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Índice :
Quilômetro 01- A ESTRADA  DA VIDA (04/09/2009)
Quilômetro 02 - HÁ AINDA ALGUM PROFETA DO SENHOR PARA CONSULTAR?
Quilômetro 03 - LUZ QUE  BRILHE
Quilômetro 04  - CLAME A DEUS!
Quilômetro 05 - EM QUATRO TEMPOS
Quilômetro 06 - A MELHOR RESPOSTA
Quilômetro 07 - Um Amor de Verdade ( 17/09
Quilômetro 09 - CALE-SE!!! O QUE SE ESPERA DE UMA CONVENÇÃO?
Quilômetro 10 - 12 DE OUTUBRO: DIA DA IDOLATRIA DO BRASIL
Quilômetro 11 - PRONTO PARA VIVER! E PARA MORRER? ... (29/11)
Quilômetro 12 - UMA IGREJA SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS (21/02)
Quilômetro 13 - AO PASTOR ESQUECIDO (11/06/2010)
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Quilômetro 01- A ESTRADA  DA VIDA 
 


Lembro-me de mamãe, na cozinha de casa, enquanto coava o café, a cantarolar essa canção antiga de Tonico e Tinoco:
 
A VIDA DA GENTE É ESTRADA COMPRIDA
TÃO CHEIA DE CURVAS BEM COMO SE VÊ
TANTO SACRIFÍCIO PRA TANTA SUBIDA
DEPOIS LÁ DE RIBA PRECISA DESCER...
 
SE SOBE SE DESCE POR MUITAS ESTRADAS
SEM VER PELA FRENTE O QUE TEM QUE PASSAR
E DE VEZ EM QUANDO UMA ENCRUZILHADA
ATRAVESSA A ESTRADA PRA GENTE  PENAR
 
NA ESTRADA DA VIDA QUE EU TENHO É PENOSA
EU NELA CAMINHO PRO FIM ENCONTRAR
EU LEVO AMARGURA DE FORMA ENGANOSA
CAMINHO CANTANDO SÓ PRA NÃO CHORAR
 
ALGUÉM VAI SORRINDO E OUTRO CHORANDO
DEUS FEZ ESSA ESTRADA PRA GENTE PASSAR
E NELA ATÉ HOJE EU VOU CAMINHANDO
ATÉ QUE A MORTE VENHA ME BUSCAR...
 
Era uma bonita canção; porém tão trágica!
 
O tempo passou e mamãe converteu-se à Cristo. Seu coração mudou e a toada também. Agora, enquanto passava o café, cantava assim:
 
SE EU TIVER JESUS AO LADO E POR ELE AUXILIADO,
SE POR ELE FOR MANDADO A QUALQUER LUGAR IREI.

 
SEGUIREI AO MEU BOM MESTRE,
SEGUIREI AO MEU BOM MESTRE,
SEGUIREI AO MEU BOM MESTRE,
ONDE QUER QUE FOR IREI.
 
SEJA MEU CAMINHO DURO, ESPINHOSO OU INSEGURO,
EM SEUS BRAÇOS BEM SEGURO, AONDE ME MANDAR IREI.
 
MALES PODERÃO CERCAR-ME, OU PERIGOS ASSUSTAR-ME,
MAS, SE CRISTO SEGURAR-ME, AONDE ME MANDAR IREI.
 
QUANDO TERMINAR A VIDA, FINDA MINHA TRISTE LIDA,
TENHO A GLÓRIA PROMETIDA, EU PRA MEU SENHOR IREI.
(Hino de Fanny J. Crosby e Ira David Sankey, 308 do "Cantor Cristão")
 
Mamãe mudou a música, pois a primeira já não tinha significado. Encontrara a felicidade em Cristo. Sua canção agora não expressava tragédia, mas felicidade. E foi assim que viveu o resto de sua vida, até os 75 anos, quando partiu para "a glória prometida". Ela "para o Senhor" foi.
 
A vida é assim: ela é a estrada e é também o viajor. É estrada porque é o caminho por onde andamos; é o viajor porque somos nós que caminhamos. Não sei quantos anos seguirei por ela. Caminho há 44 anos e não sei onde vai terminar. Não tem como voltar, não tem como ignorar.  Mas Jesus vai comigo e eu vou feliz.
 
O diferencial para uma vida feliz é ter Jesus a caminhar conosco. E quando estamos com Ele, sabemos qual é o caminho.
 
"Eu sou o Caminho, e a Verdade e a Vida" João 14.6
 
Qual é a canção que você canta? Por que não cantar agora um hino de alegria na vida que nos resta? Não percamos tempo!
 
Deus nos abençoe!
 
Wagner Antonio de Araújo




Quilômetro 02
HÁ AINDA ALGUM PROFETA DO SENHOR PARA CONSULTAR?
 
 
Estamos em cerca de 850 antes de Cristo. O reino de Israel está dividido entre Reino do Norte e Judá. Em Judá reina Josafá, um bom rei. Em Israel o infeliz e idólatra Acabe, marido da pérfida Jezabel.
 
Acabe faz uma aliança com Josafá e pede a ele ajuda para libertar Ramote-Gileade das mãos da Síria. Juntam seus exércitos e colocam-se em linha de batalha. Antes de partir, contudo, o crente Josafá pede a Acabe para que consultem a Palavra do Senhor. Acabe manda trazer 400 falsos profetas. Estes, com grande veemência, eloquência, persuasão e energia, dizem para eles que a batalha será um sucesso, que destruirão os sírios e que voltarão cobertos de vitória. Acabe ouve e se dá por satisfeito, crédulo e simplório. Josafá, contudo, incomodado por só ver falsos profetas, faz a pergunta crucial: Disse, porém, Jeosafá: Não há aqui ainda algum profeta do Senhor, ao qual possamos consultar? (1Rs 22:7)
 
Acabe, então, diz: "TEM SIM, MAS ELE SÓ PROFETIZA COISAS RUINS A MEU RESPEITO, PORISSO O ABORREÇO" (v.8) O Rei Josafá, depois de repreender Acabe ("não fale o rei assim..."), aguarda a chegada do único autêntico profeta de Deus ao palco dos aduladores e mentirosos. Micaías era o seu nome. E, como já podemos deduzir, foi o profeta do caos, trazendo a mensagem de destruição, morte e desgraça para Acabe e seu exército, fato que se cumpriu integralmente.
 
A pergunta do Rei Josafá é mais atual do que nunca: NÃO HÁ AQUI AINDA ALGUM PROFETA DO SENHOR?"
 
Desde que Norman Vicent Pearl trouxe a junção da filosofia do pensamento positivo ao evangelho, os profetas deste tempo não cessaram de aumentá-la e distorcê-la. Com o advento do neopentecostalismo e do catastrófico desenvolvimento que teve nos últimos dez anos, tornou-se absurdamente ridícula a prédica dos supostos profetas de Deus nos púlpitos, nas televisões, nos rádios, jornais, revistas e gabinetes.
 
"Eu profetizo vitória em nome de Jesus"; "Eu determino a bênção em tudo o que você puser a mão"; "Eu amarro a Satanás e decreto prosperidade em seus negócios"; "Ninguém poderá resistir a você"; "a unção de conquista está derramada sobre tua vida"; "receba agora a unção de Neemias com a bênção de Jó", etc. Chega a ser enojante conversar com certos cristãos, cuja fala se manifesta tão egocêntrica, tão falsa, tão absurdamente jactanciosa, com fraseados cunhados pelos malditos apóstolos destes dias: "Eu tenho a unção de conquista; eu determino a restituição de tudo o que o Diabo tomou; já sou mais que vencedor e nenhum mal chegará à minha vida; eu rejeito a carestia e profetizo sobre mim mesmo a glória e a vitória".
 
Basta ler um pouquinho de Bíblia para se notar que a prédica "neopentapostólica" (se me permitem cunhar um termo para essa mesquinharia) é a mesma dos profetas de Baal que decretaram a vitória de Acabe, vitória que não se concretizou. O único profeta "ruim", que sofria na mão do péssimo Acabe, foi o autêntico porta-voz de Deus para um império idólatra e pervertido.
 
Mas o povo evangélico em sua vasta maioria, pervertido pelos baalistas modernos, não tem ouvidos para escutar. É incrível como se torna veementemente necessária a afirmação categórica do Senhor: "QUEM TEM OUVIDOS PARA OUVIR, OUÇA!" Geralmente se escuta, mas não se ouve. Aliás, só se ouve o que se quer ouvir. Vitória, restituição, unção, prosperidade, cura total, liderança absoluta, é tudo o que se ouve nos púlpitos. Pecado? Plano de salvação? Conduta moral? Obras da carne? Fruto do Espírito? Doutrinas básicas da fé?Não, isso "não vende"! Foi o que ouvi de um empresário famoso, "dono" de outro cantor famoso que explode em sucesso no nordeste brasileiro, fazendo "shows" pelo sudeste com músicas de chorar. "Não deixo cantar nada que encalhe na loja; só o que o povão de Deus quer ouvir". Ah, Acabe, Acabe, quando é que você irá "acabar"...
 
Haverá ainda algum profeta do Senhor para consultarmos? Haverá alguém sério nesse mar de lama e miserabilidade espiritual? Nossos líderes apóstatas conseguem forçar o governo a decretar FERIADO ANUAL PARA A MARCHA PARA JESUS, mas não são capazes de deter sua própria corrupção, luxúria e promiscuidade! Lutam pelos canais de TV como verdadeiros astros de luta livre, zombando dos dons do concorrente, buscando fatias maiores de adeptos, e o autêntico evangelho vai sumindo no mar, navegando cada vez mais distante de todos!
 
"Mas eu recebi o milagre! A palavra se confirmou! Deus honrou!" Pobre e ignorante crente analfabeto de bíblia! Nos últimos dias Deus PERMITIRIA o cumprimento de milagres, sinais e maravilhas na vida daqueles que rejeitassem a verdade de Deus, pois, segundo o Espírito Santo, já que rejeitaram a verdade, então que tivessem a operação do erro para a morte, uma vez que rejeitaram o entendimento. "E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira;" (2Ts 2:11). Sinais e maravilhas não são credenciais do Espírito Santo (os magos de Faraó também operavam coisas espantosas); verdade e dignidade sim. Porisso os que ainda ousam pregar a verdade estão sendo escurraçados das grandes denominações, acusados de retrógrados, de geniosos, de melindrosos, de saudosistas. Ah, MICAÍAS, profeta sofredor, profetizou sozinho para Acabe à pedido do Rei Josafá, e, à despeito de 400 falsos profetas "de poder", só a sua palavra se concretizou. 
 
Você é profeta, leitor? Então profetize  O QUE A BÍBLIA DIZ, não o que A MÍDIA QUER ou o seu FALSO APÓSTOLO manda. Quando falta o poder e a seriedade à mensagem, introduz-se a idolatria no meio do povo de Deus. Foi assim com os hebreus no deserto na adoração do bezerro de ouro, foi assim com o Reino do Norte e seus dois bezerros, foi assim com os cristãos romanos ao longo dos séculos, e agora é assim com os falsos profetas do evangelho, que introduzem ARCAS DE DEUS, MARTELOS DA VITÓRIA, CORRENTES PARA QUEBRAR, PÃO DE DORES PELO PÃO DE CRISTO, SAL GROSSO, TROCA DE ANJOS DA GUARDA, etc. É a volta para o passado, não para um judaísmo apenas, mas para o BAALISMO e o Reino de Satanás.
 
Ó Rei Josafá, sua pergunta ainda não tem resposta:
"HAVERÁ AINDA ALGUM PROFETA DE DEUS PARA SE CONSULTAR?"
 
Que Deus tenha pena de nós.
 
Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas - Osasco SP
 


 
 
 
Quilômetro 03 - LUZ QUE  BRILHE

 

A casa do Tio João e da Tia Ana, lá na Meia Légua, Cambuí, Minas Gerais, era uma das únicas casas na roça que possuia lâmpada elétrica. Havia uma pequena usina caseira no alto da montanha, que gerava uma luz fraca para dez casas. À noite, em julho, íamos para lá, para comer farinha de milho com leite e ver a lâmpada acesa. Quando dava 15 pras 10 da noite, a luz piscava e de cinco em cinco minutos outras piscadas, até que às 10 a usina era desligada. Nessas alturas íamos dormir.
 
Que diferença da antiga LOJA PETER, na Rua Conselheiro Crispiniano, no centro de São Paulo, na década de 70. Era decorada com milhares de lâmpadas, fortes, colocadas como colcha sobre cada parede e cada divisória. Eram tantas, tantas, que até ofuscavam a vista. Se olhássemos bem para as paredes veríamos as lâmpadas que brilhavam juntas. Mas no meio delas havia inúmeras queimadas, estouradas, faltantes, o que era praticamente imperceptível. 
 
Em um lugar uma única lâmpada acesa valia tanto e em outro, insignificante unitariamente. Que contraste!
 
Jesus é chamado de A LUZ DO MUNDO. Em extensão, Seus discípulos também são chamados de LUZ DO MUNDO. Cristo diz para quê existem luzes: "Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus."(Mt 5:15-16)
 
A luz só tem valor se colocada no meio do escuro, das trevas. E um crente só tem valor como testemunha de Cristo se colocado num ambiente de trevas, onde as pessoas mais precisam. É no meio do povo perdido, incrédulo, mentiroso, promíscuo, idólatra e ateu que um crente deve tornar-se um farol iluminante. De que adianta ser uma lâmpada decorativa num painel de milhares, se não cumprir o seu propósito precípuo de iluminar?
 
Estou cansado de ouvir pessoas a dizer: "Estou num lugar ruim e determino pela minha fé que terei um lugar onde não haverá trevas nem gente má". Mas é para isso que Deus nos coloca nesses lugares, para que as trevas sejam iluminadas, para que as pessoas más vejam o Bom Cristo que mora em nós! De que adianta brilhar no meio do Sol? Mas ir às trevas, brilhar o brilho de Cristo, é cumprir Seu propósito. Nós somos tremendamente mesquinhos e individualistas hoje; queremos bênçãos, prosperidade, crescimento, paz, sombra e água fresca. Mas não fomos chamados para isso! Fomos chamados para, quais luzeiros, brilharmos no meio das trevas, apontando Cristo como caminho, verdade e vida! Então, antes de reclamar que o seu trabalho é um lugar do Maligno, lembre-se: você foi colocado ali para brilhar e dar testemunho; cumpra o seu papel!
 
O mesmo se dá nas grandes cidades, na grande desproporção entre pequeninas e gigantescas igrejas. O Espírito Santo distribuiu os dons para a edificação da igreja, mas os crentes penduraram seus dons e agora só querem paz e descanso. Enquanto algumas igrejas sofrem sem um pregador, um professor, um violonista básico, outras estão empanturradas de pastores sem ministério, de pianistas formados e sem escala para tocar, de músicos apenas expectadores. Que desproporção! E depois nos orgulhamos de sermos SERVOS! Servos de que ou de quem? De nós mesmos? "Ide por todo o mundo!" A ordem continua válida! Parafraseando: "Ide para os bairros pobres, para as vilas afastadas, para os lugarejos perigosos, para as comunidades carentes, para os crentes analfabetos e desdentados, para as tribos e povoados do sertão!" Ao invés de brigarmos para nos colocarem na escala do semestre que vem, que usemos nossa música para tocar em louvor ao Senhor e na edificação de crentes carentes! Ao invés de esperar a chance de sermos pregadores na PRIMEIRA IGREJA, que sejamos os PRIMEIROS PREGADORES nas pequeninas igrejas também, pois aqueles que todos desprezam são os que Deus valoriza, e devemos valorizar também! "Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; "(1Co 1:27)
 
Ao invés de reclamar das trevas, queridos leitores, vamos brilhar e cumprir nossa missão de luz. E vejamos que lindo o mundo se tornará, um palco iluminado no espetáculo da vida! E que a luz emane de Cristo, de quem sejamos apenas reflexo!
 
Wagner Antonio de Araújo
 

 
 Quilômetro 04  - CLAME A DEUS!

 

Quando a tempestade vier por todos os lados, sem que você saiba de que lado começou, e estremecer as montanhas, triscar os céus em raios amedrontadores, quando o barulho dos trovões for ensurdecedor e você estiver sem abrigo, sem teto, sem lugar para fugir, clame a Deus!
 
Quando o mal chegar sorrateiro, transformando sua festa em tragédia, seu romance em fracasso, seu prazer na mais profunda dor, e não souber como começou e se um dia terminará, clame a Deus!
 
Quando seu filho mergulhar nas drogas, sua filha surgir grávida, uma bala perdida ferir sua esposa, um assalto levar-lhe embora a economia de anos, quando lhe confundirem com algum criminoso e prenderem-no por engano, quando sua igreja lhe considerar ímpio e você não for, clame a Deus!
 
Quando uma gripe transformar-se em pneumonia, ou uma picada de inseto transformar-se numa malária, ou quando um pequeno machucado no pé numa gangrena ou uma espinha num câncer generalizado, e o médico balançar a cabeça, dizendo que nada mais pode fazer, clame a Deus!
 
Quando o dedo em riste lhe acusar de coisas que você não fez, ou que trouxer de volta um passado do qual você não tem de que se arrepender, ou outro do qual há muito se arrependeu, quando o acusador for implacável, cobrando-lhe uma fatura já paga por Jesus Cristo na cruz do Calvário, clame a Deus!
 
Quando a vida virar de tal forma que as festas de ontem se transformem em  cinzas, quando os amigos de outrora se tornarem os inimigos do presente, quando não  houver ninguém do seu lado para lhe defender e você souber que nada fez de errado, mas não tiver como provar a sua inocência, clame a Deus!
 
E se tudo isso acontecer com você de forma súbita, absolutamente surpreendente, transformando em mal aquilo que você com tanto amor construiu, e tornar contra você qualquer esforço para consertar o estrago, e você olhar no espelho, ou para o alto, ou para baixo, ou para o rosto de quem lhe magoa e perguntar "por que? por que? por que?", clame a Deus!
 
Clame a Deus na solidão do deserto, mesmo que seja para orar como Elias, que não suportava mais fugir de uma rainha perversa;
 
Clame a Deus na velhice da existência, como Abraão, quando o filho tão sonhado não poderia mais ser gerado;
 
Clame a Deus como Daniel, que não compreendia as coisas que via, que ouvia ou que sentia, mas precisava de entendimento, de sabedoria, de maturidade, de revelação;
 
Clame a Deus como Jeremias, que queria continuar no velho caminho, mas que recebeu de Deus a mensagem de que lhe seriam mostradas coisas grandes e novas, que ele não conhecia;
 
Clame a Deus como o pai daquele epilético satanizado, que era atirado no fogo ou espumava até perder os sentidos, e não tendo sucesso com os apóstolos que não conseguiram curar seu filho, pediu a Jesus para fazê-lo, implorando ao Mestre que o ajudasse na falta de fé;
 
Acima de tudo, porém, clame a Deus como Jesus! Jesus, nosso Salvador, Jesus, nosso modelo, Jesus, nosso exemplo, Jesus, nosso Mestre, Senhor e Rei!
 
Jesus clamou na cruz, implorando do Pai uma resposta: "Por que me desamparaste?" (cf. Mt 27.46) Sim, Jesus perguntou por que. Pergunte como Jesus o porquê das lutas, das aflições, das angústias, das injustiças, dos atropelamentos, do desemprego, da enfermidade, do divórcio, do luto ou da tragédia.
 
Jesus implorou pelo livramento, no Getsêmani. "Pai, afasta esse cálice de mim!" (Mt 26.39). Sim, Ele pediu, Ele implorou, Ele suplicou. Suplique também, ore também, clame também, implore também! Compartilhe com algum justo (que justo não há nenhum além de Cristo, mas um justificado por Jesus) e peça-lhe oração, pois a oração de um justo muito pode em seus efeitos!
 
Mas lembre-se de que Jesus aceitou a vontade do Pai, abrindo mão da sua própria, e você também deve aceitar a vontade de Deus, caso seja Ele quem o esteja conduzindo pela tempestade.
 
"O que eu faço não o sabes agora; entenderás depois" (João 13.7)
 
Oh, como é difícil entender Deus em seus caminhos! Contudo, Ele é Deus muito antes de nossa existência e conhece bem o que faz. E mesmo que não compreendamos, Ele está a nos conduzir sempre em vitória, pois estamos em Cristo Jesus.
 
E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo,  (2Co 2:14)
 
E ainda que estejamos fracassados aos olhos humanos, se estivermos EM Cristo seremos mais do que vencedores diante de Deus.
 
"O grão de trigo, se não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto". (João 12.24) Ainda que morramos, o morrer para nós será ganho, e o viver será Cristo.
 
Então clame a Deus! Clame agora! Clame sozinho! Clame em casa, no quarto, na sala, no banheiro, na cozinha! Clame no trem, no carro, no ônibus, no barco, no avião!  Clame na prisão, no hospital, no asilo, na igreja, no pico da montanha ou no meio do vale! Clame de dia, de tarde, de noite, de madrugada!
 
Na minha angústia clamei ao Senhor, e me ouviu. (Sl 120:1)
 
Invoquei o Senhor na angústia; o Senhor me ouviu, e me tirou para um lugar largo. (Sl 118:5)
 
Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação da sua face. (Sl 42:5)
 
Wagner Antonio de Araújo
 

 

 

Quilômetro 05 - EM QUATRO TEMPOS


 
A vida de Jesus, o nosso Mestre, é exemplo para tudo. Analisá-la é um privilégio de grande sublimidade e fazê-lo é palmilhar por "terra santa"!
 
Há quatro grandes momentos em Sua vida, que nos levam à reflexão profunda. Gostaria de citá-los e expressar minha gratidão ao Pai.
 
O primeiro grande momento foi A TRANSFIGURAÇÃO. Apenas três apóstolos participaram dele, além de Jesus, Moisés, Elias e o Pai. Que monumento à vitória final! Jesus se coloca ereto, deixando-se envolver pela glória eterna que sempre possuiu, da qual esvaziou-se por amor de nós. Por um momento Ele mostrou-se como de fato é: glorioso, resplandecente, rei, maravilhoso! Moisés e Elias proseavam com ele, certamente sobre sua breve luta na cruz, sua morte vicária e a ressurreição subsequente. E lá do alto o Pai celeste expressou seu amor e consideração pelo Filho tão amado! Foram instantes ímpares! Foram tão importantes que representavam a própria vinda do Reino de Deus e antecipavam a glória celestial e milenar.
 
Na vida do crente também há os instantes de transfiguração. Certamente a conversão é o primeiro. "Ditoso o dia em que aceitei do meu Senhor a Salvação! A grande paz que eu alcancei perdura no meu coração".(hino 407 do Cantor Cristão)  Ah, que glória o primeiro amor na vida do crente! Que privilégio o dia do batismo! E o dia em que conduzimos uma vida ao céu? Dias de plenitude do Espírito Santo, onde ouvimos a voz do Pai bem de perto, no coração e na mente, e sentimos a aprovação dEle às decisões que tomamos em obediência à Palavra. O crente tem seu TEMPO DE TRANSFIGURAÇÃO, tempo que deve ser saboreado ao máximo.
 
O segundo grande momento de Cristo foi A HORA DO GETSÊMANI. Ah, quanta dor, quanta luta, quanta ansiedade! Cristo estava prestes a ser traído por Judas e ser abandonado por todos os apóstolos; estava prestes a enfrentar a turba de judeus e o castigo injusto dos romanos. Seria humilhado até ao extremo e sofreria morte cruenta e terrível. E enfrentaria tudo isso com o fardo de pecados da humanidade nas costas. Ele lutou, Ele pediu livramento, Ele suplicou pelo afastamento desse cálice. Mas submeteu Sua própria vontade à do Pai e o Pai determinou que haveria uma cruz no caminho do Filho.
 
O crente também tem o seu GETSÊMANI. Momentos difíceis à porta da UTI aguardando a melhoria de um ente querido, ou enfrentando um acidente, ou sofrendo por um relacionamento cortado, ou sob ameaça do desemprego, despejo ou mudanças. Momentos em que o nosso único recurso é a oração. Sim, oração, clamor, súplica, jejum, consagração, momentos de tensão, luta e grande apreensão. Mas o Getsêmani é também um grande reencontro, pois muitas vezes é no vale que reencontramos Deus em nossas vidas.
 
Em terceiro lugar houve O TEMPO DA CRUZ. Ali o Senhor amou não apenas com palavras, mas com atitude. E sua atitude foi doar-se por completo por amor do ser humano. Cristo morreu pelos injustos para levá-los a Deus. Cristo sofreu por cada um de nós. Ele não apenas se interessou por nós; ele fez tudo por nós. Sua cruz foi a marca da vitória sobre o pecado e pela cruz cada um de nós hoje tem acesso, pela fé, à graça salvadora.
 
Também há o nosso TEMPO DA CRUZ. Tempo em que temos que renunciar, temos que ceder, temos que deixar a vez para os outros. E como é difícil esse tempo! Contudo, sem cruz não há cristianismo, e sem cruz não há amor prático; o único amor legítimo é aquele que se manifesta em atos pelo objeto do amor. O sofrimento faz parte da vida cristã. O evangelho da cruz é também o evangelho da lágrima, não de ódio ou desespero, mas de dor e gratidão por poder dar-se em favor do Reino de Deus e do próximo. De forma doméstica, é ceder o lugar, é deixar-se como segunda opção, é diminuir-se enquanto o outro cresce e não ficar em ira ou revolta por isso. Na igreja é aceitar a vontade de Deus mesmo que não seja a nossa.
 
E em último lugar houve O TEMPO DA RESSURREIÇÃO! Cristo ressuscitou, aleluia! A morte não pôde contê-lo, pois Ele é o Senhor da vida! Por algum tempo a morte pensou ter vencido ao Senhor Jesus, mas a vitória era certa e no momento exato Ele arrebentou com os portais inatingíveis do além e saiu ressurreto e vitorioso! Aleluia! Hoje Ele está à destra do Pai, firme, forte e majestoso, aguardando a bem-aventurada hora de Sua segunda vinda, juntamente com todos os que o amam e amam a Sua vinda.
 
Esse também é um tempo na vida de todo cristão legítimo: TEMPO DE VITÓRIA. Sim, porque o crente é conduzido pelas mãos do Pai de vitória em vitória, e "esta é a vitória que vence o mundo; a nossa fé"(I Jo 5.4). Talvez para o mundo o crente que morre em fidelidade seja um perdedor; talvez o mundo classifique um crente pobre financeiramente como um ser inexpressivo; talvez o mundo considere o cristão enfermo como alguém cuja carreira acabou para sempre. Mas isto não é verdade, pois Cristo declara peremptoriamente: EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA; AQUELE QUE CRÊ EM MIM TEM A VIDA ETERNA" (João 11.25) Mesmo que as recompensas não venham nesta vida, elas virão na outra, inequivocamente! Porisso podemos falar com toda a confiança: "O Senhor é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei?"(Salmo 27.1)
 
Se há quatro estações no planeta, se há quatro fases da lua, se há ilustrativamente 4 momentos na vida de Jesus, creiamos que também podemos nos encontrar transfigurados, angustiados, crucificados e ressuscitados, mas se em cada uma tivermos
Jesus conosco, então poderemos vencer cada
etapa e estar felizes ao fim da jornada.
 
Seja o nome do Senhor engrandecido!
 
Wagner Antonio de Araújo

 
obs: um momento precioso da semana:
Wagner, Luis de Carvalho & Ernestina,
Pr. José Vieira Rocha, Elias de Carvalho (Bom Pastor/Eclésia)
e esposa
 
 
 
Quilômetro 06 - A MELHOR RESPOSTA
 
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Não respondes coisa alguma? (Mt 26:62)
 
 
 
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Às vezes o silêncio fala mais alto que a palavra.
 
 
 
 
Às vezes calar é mais contundente do que falar.
 
 
 
 
tempo de falar e tempo de estar calado.(Ec 3:7)
 
 
Wagner Antonio de Araújo
 
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Quilômetro 07 - Um Amor de Verdade


 
Dificilmente alguém que ignore a natureza das pedras dará algum valor para uma uma pepita de diamantes. Ela está coberta de rochas feias e acinzentadas, parecendo uma ostra e não uma pedra preciosa. Mas o trabalho do lapidador experiente é, primeiramente, descobrir se é ou não um diamante e, em achando um, trabalhá-lo lenta, contínua e profundamente. Não é um trabalho fácil, mas com o tempo o diamante vai surgindo daquela brita feia e quebrada. Quanto mais trabalha melhor ficará a pedra. Até que, então, esgotados os cuidados e esmeros, possuirá em suas mãos um diamante de extraordinário valor.
 
A pedra é o amor e o lapidador é o tempo. O tempo se encarrega de separar o que é amor e o que é mera paixão carnal. As paixões não duram muito tempo; são pequenas pedrinhas brilhantes e frágeis, que não suportam as ferramentas das contrariedades, das decepções, do envelhecimento, das doenças ou feiúras. As paixões são perfeccionistas. Elas têm a capacidade de serem mais quentes que o amor, em labaredas imensas e de fogo intenso; porém são de pouquíssima duração e tudo o que resta ao final de seu fogo são cinzas e carvão apagado. O amor, pelo contrário, é chama que não se apaga. O amor é como o fogo de tora: colocado no forno à lenha, é capaz de queimar a noite inteira, num fogo contínuo e valioso, diferente da palha, cujo fogo é imenso, mas dura minutos apenas.
 
A pedra do amor, trabalhada pelo tempo, desvenda diamantes. Um casal que se ama e que busca sua união na vontade de Deus encontra nEle a sua plena realização. E por realizar-se em Deus possui em si o remédio para todas as feridas, a cura para todas as tristezas e contrariedades. O amor “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. Uma paixão sucumbe aos primeiros sinais de humanidade (elas consideram que o objeto do amor é divino, não humano!). O amor, ao contrário, quanto mais humanidade encontrar no objeto de seu amor mais desejo de compartilhá-la tem, uma vez que não tem vergonha de ser quem é, de sentir o que sente, de pedir perdão, de lavar o rosto e de seguir em frente.
 
Certamente que há 25 anos atrás Fátima e Pr. Neilson não sonhavam com outra coisa senão com uma união que resistisse ao tempo e ainda mantivesse sua beleza intensa e fervor contínuo. Bem, os 25 anos se passaram. E o que temos hoje? Um casal temente a Deus, que viveu lado a lado um do outro, unindo lágrimas e riso, alegrias e tristezas, felicidades e dramas, farturas e escassez. Foram tantas e tão múltiplas as experiências, que estarem unidos pura e simplesmente pela força do compromisso já denota que o amor intenso foi lapidado pelo tempo. Antes se amava “ainda” que o outro não fosse o que se desejava; hoje se ama “certo” de que o outro não é aquilo com o que se sonhava. Sonhos e realidades, na maioria das vezes, são distintos. 25 anos não celebram sonhos; celebram realidades.
 
E que realidades são essas? Quantas poderiam ser contabilizadas num momento de gratidão como este? A concepção, criação e amadurecimento dos filhos; a alegria de ter superado dia  após dia os conflitos que surgiam; o pão, a água, o teto e o trabalho, que nunca lhes faltou, ainda que com dificuldade o conquistassem na luta e nos desafios! Ver os filhos crescerem e ainda assim manterem-se unidos, foi em si um prêmio mais importante que barras de ouro! Geralmente ouro é mais valioso que gente aos olhos dos apaixonados; mas ouro não faz companhia, não enxuga lágrimas nem compra amor. Ter filhos é mais precioso do que isso; filhos são o selo e a continuidade da vida. Filhos que são frutos de um casal que se ama são bênçãos para a eternidade. Que bom contemplá-los e poder dizer: Deus foi bom!
 
25 anos de prata, uma caminhada longa e duradoura; não sem ameaças. Quantas ousaram contra a estabilidade do casal! Dias amargos, horas difíceis, sentimentos duplos, interpéries financeiras, quantas crises! Mas em tudo o Senhor lhes protegeu e lhes concedeu um escape, uma saída, uma construtiva e inteligente alternativa. Quem só tem paixão não vê solução nos problemas. Quem ama aprende a resolvê-los um após outro, com paciência e com dedicação.
 
Quem acha uma boa esposa acha o favor do Senhor. Uma esposa amorosa e afetiva, uma esposa fiel e digna, uma esposa trabalhadora e honrada, uma mulher virtuosa, isso tudo compõe a Fátima, pepita de ouro e diamante brilhante nas mãos do Senhor, confiada ao Pr. Neilson como companheira para toda a vida. Mas encontrar um marido digno e fiel, trabalhador e honrado, sério e comprometido com Deus, com a justiça e com o próximo, que ame seu lar como ama a si próprio e que tenha em seu coração todos os elementos que o transformem num homem completo também é um privilégio,  e Fátima encontrou esse homem no Pr. Neilson.
 
Hoje agradecem pelos 25 anos. Talvez prenúncio de outros 25 de grande felicidade, no contínuo trabalhar do lapidador do amor. Em cada dia um brilho a mais. Talvez prenúncio da volta do Senhor ou da ida ao Reino Celeste, o que também será de grande regozijo, porque para o casal o viver é Cristo e o morrer é lucro. Quem vive com Cristo não teme partir para a glória. Mas em tudo a gratidão por nunca estarem sozinhos: Deus esteve com vocês.
 
Sim. Foi Deus quem fez o outro. Foi Deus quem fez o amor. Foi Deus quem deu a mão quando mais precisaram. Foi Deus quem enxugou as lágrimas, aplicou remédio, fez companhia, deu o pão, concedeu o teto, fortaleceu a fé, mostrou o rumo, blindou a emoção, amoleceu o coração. Foi Deus quem esteve a cada dia levando-os pelas mãos e, não raras vezes, carregando-os no colo. Ele não os abandonou um minuto sequer. E a presença reconhecida de Deus trouxe-os nesta noite para dizer a Ele, na presença dos seus amados um “muito obrigado” do fundo do coração.
 
Porisso juntos, irmanados nessa gratidão, rendemos hoje graças a Deus e celebramos com vocês seus 25 anos de união, pedindo ao Pai celeste outro tanto desses, para que desfrutem do fruto de seu intenso trabalho, da criação sábia dos filhos, da edificação cuidadosa do lar, e que sirvam de exemplo e de inspiração para casais jovens que iniciam sua caminhada de união e companheirismo. E que não temam o lapidador, que dia após dia tirará as arestas e provocará um brilho sempre maior desta jóia chamada AMOR, mais preciosa do que a própria vida.
 
Parabéns, Fátima & Pr. Neilson Xavier de Brito!
 
Wagner Antonio de Araújo
12 de setembro de 2009
 
Mensagem proferida por ocasião da celebração de Bodas de Prata, na Igreja Batista em Vila Pompéia, São Paulo, em 12 de setembro de 2009
 
CANÇÃO AO FUNDO:
BODAS DE PRATA - CANTOR: CARLOS GALHARDO


 6 out  2009  ROTA 44 - Quilômetro 09
 
 
 

CALE-SE!!! 
O QUE SE ESPERA   DE UMA  CONVENÇÃO?
 
artigo publicado na
REVISTA ECLÉSIA
número 137 - outubro de 2009
 

Wagner Antonio de Araújo
 
 
 
Quero convidá-los a uma reflexão sobre a relevância e o papel de uma convenção batista.
 
Sei que estou na contramão do sucesso, pois atualmente a "gestão" impõe "políticas empresariais de resultado" (está em moda usar-se linguagem empresarial e não mais a ministerial).
 
Batistas não têm bispos, apóstolos, sacerdotes ou quaisquer outras funções episcopais. Não há supremos concílios, sínodos nem presbitérios. O governo batista é democrático, direto e congregacional.
 
Cada igreja batista é independente, autônoma e soberana. As igrejas tomam suas decisões sem que haja interferência de quaisquer organizações externas. Elas administram a si próprias.
 
Conquanto independentes, os batistas são COOPERADORES entre si. E, para realizar esse propósito, constituem associações de igrejas, convenções, organizações missionárias, escolas e orfanatos para executar toda espécie de ações positivas que redundem no implemento do Reino de Deus, cumprindo o "Ide" e vivenciando o amor por Deus e pelo próximo.
 
Em São Paulo,  por exemplo, os batistas se reúnem como convenção cooperativa sob o nome "Convenção Batista do Estado de São Paulo” – CBESP. Essa organização tem servido de instrumento na consolidação e expansão do trabalho de Deus.
 
Através das convenções ajudamos igrejas pequenas, congregamos pastores, enviamos missionários, adquirimos pequenos terrenos para igrejas carentes, mantemos escolas para que os nossos filhos e os filhos dos outros tenham boa educação etc. A estrutura não é de dominação, ou seja, uma diretoria que manda nas igrejas; pelo contrário, o poder emana das igrejas, as quais se reúnem anualmente e elegem sua diretoria, responsabilizando-a por cumprir o programa, os objetivos e os alvos propostos por todas as igrejas.
 
Sendo impossível reunir todos os batistas num só lugar, cada igreja elege seus representantes e os envia para o local onde são realizadas as assembléias. Ali se deliberam as decisões administrativas e, junto com isso, promove-se a comunhão denominacional, a oportunidade de novos desafios, o intercâmbio musical, artístico, pastoral e pedagógico, a consagração espiritual e o desenvolvimento de estudos e temas relevantes para igrejas e crentes, tudo visando um fim único: o progresso da Obra de Deus na denominação que compomos.
 
As convenções sustentam-se com ofertas das igrejas locais. Cada igreja compromete-se com o envio de uma verba para a denominação, que a administrará, observando o que as igrejas determinaram em assembléia.
 
Entretanto, atualmente, algumas convenções, no afã de se modernizar, têm adotado "formatos empresariais", baseando suas políticas em "resultados", "nichos" e "eficiência". Assim, visando produzir assembléias anuais mais "competitivas", "mais e melhor freqüentadas", "interessantes e edificantes", vêm tomando decisões incompatíveis com a identidade batista.
 
Neste ano algumas convenções realizaram suas assembléias anuais num período estendido, desenvolvendo atividades artísticas, comerciais e empresariais durante toda uma semana, chamando o evento de SEMANA BATISTA. Contudo, tais mudanças não trouxeram benefícios.
 
E o que mudou?
 
1) MUDOU A MÚSICA - Os batistas sempre foram conhecidos pelos ótimos solistas que têm, pelos corais de categoria internacional, por algumas orquestras de igrejas locais, por ministros de música qualificados e, acima de tudo, por um povo que cantava e louvava muito, muito bem. Mas agora isso tem mudado. Nós, os batistas, parece que não somos mais qualificados para dirigir nossos próprios momentos de louvor. Precisamos de "cantores profissionais", "grupos que vendam bem", "gente da mídia", "nomes que atraiam", que façam frente ao "competitivo mercado gospel nacional". Que infelicidade! Nós, que ensinávamos nossos jovens a serem criteriosos na escolha de seus cantores e grupos, que buscassem CULTOS E LOUVORES ao invés de SHOWS E EGOS AVANTAJADOS, agora temos para nos DIRIGIR, ENSINAR E CONDUZIR, no chamado LOUVOR, pessoas que fazem exatamente o contrário disso! Não podemos mais ensinar em nossas igrejas a cantar apenas o que edifica e tem boa teologia, mas sim o "politicamente correto” e o “atualizado". Depois dos shows que assistimos, com raras exceções, não poderemos mais dizer aos nossos jovens: "SEJAM CRITERIOSOS NA ESCOLHA DE SUAS MÚSICAS; CANTEM HINOS TEOLOGICAMENTE CORRETOS". Algumas convenções buscaram o que havia de mais comercial, espalhafatoso e ecumênico no chamado "MERCADO GOSPEL". Esse tipo de música não tem como objetivo o louvar a Deus, intercambiar ou edificar igrejas; o propósito é "AGRADAR A TODOS OS ESTILOS”. Outrora, cantar nas convenções era honroso; não se cobravam cachês para louvar com canções; pelo contrário, de boa vontade os músicos CONTRIBUIAM com suas participações. Agora não é mais assim; tudo deve ser PAGO, tudo deve ser COBRADO. Estranha forma de conduzir os batistas ao culto cristão. Corais, orquestras, simples equipes de louvor, cameratas, quartetos, conjuntos, tudo isso não se enquadra neste modelo de gestão empresarial.
 
2) MUDOU-SE O ENSINO E OS ENSINADORES - Nas assembléias convencionais, tínhamos a oportunidade de ouvir os grandes pregadores das igrejas mais renomadas, os grandes evangelistas, os professores dos seminários, os pregadores convidados de outros estados e países, sempre a desenvolver o tema principal, conduzindo o povo à reflexão, à dedicação ao Senhor, à formação de um ideal geral. Afinal, tratava-se de uma CONVENÇÃO DE IGREJAS, não de um “WORKSHOP MULTITEMÁTICO”.
 
 Isso mudou. Não precisamos mais de nossos professores, pastores, evangelistas, missionários e visitantes. Agora temos PROFISSIONAIS ESPECIALISTAS nas diversas áreas do EMPRESARIADO E DA MÍDIA. Já não há critérios espirituais, doutrinários ou morais. Quaisquer especialistas servem, sejam eles membros de seitas, católicos, neopentecostais ou ateus; tenham eles apreço ou não pelo povo batista; basta que sejam pessoas conhecidas, qualificadas secularmente e que atraiam público.. Suas posições quanto às guerras não importam; seus comprometimentos com organizações não-cristãs não têm valor. Não precisam mais dos nossos mestres, professores ou formadores de opinião. A nossa opinião deve ser formada por gente de fora. “Temos que ter a mente aberta”.
 
3) MUDOU-SE O ESPÍRITO ECLESIÁSTICO PELO ESPÍRITO COMERCIAL - Se as assembléias das convenções serviam para o compartilhamento de experiências com Deus, alvos e propósitos departamentais, desafios missionários, discussão de temas doutrinários e relevantes para a boa educação cristã, agora isso não tem mais qualquer valor, desde que possa obter GRANDE PARTICIPAÇÃO DE PÚBLICO PELOS PRODUTOS OFERECIDOS. As convenções estão se transformando numa FEIRA GOSPEL, num SALÃO DE EXPOSIÇÕES. Ai de nós, velhos e conservadores batistas tradicionais! Estamos ultrapassados e não há espaço para nós. "Ou se renovam ou serão derrubados pelo mercado”. Será que não podemos mais ter personalidade própria? Temos que ficar quietinhos, ensinar nossas igrejas a serem frouxas e hipócritas, adotando costumes, jargões e atos litúrgicos estranhos aos batistas? Temos que ser vencedores custe o que custar, vendendo o patrimônio doutrinário e eclesiástico? O que é errado sob o ponto de vista bíblico deve ser adotado porque é correto comercialmente? Estamos caminhando por uma senda perigosa. Convenção é COOPERAÇÃO. A questão será: cooperar com o que?.
 
VOLTEMOS ÀS ORIGENS COOPERATIVAS E SOLIDÁRIAS! Assembléias anuais não precisam ser semanas batistas; basta que realizem as reuniões administrativas necessárias, que se dê oportunidade para que todas as igrejas e obreiros tenham sua participação; que promovam a edificação espiritual e o congraçamento do povo. Que os cantores cantem DE GRAÇA, que cantem LOUVORES, que as nossas orquestras, corais, quartetos e igrejas tenham voz e vez; que os nossos pastores, professores, missionários, evangelistas e visitantes preguem e lecionem nas assembléias convencionais com amor à obra e obediência ao Senhor da Seara. Chega de comércio! Chega de consumismo! Chega de transformar os nossos auditórios em casas de espetáculos, as nossas audiências em salões de baile gospel, as nossas palestras em meros encontros de auto-ajuda. Que ouçamos servos e não palestrantes incrédulos; que cantemos com servos e não com artistas que cobram cachê. E em lugar de satisfazer aos diversos gostos e faixas etárias, satisfaçamos a Deus na obediência da Sua Palavra.
 
Espero ter contribuído para uma reflexão honesta sobre o papel das convenções e da cooperação do povo de Deus chamado “batista”.
 
Pastor Wagner Antonio de Araújo


Quilômetro 10
 
12 DE OUTUBRO: DIA DA IDOLATRIA DO BRASIL
 
 
Os evangélicos aprovam aqui e ali o seu dia comemorativo. Até aí nada de errado. Católicos os possuem aos montes, distribuídos por todo o calendário anual. Mas no momento em que os governos decretam feriado em seus dias de celebração acabam por ferir um dos maiores valores de uma sociedade democrática: a liberdade de escolha de cada um com relação ao seu credo religioso. Obrigar os demais a parar as atividades profissionais e estudantis por causa de festejos religiosos impostos não é liberdade de escolha. Claro que todos os trabalhadores apreciam os feriados, principalmente nesse estressante mundo contemporâneo. Qualquer oportunidade de parar é um tempo a mais com a família. Mas se esses trabalhadores forem patrões ou ganharem por comissão, nem eles apreciarão tantas paradas obrigatórias. E se o motivo for religioso, e da religião do outro, ficará mais constrangedor ainda.
 
Hoje é DIA DE NOSSA SENHORA CONCEIÇÃO DE APARECIDA, A PADROEIRA DO BRASIL. Esse feriado foi oficializado pela Lei Federal 6802/80 para “o culto público e oficial a Nossa Senhora Aparecida”, instituído por ocasião da visita do Papa João Paulo II naquele ano, ao Brasil. Trata-se da veneração nacional da estátua de terracota de 40 centímetros, encontrada nas águas do Rio Paraíba, em São Paulo, por três pescadores e que originou posteriormente em culto público à santa aparecida, nome que tornou-se referência da imagem (Aparecida).
 
Para o católico popular, que não entende de sua própria teologia, mas vive as tradições de sua igreja, cada Nossa Senhora é diferente uma da outra. Mas o catolicismo confessa que as imagens não são santas separadas e distintas, mas a mesma santa em aparições diferentes. Assim há a Nossa Senhora de Fátima (que apareceu em Fátima, Portugal), Nossa Senhora de Guadalupe (que apareceu no México), etc. É a mesma suposta aparição de Maria mãe humana de Jesus, mas em aparições diferentes. Contudo, para o religioso comum, acender uma vela para Nossa Senhora Aparecida é diferente de acendê-la para Nossa Senhora do Rosário, o povo não distingue que são apenas aparições. Porisso festejos múltiplos e diferentes.
 
PADROEIRA DO BRASIL, protetora nacional. Uma estátua de 40 centímetros, que espatifou-se em 200 pedaços na década de 80, poderia proteger a nossa nação?
 
Somos todos cristãos, nós, que assim nos consideramos. Deveríamos ir à Palavra de Deus. Lá nós encontramos a voz do Todo-Poderoso, que nos diz o seguinte:
 
“Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres preparam a massa, para fazerem bolos à rainha dos céus, e oferecem libações a outros deuses, para me provocarem à ira.” (Jr 7:18) Esse texto de Jeremias fala do povo de Judá, que fazia oferendas a um ídolo identificado como RAINHA DOS CÉUS. Como Nossa Senhora é considerada pelo catolicismo popular? RAINHA DOS CÉUS!! Isso se chama ERRO. O céu não tem rainha; só um Rei, o próprio Deus.   “Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura.” (Is 42:8)
 

O Papa Pio XII “decretou” que Maria era reconhecida como Rainha dos Céus em 1954. Meu Deus, “tende piedade de nós”, que ignoramos o que a Bíblia ensina sobre um Deus que não reparte Sua glória!
 
O comércio de imagens de escultura, de gesso, de bronze, de ferro, de madeira, de plástico, de qualquer material, será grande no dia de hoje. Milhares de estátuas reproduzindo a figura da estátua original serão vendidas aos lares brasileiros. E o que se fará delas? Elas irão para a casa das pessoas, serão colocadas num lugar de destaque, uma vela será acesa, uma rosa decorará o ambiente, um incenso para perfumar o momento de reflexão e as pessoas farão as orações olhando para a imagem. Ou então irão para as padarias, para as oficinas, para os escritórios, para os gabinetes, servindo de proteção contra os inimigos. Aquele objeto era apenas  gesso, madeira, ferro, plástico, mas feito em imagem da santa, tornou-se objeto de veneração.
 
As pessoas imaginam estar fazendo uma grande coisa, porque desconhecem o que diz a Bíblia sobre isso: Isaías 44:13-17. O ferreiro, com a tenaz, trabalha nas brasas, e o forma com martelos, e o lavra com a força do seu braço; ele tem fome e a sua força enfraquece, e não bebe água, e desfalece. O carpinteiro estende a régua, desenha-o com uma linha, aplaina-o com a plaina, e traça-o com o compasso; e o faz à semelhança de um homem, segundo a forma de um homem, para ficar em casa. Quando corta para si cedros, toma, também, o cipreste e o carvalho; assim escolhe dentre as árvores do bosque; planta um olmeiro, e a chuva o faz crescer. Então serve ao homem para queimar; e toma deles, e se aquenta, e os acende, e coze o pão; também faz um deus, e se prostra diante dele; também fabrica uma imagem de escultura, e ajoelha-se diante dela. Metade dele queima no fogo, com a outra metade prepara a carne para comer, assa-a e farta-se dela; também se aquenta, e diz: Ora já me aquentei, já vi o fogo. Então do resto faz um deus, uma imagem de escultura; ajoelha-se diante dela, e se inclina, e roga-lhe, e diz: Livra-me, porquanto tu és o meu deus.”
 
 Ser idólatra é algo de foro íntimo e não pode ser legislado pelo Estado. Mas se a idolatria for no meio do povo cristão, a Bíblia é a Lei, e nela encontramos a condenação disso, além do tradicional texto dos dez mandamentos, modificados pelo catecismo católico, mas não modificado pelo Espírito Santo ao longo dos milênios: Ex 20.4: “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra; Não te encurvarás a elas, nem as servirás;”
 
DIA DA PADROEIRA, Dia imposto ao país para uma bênção que a Bíblia não ensina.
 
Oremos pelo Brasil e pelos Brasileiros...
 
Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco SP
www.uniaonet.com/bnovas.htm
bnovas@uol.com.br

= = =

Sandro Pontes _ 13 de outubro de 2009  Refutação contra ataque a Nossa Senhora

 

“Pastor”
(?) Wagner Antonio de Araújo, salve Maria, a mãe do meu Senhor (São Lucas 1,
43)

 

Li
o seu artiguete intitulado “12 de Outubro:
dia da idolatria do Brasil” (sic) e resolvi lhe corrigir, para tentar
fazer o senhor enxergar os seus erros e sair das trevas. O senhor diz gostar da
bíblia, não é mesmo? Pois então vamos ver o que ela diz. Pois bem, o senhor
escreveu:

 

“(...)
As pessoas imaginam estar fazendo uma grande coisa, porque desconhecem o que
diz a Bíblia sobre isso: Isaías 44:13-17. (...) Então do resto faz um deus, uma
imagem de escultura; ajoelha-se diante dela, e se inclina, e roga-lhe, e diz:
Livra-me, porquanto tu és o meu deus”.

 

“Pastor”
(?) Wagner, de que adiante ler a bíblia e citá-la à “torto e a direito” se não
se entende aquilo que está escrito? O senhor repete o mesmíssimo sofisma já
refutado milhares de vezes pelos católicos, sofisma este que atribui as imagens
sagradas as condenações bíblicas relacionadas aos ídolos. Os católicos já
refutaram essa mentira protestante um milhão de vezes, mas nunca é demais
refutar mais uma vez. Apenas para que as trevas sejam esmagadas pela luz. Logo,
os protestantes serão refutados novamente. E isso para a glória de Deus.
Antes
de qualquer coisa, lamento que o senhor identifique imediatamente, sem
distinguir, a entidade venerada (no caso, Nossa Senhora) com o objeto que a
representa (no caso, a imagem de Nossa Senhora). Ora, os católicos veneram a
mãe de Jesus que está no céu, e que é representada pela imagem. Independente desta
distinção fundamental, irei lhe mostrar que é extremamente lícito venerar
entidades espirituais e também as imagens que as representam. Vejamos!
Para
o senhor fazer uma imagem de escultura é estultice. Ajoelhar-se diante dela e
inclinar-se também. Ter fé que se possa através dela conquistar graças,
livrar-se dos inimigos, então, nem se fala: essa atitude é inaceitável para
aqueles que “conhecem” a bíblia. Exaltar imagens é algo inaceitável! Digo-lhe
então, “Pastor” (?), que os judeus não conheciam a bíblia, pois como o senhor deve
saber Deus permitiu e até ordenou que o seu povo confeccionasse imagens
sagrados, que obviamente não eram ídolos. Ou teria Deus incentivado a
idolatria?
A
bíblia nos mostra, “Pastor” (?) Wagner, que o verdadeiro povo santo adorava
somente a Deus, e a mais ninguém. Mas mesmo esse povo adorador do Deus único
venerava outras criaturas e até mesmo objetos sagrados, como irei mostrar. Esta
veneração era tão comum que me é impossível citar todas as passagens
existentes, mas apresentarei várias. Vejamos!

 

A) VENERAÇÃO DE SERES HUMANOS NA BÍBLIA

 

Em primeiro lugar, vamos analisar o quarto mandamento dado por Deus a Moisés:

 

DEUTERONÔMIO - 5:16 - "Honra a teu pai e a tua mãe, como o senhor teu Deus
te ordenou, para que se prolonguem os teus dias, e para que te vá bem na terra
que o Senhor teu Deus te dá."

 

Ora, de acordo com o dicionário Aurélio “honrar” significa, entre outras coisas,
“venerar”. Aqui, Deus está dizendo para venerarmos pai e mãe, para o tratarmos
com reverência, com respeito extremo. Claro que pai e mãe não se resumem a
parte biológica, mas também a parte espiritual. Por exemplo, São Paulo disse:

 

CORINTIOS - 4:15 - "Porque ainda que tenhais dez mil aios em Cristo, não
tendes contudo muitos pais; pois eu pelo evangelho vos gerei em Cristo Jesus."

 

FILEMOM - 1:10 - "sim, rogo-te por meu filho Onésimo, que gerei nas minhas
prisões."

 

Ora, aquele que gera é pai. São Paulo gerou os corintios na fé e também
Onésimo. Logo, São Paulo é pai espiritual de ambos, que devem honrá-lo, de
acordo com o quarto mandamento. Mas como pode ser esta prestação de honrarias
aos nossos pais? Cristo disse que diante dele “todo joelho se dobra”. Devemos
adorar somente a Trindade Santa, e de joelhos, pois diante dela todo joelho se
dobra. Mas e diante de outras criaturas, nós podemos, como cristãos, nos
ajoelharmos, mediante o cumprimento deste quarto mandamento? Sim, podemos, “Pastor”
(?) Wagner. Vou citar dois exemplos de veneração na bíblia feitos tanto a pais
espirituais quanto a pais biológicos. Primeiro, a pais espirituais. Vamos lá:

 

I REIS - 18:7 - “(...) Quando, pois, Obadias já estava em caminho, eis que
Elias se encontrou com ele; e Obadias, reconhecendo-o, PROSTROU-SE com o rosto
em terra e disse: És tu, meu senhor Elias?”.

 

Agora, a pais biológicos. O capítulo 48 do livro de Gênesis conta nos
versículos 11 e 12 que José prostrou-se diante de seu pai Jacó:

 

“(...) E Israel disse a José: Eu não cuidara ver o teu rosto; e eis que Deus me
fez ver também a tua descendência. Então José os tirou dos joelhos de seu pai;
e INCLINOU-SE a terra diante da sua face”.

 

Ora, é bastante óbvio que nem Elias e muito menos Jacó poderiam aceitar que
seres humanos os adorassem, ainda mais eles que foram grandes anunciadores das
leis de Deus e que conheciam como ninguém os mandamentos. Mas aceitaram que
lhes prestassem homenagens, com seus filhos se prostrando diante deles. Isso
porque ambos entenderam a intenção dos homens que se prostraram diante deles,
que não era a de adorá-los, mas de venerá-los. Na prática, estas prestações de
homenagem foram atos parecidos com os que a Igreja Católica honra aos santos
que deram a vida por Jesus Cristo e que estão no Céu na presença Dele
intercedendo por nós em oração, como ainda irei lhe mostrar.
Continuando, além desta passagem, existem muitíssimas outras onde homens
santos, profetas, simples servos de Deus e todo o povo se prostram diante de
criaturas ou permitem que criaturas se prostrem diante deles. Em Gênesis cap.
23, v. 7 podemos ler:

 

“(...) Então se levantou Abraão e, INCLINANDO-SE diante do povo da terra,
diante dos filhos de Hete, falou-lhes, dizendo: Se é de vossa vontade que eu
sepulte o meu morto de diante de minha face, ouvi-me e INTERCEDEI por mim junto
a Efrom, filho de Zoar (...)”.

 

Também em Gênesis, cap. 33, v. 1 a 3 podemos ler:

 

“(...) Levantou Jacó os olhos, e olhou, e eis que vinha Esaú, e quatrocentos
homens com ele. Então repartiu os filhos entre Léia, e Raquel, e as duas
servas. Pôs as servas e seus filhos na frente, Léia e seus filhos atrás destes,
e Raquel e José por últimos. Mas ele mesmo passou adiante deles, e INCLINOU-SE EM TERRA SETE VEZES,
até chegar perto de seu irmão”.

 

Novamente em Gênesis, cap. 42, v. 6, podemos ler:

 

“(...) José era o governador da terra; era ele quem vendia a todo o povo da
terra; e vindo os irmãos de José, PROSTRARAM-SE diante dele com o rosto em
terra”.

 

Em Êxodo, cap. 18, v. 7, podemos ler:

 

“(...) Então saiu Moisés ao encontro de seu sogro, INCLINOU-SE DIANTE DELE E O
BEIJOU; perguntaram um ao outro como estavam, e entraram na tenda”.

 

Em I Reis,
cap. 1, v. 23:

 

“(...) E o fizeram saber ao rei, dizendo: Eis aí está o profeta Natã. Entrou
Natã à presença do rei, INCLINOU-SE perante ele com o rosto em terra”.

 

Em II Reis,
cap. 1, v. 13:

 

“(...) Ainda tornou o rei a enviar terceira vez um chefe de cinqüenta com os
seus cinqüenta. E o terceiro chefe de cinqüenta, subindo, veio e PÔS-SE DE
JOELHOS DIANTE DE ELIAS e suplicou-lhe, dizendo: ó homem de Deus, peço-te que
seja preciosa aos teus olhos a minha vida, e a vida destes cinqüenta teus
servos”.

 

Quer mais? Então aí vai: em I Samuel, cap. 20, v. 41:

 

“(...) Logo que o moço se foi, levantou-se Davi da banda do sul, e lançou-se
sobre o seu rosto em terra, E INCLINOU-SE TRÊS VEZES; e beijaram-se um ao
outro, e choraram ambos, mas Davi chorou muito mais”.

 

Ora, se qualquer tipo de prostração diante de alguém que na oseja Deus for abominação
então todos estes heróis da bíblia que lhe cito nestas passagens estão
condenados. Como isso seria um absurdo, logicamente devemos concluir que existe
uma maneira de prestar honras que não é adoração, mas sim veneração.
A bíblia mostra que além da legalidade da postura de se prostrar diante de
outros seres humanos, existe ainda outra postura que pode ser adotada em
determinadas situações: a postura de louvor as criaturas! Oral, louvar
significa, sempre de acordo com o dicionário Aurélio, exaltar e enaltecer,
entre outros significados. Assim, nesse sentido podemos dirigir louvores às
criaturas de Deus, sem que isso implique necessariamente em adoração, como nos
mostra o primeiro livro de Samuel, capítulo 18, versículo seis e sete:

 

“(...) Sucedeu, porém que, retornando eles, quando Davi voltava de ferir o
filisteu, as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei
Saul, CANTANDO E DANÇANDO ALEGREMENTE, com tamboris, e com instrumentos de
música. E as mulheres, dançando, cantavam umas para as outras, dizendo: Saul
feriu os seus milhares, porém DAVI OS SEUS DEZ MILHARES”.

 

Aqui vemos as santas mulheres de Deus em júbilo louvando a Davi através de músicas
e cantorias, exaltando-lhe por tão bem conduzir o exército israelita diante dos
inimigos. Seriam aquelas judias idólatras por cantarem louvores a Davi pelas
ruas da cidade? O senhor louvaria Davi pelas ruas, “Pastor” (?) Wagner, caso
estivesse presente?
Além
disso, era comum o povo procurar os santos homens para que estes lhes
abençoassem em nome de Deus. Estes homens tinham a capacidade de dar a benção
ao povo, capacidade recebida do próprio Deus. Veja o que está escrito no
segundo livro de Samuel, capítulo seis, versículo 18:

 

“(...) Quando Davi acabou de oferecer os holocaustos e ofertas pacíficas, ABENÇOOU
O POVO EM NOME DO SENHOR dos exércitos”.

 

Veja também o que está escrito em II Crônicas cap. 30, v. 27:

 

“(...) Então os levitas sacerdotes se levantaram e ABENÇOARAM O POVO; e a sua
voz foi ouvida, porque a sua oração chegou até a santa habitação de Deus, até o
céu”.

 

Assim,
a bíblia nos mostra pessoas tementes a Deus se ajoelhando diante de outros
homens sem os adorar, dirigindo louvores a seres humanos e ainda sendo
abençoadas por eles. Deus jamais os acusou de serem idólatras. Se qualquer tipo
de prostração diante dos homens ou mesmo cantoria em louvor a eles for
condenada por Deus, então estaremos condenando muitos que deram a vida por este
mesmo Deus que o senhor diz que adora e que pensa conhecer.
Cito
ainda uma passagem que fecha com chave de ouro toda esta questão, e que está
escrita no primeiro livro de Crônicas, cap. 29, v. 20:

 

“(...)
Então disse Davi a toda a congregação: Bendizei ao Senhor vosso Deus! E toda a
congregação bendisse ao Senhor Deus de seus pais, E INCLINARAM-SE E
PROSTRARAM-SE PERANTE O SENHOR E PERANTE O REI”.

 

Aqui,
todo o povo santo se prostra em adoração diante de Deus, e simultaneamente se
prostra diante do rei, obviamente sem adorá-lo, venerando-o. CLARÍSSIMO! Somente
a título de comparação, cito-lhe agora uma passagem onde um homem se ajoelha
diante de outro homem com intenção de adorá-lo, sendo por isso repreendido.
Leia Atos dos Apóstolos, cap. 10, v. 25:

 

“(...) Quando Pedro ia entrar, veio-lhe Cornélio ao encontro e, prostrando-se a
seus pés, O ADOROU. Mas Pedro o ergueu, dizendo: Levanta-te, que eu também sou
homem”.

 

Note, “Pastor” (?) Wagner, como Cornélio ignorantemente se prostrou tendo
intenção de adorar a São Pedro, e por isso foi corrigido. Não foi corrigido
pela sua postura, mas pela sua intenção. O texto é claríssimo a respeito disto.
Assim, nós católicos quando, por exemplo, visitamos o Vaticano, nos prostramos
aos pés do Papa, venerando-o filialmente, pedindo a sua benção, já que, assim
como Davi, ele recebeu de Deus a capacidade de abençoar cada um de nós e todo o
povo. Até aqui tratei da veneração bíblica a seres humanos. Falemos agora sobre
a veneração a seres espirituais.

 

B) VENERAÇÃO DE SERES ESPIRITUAIS

 

Agora tentarei mostrar ser possível a mesma atitude de prostração diante de
criaturas espirituais, no caso os anjos de Deus. Vejamos duas passagens onde
homens santos se ajoelham diante deles, sem os adorar, mas em sinal de profundo
respeito, venerando-os. A primeira delas está em Gênesis, cap. 19, v. 1:

 

“(...) À tarde chegaram os dois anjos a Sodoma. Ló estava sentado à porta de
Sodoma e, vendo-os, levantou-se para os receber; PROSTROU-SE com o rosto em
terra (...)”.

 

A segunda delas está em Josué, cap. 5, v. 13 e 14:

 

“(...) Ora, estando Josué perto de Jericó, levantou os olhos, e olhou; e eis
que estava em pé diante dele um homem que tinha na mão uma espada nua.
Chegou-se Josué a ele, e perguntou-lhe: És tu por nós, ou pelos nossos
adversários? Respondeu ele: Não; mas venho agora como príncipe do exército do
Senhor. Então Josué, PROSTRANDO-SE COM O ROSTO EM TERRA, O ADOROU e
perguntou-lhe: Que diz meu Senhor ao seu servo?

 

Obviamente que Josué não adorou ao anjo, mas ao próprio Senhor que o enviou.
Aqui a tradução adotada não expressa bem esta realidade. Isso deixa claro que
até a palavra “adorar” não é absoluta, podendo ser usada no sentido de
“venerar”. O que importa é que esta passagem deixa claro que Josué se prostrou
diante do anjo de Deus, cultuando-o. Ou seja, nos é permitida esta forma de
veneração a esses seres espirituais. É a mesma linha de raciocínio da prostração
diante de homens mostrada no quesito anterior. Em determinado momento o senhor
escreveu eu seu artiguete:

 

“(...)
DIA DA PADROEIRA, Dia imposto ao país para uma bênção que a Bíblia não ensina”.

 

Ou
seja, para o senhor pedir a benção a Santa Maria, que está viva no Céu, é um
absurdo. Mas vejamos então esta outra passagem onde um homem santo pede a
benção a um anjo enviado por Deus. Leiamos juntos o que está escrito em
Gênesis, cap. 32, v. 24 ao 29:

 

“(...) Jacó, porém, ficou só; e lutava com ele um homem até o romper do dia.
Quando este viu que não prevalecia contra ele, tocou-lhe a juntura da coxa, e
se deslocou a juntura da coxa de Jacó, enquanto lutava com ele. Disse o homem:
Deixa-me ir, porque já vem rompendo o dia. JACÓ, PORÉM, RESPONDEU: NÃO TE DEIXAREI
IR, SE ME NÃO ABENÇOARES. Perguntou-lhe, pois: Qual é o teu nome? E ele
respondeu: Jacó. Então disse: Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; porque
tens lutado com Deus e com os homens e tens prevalecido. Perguntou-lhe Jacó:
Dize-me, peço-te, o teu nome. Respondeu o homem: Por que perguntas pelo meu
nome? E ALI O ABENÇOOU”.

 

Aqui faço uma observação importante: o profeta Oséias no capítulo 12, versículo
cinco de seu livro, diz que esta criatura que abençoou Jacó era um anjo. Assim,
Jacó pediu a benção ao anjo contra o qual lutou, anjo este que representava o
próprio Deus, pois está dito que Jacó “lutou contra Deus e venceu”. Assim, foi
o anjo que abençoou Jacó, a mando de Deus. Logo, podemos pedir a benção a estes
seres espirituais, que tem esta capacidade de nos abençoar. Aconselho-lhe que
peça a benção ao seu anjo da guarda, e ele lhe abençoará (Conferir Mateus 18,
10 e Atos 12,15). Peça também, em especial, a benção a São Miguel Arcanjo,
príncipe das milícias celestes, colocado por Deus para esmagar Satanás e os
seus anjos transviados (Judas, cap. 01, v. 09). Ah, e não deixe principalmente
de pedir as bênçãos a maria Santíssima, mãe de Deus e Nossa. Ela certamente o
abençoará, fazendo-o sair das trevas onde vive.
Finalizando
esta parte, vejamos agora uma passagem onde São João se ajoelha diante de um
anjo com intenção de adorá-lo, de dar-lhe o culto que cabe somente a Deus,
sendo por isso repreendido. Leia Apocalipse cap. 19, v. 10:

 

“(...) Então me lancei a seus pés PARA ADORÁ-LO, mas ele me disse: Olha, não
faças tal: sou conservo teu e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus;
adora a Deus; pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia”.

 

Aqui São João ajoelha-se diante de um anjo e é imediatamente repreendido. Mas o
texto é claro: São João tem intenção de adorar ao anjo, ato totalmente
desagradável a Deus. Portanto, mantêm-se aqui a distinção entre as formas de
prostrações.

 

C) VENERAÇÃO DE IMAGENS

 

Agora vou abordar diretamente a questão das imagens sagradas da Igreja
Católica. Dizem os inimigos do catolicismo que elas são “abomináveis”. Via de
regra os protestantes dizem que a bíblia condena qualquer tipo de imagens, o
que é absolutamente falso, pois o que a bíblia condena são imagens de ídolos.
Tanto isso é verdade que após Deus ter proibido nos 10 mandamentos que se
fizessem imagens de ídolos mandou que Moisés fizesse as imagens sagradas dos
querubins que ficavam sobre a arca da aliança. Leiamos Êxodo cap. 25, v. 18:

 

“(...) FARÁS TAMBÉM DOIS QUERUBINS de ouro; de ouro batido os farás, nas duas
extremidades do propiciatório”.

 

Estes querubins não foram usados apenas como ornamentação, como já escutei
alguns “pastores” dizerem. Ao contrário, foram revestidos de especiais
honrarias, pois Deus disse várias vezes habitar em meio a eles. E além de dizer
habitar em meio a estas imagens, disse também que falaria ao povo em meio a
elas. É o que está escrito em Êxodo cap. 25, v. 22:

 

“(...) E ali virei a ti, e de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins
que estão sobre a arca do testemunho, FALAREI CONTIGO a respeito de tudo o que
eu te ordenar no tocante aos filhos de Israel”.

 

Ou seja, do meio das imagens sagradas Deus fala diretamente com seu povo. Se
qualquer tipo de imagem fosse uma abominação ao Senhor, então teríamos que
concluir que Ele mesmo estaria incentivando a idolatria. Logo, temos aqui
imagens que foram feitas a mando do próprio Deus, o que nos mostra claramente
que nem toda imagem é ídolo. Deus condenou imagens de ídolos em várias
passagens bíblicas, mas nem toda imagem é um ídolo. Existem imagens que não são
ídolos. São as imagens sagradas dos querubins, as imagens sagradas no templo de
Salomão (conferir I Reis, cap. 06, 07 e 08) e as imagens sagradas dos
católicos. Assim como o povo de Deus na bíblia tinha imagens, assim também o
povo de Deus de hoje também tem imagens. Aliás, possuir tais imagens sagradas é
um sinal de que se está de acordo com a bíblia.
Pois
bem, coloco agora uma indagação: qual era a postura que aqueles servos do
Senhor adotavam diante dessas imagens de querubins? Eles a mantinham apenas
como quem mantém um tipo de obra de arte? Ou essas imagens eram veneradas?
Mostrarei como eram verdadeiramente veneradas, cultuadas, sem serem
idolatradas. Vejamos. Primeiro, no livro dos Salmos, cap. 80, v. 01:

 

“(...)
Ó pastor de Israel, dá ouvidos; tu, que guias a José como a um rebanho, QUE
ESTÁS ENTRONIZADO SOBRE OS QUERUBINS, resplandece".

 

Existem muitas outras passagens onde se diz o mesmo com relação a estes
querubins, mostrando que estes não eram simples ornamentos da iconografia
judaica, mas sinais sensíveis da presença e da ação do Deus vivo. Veja:

 

NÚMEROS - 7:89 - "Quando Moisés entrava na tenda da revelação para falar
com o Senhor, ouvia a voz que lhe falava de cima do propiciatório, que está
sobre a arca do testemunho ENTRE OS DOIS QUERUBINS; assim ele lhe falava."

 

SALMOS - 99:1 " - O Senhor reina, tremam os povos; ele está ENTRONIZADO
SOBRE OS QUERUBINS, estremeça a terra."

 

ISAÍAS - 37:16 - "O Senhor dos exércitos, Deus de Israel, tu que estás
sentado SOBRE OS QUERUBINS; tu, só tu, és o Deus de todos os reinos da terra;
tu fizeste o céu e a terra."

 

Por isso os judeus veneravam estes querubins, junto com toda a arca da aliança,
por saberem que Deus estava em meio a eles. INCLUSIVE SE AJOELHAVAM DIANTE DELES.
Vejamos algumas passagens importantíssimas sobre isso. A primeira está no livro
de Josué, cap. 7, v. 6:

 

“(...) Então Josué rasgou as suas vestes, E SE PROSTROU COM O ROSTO EM TERRA PERANTE A ARCA DO SENHOR até a tarde, ele e os anciãos de Israel; e deitaram pó sobre as
suas cabeças”.

 

O que vemos aqui? Josué e todos os anciãos prostrados diante da arca, diante
dos querubins. Seriam todos eles idólatras por se ajoelharem diante de imagens
que “tem olhos mas não vêem, tem ouvidos mas não ouvem”? Está bem claro que estas
imagens sagradas não eram ídolos. Deus proibiu a confecção de imagens de
ídolos, e permitiu que fossem feitas imagens sagradas, e permitiu que seu povo
santo se prostrasse diante dessas imagens, de onde Ele lhes falava. Sugiro
ainda que leia o CAPÍTULO SEIS DO SEGUNDO LIVRO DE SAMUEL, que mostra um
verdadeiro culto de veneração a Arca da Aliança, recebida com festa pelo povo
enquanto era introduzida na cidade. Isso porque a arca era um grande andor e o
povo realizava muitas procissões com ela. Vou citar apenas um exemplo desta
procissão, porque este meu texto já se alonga demais. Leia Josué, cap. 06, v.
06 em diante:

 

“(...) Chamou, pois, Josué, filho de Num, aos sacerdotes, e disse-lhes: Levai a
arca do pacto, e sete sacerdotes levem sete trombetas de chifres de carneiros,
adiante da arca do Senhor. E disse ao povo: Passai e rodeai a cidade; E MARCHEM
OS HOMENS ARMADOS ADIANTE DA ARCA DO SENHOR. Assim, pois, se fez como Josué
dissera ao povo: os sete sacerdotes, levando as sete trombetas adiante do
Senhor, passaram, e tocaram-nas; e a arca do pacto do Senhor os seguia. E os
homens armados iam adiante dos sacerdotes que tocavam as trombetas, E A
RETAGUARDA SEGUIA APÓS A ARCA, os sacerdotes sempre tocando as trombetas”.

 

Eis aqui uma procissão bíblica: um andor com imagens sobre ele seguindo a
frente do povo que marcha junto ao som de trombetas. Assim são também as
procissões católicas. Duas outras passagens, muito fortes mesmo, nos ajudarão a
nos aprofundarmos neste assunto. Vejamos o que está escrito no primeiro livro
de Samuel, cap. 4, v. 3:

 

“(...) Quando o povo voltou ao arraial, disseram os anciãos de Israel: Por que
nos feriu o Senhor hoje diante dos filisteus? Tragamos para nós de Siló a arca
do pacto do Senhor, para que ela venha para o meio de nós, E NOS LIVRE DA MÃO
DE NOSSOS INIMIGOS."

 

Vejamos também o que está escrito no livro de Números, cap. 21, v. 09:

 

“(...) Fez, pois, Moisés uma serpente de bronze, e pô-la sobre uma haste; e
sucedia que, tendo uma serpente mordido a alguém, QUANDO ESSE OLHAVA PARA A
SERPENTE DE BRONZE, VIVIA”.

 

Pergunto:
como pode a arca da aliança, construída por mãos humanas, livrar o povo de Deus
de seus inimigos? Como? Eles então colocavam a sua confiança naquele objeto? Mas
o senhor não citou contra os católicos Isaías 44:13-17 que condena os idolatras
pelo ato de rogar as imagens e dizer-lhes: “Livra-me, porquanto tu és o meu
deus”? Então o povo de Deus, que esperava a arca com os querubins exatamente para
livrá-los dos filisteus, era idólatras? Por que eles simplesmente não “oraram”
como fazem os protestantes pedindo diretamente a Deus que os livrassem do mal?
Ora, o texto é claríssimo a este respeito: eles esperavam que a arca os
salvassem! E em Números, como pode então o povo de Deus arrependido ser salvo
olhando para uma imagem, ainda mais de uma serpente rastejante, símbolo do
pecado para os judeus e considerada um ídolo para os egípcios? Como pode Deus
ter permitido que fosse construída esta imagem de animal, sendo que Ele mesmo
havia condenado a construção de imagens de animais, como por exemplo, do
bezerro de ouro?
Responda diretamente estas questões, “Pastor” (?). Sem rodeios. Ou o Deus que o
senhor diz adorar incentivou a idolatria?
Portanto,
o Deus de Abraão, Isaac e Jacó usou imagens sagradas para agir em meio ao seu
povo, e até livrar o seu povo das mãos dos inimigos. E Deus permitiu também que
se construíssem muitas outras imagens sagradas ao longo do Antigo Testamento, o
que poderei mostrar em outra ocasião. Até mesmo o Espírito Santo, que é Deus,
foi representado em forma de pomba (no batismo de Cristo) e de línguas de fogo
(no dia de Pentecostes). Ou seja, é o próprio Deus representado em forma de uma
ave e de um elemento da natureza, animais e elementos que inclusive foram muito
divinizados em religiões pagãs.
Claro
que o senhor dirá que os santos no Céu estão “dormindo” ou mesmo que acordados
não podem conhecer o que se passa por aqui. Esse sofisma barato eu posso
refutar depois, caso o senhor me responda. Mas eu não posso deixar de responder
a falsa acusação onde o senhor diz que o culto a Maria Santíssima é uma
assimilação do culto a “Rainha dos Céus” (Jr 7, 18). Para o senhor, então, está
provado que Maria não está no céu, e que ela não é a mãe de todos nós, rainha
do universo. Que Maria está no céu e que foi coroada por Deus se deduz
facilmente das escrituras, onde lemos em Ap. 12, 1 sobre a mulher que “deu à
luz um filho homem que há de reger todas as nações com vara de ferro”. Maria é
rainha do céu porque a bíblia diz que até o universo é pequeno para conter a
Deus. Ora, o universo não pode conter Deus, mas Maria pôde conte-lo em seu
ventre.
E
não sabe o senhor que existiram milhares ou milhões de ídolos nas culturas
pagãs? Ídolos de todos os tipos, com todo tipo de história? Será que para estas
nações era muito difícil criar um ídolo como a “rainha dos céus”? E tome
cuidado, porque o tiro pode acertar o próprio pé. Isso porque a história
mitológica de Osíris diz que ele foi ressuscitado por Ísis. Isso faz com que os
ateus de hoje digam que a vida de Jesus
Cristo
apresentada no Novo Testamento consiste numa transposição detalhada do mito egípcio
destes deuses, conseqüentemente não podendo ser caracterizada como verdade
histórica. Veja:

 

Logo,
aquilo que o senhor acusa nos católicos pode ser voltado contra o senhor mesmo,
já que ouve deuses cujas histórias pareciam em vários aspectos inclusive com a
do próprio Cristo, histórias estas contadas séculos antes dele nascer, morrer e
ressuscitar. Que tal?

 

CONCLUSÃO

 

O
objetivo deste texto foi lhe mostrar, em um primeiro momento, que na bíblia
podemos encontrar o culto de veneração aos homens, aos anjos, as imagens e as
relíquias sagradas, desde que este culto tenha o sentido de uma prestação de
homenagem, onde manifestamos respeito e amor por quem é cultuado, por aquilo
que é cultuado, sem adorá-lo. É isto!
Claro que me restaria ainda provar que isso é lícito de ser feito ainda nos
dias de hoje. Teria que lhe mostrar ainda a possibilidade dos santos no céu
conhecerem as nossas necessidades, para que a eles recorramos. Enfim, teria
ainda que lhe mostrar inúmeras passagens a respeito desse assunto. Mas essa
segunda etapa somente terá início a partir do momento em que concordamos a
respeito daquilo que foi escrito neste primeiro texto que lhe envio.
Concluo dizendo que somente a verdadeira Igreja de Deus na Terra possui o
Espírito Santo para diferenciar um ídolo de uma imagem santa, e mais ninguém.

 


Sandro Pelegrineti de Pontes

 

Obs.:
uma última coisa. Quis lhe mostrar que os judeus  veneravam imagens e colocavam nelas muita
esperança (de acordo com a forma correta de entender isso). Tanto que quando se
desviaram desta intenção, Deus mandou que se agisse fortemente. Leia o que está
escrito em II REIS - 18:4:

 

“(...) Tirou os altos, quebrou as colunas, e deitou abaixo a Asera; e
despedaçou a serpente de bronze que Moisés fizera (porquanto até aquele dia os
filhos de Israel lhe queimavam incenso), e chamou-lhe Neüstã."

 

Ora, Neustã era o nome de um ídolo em forma de serpente adorada pelos egípcios.
Foi por isso que Deus mandou que a imagem fosse destruída, e não porque ela era
má. Pois tudo o que Deus faz é bom.

 

- -

 

ESTOU RECEBENDO
DIVERSOS E-MAILS DE CATÓLICOS
FUNDAMENTALISTAS, NERVOSOS
E AMEAÇADORES, CONTRA O TEXTO
QUE ESCREVI NO ROTA 44
QUILÔMETRO 10: "12 DE OUTUBRO -
DIA DA IDOLATRIA DO BRASIL".
 
COMO CONFUNDEM TEOLOGIA COM
QUESTÕES PESSOAIS, QUERO
RELEMBRAR ESTE PEQUENO TEXTO,
ESCRITO COM MUITO AMOR,
MAS COM MUITA SEGURANÇA,
SOBRE O QUE PENSO DOS CATÓLICOS.
 
OBRIGADO.
 
WAGNER ANTONIO DE ARAÚJO
SÃO PAULO, 15 DE OUTUBRO DE 2009

 

 
Em Poucas Palavras
07 CATÓLICO ROMANO
 
"Pastor Wagner, o senhor nunca foi católico? Por que deixou de sê-lo?"
 
Essa pergunta eu recebo sempre. Tenho a alegria de ter, entre meus leitores, um grupo muito grande de católicos romanos, e isso me traz enorme felicidade e grande contentamento. Diz a bíblia: "Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros."  (Rm 12:10)
 
O meu tratamento para com os católicos romanos é do mais profundo respeito, da mais alta consideração e do mais profundo amor. Eu sei o que é ser católico. Eu fui católico. Eu fui coroinha por três anos, auxiliando os padres a servir a Eucaristia. Eu fui rezador de terços, e sabia decór todos os mistérios do rosário, e suas orações especiais. Eu iria seguir o sacerdócio católico-romano, e me tornaria seminarista camiliano. Não, não posso olvidar de minha origem e de respeitar a tantos que continuam vivendo sob a fé católica.
 
A razão de eu ser batista, ou, como muitos dizem, protestante (evangélico, gospel, crente, etc), é bastante simples. Em um determinado momento de minha adolescência eu experimentei algo maravilhoso, chamado NOVO NASCIMENTO, REGENERAÇÃO. "Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo."(Jo 3:7); "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. "(2Co 5:17)
 
Trata-se de algo subjetivo, que tem conseqüências objetivas para o resto da vida e para a eternidade além-túmulo. "Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida." (Jo 5:24)
 
 Isso se deu, quando reconheci-me pecador. "Não há um justo, nem um sequer.    Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.    Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. " (Romanos 3.10-12). Como católico eu me reconhecia pecador;
 
Entendi que os pecadores iriam para o inferno. "E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo." (Mt 10:28). "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor ".(Rm 6:23). Como católico, havia a possibilidade de um purgatório intermediário e das graças geradas pelas missas, rezas e velas.
 
Reconheci ser Jesus Cristo o Filho de Deus. "E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. (Mt 16:16). Também o reconhecia, quando católico. Por ser Ele Deus-Homem, e o único crucificado em favor da humanidade, também tornara-se o único mediador entre Deus e os homens. "Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem." (1Tm 2:5). Como católico romano a minha fé admitia a CO-MEDIADORA e diversos intermediários menores, os santos.
 
Assim, cônscio dessas verdades, e da incompatibilidade daquilo que eu cria com o que a Bíblia dizia, aceitei o convite feito pelo Salvador, que prometia perdão de todos os meus pecados e vida eterna imediatamente. "Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus." (Jo 3:18).
 
"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; "(Ef 2:8-9). Eu nunca havia ouvido falar de salvação pela graça e compaixão de Deus, e de um perdão absoluto dos pecados, senão de um pagamento através de ritos e celebrações que me fariam passar pelo purgatório e sair de lá, depois de um tempo.
 
Então, por ser isso baseado na bíblia, livro que eu tanto amava, a Palavra de Deus, credenciada por Cristo ("Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade." , Jo 17:17) , entreguei-me a Jesus e fui salvo. A graça me alcançou. Fui perdoado. Fui redimido. Foi-me garantido um lugar no Céu. Cristo veio morar em mim. Minhas obras sucumbiram. Hoje, se pratico boas obras, faço-o como conseqüência da salvação, e não para buscar a salvação. Além do mais, a salvação não vem das obras, mas da graça através da fé. "Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada." (Gl 2:16)
 
Não consegui conviver com três bases de fé, porque eram conflitantes e opostas entre si. Só consegui escolher uma, e essa uma é a bíblia, a Palavra de Deus. E quais são as três bases de fé para um católico romano?
 
A primeira é a Bíblia Sagrada. Amém! Que maravilha! Hoje, com o movimento carismático, os católicos romanos redescobriram em suas bíblias as sacrossantas palavras do Senhor, e têm buscado pautar suas vidas em tais ensinos. Bendito seja o Senhor por isso.
 
A segunda é a Tradição. Ao longo do tempo muita coisa foi acrescentada como interpretação à bíblia, uma espécie de TALMUDE ao TORÁ cristão. E, infelizmente, essas tradições não serviram para construir, mas para destruir a simplicidade dos ensinos bíblicos. Assim, se a Bíblia orienta algo, mas a tradição milenar da religião faz diferente, as duas coisas precisam conviver juntas, e os teólogos precisam fazer verdadeiros malabarismos interpretatórios para conciliar a ambas. Meu Deus, que pena! A tradição estragou a fé.
 
A terceira é o Sagrado Magistério, ou a autoridade da Igreja Católica, através de seu líder, considerado INFALÍVEL, de interpretar a bíblia e a vontade de Deus para o povo. Sem discutir a capacidade intelectual ou moral de seus bispos ou papas, tornou-se inadmissível ao meu coração pecador, acreditar que, além de Jesus, houvesse algum outro ser humano capaz de ser infalível. A história testifica isso.
 
Dias atrás, tínhamos um papa bondoso e amoroso. Este pediu perdão por coisas que seus antecessores, outros papas, também infalíveis, disseram ou fizeram, fosse contra os judeus, fosse contra os ortodoxos, fosse contra os não-católicos. Nesse bojo está a Santa Inquisição, que queimava os que se opunham à Igreja Católica Romana. Então a infalibilidade papal mostrou-se falível. Assim, o que até então era considerado infalível, mostrou-se falível, mostrou-se absolutamente humano. Portanto, uma base de fé falível não pode servir para a minha fé, pois careço de uma base infalível para a eternidade.
 
Quanto a isto, vale dizer que atualmente a Igreja Romana discute outra doutrina, e tenciona mudá-la (como se a eternidade pudesse mudar ou "desmudar" ao belprazer ou ao gosto das gerações). Dizem que a teologia do LIMBO está ultrapassada. Diz-se que os bebês não batizados na Igreja Católica, vão para um lugar chamado LIMBO. Segundo os pensadores da Igreja, isso precisa mudar. Quer dizer, até ontem, isso existia, porque a infalível interpretação do Magistério ensinava assim. Hoje, porém, não será mais. Que fé se sustenta assim? E qual é a verdade verdadeira? E para onde levaram os bebês?
 
Como um pecador arrependido, seguidor de Jesus Cristo, como qualquer outro católico, decidi optar por uma das três bases, igualzinho aos cristãos do primeiro século. Aqueles não tinham uma tradição para seguir. Também não possuiam um Sagrado Magistério, senão uma Palavra Revelada, fresquinha, saída da fonte fidedigna da inspiração do Espírito Santo. Assim, preferi ficar com a Bíblia, o Velho e o Novo Testamentos, e me satisfazer com isso. Preferi lê-la e pedir ao Espírito Santo para me orientar e fazer-me entendê-la. Preferi não admitir a hipótese de que a Tradição pudesse mudar o que estava escrito, ou completar o que já estava completo na Bíblia. E também decidi não colocar a minha fé na infalibilibade do Sagrado Magistério, porque, se  eles são falíveis e podem errar, então poderia crer em algo falso. Mas as Escrituras Sagradas, conquanto escritas por homens, foram especialmente inspiradas pelo Espírito Santo, e credenciadas pelo próprio Cristo. "... a Escritura não pode ser anulada" (Jo 10:35)Então isso me bastou.
 
Não digo isso para discutir, polemizar, brigar. Digo isso para explicar. Assim como tenho profundo respeito pelos que crêem romanamente, e tenho amizade e profunda estima por diversos, assim gostaria que essas minhas palavras fossem compreendidas como uma explicação, e não como uma crítica pela crítica.
 
Contudo, se isso faz com que o leitor católico reflita, pondere, e reavalie a sua fé, certamente é porque o Espírito Santo permitiu que tal acontecesse. Então, como eu fiz, convido-lhes a fazer também: decidir-se por uma base só. Isso trará paz, segurança, vida e harmonia.
 
"Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho." (Sl 119:105); "À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles." (Is 8:20); "Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça;" (2Tm 3:16); "Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo".  (2Pe 1:21)
São Paulo, SP, 07 de janeiro de 2006
 
Pastor Wagner Antonio de Araújo



 Pr Wagner A de Araújo - IB Boas Novas Osasco SP  9/9/2009  :  leitores de menos; escritores demais

 
       São Paulo, Brasil, setembro, 09, 2009
 
       Meus amigos
 
       Creio que nós, os articulistas cristãos, os mais antigos, estamos vivendo um
       dilema.
 
       Há escritores demais para leitores de menos.
 
       Há coisas de grande qualidade sendo postadas, mas há muito lixo sem valor
       nenhum também. Meia dúzia de frases desconexas, postadas com uma pitada de
       massageamento do ego de alguém, transforma-se em "best seller" da noite para
       o dia.
 
       Talvez escritores como nós, os mais antigos (falo por mim) já tenhamos
       cumprido o nosso papel e será hora de pegarmos o nosso boné e cuidar de
       nossa própria vida.
 
       Há centenas de e-mails diários do tipo LEIA NO MEU BLOG, muitos dos quais
       são meras repetições malfeitas de outros textos que ficaram populares, ou de
       críticas pelas críticas mais atuais, que chamam a atenção de quem é ávido
       por criticar.
 
       E nós, os mais antigos, muitos que mantém blogs há anos, outros que só
       escrevem e-mails, vão ficando sem saber se ainda há público para si.
 
       Então estou seriamente pensando em parar de postar. E sei que não sou só eu;
       há ao menos uma dezena de colegas escritores que estão enjoados de
       sentirem-se vendedores de fruta na ala de frutas do mercado municipal. Nós
       não precisamos disso.
 
       Portanto, orem por nós. Mas, especificamente à respeito da literatura que
       envio ou produzo (atualmente ROTA 44), eu gostaria de saber se há ao menos
       uma dúzia de leitores. Caso não haja, não haverá porque continuar a
       enviá-las.
 
       Obrigado.
 
       Wagner Antonio de Araújo
- - -
Fernando Paulo Ferreira  September 19, 2009        Não pára, não pára, não pára...
 
       Por favor, Pr. Wagner, não pare de postar seus textos. Sou seu leitor mais ávido!!!
 
       Fernando
- - -
Sáb, 19 de Set de 2009 7:10 pm
 
Obrigado, Fernando, pelo feedback!
 
Wagner Antonio de Araújo


= =


Irmão Yrorrito,
Podemos ver um jeito de melhor divulgar o trabalho do irmão Pr. Wagner. Se puder, coloque-nos em contato.
 

Um abraço,
CLEBER OLYMPIO
Webmaster - Militar Cristão
www.militarcristao.com.br 22/09/2009

= = =

Pr. Wagner: Caminhei dois km e vou até o fim, permitindo Deus. Continue. O poder da Palavra e o poder da palavra escrita não se pode medir. A semente que cái na terra, seja aqui ou acolá, medra, produz frutos. Continue Pedro 2 Pe 1.2


Quilômetro 11
 
 
 
PRONTO PARA VIVER!
 
E PARA MORRER? ...
 
 
Um lindo bebê! Uma linda criança! Quem não gosta de ver uma bem saudável, bonita, alegre, cheia de vida? Crianças brincam, comem, correm, se cansam, brigam, choram, sorriem, fazem travessuras etc. Já fomos crianças um dia e a tendência da vida é viver! Crianças querem viver! Crianças querem crescer, caminhar, passear, conhecer o mundo, realizar aventuras, crianças têm a fantasia na cabeça e o mundo aos seus pés!
 
Mas crianças morrem.
 
Um jovem, e que jovem atraente! Uma garota, linda e faceira, cheia de cor e de brilho! Os jovens são a certeza de que o ser humano tem força e futuro. Repousa nas mãos deles a responsabilidade de carregar a história e a esperança no próprio coração. Eles "fazem a hora e não esperam acontecer". Planejam os estudos, a profissão, o trabalho, o casamento, a aparência, os planos para a maturidade, tudo! Os jovens fazem o mundo crescer! Os jovens são a Vida!
 
Mas os jovens morrem também.
 
Um adulto, um rapaz, pai de família, uma mulher, mãe e profissional liberal, ou dona-de-casa e responsável pela criação das crianças. Que lindo é um casal jovem! Ternos e cuidadosos, buscam o romance nas pétalas das rosas e no perfume dos jardins. Procuram uma casa, os móveis, planejam as férias, preparam as festas, recebem amigos, fazem esforços para comprar casa e carro, buscam escolas para seus filhos, pagam convênios médicos, inscrevem-se em clubes de lazer e visitam os shopings das grandes cidades. O rapaz compra um grande carro e a mulher monta sua oficina de pintura. Abrem seus consultorios, seus negócios particulares, Planejam o futuro com ares de quem não pensa só no presente, mas prepara o amanhã. E o amanhã vem rápido e certeiro, feito enxurrada e estouro de represa. Adutos são vivos, adultos são belos, adultos são gente que faz!
 
Mas adultos morrem.
 
Um idoso bem vivido, aposentado, filhos e netos bem encaminhados, uma boa aposentadoria, saúde bem controlada, é o sonho de todos nós. Chegar à idade da maturidade e do envelhecimento em boas condições é tudo o que cada um de nós deseja. E desejamos não chegar lá sozinhos; queremos fazer-nos acompanhar de um conjuge ou, na falta deste, de uma família ou de amigos. Queremos viver, passear, fazer turismo, desfrutar de tudo o que não pudemos enquanto trabalhávamos para esse futuro. Ser idoso saudável é uma bênção.
 
Mas idosos morrem.
 
Citei todas essas coisas básicas da vida humana. Mas quero também me lembrar de algo específico aos cristãos.
 
Pastores também morrem. Esposas de pastor falecem também. Crianças, jovens, adultos e idosos cristãos morrem. E a morte, essa indesejada companhia, de quando em quando visita as nossas igrejas, ora levando uma pessoa mais velha, ora levando outra mais jovem. E se vai na promessa de visitar-nos novamente, sem anunciar a data específica.
 
Será que estamos prontos para morrer? Sim, talvez seja mais ´facil quando a idade chega e quando as pernas já não ajudam, quando as doenças degenerativas tomam conta de nossos ossos e órgãos internos, quando não aguentamos mais o peso do próprio corpo, quando dormimos pouco, escutamos pouco, enxergamos pouco. É costume morrer quando se está bem idoso e frágil.
 
Mas, e quando a morte nos visita ANTES da hora que planejamos para ela? E quando não podemos correr dela? Quando um acidente nos deixa em coma e nos extrai o resto de tempo que tínhamos? Ou quando um câncer degenerativo destrói nossas imunidades e nos consome a saúde? Ou quando o nosso sangue se contamina, quando o nosso cérebro se enche de coágulos, quando a nossa pressão oscila e nos derruba? Estaríamos prontos para morrer?
 
Pode ser que isso aconteça quando ainda somos só adultos, não idosos. Ou quando somos jovens, cheios de futuro, e o futuro nos manda o aviso de que baterá asas e voará, deixando-nos num vácuo. Ou quando somos crianças, com tantos sonhos que nunca se realizarão.  Pode ser um jovem estudante, ou uma mãe bem moça, ou um pai forte e saudável, ou um bebê recém-nascido.
 
Tudo isso é teórico, até o dia em que a morte bate à porta DE NOSSA PRÓPRIA VIDA...
 
Se ela vir nos tragar, seja rápida ou vagarosamente, estaríamos prontos para recebê-la?
 
Por causa da morte já vi muitos irmãos perderem a fé. E por causa dela também já vi muitos incrédulos tornarem-se crentes. É algo inimaginável enfrentar a realidade da morte para si mesmo, morte avisada, morte precoce, morte ceifadora. É como se estivéssemos presos numa caixa e tentássemos sair de todas as formas, mas quanto mais tentássemos mais presos ficássemos. Não há alternativa, não há remédio. Morreremos sem dó nem piedade. É chegada a hora e a vez, não conforme havíamos planejado, mas conforme o Senhor planejou. E por mais difícil que seja, Ele sabe a hora certa; e a hora dEle nunca é a nossa. Sempre queremos mais, e o Senhor já tem os nossos dias contados. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia. (Sl 139:16)
 
O preparo para a morte é, ao mesmo tempo, estático e dinâmico.
 
É estático no sentido de que podemos ter a garantia da vida eterna após a morte se crermos em Cristo como Senhor e Salvador. Ele promete: Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. (Jo 5:24). A salvação é um fato histórico na vida de cada cristão. Acontece num momento, momento especial que sela e garante a vida eterna: A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. (Rm 10:9).
 
Mas também a preparação é um fato empírico, uma experiência que deve ser vivida dia após dia. Nenhum de nós quer morrer. Mesmo o moribundo, que padece com sofreguidão, na maioria dos casos luta para viver. Nós tendemos para a vida, não para a morte. Contudo, quando cristãos, temos a consciência de que ela virá temporariamente sobre nós, pois um dia será vencida na prática (no Calvário Cristo venceu-a e em breve desfrutaremos da ressurreição); mas precisamos estar prontos para ela. Prontos psicologicamente, prontos espiritualmente e prontos praticamente.
 
Preparar-se é dobrar os joelhos e dizer a Deus que não gostamos da idéia de morrer, mas confiamos o nosso futuro nas mãos dEle. Na cruz Jesus disse: ...Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou. (Lc 23:46). Não precisamos viver sob o terror da iminência da morte, mas podemos pedir ao Pai para trazer paz ao nosso coração, quer vivamos ou quer morramos. O crente vive em paz, e quando psicologicamente ele temer ou sentir-se incomodado, poderá suplicar pela paz e aquietar o seu coração: Em paz também me deitarei e dormirei, porque só tu, Senhor, me fazes habitar em segurança (Sl 4:8)
 
Preparar-se é estar com o nosso espírito pronto. Jesus disse que há discrepância entre a carne e o espírito: Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca. (Mt 26:41). Precisamos diariamente buscar a face do Pai, adorá-lo, impor a comunhão com Ele à nossa alma, para que desfrutemos sempre de um coração limpo, puro, livre, sintonizado com o Senhor. Foram de Paulo estas memoráveis palavras: Porque eu estou pronto não só a ser ligado, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus. (At 21:13) Poderíamos dizer isso DE VERDADE? Sei que a maioria de nós, muitas vezes, não pode dizer isso com inteira disposição. Mas podemos buscar ao Senhor e nos fortalecer. Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me. (2Tm 4:17). Se fizemos a nossa confissão de conversão ao Senhor o nosso psicológico pode sentir-se mal, mas o nosso espírito desfruta de paz, a paz de Deus.
 
Preparar-se, por último, é praticar a fé hoje. É viver o dia de hoje como se Cristo voltasse amanhã. É ser o melhor crente que puder. É servir ao invés de ser servido. É orar ao invés de criticar. É perdoar ao invés de se magoar. É construir ao invés de destruir. É ver o que é bom, ao invés de deter-se no que é ruim. É fazer ao invés de falar. É evangelizar, ao invés de esperar um anjo do céu empurrar-nos ao pecador. É ter responsabilidade em cumprir a Palavra e não apenas ouvi-la. Os cristãos responsáveis não deixam para amanhã o serviço ao Senhor que devem fazer hoje. É ser o melhor cristão que possa ser, se soubesse que a morte viesse no dia seguinte.  É gozar uma paz que não depende da ausência de guerra, mas da segurança interior de um coração salvo: E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus. (Fp 4:7)
 
Amar ao Senhor não se resume a cantar ou praticar rituais para Deus, mas sim em obedecer à Sua Palavra. OBEDECER é melhor que SACRIFICAR. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor. (Jo 15:10)
 
ESTAMOS PRONTOS PARA VIVER. ALELUIA!
 
E PARA MORRER, ESTAMOS PRONTOS?
 
Wagner Antonio de Araújo

Quilômetro 12
 
 
 
TEMA:
UMA IGREJA SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS
 
MENSAGEM:
UMA IGREJA QUALIFICADA PARA DEUS
 
TEXTO BÍBLICO:
Efésios 5.27:
“Para a apresentar a Si mesmo igreja gloriosa, sem mácula nem ruga, nem coisa semelhante; porém santa e sem defeito”
 
TÓPICO FRASAL: “Uma autêntica Igreja segundo o coração de Deus deve possuir a qualificação descrita na Palavra, não tendo mancha ou ruga, mas possuindo santidade e perfeição; tais características só são possíveis com a ligação da mesma a Cristo através do Espírito Santo”
 
INTRODUÇÃO
 
Na vida realizamos muitas escolhas: a profissão que seguimos, os cursos que teremos, a esposa ou o marido com quem nos casamos, a casa e o bairro onde moramos, a igreja que freqüentamos, a comida que pedimos, as roupas que usamos, etc. Conquanto parte dessas escolhas não sejam inteiramente do nosso agrado, sempre que podemos optamos por algo que nos seja melhor, mais agradável, que traga conforto e plena realização. Nós fazemos questão de escolher; as escolhas são um reflexo de nosso próprio interior.
 
No caso do cônjuge, levamos em consideração uma série de fatores, caso tenhamos pedido a orientação de Deus: se a pessoa é temente ao Senhor, se possui um bom caráter, se o seu temperamento é compatível com o nosso, se a sua cultura é adequada, se tem meios econômicos suficientes, se compartilha de ideais semelhantes, etc. Uma boa escolha aqui redundará na formação de uma boa família para o futuro.
 
Cristo também escolheu uma Noiva com quem casar-se, simbolicamente falando. Aliás, a Igreja é a Sua noiva e Ele faz questão de tê-la com todas as qualificações que julga adequadas, tanto negativa quanto positivamente. O texto bíblico em epígrafe diz mais ainda: Ele a apresenta de Si para Si mesmo, ou seja, Ele mesmo a prepara para o Seu próprio casamento. Ele a orna, Ele a veste, Ele a purifica e a glorifica. Ele tem direito, pois conquistou-a através de Sua própria vida doada na cruz. Ele pagou com a vida o amor e a exclusividade da noiva. Ele é digno de escolher como deve ser essa noiva.
 
E que noiva é essa?
 
É a Igreja dEle. Igreja, “chamados para fora”, assembléia do povo de Deus reunidos por Ele e com a presença dEle. Conquanto o vocábulo EKLÉSIA significasse na antiga Grécia uma reunião política, um ajuntamento para fins específicos, até mesmo o ajuntamento de judeus numa sinagoga, tomou o sentido de povo remido por Cristo, reunido no nome dEle para fins de adoração, serviço e evangelização. Onde dois ou mais se reúnam no propósito de adorar, servir e evangelizar por Cristo, ali está uma Igreja de Cristo. Referir-se à Igreja, neste caso, ainda que aponte para a igreja local (comunidade específica de cristãos), o título é atribuído à Igreja como um Corpo Místico universal, o povo de Cristo em toda a parte e lugar, e até à Igreja Triunfante (o povo de Cristo de todos os tempos e lugares).
 
Essa igreja, manifesta concretamente em comunidades locais alicerçadas em Cristo, para ser de fato Igreja digna do Nome do Senhor, precisa ter algumas qualificações insubstituíveis, algumas características distintivas que a façam relevante e adequada ao título e à consideração do Mestre. Ela deve ser uma noiva apropriada, uma donzela preparada para o casamento mais especial de toda a história do universo.
 
Consideremos duas qualificações negativas, isto é, duas coisas que a Igreja do Senhor não deve ter em hipótese nenhuma:
 
I – A IGREJA QUALIFICADA NÃO DEVE TER MÁCULA
 
Diz-nos o texto sagrado que a Igreja do Senhor não tem mácula. O termo “mácula” significa “mancha”, “sujeira”, “nódoa” e traduz o vocábulo grego SPILOS.  O Apóstolo Paulo afirma que a igreja do Senhor não tem sujeira, manchas, borrões. Uma noiva deve estar totalmente limpa, com vestes puríssimas e com o corpo limpíssimo. A igreja também é limpa, lavada, pura, sem sujeira, pois purificou-se no sangue de Seu noivo, o Cordeiro de Deus. Conquanto formada por pecadores – e "não há um justo sequer", diz-nos a Escritura! – estes foram justificados pelo sacrifício vicário de Cristo e purificados pela Sua morte e ressurreição. Foi a graça e não o mérito, que fez do povo da igreja um povo qualificado. Esse povo não está mais sujo ou contaminado.
 
Faz-se relevante pensar na importância de uma igreja manter-se no mundo, mas fora do mundo. Como afirmou o Senhor, “estamos no mundo, mas não somos do mundo” (cf. João 17.16). Na oração sacerdotal do Senhor, clamou Ele ao Pai: “não peço que os tires do mundo, mas que os livre do mal” (idem,  17.15). Uma igreja bíblica jamais se sentirá absolutamente enquadrada no presente século; se assim fizer demonstrará não ser parte da Noiva do Cordeiro. O povo de Deus é  “peregrino”, é como Abraão, que não chegou à Terra Prometida. Não devemos “lançar raízes” neste mundo. Nossa estada aqui é testemunhal, é evangelizadora, é solidária com os que sofrem; o sistema e a mentalidade deste mundo não nos agradam, não são compatíveis com aqueles que amam ao Senhor.
 
II – A IGREJA QUALIFICADA NÃO DEVE TER RUGA
 
“Sem mácula nem ruga”. Assim como não há sujeira, algo externo que danifica a pureza, também não há defeito interior, “rugas”, “RUTIS”, no grego, significando “defeito, contração, encolhimento”. O sentido é de ser um sacrifício sem defeito, oferecido ao Deus perfeito, como no Velho Testamento, no sistema sacrificial do Templo de Jerusalém e das prescrições mosaicas. Era importante oferecer a Deus um sacrifício “sem defeito”, simbolizando “o melhor”.
 
Assim também a Noiva do Cordeiro de Deus é isenta de defeitos em si, não por ela, mas pelo próprio Cristo, que a salvou, lavou, purificou e transformou. Trata-se de uma graça, de um carisma, de uma dádiva do próprio Deus, que não apenas nos salva mas nos capacita para uma apresentação digna diante dEle. A sua perfeição tem o objetivo de ser a noiva do seu tão amado Senhor. Ela é linda, é bela, é maravilhosa, em tudo é formosa.
 
A formosura da Igreja do Senhor vem de sua natureza transformada "na semelhança de Cristo" e da transformação que o Senhor nela operou. Aliás, o próprio “linho fino” que receberemos na Glória é o símbolo “dos atos de justiça dos justos”, conforme  Apocalipse 19.8.
 
Ah, como é bela a Igreja fiel! Fiel na doutrina, fiel no ensinamento, fiel na santificação, fiel na dedicação! Como é bela a igreja que ama a Cristo, que respeita as coisas de Deus, que honra os bons costumes, que testemunha a metamorfose existente na vida dos salvos! A falsa noiva não é assim; antes, é deformada, cheia de rugas e defeitos. São rugas de ingratidão, de ódio, de rancor, de desespero. Igrejas apóstatas que não se satisfazem com o Reino do porvir, mas que amam a Mamom e ao seu império nefasto, que transformam Deus num serviçal, que fazem do dinheiro e da saúde os objetivos da vida, que tiram Deus do Seu trono e assentam-se gloriosamente como se fossem divinas! Igrejas assim são mais comparáveis à Jesabel de Apocalipse do que à Sunamita de Cantares de Salomão.
 
Há de se considerar essa Igreja qualificada no seu sentido positivo também. Afinal, uma igreja fiel não é apenas aquela que não é suja ou defeituosa; ela tem características distintivas no meio das demais, como as jóias diferem das bijouterias numa vitrine:
 
III – A IGREJA QUALIFICADA DEVE SER SANTA
 
A palavra “santa”, aqui utilizada denota o mesmo sentido do sacrifício separado para Deus, a parte especial, algo absolutamente consagrado, “AGIASMOS”, no grego.
 
Há de se ter a consciência de que a Igreja é a agência de Deus no testemunho de Cristo à humanidade. A igreja está no mundo, mas não é do mundo. O cabeça da Igreja é Cristo; não há espaço para nenhum outro cabeça, nenhum outro primaz, nenhum outro apóstolo. Aliás, disse-nos Jesus que “só um é vosso Mestre, só um é vosso Pai, e todos vós sois irmãos" (Mateus 23.9-10). Se há um que pastoreia ou outro que ora, e ainda um outro que preside, todos são “cooperadores e lavoura de Deus”, (cf. I Coríntios 3.9)
 
Houve tempo em que a igreja influenciava a sociedade, a cultura, as famílias e a sua própria época. Hoje, infelizmente, por falta de santidade, as igrejas estão equiparando-se a grandes redes atacadistas de bênçãos, vendedoras de curas, fabricantes de milagres e oportunidades de ganhar-se dinheiro dos crédulos. As igrejas deixaram de ser santas; acenderam o fogo estranho no altar de Deus, queimando os seus ministros e desqualificando o povo, que mundanizou-se e paganizou-se. Não tem havido limites para as inovações: são pseudos-deuses, ministérios esdrúxulos, manifestações sensuais e espetáculos públicos ao invés de adoração legítima, de devoção, de busca do Alto e do Senhor. Um culto legítimo traz santidade; um falso traz a secularização. Quem busca a santidade está operando num outro patamar; quem não busca está seduzido por números, por crescimento numérico, por contas bancárias imensas e por poderes políticos iníquos.
 
A Noiva do Cordeiro é Santa. Seu povo é santo, é consagrado. A linguagem é sadia, é irrepreensível; o procedimento moral é digno e exemplar; as famílias são constituídas com papéis claros e definidos; a bíblia sai da mesa de trabalho e vai para o coração e para a alma, não para ser “compêndio de análises”, mas para ser reverentemente lida como o “Assim diz o Senhor”; os pastores leais são firmes, são sérios, são íntegros, são intransigentes, são santos.  Continuam pecadores, porém não vivem "na prática do pecado", "vivem na luz", "crescem no Senhor".
 
 
IV - A IGREJA QUALIFICADA DEVE SER SEM DEFEITO
 
O deus pagão do defeito, o Deus da Culpa era chamado de MOMO, de onde vem o “rei do carnaval”. Paulo usa a palavra “AMOMO” para indicar que a Noiva do Cordeiro deve ser alguém “irrepreensível”, “sem culpa”, “qualificadamente correta”.
 
Quem é de Deus busca a cada dia subir um degrau a mais na comunhão. Os crentes verdadeiros envolvem-se com o Reino e buscam aplicar em suas vidas os ensinos do Senhor. As igrejas bíblicas, que se preparam para as Bodas do Cordeiro buscam integridade moral, espiritual, familiar, doutrinária.
 
A Igreja de Cristo não adultera o seu Senhor: ela não coloca um ídolo em seu centro; ela não se vende à política ou aos planos mirabolantes de crescimento numérico. Para ela vale muito mais a integridade de conduta que não é popular do que tornar-se imensa, mas repleta de culpas. Nada justifica uma igreja que abandona o trono da graça, que ignora as viúvas, os órfãos, os doentes e os necessitados; que não ora, que não clama, que não intercede; nada justifica uma igreja que não realiza ações de graça; que não compartilha as boas-novas de salvação. Uma igreja irrepreensível, sem defeito, vive como o Autor de Hebreus tão inspiradamente se expressou:  “olhando para Jesus, Autor e Consumador da Fé. (cf Hebreus 12.2b
 
CONCLUSÃO
 
Para obtermos a qualificação como igreja do Cordeiro necessário se faz nascer de novo. É algo espiritual, algo que o Espírito Santo opera naqueles que se arrependem de seus pecados e que rendem-se a Cristo, recebendo-o como Senhor e Salvador. Salvos, nos tornamos Igreja, os “chamados para fora”, fora do mundo, fora do império das trevas, para sermos de Deus e do Seu Cristo, para proclamarmos as virtudes dAquele que nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz.
 
Que sejam qualificadas as igrejas onde servimos ao Senhor; que sejamos nós qualificados como "Noiva do Cordeiro de Deus". Bendito seja o nome dEle.
 
Amém.
 
 
Wagner Antonio de Araújo
 

ROTA 44 - Quilômetro 13 - AO PASTOR ESQUECIDO
 
AO PASTOR ESQUECIDO
 
 
 
Talvez more "de favor" no quintal da casa de um filho, de um amigo, de uma ex-ovelha;
 
Talvez esteja sozinho, viúvo, abandonado num asilo ou numa "casa de repouso";
 
Talvez esteja no porão escuro e úmido do templo de uma igreja;
 
Talvez num barraco esquecido até da comunidade onde vive;
 
 
Talvez só receba a aposentadoria por idade que o governo paga aos que envelhecem;
 
Talvez nunca tenha pago uma previdência privada ou feito um plano melhor;
 
Talvez viva com uma cesta básica que lhe dão de quando em vez ou ofertas incertas de algum bom coração;
 
Talvez já tenha ido dormir com fome, com frio ou absolutamente solitário;
 
 
Talvez tenha feito um longo ministério, numa única igreja, um investimento de toda uma vida;
 
Talvez tenha cuidado de uma dezena de igrejas e congregações, grandes ou pequenas;
 
Talvez tenha sido missionário itinerante, andando à pé, de bicicleta, cavalo, barco ou carro;
 
Talvez tenha exercido um ministério secundário, um co-pastorado em alguma grande igreja:
 
 
Talvez não tenha uma família que lhe visite;
 
Talvez não tenha mais cartões de aniversário ou do Dia do Pastor;
 
Talvez não consiga comprar nem meio quilo de carne para o Natal;
 
Talvez nem uma esposa tenha mais ao seu lado;
 
 
Talvez esteja pensando que poderia ter feito outra coisa na vida, ter seguido outras profissões;
 
Talvez tivesse mais dinheiro, dignidade, amigos, patrimônio;
 
Talvez seus filhos ainda fossem presentes ou sua esposa não tivesse sofrido tanto;
 
Talvez fosse alguém na vida se não amasse tanto a Igreja, o púlpito, as pessoas e o pastorado;
 
 
Talvez tudo teria sido diferente se tivesse aceito aquele convite que lhe fizeram;
 
Talvez encontrasse a felicidade não investindo tempo integral em seu ministério;
 
Talvez pudesse até ter desfrutado de um plano de saúde melhor ou de uma aposentadoria mais digna;
 
Talvez não estivesse esquecido numa cama velha e numa casa pequenina.
 
 
Talvez haja muitos porquês a assaltar-lhe as noites, a espantar-lhe o sono;
 
Talvez se o tempo voltasse teria feito tudo diferente;
 
Talvez nem igreja pastoreasse e se sentisse mais feliz;
 
Talvez envelheceria com mais dignidade.
 
 
Pastores esquecidos! Pastores superados!
 
Pastores envelhecidos! Pastores cansados!
 
Pastores empobrecidos! Pastores ultrapassados!
 
Pastores entristecidos! Pastores injustiçados!
 
 
Tais pastores não aparecem na televisão, não são vencedores e prósperos;
 
São obsoletos, são cenários velhos de velhos cultos em velhos evangelhos;
 
São restos de um passado que as igrejas querem apagar, são seres que envergonham a classe;
 
São tudo o que a mídia cristã procura ignorar e fazer acreditar que não existem.
 
 
Mas existem e não são poucos!
 
 
São aqueles que queimaram como velas de duas pontas, que se excederam nos cuidados com a igreja;
 
Que dormiram pouco, que andaram muito, que visitaram todos, que oraram sempre!
 
São aqueles que ano após ano estavam em seus púlpitos, proclamando o "assim diz o Senhor!"
 
São os que aguentaram as crises, que venceram as divisões, que não fugiram quando os lobos uivaram;
 
 
São heróis sem nome,
são vencedores sem medalha,
são pioneiros que abriram as picadas na mata
Onde hoje fulguram orgulhosas catedrais!
 
 
Hoje são páginas amareladas, muitas vezes ignorados pelos seus próprios filhos,
 
Que aguardam apenas o dia de partir deste mundo injusto.
 
 
 
Colegas esquecidos,
 
Pastores sem nome,
 
ministros sem púlpito,
 
anciãos não respeitados;
 
 
Não se esqueçam, por favor,
 
que há colegas nobres nas fileiras, que jamais receberam recompensas neste mundo mau e ingrato.
 
Recebam o abraço de Paulo, o apóstolo abandonado por todos no final de sua vida;
 
O abraço de Pedro, talvez crucificado sozinho, de cabeça para baixo;
 
Ou de Heróis da Fé na História da Igreja,
 
que muitas vezes morreram como holocausto pelo nome do Senhor!
 
 
 
Ah, colegas esquecidos!
 
Não há galardão perdido!
 
Não há uma visita pastoral que ficará sem menção!
 
Não há uma noite em claro, gasta em prol do rebanho, que deixará de ser lembrada!
 
Não há uma lágrima,
 
 uma companhia, uma esmola, uma oferta,
 
uma dedicação, que deixará de ser contada!
 
 
 
Há um Deus nos Céus!
 
 
 
E se a dor lhe cobre o leito, se a solidão lhe traspassa a alma,
 
Saiba que muito mais que isso sofreu o nosso Salvador, o Supremo Pastor;
 
mas Ele venceu,
 
E com Ele está a Coroa da Justiça,
 
a ser oferecida aos pastores, mesmo aos esquecidos.
 
 
 
Ânimo! Deus não lhes esquece!
 
 
 
E se Deus não esquece, por que nos entristeceremos?
 
 
 
É hora de lavar o rosto, como José do Egito,
 
ou de comer algo e reanimar, como Davi,
 
Ou de levantar e ir, como Abraão,
 
ou de confiar no Senhor para a partida.
 
"Lá está o meu tesouro, lá onde não há choro,
Onde todos cantaremos juntos hinos de louvor ao Senhor!*"
 
 
Feliz DIA DO PASTOR, colega esquecido!
 
Wagner Antonio de Araújo,
pastor.
junho, 2010
 
 
 
 
* trecho da letra do hino
LÁ ESTÁ O MEU TESOURO, Vencedores por Cristo


 

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Pr Wagner A de Araújo
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