançados. - Há 6.287 línguas no mundo e 4.500 delas não têm nada da Bíblia. - 85.000 morrem a cada dia sem nunca terem ouvido nada de Cristo. O que temos: - A 3ª maior igreja do mundo que precisa de 100.000 crentes para sustentar um missionário dentro da Janela 10-40 e que investe em média R$ 1,30 por pessoa por ano para missões transculturais. Isto é inadmissível e vergonhoso e algo tem que ser feito para mudar este quadro. Creio que estamos cometendo o mesmo pecado que os filhos de Israel cometeram nos tempos de Josué, pois 7 tribos foram negligentes em possuir a terra, isto quando Deus já havia dado a terra, conforme Js. 18:2 e 3. Creio que podemos chamar este pecado de Grande Omissão, conforme Tg. 4:17. A apatia, conformismo e a indiferença moderna, são os maiores desafios dos dias hodiernos e tudo isto está dentro de nossas igrejas, mas não nos podemos conformar com este mundo, mas renovar as nossas mentes, conforme Rm. 12:1 e 2. Ainda não consigo entender e muitos menos aceitar o que Oswald Smith, que pastoreava uma igreja que tinha mais de 800 missionários e que escreveu muitos livros impactantes, tais como: Paixão pelas Almas, Evangelizemos o Mundo, Clamor do Mundo, etc., afirmou, por experiência e muita coragem, a frase mais triste e chocante para mim como pastor, que é: “O primeiro e maior obstáculo para missões são os pastores...” Isto quando deveriam ser os mesmos a ter a incumbência de descobrir vocacionados, orientá-los, treiná-los, enviá-los aos campos não alcançados e sustentá-los dignamente, mas na prática são os que se opõem a tudo isso. Falar em mudanças é fácil, mas na prática a coisa é bem outra, falar em mudar o outro é uma coisa, mas quando o Senhor fala para que nós mudemos é bem outra. Creio que precisamos nos preparar mentalmente para mudanças em nós. O que o Senhor está falando é que nossa comunidade se prepare para mudanças em nós e que Ele fará o resto. Isto implica em uma melhor administração, maior unidade, melhor preparação para receber as pessoas, maior visão, maior dedicação, mente preparada para o sofrimento, menos sensível emocionalmente com as críticas, mais perseverança nas provas, lutas, dificuldades, etc., uma unidade mais forte entre nós, ser mais abertos para ouvir a voz de Deus e mudarmos o curso da história, ter uma visão clara de ministério para nós e nossa organização e não invejar o que é bom dos outros, estarmos prontos a sacrificar nossos anelos, sonhos, visões em bem da equipe e pela expansão do Reino na face da terra, não gastar recursos, tempo, talentos em vão, aprendermos a ser pacientes com todos e vermos o melhor para o próximo, amar o próximo, etc.. Como é difícil, mas é isto que o Senhor está pedindo... Mudamos muito, tais como fazer um seminário diferente de que o segundo ano já seria no exterior, pois mais de 97% dos formandos dos seminários não vão para missões transculturais e nossos alunos vêm com 50% do custo necessário e o restante é levantado com recursos provenientes de literatura, vídeos, doação de alimentos, roupas para bazar beneficente, etc. Desenvolvemos um projeto de fundo comum onde todos vivem no mesmo nível e isto está levantando uma força missionária latina e tantas outras mudanças foram introduzidas, mas o que nos implicará as próximas mudanças?... Ficamos pensando se é coerente fazer um projeto em 2.002 para 300 pessoas, isto se tivermos os candidatos preparados, mais os candidatos do seminário, que neste semestre esperávamos 50 e chegaram 65, mais os obreiros, que precisamos no mínimo uns 30 voluntários, realmente não é coerente, pois não temos estrutura suficiente para recebê-los, não temos recursos suficientes para tal empreitada, pessoal suficiente para treiná-los, etc., mas não temos alternativas, temos que fazê-lo, pois a ordem veio do Senhor que devemos fazer algo para levantar uma força aos não alcançados. Você já imaginou se cada igreja brasileira com 100 membros enviasse um missionário preparado, o sustentasse dignamente e o enviasse para os povos não alcançados?! Isto seria uma revolução e é algo que o mundo inteiro espera e que é o desejo do Senhor. Você já imaginou termos bases de treinamento em todos os paises da América Latina e levantarmos 10.000 missionários? É isto muito grande para o Senhor? Os textos fortes que têm nos tocado são: Hab. 1:5 (Vede entre as nações e olhai, e maravilhai-vos, e admirai-vos, porque realizo em vossos dias uma obra que vós não crereis, quando vos for contada.); Jr. 33:3 (Clama a mim e responder-te-ei, e anunciarei coisas grandes e ocultas que não sabes.); Jo. 14:12 (Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço. E as fará maiores do que estas, porque eu vou para o Pai.); I Co. 2:9 (Mas como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviram, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.); Is. 54:2,3 (Amplia o lugar da tua tenda, e as cortinas das tuas habitações se estendam, não o impeças; alonga as tuas cordas, e firmam bem as tuas estacas. Porque transbordarás a mão direita e à esquerda; a tua posteridade possuirá as nações, e fará que sejam habitadas as cidades assoladas.); Lc. 1:37 (Pois para Deus nada é impossível); Joel 2:9-11 (Assaltam a cidade, correm pelos muros, sobem às casas, entram pelas janelas como o ladrão. Diante deles treme a terra, abalam-se os céus, enegrecem-se o sol e a lua, e retiram as estrelas o seu resplendor. O Senhor troveja diante do seu exército; muito grande é o seu arraial e poderosos são os que executam a sua palavra. O dia do Senhor é grande e muito terrível, quem o poderá suportar?). Quais são as áreas que devemos mudar? Qual seria a tua contribuição? Qual o complemento daquilo que o Senhor está falando para a nossa comunidade e que Ele está falando contigo e que pode ser parte deste material? Quais seriam os passos para alcançar o que o Senhor quer de nós? Portanto nos ajudem, pois esta palavra não é somente para uma pessoa, mas para uma comunidade... Clamando por misericórdia, sabedoria e graça do Senhor. d.botelho@uol.com.br


MANIFESTO 2003
"NÃO TEMOS PROBLEMAS, SOMENTE OPORTUNIDADES" LS Costa

Abrindo o coração francamente...
(Carta aberta à igreja brasileira)

Amados irmãos, Ser transparente ou abrir o coração implica muitas vezes em nos expormos para críticas, mesmo que na maioria das vezes elas não sejam construtivas. Porém, a convicção faz com que decidamos nos expor. É por isso que desejo abrir o coração de maneira pública... Deus tem falado ao meu coração. Mas será que é só ao coração? Também poderíamos dizer mente, entendimento ou até mesmo fígado, como é pensado em outras culturas.

Por ser um técnico, uma pessoa bastante racional, prática e criteriosa tenho dificuldades em me expressar para as pessoas. Mesmo assim vou tentar dizer de forma matemática o que o Senhor está me dizendo. Entendo que hoje a missão na qual estamos comprometidos está dez vezes mais preparada do que há cinco anos atrás.

Ou seja, imaginando que partimos de um ponto referencial ‘0’ e passamos pelos pontos 0,1 - 0,2 - 0,3 - 0,4 - 0,5 ... até chegarmos ao ponto ‘1’. Isso seria o mesmo que dizer que o Senhor está nos dizendo que deveríamos preparar nossas mentes para 100 vezes mais do que o ponto onde estamos. Mas quais são as implicações de tudo isto? Realmente a Horizontes cresceu muito nestes últimos cinco anos. E isso ocorreu em todas as áreas: mental, emocional, sentimental, visão, numérica, financeira, estrutural, pessoal, administrativa, intelectual, liderança, comunicação, conhecimento, treinamento, unidade, fibra, perseverança, etc. Mas tentar esticar ou multiplicar cada área por 100 é algo inimaginável. Nós somente podemos chegar até onde a nossa fé alcança. Pensando nisso, me vem à mente o texto de II Rs 13.14-19, que fala do encontro de Eliseu e do rei Jeoás. Quando o profeta foi visitá-lo, recebeu uma palavra para que abrisse a "Janela do Oriente" - onde estava o maior desafio do povo de Israel. Parece que temos um paralelo dessa situação em nossos dias. Quando olhamos para a "Janela do Oriente" ou "Janela 10-40", que abrange grande parte do mundo muçulmano árabe. Eliseu disse-lhe também para pegar o arco e as famosas "flechas do livramento do Senhor", que seriam o livramento dos sírios.

O rei tinha o local determinado e vitória total decretada pelo Senhor para consumir os seus inimigos. Ele recebeu a ordem de pegar as flechas e simbolicamente ferir a terra. Jeoás obedeceu, mas deu contra o solo somente três vezes. Isso causou indignação ao profeta, pois o rei poderia ter feito aquilo cinco ou seis vezes. Se o fizesse, então este número indicaria o final do inimigo do povo de Israel. Vemos que era necessário fazer somente o dobro do que ele havia feito, mas não fez. Entretanto, pensar em multiplicar nossos esforços por 100 é algo estonteante! Cremos piamente que o maior problema deste novo milênio é o pecado de incredulidade. Foi este mesmo pecado que levou toda uma geração da nação de Israel a ser exterminada. Mesmo tendo um líder do calibre de Moisés, este não foi capaz de dissuadi-los.

Os israelitas se deixaram influenciar negativamente pelos dez espias que deram um relatório negativo, mesmo que os outros dois tenham trazido uma palavra alentadora. O mais incrível é ver que a incredulidade limita até mesmo o poder de Deus. Afinal, o próprio Jesus não pôde fazer muitos milagres em Nazaré devido ao espírito de incredulidade que dominava aquela cidade. Que tristeza! Precisamos estar abertos para coisas novas da parte do Senhor. Ele é criativo e faz coisas novas a cada dia. As lutas nos fazem mais sensíveis e, se soubermos superá-las, nos tornamos mais fortes mentalmente. Temos que nos preparar para grandes desafios, pois conduzir o povo de Israel pelo deserto não era tarefa fácil. Imagine entregar tal tarefa hoje em dia a um presidente do Ocidente.

O que ele pensaria se lhe disséssemos que devia levar três milhões de pessoas pelo deserto e que tal tarefa duraria 40 anos? Imagino que ele iria dizer que seriam necessários mil hipermercados para suprir todo o povo, além de milhões de litros de água, roupas para todos, etc. Moisés só teve cinco escusas. Quantas teriam os mandatários ocidentais? O Senhor nos entregou a tarefa de fazer discípulos dentre todos os povos. Desde que a recebemos já passaram mais de dois mil anos e há muita terra para conquistar. Temos um grande desafio à nossa frente.

Vamos pensar um pouco sobre os dados que dispomos no momento:
Há 24.000 povos no mundo e ainda faltam 8.000 para serem alcançados.
Há 6.809 línguas no mundo e 4.500 delas não têm nenhuma porção da Bíblia traduzida
.85.000 pessoas morrem a cada dia sem nunca terem ouvido nada sobre Cristo.

O Brasil tem a 3ª maior igreja do mundo. Infelizmente, hoje são necessários 100.000 crentes para sustentar um missionário dentro da Janela 10-40. Por que isso ocorre? A média de investimentos por pessoa em missões transculturais é apenas R$ 1,30 por ano.

Isto é algo inadmissível e vergonhoso. Precisamos fazer alguma coisa para mudar este quadro. Creio que estamos cometendo o mesmo pecado em que caíram os filhos de Israel nos tempos de Josué. Lemos na Bíblia que sete tribos foram negligentes em possuir a terra, mesmo depois de Deus tê-la entregado em suas mãos (cf. Js 18:2-3). Creio que podemos chamar este pecado de Grande Omissão (Tg. 4:17). A apatia, o conformismo e a indiferença moderna são os maiores desafios dos dias hodiernos. Vemos que tudo isso está presente em nossas igrejas, mas não podemos nos conformar com este mundo! Devemos renovar as nossas mentes, segundo nos alerta Paulo em Rm 12:1-2. Ainda não consigo entender, e muitos menos aceitar, o que Oswald Smith disse por experiência própria e com muita coragem: "O primeiro e maior obstáculo para missões são os pastores".

Para mim, como pastor, é triste ouvir isso. Lembre-se que ele foi um grande homem de Deus, que pastoreava uma igreja que possuía mais de 800 missionários e escreveu muitos livros impactantes, como "Paixão pelas Almas", "Evangelizemos o Mundo" e "O Clamor do Mundo". Sua declaração é muito chocante. Afinal de contas, são os pastores que deveriam procurar cumprir sua incumbência ao descobrir vocacionados, orientá-los, treiná-los, enviá-los aos campos não-alcançados e sustentá-los dignamente.

Infelizmente, na maioria das vezes são eles os que mais se opõem a tudo isso. Falar em mudanças é fácil, mas sabemos que na prática as coisas são bem diferentes. Falar em mudar o outro é uma coisa, mas quando o Senhor mostra que somos nós que precisamos mudar, então tudo muda de figura. Creio que precisamos nos preparar mentalmente para que as mudanças tenham início em nós. O Senhor está falando que nossa comunidade deve se preparar para mudanças, a começar em nós, pois Ele fará o resto. Isto implica em uma melhor administração, maior unidade, melhor preparação para receber as pessoas, maior visão, maior dedicação, uma mente preparada para o sofrimento, sermos menos sensíveis emocionalmente às críticas, termos mais perseverança nas provas, lutas e dificuldades.

É preciso que haja uma unidade mais forte entre nós. Precisamos ser mais abertos para ouvir a voz de Deus e mudarmos o curso da história. Isso ocorrerá se tivermos uma visão clara de ministério para nós e nossa organização, sem invejarmos o que é bom dos outros. É necessário estarmos prontos a sacrificar nossos anelos, sonhos e visões em bem da equipe e pela expansão do Reino na face da terra. Isso tudo sem gastarmos recursos, tempo, talentos em vão, aprendendo a sermos pacientes com todos e amarmos o próximo, vendo o que é melhor para ele. Como isso é difícil! Mas é exatamente isso que o Senhor está nos pedindo. A Missão Horizontes resolveu inovar. Fizemos um seminário diferente, onde o segundo ano é realizado no exterior, pois mais de 97% dos formandos dos seminários não vão para missões transculturais. A maioria dos nossos alunos levanta apenas 50% do custo necessário. O restante é conseguido com recursos provenientes da venda de literatura, vídeos, doação de alimentos, roupas para bazar beneficente, etc. Desenvolvemos um projeto de "fundo comum" onde todos vivem no mesmo nível. Nosso modelo foi bastante criticado, mas atualmente já tem uma aceitação maior e inclusive está sendo utilizado por outras organizações cristãs. Essa iniciativa está levantando uma força missionária latina. Essas e tantas outras mudanças de paradigmas históricos já foram introduzidas, mas em que as próximas mudanças implicarão? Ficamos pensando se é coerente fazer um projeto para 300 pessoas em 2002. Para isso precisamos que os candidatos estejam preparados. Esperávamos 50 novos alunos no seminário, mas neste semestre eles chegaram a 65. Além disso, precisamos de obreiros, no mínimo 30 voluntários. Só que isso atualmente não é coerente, pois carecemos de estrutura para recebê-los. Hoje não temos recursos suficientes para tal empreitada, nem pessoal suficiente para treiná-los. Mas estamos conscientes de que não temos alternativas. Temos de fazê-lo, pois a ordem veio do Senhor. É preciso que o Brasil faça algo para levantar uma força que irá até os não-alcançados. Você já imaginou se cada igreja brasileira que possui pelo menos 100 membros enviasse um missionário preparado, o sustentasse dignamente e o enviasse para os povos não-alcançados? Isso seria uma revolução! É algo que o mundo inteiro espera e este é o desejo do Senhor. Você já imaginou termos bases de treinamento em todos os países da América Latina e levantarmos 10.000 missionários?

Parece algo muito grande para o Senhor? Alguns textos bíblicos têm nos tocado e inspirado: "Vede entre as nações e olhai, e maravilhai-vos, e admirai-vos, porque realizo em vossos dias uma obra que vós não crereis, quando vos for contada" (Hb 1:5). "Clama a mim e responder-te-ei, e anunciarei coisas grandes e ocultas que não sabes" (Jr 33:3). "Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço. E as fará maiores do que estas, porque eu vou para o Pai" (Jo 14:12). "Mas como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviram, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam" (I Co 2:9). "Amplia o lugar da tua tenda, e as cortinas das tuas habitações se estendam, não o impeças; alonga as tuas cordas, e firmam bem as tuas estacas. Porque transbordarás a mão direita e à esquerda; a tua posteridade possuirá as nações, e fará que sejam habitadas as cidades assoladas" (Is 54:2-3). "Pois para Deus nada é impossível" (Lc 1:37

). "Assaltam a cidade, correm pelos muros, sobem às casas, entram pelas janelas como o ladrão. Diante deles treme a terra, abalam-se os céus, enegrecem-se o sol e a lua, e retiram as estrelas o seu resplendor. O Senhor troveja diante do seu exército; muito grande é o seu arraial e poderosos são os que executam a sua palavra. O dia do Senhor é grande e muito terrível, quem o poderá suportar?" (Jl 2:9-11). Quais são as áreas que devemos mudar? Qual seria a sua contribuição? Qual o complemento daquilo que o Senhor está falando para a nossa comunidade? O que Ele está falando contigo e que pode ser parte deste material? Quais seriam os passos para alcançarmos o que o Senhor quer de nós? Precisamos de ajuda. Tanto em oração quanto em sustento e material humano. Esta palavra não é somente para uma pessoa, mas para uma comunidade. Clamando por misericórdia, sabedoria e graça do Senhor para fazer a vontade do Mestre:

David Botelho _ Missão Horizontes América Latina _ Diretor


MANIFESTO 2001

- "Então eu disse aos nobres, aos magistrados e ao resto do povo: A obra é grande e extensa, e nós estamos separados uns dos outros ao longo do muro" Ne. 4.19 - Queridos nobres líderes e amantes de missões: Impossibilitado de expressar-me nos Congressos Brasileiros de Missões, gostaria de trazer a tona um assunto que tem sido motivo de minhas orações e preocupações, e creio serem importantes, e que devem servir para reflexão e discussão da liderança de missões em nossa pátria.
Entendo que estamos batalhando isoladamente e, muitas vezes, competindo entre nós, procurando trazer a nossa visão própria em vez de avaliarmos o que o Senhor quer e, então avaliarmos o movimento de missões no Brasil em todas as áreas.
Isto me faz lembrar de certo atirador que causava admiração àqueles que viam a precisão de seus tiros: todos eles acertavam o alvo. Um certo admirador quis surpreendê-lo. Levantou bem cedo e foi observar o atirador. E escondido viu que ele atirava nas árvores e depois circundava o local acertado para fazer parecer que havia acertado o alvo.
Quantas vezes agimos da mesma maneira ao acreditarmos que estamos acertando o alvo porque estamos exportando o modelo brasileiro de missões para toda a América Latina, usando o exemplo das nossas organizações missionárias, que infelizmente, na realidade, não estão alcançando o objetivo de levar as Boas Novas aos não alcançados.
Mostrarei isso no decorrer deste artigo.
O elitismo em missões é preocupante. Somente alguns teóricos têm coordenado e direcionado o processo missionário em nossa nação, em detrimento de uma participação mais ampla de uma camada de práticos em missões, ou seja, os verdadeiros missionários que têm pago um preço muito alto para desenvolverem seus ministérios.
Vejo que muitos acadêmicos em missões são teóricos alienados da realidade missionária. A maioria não tem comprometimento com a obra missionária e outros são verdadeiros críticos de missões transculturais.
Tive contato com um pastor mestrado em missões nos Estados Unidos, que realiza congressos importantes no Brasil e conta com uma grande participação de pastores brasileiros. Esse pastor impediu que Frank Dietz, ex-diretor dos navios Doulos e Logos, cuja experiência em missões transculturais ultrapassa a marca dos 35 anos, pregasse em sua igreja. Este pastor tem ainda questionado a Janela 10-40, dizendo que a delimitação desta área foi inventada por norte americanos, que agora queriam usar os latinos como buchas de canhão. Uma tremenda aberração!
São necessários, mais do que nunca, crentes nobres como foram os bereanos, pensadores e questionadores, que checavam os ensinos paulinos com as Escrituras Sagradas, e assim mesmo foram elogiados pelo Apóstolo.
Steves Saint, filho de Nait Saint, um dos 5 missionários mártires no Equador cuja história dramática está relatada no livro Piloto das Selvas, diz em seu livro A Grande Omissão (The Great Omission): "O nosso hábito de enviar poucas tropas especializadas para lutar contra o inimigo, e deixarmos a maioria dos cristãos fora desta batalha espiritual é a nossa Grande Omissão".
Entendo e valorizo a preparação para todo o Corpo, mas também sei que todos têm que amar a missão de alcançar os perdidos, não esquecendo os menos alcançados pelo Evangelho. É hora de empreendermos esforços para alcançar os não alcançados e esquecidos pela igreja evangélica no mundo.
Observe alguns dados:
O Desafio:

- Há 24.000 povos no mundo dos quais 8.000 precisam ser alcançados;
- Há 6.287 línguas no mundo e 4.500 delas não têm nenhuma parte da Bíblia traduzida;
- 85.000 morrem a cada dia sem nunca terem ouvido de Cristo.
O que temos:
Somos a terceira maior igreja do mundo e precisamos de 100.000 crentes para sustentar um missionário dentro da Janela 10-40. Investimos, em média, somente R$ 1,30 por pessoa por ano para missões transculturais.
Ao ver o grande desafio e o elitismo atual, lembro-me que Martinho Lutero também viveu tempos críticos. Naquela época, chamada de Idade Negra, sacerdotes conduziam as cerimônias religiosas numa língua inacessível ao povo e de costas para a congregação, demonstrando menosprezo pela sociedade presente. Os religiosos se esconderam nos mosteiros e alienaram-se do mundo, tentando ser mais santos. Martinho quebrou os paradigmas da época traduzindo vários textos bíblicos na língua do povo, distribuindo-os em diversas regiões e causando um tremendo impacto na Europa. Lutero levantou várias teses contra o sistema religioso, expostas na porta da sua catedral, revolucionando a sua nação e outras também.
A Missão Horizontes está trabalhando forte para popularizar missões dentro da igreja brasileira. Para isto está produzindo artigos escritos por missionários de diversas organizações para distribuí-los indiscriminadamente. Seus membros são incompreendidos por produzir algo latino a um custo acessível. A Missão Horizontes tem trabalhado na conscientização missionária e alertado quanto ao perigo de se investir prioritariamente no ter, ao invés de no ser.
Por exemplo, investir em estruturas físicas, deixando de investir na formação de vidas. Temos nos esforçado para produzir literatura, vídeos missionários, mapas, globos, cartões de oração e cursos de orientação missionária. Os recursos gerados através de nossas publicações são aplicados no sustento de nossos estudantes da escola missionária.
O Movimento AD2000 e Além teve um papel preponderante neste processo de conscientização missionária aos povos não alcançados ao produzir materiais que ajudaram a igreja no mundo todo. Suas redes de trabalho tiveram um papel relevante em missões transculturais, e após o encerramento de suas atividades, em março de 2001, vimos que a rede que permaneceu e se solidificou em nosso país foi o Brasil 2010. A literatura deste movimento, como: Maghreb, Janela 35-45 e o respectivo mapa, Chifre da África, Shalom-Salam, entre outros, não interessaram a nenhuma editora por não serem comerciais. Luis Bush, ex-diretor do Movimento ofereceu-nos os direitos autorais e a arte gráfica sem nenhum custo. Publicou esse material vital para o despertamento da igreja brasileira para regiões que até então não conhecia . Quantos líderes já leram sobre esses assuntos e se interessaram por tê-los em nossa língua? Entre os livros está "A Igreja é Maior do Que Você Pensa", do pesquisador e professor Patrick Johnstone, um missionário que conhece a história de missões e trata de assuntos tabus, como a importância da trilogia em missões: unidades e sincronia das igrejas, organizações missionárias e juntas denominacionais no recrutamento, treinamento, envio e acompanhamento do missionário no campo e no retorno à pátria.
Patrick disseca assuntos polêmicos com muita propriedade e base bíblica, além de fornecer dados da realidade missionária em nossa geração. O livro "Tochas de Júbilo" não estava sendo reeditado porque suas vendas eram de somente 150 exemplares por ano.
Falta a líderes e professores de missões conhecimento sobre a importância dessa literatura do despertamento e na orientação missionária transcultural. A Editora Vida, detentora dos direitos autorais fez uma parceria com a Missão Horizontes produzindo uma tiragem especial a um custo especial, cabendo a nós a divulgação do livro. Essa parceria foi estendida a outros livros, como: Por Esta Cruz Te Matarei e Véu Rasgado e outros estão em processo.
Penso que se todas as organizações missionárias unissem seus esforços para produzir e divulgar materiais sobre missões tudo seria diferente. O que nos impede de unirmos esforços? Seria o trabalho estafante pela sobrevivência? A competitividade? O nosso egoísmo? As discriminações? A Global Conections, ou Aliança Evangélica da Grã Bretanha, ofereceu-nos 5 mapas em cores, com informações sintetizadas de regiões e assuntos relevantes para missões.
Oferecemos os mapas a AMTB Associação de Missões Transculturais do Brasil que não os puderam aceitar por falta de estrutura. O primeiro artigo sobre a Janela 10-40 em português foi produzido somente 4 anos depois que foi apresentado em inglês e saiu também pela Missão Horizontes. Glenn Myers, pesquisador da WEC Internacional, Missão Amém no Brasil, pesquisou 10.000 páginas para produzir um livreto de 70 da série Perspectivas, que tem livretos como: Crianças em Crise, Pobre Entre Os Pobres, Região do Sahel Africano, Aro de Fogo região que abrange a Indonésia e Malásia, Nômades, Índia, Rota da Seda ou Janela 35-45, nova nomenclatura para esta região.
Mesmo sendo resultado do trabalho de um dos maiores pesquisadores do mundo, para alguns esta série não é considerada comercialmente viável. Realmente, nós líderes de missões não temos dado ênfase a estas regiões do mundo. Não temos incentivado nossos crentes a lerem nem a pesquisarem. Nossos estudantes de teologia não têm tido uma visão global do mundo e nossos pastores têm medo de investir em missões. Creio que já chegou a hora de revermos os nossos currículos escolares para dar a missões a tônica devida. Missões é a prática da teologia. Toda esta literatura está sendo publicada pela Missão Horizontes e temos incentivado nossos estudantes para que as leiam e estudem. Estes livros são leitura obrigatória para os candidatos que queiram ingressar em nossos centros de treinamento. Somente assim podemos mudar a história de missões no Brasil e conseqüentemente, o destino eterno de povos, raças, línguas e nações.
Infelizmente o termo missionário está totalmente deturpado no contexto brasileiro: um evangelista de televisão é chamado de missionário, o mesmo título é dado a esposa de pastores e às intercessoras ou líderes de reuniões ou círculos de oração. Creio que é necessário diferenciarmos missionários de missionários transculturais. Assim teremos condições de mostrar a realidade do trabalho transcultural aos não alcançados que recebem somente 0,5% dos recursos financeiros das igrejas no mundo.
Em nossas pesquisas, realizadas com mais de 15.000 pastores e líderes de igrejas, não encontramos nenhuma igreja que invista mais de 50% de suas entradas em missões, enquanto a Igreja dos Povos de Toronto, Canadá, chegou a investir mais de 75%; os Irmãos Morávios tinham um missionário para cada 12 membros, segundo Patrick Johnstone em seu livro A Igreja é maior do que você pensa. Creio que eles podem servir de modelo. Não é necessário muito esforço para sermos modelo ou transtornarmos o mundo, como fizeram os crentes primitivos (At. 17.6). Se cada crente brasileiro investir em média R$ 10,00 mensais em missões transculturais, que seria 100 vezes mais que o investimento atual, poderia multiplicar a força missionária em 100 e atender a demanda dos 8.000 povos que não conhecem Jesus... Isto é sacrifício? ...É isto utopia? Somente chegaremos aonde nossa fé alcançar.
Pensando nisto nos lembramos do texto de II Rs. 13. 14 a 19 que fala do encontro do profeta Eliseu com o rei Jeoás. Ao visitá-lo Jeoás recebeu a palavra para que abrisse a Janela do Oriente, onde estava o maior desafio do povo de Israel. Parece que podemos fazer um paralelo em nossos dias, quando olhamos para a Janela do Oriente, a Janela 10-40, onde está o mundo muçulmano árabe. Eliseu disse para Jeoás que pegasse o arco e as flechas do livramento do Senhor que seriam as flechas de livramento contra os sírios. Ele tinha o local determinado para a vitória decretada pelo Senhor. Jeoás recebeu a ordem de pegar as flechas e simbolicamente ferir a terra. Ele poderia fazê-lo 5 ou 6 vezes e este número seria o final do inimigo do povo de Israel. Mas Jeoás o fez, somente 3 vezes e causou indignação no profeta.
Alguns teóricos, considerados experts em missões, têm tido uma preocupação muito grande e desnecessária com o Islamismo, Hinduísmo, Budismo, Nova Era etc, considerando um ou outro como o maior perigo para a Igreja. Creio que o maior perigo para a igreja está dentro da própria igreja: a apatia, a indiferença, a indolência, o conformismo e o materialismo modernos, que resultam na Grande Omissão. A Palavra de Deus diz claramente que se a nossa esperança fosse somente nesta vida, seríamos os mais miseráveis dos pecadores. Vejo que a egoísta Teologia da Prosperidade tem afetado tremendamente os crentes brasileiros, pois a Bíblia diz que o Senhor quer nos abençoar para que sejamos uma bênção para as nações. A distorção é tão grande, que hoje é normal que cantores e artistas decadentes converterem-se por causa do grande mercado evangélico. Outros aproveitam a oportunidade de se apresentarem nas igrejas cobrando cachês absurdos, às vezes em dólares. Tais somas chegam a alcançar dez mil dólares. Enquanto isso, missionários desenvolvem trabalhos sacrificiais e normalmente recebem ofertas de R$ 50.00, quando recebem. Muitos líderes induzem os crentes a darem uma oferta missionária para o ministério de um palestrante que chegam a ultrapassar o valor de R$ 1.000,00, mas, no final, a maior parte fica para a obra local. Outros convidam missionários e os usam para tirar ofertas para algum obreiro da própria igreja. Creio que estes que praticam tais aberrações não sejam verdadeiros pastores, mas sim lobos devoradores.
Isto tem acontecido com freqüência com nossos missionários. Falamos do que vivemos, pois somente no ano passado visitamos, como organização missionária, mais de 1.200 igrejas. Cantores e artistas nada cristãos estão se aventurando no mercado evangélico com o apoio e encorajamento destes mesmos pastores. Um destes artistas é conhecido na mídia por mostrar somente as nádegas, mas conta com a simpatia de vários líderes, pois atrai multidões. Isto é inconcebível. Há algum tempo estive numa destas igrejas em São Paulo e um jogador de futebol teve a oportunidade para trazer a Palavra. Foi um Aimaas da vida (II Sm. 18. 23-29) pois não tinha nenhuma mensagem a trazer àquele povo. Foi só gritaria e perda de tempo. Após a "mensagem", o pastor trouxe uma profecia dizendo que Deus o tinha levantado para manifestar Sua Glória e que aquele jogador de futebol iria tomar o lugar de um outro atleta, que não teria sido fiel, segundo a "profecia" do pastor. Na realidade este atleta tem dado um bom testemunho. Alguns meses depois o jogador-palestrante apareceu na mídia por ter suas fotos publicadas numa famosa revista gay brasileira. Nas fotos ele estava nu.
O Rev (sic) Moon, propagador de uma seita diabólica, ensina que Cristo fracassou em Sua missão na terra e que a cruz não tem nenhum valor. Ele diz que teria sido enviado como substituto de Jesus. Mesmo dizendo estas coisas conseguiu seduzir e levar ao Uruguai, em uma de suas investidas no meio evangélico brasileiro, mais de 900 pastores. Homem diabólico e sedutor Que tipo de liderança representam? Nos Estados Unidos o Projeto Josué foi levantado para adotar os 1739 povos menos alcançados, com uma população acima de 10.000 habitantes. Mudou sua liderança e, em seu último boletim, a ênfase para oração era dada à famosa Universidade de Boston, que foi fundada por evangélicos. Escrevi aos líderes, lembrando-os do objetivo da formação do projeto. Até hoje não recebi nenhuma resposta. Digo isto sem desprezar a necessidade de orar pelos estudantes daquela universidade, mas por que a finalidade desse projeto era direcionar esforços para os povos menos alcançados e negligenciados do mundo.
Hoje existem países sem nenhum crente nacional conhecido; há somente 2,8 missionários para atender cada 1 milhão de muçulmanos no mundo; a população de muçulmanos ultrapassa a casa de 1 bilhão, embora muitos deles sejam apenas muçulmanos nominais ou sincretistas. A maioria das escolas brasileiras de ensino religioso tem copiado currículos estrangeiros e submetido os estudantes a uma realidade diferente da nossa. A Missão Horizontes fez uma mudança radical em seu treinamento missionário e tem alcançado resultados extraordinários.
O seminário missionário passou a ser composto pela parte formal, não formal e informal, a fim de desenvolver o candidato em várias áreas: caráter cristão, trabalho em equipe, conhecimentos de primeiros socorros, treinamento bivocacional, inteligência emocional, sentimental, mental, prática, transcultural prévia, mobilização missionária, lingüística, visão global etc. Já no segundo ano o candidato deixa o Brasil para dar continuidade aos seus estudos em um país de língua espanhola, em uma de suas bases na América Latina. Também desenvolveu um método em que todos estejam comprometidos com uma visão de despertar a igreja brasileira para cumprir seu destino de fazer missões.
A Missão Horizontes procurou também baixar os custos. Hoje os estudantes cobrem 50% do custo básico que é de um salário mínimo vigente no país. Infelizmente no Brasil, hoje, somente 5% dos que se dispõem para serem treinados para ir aos campos transculturais têm o apoio parcial de seus pastores. A parte restante vem de recursos levantados através de literatura, vídeos, doações de alimentos, roupas para o bazar beneficente da missão etc. Tudo isto é promovido em parceria com estudantes, voluntários e obreiros da Missão Horizontes, pois são raríssimas as igrejas brasileiras que investem em Centros de Treinamento Missionário. Isto tem mais que dobrado o número de candidatos e também levantado uma força missionária para os não alcançados.
O custo de treinamento em nossa base no Paraguai, no segundo ano de treinamento é bem barato: somente 1 salário mínimo. Mesmo assim, 75% dos candidatos têm problemas com sustento, por causa da falta de prioridade para o treinamento missionário da igreja brasileira.
Fiquei muito surpreso no Congresso da Sepal de 2.001, que congregou muitos pastores. O seminário de missões atraiu somente 12 pessoas e 3 delas eram os queridos amigos Ken Kudo, Josué Martins, os preletores do seminário, e eu, demonstrando que missões transculturais estão enfrentando uma das maiores crises no meio de liderança brasileira.
Algo radical tem que ser feito com urgência. Oswald Smith, famoso escritor e pastor de uma igreja com mais de 800 missionários, afirmou com muita coragem, conhecimento: "O primeiro e maior obstáculo para missões são os pastores". Ele tinha experiência no assunto. Os pastores têm a incumbência de descobrir vocacionados, orientá-los, treiná-los, enviá-los aos campos não alcançados e sustentá-los dignamente. Posso dizer, por experiência, que, na prática, a maioria se opõe a tudo isso. A frase de George Peters diz uma verdade incontestável: O mundo está mais preparado para receber o Evangelho do que os cristãos para propagá-lo.
O filme Jesus é, hoje, o filme mais pirateado no mundo muçulmano. Ele foi apresentando na época do Natal em duas nações muçulmanas. Vários muçulmanos tiveram sonhos com Jesus e pedem missionários que os discipulem nos caminhos do Senhor, mas onde estão? Um presidente de uma nação muçulmana pobre pediu obreiros brasileiros a Missão Horizontes. Parece que chegou o tempo em que as pedras estão clamando... Estou vivendo a mesma experiência de Jeremias e não posso me calar diante de tantos fatos. Fiquei impressionado e admirado pelo Senhor ter me feito entender que a visão dada a organização da qual faço parte de conscientizar e despertar a igreja brasileira de sua letargia para missões transculturais. A princípio isto me trouxe uma certa decepção, mas compreendi que se a igreja não tem visão missionária, não adianta preparar obreiros e enviá-los à Fortaleza de Satanás.
Seria como enviar Urias ao front e tirar todo o apoio provocando sua morte. Se os líderes tiverem visão missionária, os recursos, obreiros, treinamento, envio e apoio digno aos valentes soldados deste novo milênio, virão como conseqüência. Gostaria de enfatizar que, com um treinamento adequado pode-se formar bons obreiros. Líderes da Junta de Richmond, batistas dos Estados Unidos, têm acompanhado obreiros do Projeto África Sahel por quase 4 anos e viram que latinos bem preparados podem ajudar no término da tarefa na evangelização mundial.
Os 95 radicais que entraram na Janela 10-40 estão causando boa impressão a missionários europeus e norte-americanos e há uma procura por mais obreiros latinos. O maior desafio é o apoio financeiro de suas igrejas e líderes. O que devemos fazer diante desses fatos?
1 Levantar um movimento de oração e intercessão pelos pastores brasileiros, a fim de que tenhamos paixão e compaixão pelos perdidos;
2 Orar pelas nações muçulmanas, budistas, hindus e animistas, e adquirir conhecimento delas através da literatura disponível;
3 Orar por homens dispostos a servirem aos povos não alcançados. Hoje nos campos não alcançados há 2 mulheres para 1 homem, pois os homens estão dizendo: Eis me aqui, envia a minha irmã. Quem envia obreiros é o Senhor, conforme Mt. 9. 37-38, e a realidade mostrada na igreja primitiva de Antioquia foi a do Espírito Santo instruindo-os para separarem a Paulo e Barnabé A igreja e sua liderança estavam abertas para fazer o envio. Questão de obediência;
4 Orar pelos líderes de missões, para que tenham discernimento do Senhor para atacar o problema ao invés de gastar tempo com coisas irrelevantes. Que venhamos gastar mais tempo em oração pedindo projetos, métodos, idéias e pensamentos ao Senhor. Só assim teremos resultados melhores;
5 Orar para que líderes de missões e organizações missionárias trabalhem juntos, como também os líderes de igrejas, a fim de que não busquemos nosso próprio reino, mas sim o expandir o reino do Senhor;
6 Orar para que não sejamos egoístas nem discriminadores; para que existam boas parcerias que possam multiplicar nossa força sinérgica, a fim de alcançarmos os perdidos, esquecidos e negligenciados pela igreja evangélica;
e 7 Orar por igrejas que venham a servir de modelo para missões, que investem mais de 50% de suas entradas em missões transculturais; que reconhecem as vocações missionárias de adolescentes, jovens e aposentados; que valorizam o treinamento adequado e necessário; que apóiam os vocacionados e obreiros no campo; que invistam no acompanhamento no campo e no retorno de seus missionários à pátria etc.
Envolvido ou comprometido com missões transculturais?
A condição da igreja brasileira é a seguinte: em cada 100 membros, em média, encontramos 3 crentes que amam missões transculturais. A esses chamamos de comprometidos.
O general norte americano Norman Scwartzkopof, que atuou na Guerra do Golfo, explicou a diferença entre os dois principais ingredientes do típico café da manhã americano: o bacon e os ovos. A galinha envolveu-se, pois deu os ovos. Mas o porco comprometeu-se, pois teve que dar sua vida.
E você, como está qualificado: como envolvido ou como comprometido?
Estivemos na França em janeiro de 2001 com os 39 radicais que estavam aprendendo o francês, preparando-se para irem para o Sahel Africano, uma das regiões mais pobres do mundo, onde 2 milhões de pessoas morrem por ano somente vítimas de malária. Tivemos a oportunidade de ir ao hipódromo nacional e ficamos surpresos ao ver animais de diversos portes; alguns deles eram gigantescos. Mas o que nos impressionou foi a "lição dos cavalos": 1 cavalo sozinho puxa 200 quilos. Mas 2 deles multiplicam a força sinérgica por 10. Fantástico e maravilhoso! Este mesmo paralelo é encontrado no Antigo Testamento, registrado em Dt 32:30: uma só pessoa persegue a 1.000, mas duas, a 10.000!
Cremos nessa sinergia cristã e, se conseguirmos unir as nossas forças poderemos fazer um grande estrago no reino das trevas.
A Bíblia registra em João 17:21 23: "Para que todos sejam um; assim como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu lhes dei a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um; Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, a fim de que o mundo conheça que tu me enviaste, e que os amaste a eles, assim como amaste a mim." A oração sacerdotal de Cristo diz que o mundo só vai crer n'Ele quando nós formos um, assim como o Pai e o Filho são um. Creio que esta oração do Filho está começando a ser respondida. Não quero estar alienado. Estou aberto para uma discussão mais ampla.
Vejo a necessidade de unidade para mudarmos o quadro atual de missões no Brasil. Precisamos estar juntos no esforço de cumprir completamente a Grande Comissão.



País apodrecido, igreja insípida
Dom Robinson Cavalcanti (*)
Metade dos escândalos que explodiram no Brasil teriam provocado revoluções em qualquer outra parte do mundo. Apesar do sensacionalismo da imprensa, dos gritos hipócritas das oposições e da “cara de pau” das situações, a rotina nacional não sofreu alteração. As opções eleitorais foram na direção do “rouba, mas faz”. Afinal, ética nunca foi o forte da Terra de Santa Cruz, desde o seu “descobrimento”. Ninguém está chateado com a desonestidade dos de cima; o aborrecimento é por não se estar lá também.
Vianna Moog, no capítulo “Ética e Economia”, de seu clássico Bandeirantes e Pioneiros, mostra que fomos um país sem mecanismos sociais de controle, sem sacerdotes e sem sogras. A primeira missa foi celebrada, e, depois, houve duzentos anos de escassos sacerdotes e deficiente catequese, com uma fé mística, mágica e folclórica. Os varões que deixaram em Portugal as antigas famílias (sogras, inclusive) se uniam, assimétrica e pluralmente, com as ameríndias e as africanas, de paternidade ausente, nas entradas e bandeiras. A motivação colonizadora era o enriquecimento rápido, com o mínimo de trabalho e por quaisquer meios, pois “além do Equador não há pecado”. Os benesses reais, a nobreza cartorial, as heranças e as botijas substituiriam o trabalho orgânico. O Estado surgiu antes da nação e impôs os governantes e as leis, com os quais o povo não se identificava nem aos quais se sentia obrigado a obedecer, antes a burlar. Imperavam o escravismo, a servidão, o capitalismo selvagem, a educação ornamental e beletrista, o poder, a propriedade, a renda e o saber concentradíssimos. E hoje queremos, como resultado, um país justo, pacífico e honesto?
No país do pistolão, do nepotismo e do compadrio, as palavras de ordem são: “Para os parentes e os amigos, tudo; para os inimigos, a lei” e “Você sabe com quem está falando?”. A “lei” é o levar vantagem em tudo. No lugar de “Ordem e Progresso”, já se afirmou, deveríamos ter no centro da nossa bandeira: “Sombra e água fresca”, ou: “Trabalho honesto é como o crime: não compensa”. Um ilustre membro do Poder Judiciário no Nordeste, quando questionado por uma jornalista sobre o excesso de parentes lotado em seu gabinete, saiu-se com esta pérola: “Minha filha, quando Deus quis salvar o mundo, por acaso mandou um estranho ou um conhecido? Ele mandou o filho dele”.
Nas campanhas presidenciais de 1989 e 1994, rodando por este Brasil, ouvi a raiva e a frustração do povão contra essa idéia de “justiça social”. A natureza das coisas é uma sociedade de privilégios, desde que se esteja no andar de cima. Algo contrário seria frustrar sonhos, como o de um dia ganhar na loteria ou no jogo do bicho. Filho de vereador da UDN, convivi com o lacerdismo. Moralismo por aqui empolga classe média. Os de cima e os de baixo, em suas respectivas alienações, “não estão nem aí”. O “homem cordial” ou o “cabra macho”, lúdicos, eróticos e espertos, estão mais para a ideologia “futebol, cachaça e mulher”. O resto é retórica, imposição de gringos ou fanatismo, pois, “ninguém é de ferro”. Sem chances, emigra-se para — suprema ironia e humilhação — fazer faxina.
O protestantismo de imigração, de alemães, suíços, ingleses, fechado em si, teve escasso impacto na cultura nacional. O protestantismo de missão aportou com a crença em um “destino manifesto” de trazer uma fé superior, o progresso e a democracia. A luta pela Abolição e pela República, pelo Estado laico, pela instrução universal, mista, profissionalizante, com educação física e esportes, o ensino do valor do trabalho, da sobriedade, da poupança, a valorização da família, o envolvimento em movimentos sociais, como o sindicalismo, fazem parte de um rico legado hoje esquecido e rejeitado. A Guerra Fria, a Ditadura Militar, o neo-fundamentalismo nos empurraram a heresia “crente não se mete em política”, nos anos 70.
O pentecostalismo que nos chegou não foi o da ala negra da rua Azuza, com sua visão social, mas o da ala branca, com seu isolacionismo, sua ascese extra-mundana e sua escatologia pré-milenista pessimista. Com o passar do tempo, permaneceu apenas o conceito de pecado individual e de uma ética individual da santidade negativa (não fazer o mal) — e não da santidade positiva (fazer o bem) — legalista, moralista, sem os conceitos de pecado social e pecado estrutural, e ética social. A teologia da libertação, racionalista, enfatizaria esses últimos às custas dos primeiros, e, por fim, a teologia liberal pós-moderna, relativista, e amoral, negaria ambos. A “batalha espiritual” reforçaria a alienação e a teologia da prosperidade seria a face religiosa do neoliberalismo capitalista. O neo-pós-pseudo-pentecostalismo não prega conversão e santidade, mas neo-indulgências e sessões de descarrego. Do novo nascimento ao sabonete de arruda tem sido um longo caminho, por onde passam os sócios “evangélicos” dos escândalos da República. Uma igreja insípida não salga nem salva um país enfermo.
Falhou o evangelicalismo? Não. Falta-nos evangelicalismo!
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* Dom Robinson Cavalcanti é bispo Anglicano da Diocese do Recife e autor de, entre outros, Cristianismo e Política – teoria bíblica e prática histórica e A Igreja, o País e o Mundo – desafios a uma fé engajada.
www.dar.org.br Secretaria Diocesana , Escritório Maceió-AL , (81) 9111.7172
"Antes de clamarem, eu responderei; ainda não estarão falando, e eu os ouvirei" (Is.65:24). (Via_D.Botelho em 10/11/2006)
O perigo de uma Bíblia em nossas casas!
Susana Kramer de Mesquita Oliveira
Comecei a ler a Bíblia aos 12 anos de idade, nos dias em que Deus Se revelou a mim como um deus pessoal! Eu estava voltando de um acampamento, onde, através de um gesto simples de dizer “sim” a um convite feito por um certo missionário, eu decidi que viveria prioritariamente sob a Palavra de Deus e não sob a minha ou a de homens, quaisquer que fossem! Ao voltar para casa eu fiz minha primeira leitura do Novo Testamento a partir de uma maravilhosa e mistériosa motivação e discernimento que me levaram a conhecer a Palavra, a mente e o coração de Deus para o mundo e para mim em apenas um mês... Até então a Bíblia era para mim um livro pra se levar à igreja, mas aquela leitura simplesmente enxertou a Palavra de Deus em meu mundo interior! Fui guiada por um entendimento que transcendia em muito a capacidade de uma menina de 12 anos, na década de 70, pacata, ainda sem gosto por livros, quase sem acesso a quaisquer formas de mídia... Sim, foi a Palavra de Deus – e não outros livros ou outros meios de comunicação de massa – que abriu a minha mente!! Comecei a me tornar alguém questionador; comecei a pensar sobre a vida, sobre a história, sobre questões de lei e de graça, a criação do homem, o sentido da vida, sobre a morte, o pecado, a vida abundante, relacionamentos reconstituídos, sobre a vocação do homem, da família, sobre o mundo interior, o mundo transcultural, os poderes dos homens e poderes espirituais na Terra… Enfim, sobre a nossa condição espiritual e humana e os caminhos de Deus para a destituição dos terríveis enganos que dominam nossas mentes e tornam homens e instituições poderosos e, momentaneamente, impedidores de um reino de amor em Deus neste Planeta… Descobri, então, que eu já podia fazer parte do Seu Reino aqui!! As minhas reflexões começaram a ser despertadas a partir daquele dia em que li a Bíblia pela primeira vez. Foram muitas as descobertas na Palavra! Que eu era filha de Deus, que eu não era filha única do “Papai do Céu”, que Deus não é brasileiro, que Deus opera na Terra através de parceria com o homem (Germinação da terra – Gn.2:5; Vinda de Jesus ao mundo - Mt.1:18; Evangelização da Terra – At 10:44)… Nunca esquecerei do dia em que li Isaías 1:19 (“Se quiserdes e me ouvirdes comereis o melhor dessa Terra”) e indaguei ao Senhor: “Querer??!” Eu não sabia que o nosso Deus nos considerava a esse ponto; não sabia que Ele queria saber o que eu queria! Que descoberta!! E, hoje, quando penso que Ele diz (Sl. 2:8): “Pede-me, e eu te darei as Nações”!!!!... Também nunca esquecerei a história da mulher adúltera (Jo. 8)… Ver a estratégia de Jesus para desmontar um tribunal que cercava aquela mulher e a Ele também, envolvendo-O no julgamento e condenação de uma adúltera… Que estratégia!!!... Baixar a cabeça, escrever na areia… mostrar, como que por um espelho (uma estratégia típica dos psicólogos psicodramatistas de hoje!), que não é pelo julgar uns aos outros que o mundo será transformado, mas pelo oferecer-se para uma relação honesta, em amor… Puxa, como é que se diz, simplesmente, a uma mulher que foi flagrada em adultério: “Teus acusadores se foram e eu também não sou teu acusador… vai, e não peques mais”?? Isso é transformação mesmo: uma relação de confiança para quem tinha traído! Como isso tudo me influenciou em minha conduta, em minhas escolhas, em minha visão profissional, de psicóloga…. Quantas vezes, em meu consultório, tenho desfeito tribunais! Como foi fácil entender que quem trái, tem dificuldades de estabelecer relações de confiança! Quantos e quantos ensinos eu ganhei que eram completamente contrários aos de homens, aos da cultura, que sorrateiramente tentavam me deixar presa em equívocos!! Como a Palavra tem sido o lugar de provar todas as coisas: as de casa, as da ciência, as do coração, as da História!… Nestes dias tenho me lembrado muito de como a Palavra me acompanhou durante toda as principais decisões de minha vida: casamento, faculdade, nascimento de filhos… pois, Danielle, a nossa filha mais velha, está prestes a entrar na faculdade… Deus e Sua Palavra a tem conduzido à sua vocação de médica, de cuidadora, e temos, dia-a-dia podido compartilhar sobre o Deus da Bíblia que a chama, que cuida dela, que está acima das instituições: seja para entrarmos nelas, seja para saírmos delas, seja para passarmos por elas sem que os seus sofismas, seus enganos, seus poderes nos determinem! Queremos ser determinados pelo verdadeiro Dono da Terra e não por homens que investem pesado para se fazerem donos ilegítimos sobre nós!! Como pais, compreendemos que também estamos debaixo do mesmo princípio. E, tem sido mais uma vez a Palavra de Deus o lugar de converter corações de pais a corações de filhos e vice-versa (Ml. 4:5-6); de nos fazer co-participantes de uma vocação singular que envolve a cada um e a todos. Neste processo de conversão inter-pessoal, a Bíblia tem sido o palco onde posso “ir contra” mim sem medo de sofrer e posso “ir contra” aqueles que mais amo sem medo de os perder! A Bíblia é, portanto, ao mesmo tempo um inigualável presente para nos libertar de toda e qualquer forma de poder próprio ou de outrem, nos fazendo convertidos a Deus e uns aos outros, devolvendo-nos o lugar de onde nunca deveríamos ter saído: o de homens criados por Deus, presenteados por Ele para a vida… não o de deuses, não o de donos de nada, mas o de abençoados trabalhadores e desfrutadores de tudo aquilo que nos foi dado como presente gracioso por nosso Deus! Que presente incomparável é, portanto, a Palavra!! Por isso, mal os meus filhos começaram a ler, nós, eu e o meu marido, os presenteamos com Bíblias próprias para criança. Sabíamos que, nesta geração, os estímulos formatadores das suas mentes ocorrem muito cedo e de forma muito intensa e diversificada. Então, fiz um acordo com eles, logo na primeira infância, de que leriam suas Bíblias duas vezes por dia! Grande era o nosso desejo de que, em tudo o que fizessem, eles fossem bem sucedidos (Sl.1). Pensei comigo mesma: se eu pergunto três vezes ao dia aos meus filhos (ainda que eles não gostem disso!) se escovaram os seus dentes, por que não pergunto se leram a Bíblia (sendo este um ato muito mais determinante para as suas vidas do que a melhor arcada dentária que venham a ter)?! E, claro, houve frutos! Logo-logo comecei a vê-los, diariamente, dormindo com suas Bíblias ao lado, na cama – as últimas palavras que ouviam antes de adormecerem!! Buscar ao Deus da Bíblia se tornou uma conseqüência natural. As portas dos quartos começaram a ser fechadas e eu sabia que o Pai, que vê em secreto, estava com eles (Mt. 6:6). Posso dizer que vivemos ao redor de Deus e de Sua Palavra um verdadeiro ninho de amor. Era tão bom, que às vezes dizíamos uns aos outros: “eu quase te adoro!”… Ríamos juntos, porque a Palavra tinha nos ensinado que, só ao nosso Deus, poderíamos adorar!! Fomos vendo através dos ensinos da Palavra três dimensões que nos revolucionam até hoje, e à nossa compreensão sobre a nossa vocação de pais e filhos, e de família, em Deus. Percebemos que, além da adoração, não podíamos tomar à frente naquilo que era primeiramente de Deus: o ensino e a comunhão! Ou seja, percebemos os três maiores poderes típicos da relação familiar: 1) passar uma imagem ou receber elogios como se fôssemos perfeitos ou algo parecido (adoração), 2) nos apegarmos uns aos outros como se a nossa relação servisse primeiramente ao nosso prazer e proteção (comunhão), 3) ensinar ao nossos filhos como se fôssemos donos da verdade e, ainda mais, os únicos (ensino)! A Bíblia foi instrumento perfeito para quebrar até hoje isso em nós!! Como instrução de Deus, ela tem sendo reconhecida como um lugar de acordos. Que precioso, diante da difícil tarefa de educar filhos em um tempo confuso tanto na área do conhecimento (do que é verdade ou não), como na área do relacionamento (de quem manda ou não)! Era a Bíblia que resolvia essa questão para nós! Nós, os pais, não precisávamos estar certos, e nem eles, como filhos! A gente sabia, que Deus era Quem tinha razão no final das contas!! Sim! A Bíblia tem sido um lugar de descoberta, de firmar confiança, de ajustar relacionamentos, de expandir a forma de amar! E esta – a expansão do amor para além de uma comunhão familiar que tende a ser possessiva e vaidosa – tem sido uma experiência dos últimos dois anos. Quando os nossos filhos, Aline e Samuel, tinham 12 e 14 anos de idade, os frutos da Palavra de Deus neles os chamou a missões. E estas foram exatamente as idades em que Deus me converteu pela Sua Palavra e em que, mais tarde, me chamou para ser missionária! Como a Palavra pode mesmo gerar um ciclo de vida com Deus!!! Naqueles dias, do chamado de Deus para as suas vidas, eles liam a Bíblia insessantemente! Samuel, por exemplo, leu a Bíblia inteira duas vezes, em mais ou menos quatro meses, confirmando, assim, o seu chamado, isto é, o de traduzir a própria Bíblia na linguagem de povos ainda não alcançados pelo Cristianismo. Ele testemunhou várias vezes que a Palavra de Deus o fortalecia de modo indescritível. Colaborar para que existam Bíblias escritas na língua de pessoas que se encontram destituídas de tudo, e do que há de mais precioso ao homem – a Palavra de Deus – tem sido, desde então, o principal objetivo da vida de Aline e Samuel, que passaram a fazer parte do Projeto Revolution Teen (da Missão Horizontes) através do qual têm sido conduzidos para uma formação transcultural, onde conhecerão culturas e línguas diversas, organizados, no entanto, psicólogica e espiritualmente pela Palavra de Deus!! Também devo dizer que a Bíblia os orientou (assim como a todos em nossa casa) a todos os outros tipos de leitura: são alunos independêntes e aplicados, são internautas curiosos, são leitores vorazes de uma literatura diversificada e transcultural! Agora mesmo tenho completado o meu doutoramento em psicologia, o que considero como oportunidade para um conhecimento que me serve principalmente como forma de linguagem no mundo e que me permite acessar a comunicação entre os homens. Compreendemos, todavia, que é, prioritariamente, o conhecimento de Deus e de Sua Palavra que nos forma como pessoas. E que é por falta desse conhecimento que “o meu Povo perece”, diz o Senhor, em Sua Palavra (Os.4:6)! Lemos, há alguns meses, que uma pessoa, de um desses povos ainda não-alcançados, declarou: “se o seu Deus fosse poderoso e bondoso como você diz que Ele é, Ele falaria em minha própria língua, para que eu O pudesse entender”! É! Enviar meus filhos ao cumprimento da Palavra, sustentá-los a partir das promessas dessa Palavra (que não é de homem, que mente e se arrepende!), me orientar a partir da atualizadíssima Palavra de Deus aos homens dessa geração… tem sido o presente de Deus para mim que tem feito toda a diferença!! Presente que não tenho o direito de reter e, por isso, eu quero continuar buscando-o, pesquisando-o com a mente e o coração para saber a melhor forma de vê-lo nas mãos dos povos (mais de quatro mil línguas!) que não possuem sequer um versículo traduzido desse incomparável presente! Tanto os desafios do Seu Reino como as Suas promessas têm-se tornado mais do que inscrições bíblicas em nossa família. Sim, a Palava de Deus é, de fato, viva e eficaz (Hb. 4:12)! Doutra forma, ela nos seria tão-somente lei condenatória! Essa Palavra nos denuncia, sim (quais os intentos de nosso coração), mas também nos orienta (quais os intentos do coração de Deus)! Não há maior legado para nós, para os nossos filhos, para as próximas gerações e para todos os povos da Terra! E as conseqüências de o buscarmos e o transmitirmos são inestimáveis!!!

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