www.uniaonet.com/siloe.htm CENTRO UNIVERSITÁRIO
CAMPOS DE ANDRADE PROJETO AMAZONAS CURITIBA MARCELO TABORDA PROJETO AMAZONAS Monografia apresentada ao Centro Universitário Campos de Andrade, Departamento de Administração com Ênfase em marketing, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração de Empresas, sob a orientação do Prof. Sérgio Kazuo Tsuru.
TERMO DE AVALIAÇÃO A todos que incentivaram e colaboraram para a realização deste projeto, o meu sincero agradecimento e reconhecimento e, acima de tudo, agradeço a Deus por me mostrar o caminho e estar ao meu lado a cada passo para chegar até aqui. SUMÁRIO RESUMO......................................................................................................................
= = = = 1 INTRODUÇÃO
FIGURA
2 - Equipe local de Missões em Lábrea - AM
Segundo evidências
e reportagens através de conceituadas revistas em circulação,
vê-se que o alvo das grandes empresas, no passado, sempre foi
o lucro proveniente do comércio de sua produção,
o que, conseqüentemente, gerava para a sociedade consumidora, por
falta de opção, produtos de baixa qualidade e também
pouca variedade.
. . A desnutrição,
representada aqui por uma criança sendo carregada por sua avó,
que foi rapidamente medicada com polivitamínicos, o que até
então não tinha sido feito pelo hospital local, pois o
mesmo não tem nenhum pediatra há mais de 10 anos e em
muitos casos quem atende são enfermeiros que receitam na maioria
dos casos antibióticos os quais debilitavam ainda mais a saúde
da mesma. Diante do cenário exposto, este trabalho tem por finalidade
responder "como o Terceiro Setor pode ser um aliado na Administração
Contemporânea". 3.1 GERAL 3.2 ESPECÍFICOS · Pesquisar
na literatura a evolução do Terceiro Setor, seu conceito
e suas características; 4.
METODOLOGIA
Foram utilizados estudos etnográficos que observam as diferenças entre as sociedades, anotam todos os detalhes da vida comum desde o modo de andar, e usar o corpo até a celebração do casamento e funerais. Ele descreve e analisa toda a vida social de um povo e um lugar, observa principalmente o que esse povo diz de si mesmo e o modo como identifica seus participantes. O etnógrafo estuda a cultura, tendo sido uma invenção dos europeus que estudavam a desigualdade das raças para justificar seus objetivos colonizadores. 5. REVISÃO TEÓRICA
Constará dos seguintes temas:
·
Pesquisa Social: mostrando os tópicos que estão
envolvidos numa pesquisa sociológica como: demografia, ecologia e
cultura .
·
Entendendo quem são os pobres: contará a história
de um homem que pesquisou
o porquê da pobreza dos pobres.
·
Resgate Histórico do Terceiro Setor: uma visão do desenvolvimento e alguns exemplos
da abrangência de ações deste setor.
·
Perfil Sócio – Cultural – Econômico: abrangendo
os quatros estados do norte analisados.
·
O que é
o Terceiro Setor: dando uma rápida definição do mesmo.
5.1
PESQUISA SOCIAL
“A
pesquisa social é um processo que utiliza metodologia científica,
por meio da qual se podem obter novos conhecimentos no campo da realidade
social. O American Journal of Sociology publicou
um esquema organizado pela Sociedade Americana de Sociologia, indicando
o campo que a pesquisa social abrange”. (ANDER, 1978:30):
1.
Natureza
e personalidade humanas;
2.
Povos
e grupos culturais;
3.
A
família;
4.
Organização
social e instituição social;
5.
População
e grupos territoriais:
a.
demografia
e população;
b.
ecologia.
6.
A
comunidade rural;
7.
A
conduta coletiva:
a.
periódica;
b.
recreação,
comemorações, festivais.
8.
Grupos
antagônicos e associativos:
a.
sociologia
da religião;
b.
sociologia
da educação;
c.
tribunais
e legislação;
d.
mudança
social e evolução social.
9.
Problemas
sociais, patologia social e adaptações sociais:
a.
pobreza
e dependência;
b.
crime
e delinqüência;
c.
saúde;
d.
enfermidade;
e.
higiene.
10.
Teoria
e métodos:
a.
estudo
de casos individuais;
b.
teoria
sociológica e histórica. Este
esquema engloba, de forma geral, as instituições sociais, as áreas
de cooperação e conflito, os problemas sociais. Todas as variedades
das relações humanas estão incluídas no total dos problemas enfocados
pela pesquisa social. Todavia, o esquema não está completo. Um dos
aspectos não enfocados refere-se à comunicação e, especificamente,
às medidas de opinião e atitudes (MARCONI, 1999).
5.2
ENTENDENDO QUEM SÃO OS POBRES
Estes
relatos a seguir são descritos por Viv Grigg, neozelandês nascido
em 1950, que foi influenciado aos 10 anos pela bibliografia de Toyohiko
Kanawa, um missionário japonês que viveu no começo do século XX. Quando
ainda era estudante, Toyohiko percebeu que para salvar o povo favelado
no seu país, teria que viver entre eles e não só pregar. Os pobres
nunca aceitariam algo que lhes fosse oferecido por pessoas ricas e
respeitáveis, que viessem do outro lado do rio, entregassem o evangelho
por caridade e depois voltassem para casa. A igreja teria de ser plantada
nas favelas e cultivada dia e noite. Em 1909, Toyohiko fez exatamente
isto, aos 21 anos de idade: colocou seus pertences num carrinho de
mão, atravessou a ponte, e foi morar nas favelas de Shinkawa, por
mais de quatorze anos. Este exemplo seria um fator marcante na vida
de Viv. Para
entender o que Jesus queria que fizéssemos pelos pobres, assentei-me
com um amigo um dia, e copiei em cartõezinhos brancos todos os versos
da Bíblia que falam sobre estes. Carreguei-os comigo por quatro anos.
Eram a minha meditação dia e noite: eles determinavam cada decisão
importante. As
perguntas dominavam continuamente o meu pensamento: “Por que os pobres
são pobres?”, “Por que eles são abençoados?”, “Quais pobres são bem-
aventurados?”, “Por que Tiago os chama de ricos na fé?”, “Quem são
os pobres de quem Jesus fala?”. Depois
de estudar os textos bíblicos, e de viver durante anos junto com os
pobres nas favelas, cheguei à conclusão que há três causas principais
de pobreza.
1.
Em primeiro lugar a pobreza é causada por
pecado pessoal e familiar. O livro de Provérbios fala sobre vários
pecados que trazem pobreza: oprimir o pobre (22.16), planejamento
apressado (21.5), imoralidade e ligação com mulheres licenciosas (5.3-11),
amor aos prazeres (21.17), cobiça e ganância (28.22), bebedice e glutonaria
(23.21). Ao
mesmo tempo, a pobreza também causa pecado. A estrutura social falida
das áreas faveladas cria um ambiente que favorece o pecado. Impulsiona
o povo a roubar, como também o livro de Provérbios adverte (Pv 30.8,9).
Outro círculo vicioso com a pobreza é a embriaguez, que traz pobreza,
mas também é resultado dela (veja Pv. 31.6,7). A
primeira coisa que se nota nas áreas de muita pobreza é o grande número
de homens bêbados. Beber com os amigos é um modo de preencher o dia
e lançar fora a tristeza, o desespero e a falta de respeito próprio
herdado do desemprego. A
pobreza também gera um ambiente próprio para a imoralidade. Nas favelas
onde morei, poucos casais eram legalmente casados. As mulheres, na
maioria, já tinham vivido com dois ou três maridos diferentes. Os
homens geralmente tinham uma segunda mulher, uma segunda família.
E muitos filhos crescendo no meio de todo este caos familiar e social.
A imoralidade cria a pobreza por gerar amargura, ciúme, insegurança,
desorganização familiar, ódio e morte.
2.
Pobreza causada por calamidades. São pessoas
com deficiências, como os surdos-mudos, os paralíticos, aqueles que
têm doenças ou fraquezas, e não conseguem trabalhar. Também fazem
parte desta classe de pobres as viúvas, e as crianças abandonadas.
Há muitos outros fatores externos que podem trazer pobreza: enchentes,
guerras, terremotos, e toda espécie de calamidade natural e humana;
3.
Finalmente,
existe a pobreza causada por opressão.
Evidentemente, é o tipo de pobreza que Deus mais condena, no sentido
de trazer juízo aos opressores e exploradores humanos. Já houve muito
mais opressão no passado da história humana, mas ainda existe escravidão,
exploração econômica, opressão dos ricos, dos líderes ou governantes
de um país, ou também de uma nação dominadora sobre outras. Existe
tráfico de crianças e tráfico de meninas para organizações de drogas
e prostituição. (Revista Impacto junho 2002). Como
pode-se ler acima, a pobreza é uma situação e não um defeito, como
dizem, e ela está presente a cada canto e se apresenta de várias maneiras
e por vários motivos sem que alguém ou alguma coisa possa extingui-la
num instante. Por isso, a razão de tantos projetos como o Siloé que
não poderá extirpa-la, mas sim ameniza-la gradativamente por onde
se passa.
5.3
RESGATE HISTÓRICO – TERCEIRO SETOR
Na
América Latina, Brasil inclusive, é mais abrangente falar-se de "Sociedade
Civil" e de suas Organizações. Este é um conceito do século dezoito
que desempenhou papel importante na filosofia política moderna, sobretudo
entre autores da Europa continental. Designava um plano intermediário
de relações entre a natureza, pré-social, e o Estado, onde a socialização
completar-se-ia pela obediência a leis universalmente reconhecidas.
No entendimento clássico, incluía a totalidade das organizações particulares
que interagem livremente na sociedade (entre as quais as empresas
e seus negócios), limitadas e integradas, contudo, pelas leis nacionais.
O conceito foi recuperado na América Latina no período recente das
lutas contra o autoritarismo (como, aliás, também na Europa de Leste).
A literatura hegeliana de esquerda foi instrumental neste sentido,
tendo Gramsci como principal referência. O marxismo de linhagem italiana
contribuiu, assim, para que a intelectualidade de esquerda reconsiderasse
a questão da autonomia da "sociedade civil", com suas inúmeras
instituições, frente ao Estado. Ocorre, no entanto, que o uso recente
trouxe uma importante transformação no escopo do conceito original.
Fala-se hoje das "organizações da sociedade civil" (OSCs)
como um conjunto que, por suas características, distingue-se não apenas
do Estado, mas também do mercado. Recuperada no contexto das lutas
pela democratização, a idéia de "Sociedade Civil" serviu
para destacar um espaço próprio, não governamental, de participação
nas causas coletivas. Nela e por ela, indivíduos e instituições particulares
exerceriam a sua cidadania, de forma direta e autônoma. Estar na "Sociedade
Civil" implicaria um sentido de pertença cidadã, com seus direitos
e deveres, num plano simbólico que é logicamente anterior ao obtido
pelo pertencimento político, dado pela mediação dos órgãos de governo.
Marcando um espaço de integração cidadã, a "Sociedade Civil"
distingue-se, pois do Estado; mas caracterizando-se pela promoção
de interesses coletivos, diferencia-se também da lógica do mercado.
Forma, por assim dizer, um "terceiro setor..." (WOLFE, 1992). Em
resumo, pelo que foi visto até aqui, pode-se dizer que o "Terceiro
Setor" é composto de organizações sem fins lucrativos, criadas
e mantidas pela ênfase na participação voluntária, num âmbito não
governamental, dando continuidade às práticas tradicionais da caridade,
da filantropia e do mecenato e expandindo o seu sentido para outros
domínios, graças, sobretudo, à incorporação do conceito de cidadania
e de suas múltiplas manifestações na sociedade civil (FERNANDES, 1995
e 1996a). Esta
definição soa um tanto estranha porque combina palavras de épocas
e de contextos simbólicos diversos, que transmitem, inclusive, a memória
de uma longa história de divergências mútuas. A filantropia contrapôs-se
à caridade, assim como a cidadania ao mecenato. São diferenças que
ainda importam, mas que parecem estar em processo de mutação. Perdem
a dureza da contradição radical e dão lugar a um jogo complexo e instável
de oposições e complementaridades. Não se confundem, mas já não se
separam de todo tampouco. Recobrem-se parcialmente, alternando situações
de conflito, de cooperação e de indiferença. A irmã de caridade que
defende sua creche como uma "ação de cidadania" ou o militante
de organizações comunitárias que elabora projetos para o mecenato
empresarial tornaram-se figuras comuns. Segundo
o RAIS, do Ministério do Trabalho, em 1991 existiam mais de 200 mil
organizações sem fins lucrativos no Brasil, empregando mais de um
milhão de pessoas (Goes, 1995). São números nada banais, que colocam
o setor como a terceira maior categoria na geração de empregos no
país. Analisando dados da Receita Federal do mesmo ano, Landin (1993)
constatou que a maior parte delas (77%) é composta de "associações"
(cerca de 170.000). Dentre as associações, por sua vez, os maiores
números distribuem-se entre "Beneficientes e Assistenciais"
(29%), "Recreativas e Esportivas" (23%) e "Culturais,
Científicas e Educacionais" (19%). Estão entre as últimas, em
1985, 895 museus e 21.602 bibliotecas. Esses números são notoriamente
frágeis, pois as informações sobre o mundo "sem fins lucrativos"
não têm sido levadas a sério no país. Valorizá-las
é uma parte importante do processo de consolidação do setor. Os números
que temos, no entanto, dão uma idéia das dimensões do objeto, ainda
que tentativa e incompleta. Não inclui, por exemplo, o trabalho social
que é feito no âmbito dos templos religiosos. Cada paróquia da Igreja
Católica desenvolve, ao menos, um projeto social. As Ordens Religiosas
desenvolvem trabalhos que ultrapassam os limites das obras formalmente
registradas. É comum, por exemplo, que um colégio católico inclua
projetos sociais em suas atividades extracurriculares. Os Vicentinos,
no Brasil desde 1873, especializam-se na organização de voluntários
leigos, com um forte componente jovem, que se dedicam a obras sociais
de forma sistemática e regular. Organiza-se em grupos locais chamados
"Conferências", cada um composto no máximo de quinze pessoas,
que levantam recursos e aplicam-nos segundo uma metodologia comum.
Em 1991, as Conferências Vicentinas coordenavam o trabalho social
de 300.000 voluntários, com um orçamento anual acima de dezoito milhões
de dólares (NOVAES, 1995). Não há Centro Espírita que não faça, ao
menos, uma obra de caridade - uma creche, um ambulatório, campanhas
de atendimento. Pesquisa feita sobre a assistência social espírita
no Estado do Rio de Janeiro, encontrou, por exemplo, que somente na
distribuição de alimentos, a ação espírita no estado beneficia regularmente
cerca de 187 mil pessoas cadastradas (GIUMBELLI, 1995). O trabalho
voluntário é tão valorizado entre os espíritas que adquire um sentido
propriamente religioso, como a principal expressão prática da doutrina.
Pesquisa
sobre as igrejas evangélicas no Rio de Janeiro, indica que cerca de
20% de seus membros dão algum tempo de trabalho voluntário pelos necessitados
num ritmo semanal. Isto significa algo próximo de trezentos mil voluntários
evangélicos na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Pouco sabemos
de sistemático sobre os investimentos das empresas particulares em
projetos sem fins lucrativos. Vale citar, no entanto, que os projetos
apresentados pelas 99 empresas concorrentes ao Prêmio Eco de Filantropia
Empresarial, em 1995, totalizavam investimentos no valor de US$285.338.662,00.
A
cultura da solidariedade e da cidadania é uma construção recente e
ainda frágil. Há setores do Estado que temem a participação da sociedade
como uma intromissão indevida em suas áreas reservadas de competência.
Há também setores da sociedade que percebem a interação com o Estado,
sobretudo como um risco de manipulação e cooptação. Resistências,
preconceitos e desconfiança mútua estão, no entanto, sendo superados
na medida em que ações em parceria se generalizam, sobretudo a nível
local. Este
novo padrão de relacionamento entre Sociedade Civil, Estado e Mercado
está sendo testado em experiências inovadoras, como a do Movimento
Viva Rio no Rio de Janeiro, de mobilização de atores públicos e privados
para o enfrentamento de questões definidas consensualmente como de
inequívoco interesse público. O fortalecimento do Terceiro Setor implica,
por sua vez, na construção de respostas a quatro grandes desafios
que estão hoje colocados à expansão e qualificação de suas atividades: “Produzir
e disseminar informações sobre o que é e o que faz o Terceiro Setor;
melhorar a qualidade e eficiência da gestão de organizações e programas
sociais; aumentar a base de recursos e a sustentabilidade das organizações
da sociedade civil de caráter público; criar condições para o aumento
da participação voluntária dos cidadãos” . A afirmação deste novo perfil
participante e responsável da sociedade brasileira se traduz na busca
de novas formas de articulação entre organizações do Terceiro Setor,
órgãos governamentais e empresas. A colaboração trans-setorial assume os contornos de um desenho de geometria
variável. Através da experimentação de ações em parceria, Governo
e sociedade começam a aprender a pensar e agir juntos, identificando
o que cada um faz melhor e somando esforços em prol de objetivos de
interesse comum. Identificam-se
pautas de ação consensual sem prejuízo da persistência necessária
e fecunda de conflitos e tensões. A ampliação das áreas de convergência
não implica no apagamento das diferenças entre os setores. Pelo contrário,
por serem diferentes é que podem canalizar recursos e competências
específicas e complementares. Valorizar
a co-responsabilidade dos cidadãos não significa tampouco eximir o
Governo de suas responsabilidades. Significa, isto sim, reconhecer
que a parceria com a sociedade é que permite ampliar a mobilização
de recursos para iniciativas de interesse público. No mundo contemporâneo,
a democracia como exercício quotidiano não é mais possível sem a presença
e ação fiscalizadora dos cidadãos. O papel de uma sociedade informada
e atuante não é o de esperar tudo do Estado. Cuidar junto aparece,
cada vez mais, como alternativa eficiente e democrática. A
emergência do Terceiro Setor no Brasil é um fenômeno das últimas três
décadas. Esta mobilização de recursos privados para fins públicos
rompe com a tradição inversa e perversa representada pela apropriação
privada dos recursos públicos. Paradoxalmente, o fortalecimento
da sociedade civil no Brasil se deu no bojo da resistência à ditadura
militar. No momento em que o regime autoritário bloqueava a participação
dos cidadãos na esfera pública, micro-iniciativas na base da sociedade
foram inventando novos espaços de liberdade e reivindicação. Falava-se,
então, muito de Estado e pouco de Mercado. Repressão política e dominação
econômica se interpenetravam e se reforçavam mutuamente. Neste
contexto, a solidariedade, sempre presente nas relações interpessoais,
nas redes de vizinhança e ajuda mútua, inspira a ação de movimentos
voltados para a melhoria da vida comunitária, defesa de direitos e
luta pela democracia. É deste encontro da solidariedade com a cidadania
que vão surgir e se multiplicar as organizações não-governamentais
de caráter público. Nos
anos 70 o fortalecimento da sociedade civil - embrião do Terceiro
Setor - se fez em oposição ao Estado autoritário. Com o avanço da
redemocratização e as eleições diretas para todos os diversos níveis
de governo, as organizações de cidadãos assumem um relacionamento
mais complexo com o Estado. Reivindicação e conflito passam a coexistir,
segundo os momentos e as circunstâncias, com diálogo e colaboração.
Nos anos 90 surge a palavra parceria enquanto expressão de um novo
padrão de relacionamento entre os três setores da sociedade. O
Estado começa a reconhecer que as ONG’s acumularam um capital de recursos,
experiências e conhecimentos sobre formas inovadoras de enfrentamento
das questões sociais que as qualificam como interlocutores e parceiros
das políticas governamentais. O Mercado, antes distante, para não
dizer indiferente às questões de interesse público, começa a ser penetrado
pela noção de responsabilidade social e passa a ver nas organizações
sem fins lucrativos canais para concretizar o investimento do setor
privado empresarial na área social, ambiental e cultural. O
próprio conceito de Terceiro Setor começa a se ampliar para além do
círculo das ONG’s, valorizando outros atores e serviços como a filantropia
empresarial, as associações beneficentes e recreativas, as iniciativas
das igrejas e o trabalho voluntário. O
fortalecimento de um Terceiro Setor no Brasil não se compreende com
um olhar restrito à esfera nacional. Na
última década, os principais problemas que afetam a comunidade internacional
- destruição do meio ambiente, explosão populacional, narcotráfico,
proliferação de doenças, instabilidade dos mercados financeiros, aumento
da pobreza e desemprego - passaram a ser percebidos como questões
globais. Ou seja, vão além das fronteiras e excedem os recursos de
que dispõem os Estados nacionais. Pela primeira vez organizações de
cidadãos desempenham papel decisivo na definição de uma nova agenda
internacional na qual democracia e direitos humanos, respeito ao meio
ambiente, igualdade de gênero, luta contra a pobreza e a exclusão
social passam a ser reconhecidos como questões do interesse de toda
a humanidade. A
exemplo do que se passa no interior de cada país, o crescente protagonismo
e influência dos cidadãos nos debates sobre a nova ordem mundial,
antes privilégio dos Estados e empresas multinacionais, configura
o surgimento de uma esfera pública internacional.
5.4
PERFIL SÓCIO – CULTURAL – ECONÔMICO
A
importância de ter sido escolhido estes estados do norte do País,
e não outra região se torna notória quando são levadas algumas questões
em foco:
·
Grande ênfase de recursos que foram doados ao nordeste do País, por ser
esta uma região de seca e de grandes necessidades, de emprego e desenvolvimento
nestes locais.
·
A grande concentração de riquezas tanto no sul
como no sudeste no País, o que mostra claramente que estas regiões
já dispõem de inúmeros trabalhos nas áreas aqui abordadas.
·
A forte concentração da política no centro-oeste
que. por este motivo não necessita de auxílio de fora, visto que esta
região tem como consegui-lo.
O
norte é uma região pouco desenvolvida, levando em consideração as
grandes distâncias, a desigualdade de distribuição de rendas, a fraca
economia sendo que esta é basicamente desenvolvida a partir do extrativismo. Levando
em consideração estas informação ora expostas, fica clara a necessidade
de um trabalho mais efetivo junto a estes estados para tentar torná-los
mais equiparado aos desafios de um País cada vez mais globalizado
e moderno.
ESTADO DO ACRE:
De acordo com os dados pesquisados sobre o estado do Acre temos que: no
extremo oeste da região Norte, fazendo divisa com Peru e Bolívia,
2183 km de fronteiras formam dois lados de um tosco triângulo de 153.150
km². É o Acre, Estado criado em 15 de julho de 1962. Vinte e cinco
anos depois, seu principal problema ainda é a dificuldade de contato
com o resto do Brasil: em 1986, o Estado contava com pouco mais de
2000 km de rodovias.
SaúdeA mortalidade infantil:44,7%(1998) surge como um dos grandes vilões da falta de qualidade de vida. Neste estado, como também nos outros que foram estudados, não há médicos: 4,77 por 10 mil hab. (1999), por falta de incentivo do governo também há falta de leitos hospitalares: 2,8 por mil hab.(1999).
Educação
Criança de 7 a 14 anos fora da escola: 20, 7% (1996), sendo que as escolas que há são de baixo aprendizado e professores em muitos casos com poucas condições de lecionar. Analfabetismo: 17,71% (1996), tende a ser bem maior do que é divulgado pela mídia, pois em muitos casos o mesmo é dado é forjado.
História Até o início do século 20 o Acre pertencia à Bolívia. Porém, desde o princípio
do século 19, grande parte de sua população era de brasileiros que
exploravam seringais e que, na prática, acabaram criando um território
independente. Em 1899, os bolivianos tentaram assegurar o controle
da área, mas os brasileiros se revoltaram. Em 17 de novembro de 1903,
com a assinatura do tratado de Petrópolis, o Brasil recebeu a posse
definitiva da região em troca de terras do Mato Grosso, do pagamento
de 2 milhões de libras esterlinas e do compromisso de construir a
estrada de ferro Madeira-Mamoré. O Acre foi então integrado ao Brasil
como território, dividido em três departamentos. Em 1920 foi unificado
e, em 15 de junho de 1962, elevado à categoria de Estado. No Acre, a mais importante
via de Comunicação e transporte são os rios. Mas essas "estradas
de água" só podem ser navegadas na época das cheias, pois durante
a seca só se pode percorrê-las em canoas leves. Por isso, os principais,
portos que escoam a produção acreana situam-se no Estado do Amazonas:
Boca do Acre, para a bacia do rio Purus, e Eirunepé, para a do rio
Juruá. Esse relativo isolamento do Acre, somado à grande extensão
de suas fronteiras internacionais, tem outras conseqüências. Assim,
o arroz, os óleos combustíveis, enlatados e outros industriais de
Cruzeiro do Sul, segundo cidade mais populosa do Acre, vêm, sobretudo,
de Pucallpa, no Peru, a preços bem inferiores aos do mercado brasileiro.
Da mesma forma, ao longo dos 1565 km que fazem limite com o Peru,
muitas são as crianças que atravessam diariamente a fronteira e aprendem
espanhol nas escolas peruanas, por falta de escolas nacionais na região.
Os prolongamentos orientais
dos Andes peruanos vão perdendo altitude pouco a pouco. Ultrapassada
a serra do Divisor, também chamada da Contamana - barreira entre as
bacias dos rios Juruá e Ucayali, já se está em terras do Brasil. Nessa
região, as maiores altitudes não ultrapassam 600 m. O relevo do Acre
é formado por uma vasta planície de terras firmes, de altitude entre
100 e 300 m. Não existem aí as grandes várzeas tão comuns no resto
da região Norte. De modo geral, os terrenos são formados de rochas
sedimentares ("areias" resultantes do desgaste de terrenos
antigos). A falta de afloramentos rochosos (e o Acre é o único Estado
brasileiro nessa situação) cria um problema especial: é difícil construir
os alicerces das casas, calçar as ruas e conservar o piso das poucas
estradas, pois o chão é "arenoso". Como em toda a Amazônia, o
clima do Acre é muito quente e úmido. Ocorre, entretanto, uma curta,
mas nítida estação seca entre junho e agosto: durante um ou dois meses
as chuvas praticamente desaparecem. Em sua maioria, os rios do Acre
têm leitos estreitos e várzeas insignificantes. Os principais são
o Juruá, o Puru, o Acre, o Abunã, o Iaco, o Tarauacá e o Envira. Apesar
dos rios e do relevo sem acidentes, a ocupação do Acre foi dificultada
pela presença de uma densa mata de terra firme, cujas árvores alcançam
porte incomum no resto da região Norte.
Povoamento e economia O povoamento do Acre foi feito
principalmente por nordestinos, em fins do século passado. Em busca
da borracha, subiram os cursos do Purus e do Juruá, ultrapassando
em muito as fronteiras do Brasil estabelecidas em 1750 pelo tratado
de Madri (que cedia aos portugueses terras a oeste do meridiano de
Tordesilhas, antes pertencentes aos espanhóis). Quando o Governo boliviano
tentou impor tarifas às mercadorias entradas e saídas da região, seus
habitantes rebelaram-se e, liderados por Plácido de Castro, foram
vitoriosos em diversos choques armados. Em 1903, o Tratado de Petrópolis
solucionou os conflitos: o Brasil ficava com o Acre, comprometendo-se
a indenizar a Bolívia com a quantia de 2 milhões de libras e a construir
a Estrada de Ferro Madeira - Mamoré, facilitando o escoamento dos
produtos bolivianos. Com o declínio da borracha, nos anos 20, o Acre
sofreu um esvaziamento demográfico: em 1920 possuía 92 379 habitantes,
que se reduziram a apenas 80 000 em 1940. Em 1980, os acreanos somavam
301 303 habitantes, e a taxa de crescimento era a menor de toda a
região Norte. Mais de 1/3 da população do Estado se concentra na capital,
Rio Branco, que tinha 117 103 habitantes em 1980 e funciona como centro
comercial de uma vasta área que se estende além dos limites estaduais.
Extrativismo e subsistência O pequeno crescimento demográfico
do Acre é conseqüência de seus problemas econômicos. Ao contrário
dos demais Estados, é o único que ainda depende do extrativismo vegetal.
É o primeiro produtor nacional de borracha e o terceiro de castanha-do-pará.
A agricultura, baseada no cultivo de mandioca, arroz, milho e feijão,
são praticados apenas ao redor de Rio Branco e Cruzeiro do Sul, para
consumo local. A pecuária, embora esteja ocupando as terras, serve
ao desenvolvimento de superlatifúndios ligados a grandes grupos econômicos
do sudeste e sul do país. Donos de vastas extensões de terra chegam
a transformar a mata em pastos (expulsando "posseiros" que
vivem do extrativismo), mas ainda não há estradas que tornem viáveis
a importação de gado e o comércio de carne e outros produtos da pecuária
(como o leite e o queijo). Seringal
Lorena fica a cinco horas de barco a motor de Plácido de Castro. A
pé, pela mata, são dois dias de caminhada. Domingos e Maria de Lurdes
tiveram de fazer o segundo percurso levando só a bicicleta e as cinco
crianças - a mais velha, com 11 anos, e a mais nova, com 11 meses
- para não levantar suspeitas do patrão. Escravizados no país vizinho,
recordam-se de quando o filho caçula, tomado pela malária, não pôde
contar com médicos nem mesmo com permissão para ser transportado até
o lado brasileiro em busca de tratamento. O dono do seringal dizia
que a febre não passava de "frescura de menino". O "patrão",
no caso, é um brasileiro conhecido em Plácido de Castro como Raimundo
Miguel. Trata-se de um arrendatário de seringais cujos donos são bolivianos.
Derrotado na aventura, Sousa hoje só quer arrumar emprego numa das
fazendas do Acre. Borracha, nunca mais. "Isso não sustenta ninguém.
Nem no Brasil nem na Bolívia". Hoje em dia, o Exército boliviano
mantém um batalhão na fronteira e não permite que os trabalhadores
brasileiros visitem os seringais sem autorização dos proprietários.
A militarização da área impede qualquer ação fiscalizadora do Sindicato
dos Trabalhadores Rurais de Plácido de Castro, impotente diante das
denúncias de trabalho escravo. "Nós só sabemos do sofrimento
de quem está lá pelos relatos dos que conseguem fugir", reconhece
o presidente do sindicato, José Augusto da Silva Gama, 34 anos. O
verbo utilizado é esse mesmo: fugir. Situação oposta à sonhada por
Chico Mendes, que via na extração do látex, o leite que escorre da
seringueira sangrada, não só uma atividade rentável e auto-sustentável
como o caminho para a independência de milhares de trabalhadores amazônicos.
Os sindicatos rurais ainda existem no Acre, mas, com os baixos preços
da borracha e a falta de uma voz de liderança, não conseguem controlar
os desmandos. Assim, a soldadesca boliviana segue controlando o fluxo
e a vida dos brasileiros desesperados por trabalho. A experiência
de Sousa retrata bem a saga. "Somos tratados como
escravos. Se
plantarmos, não podemos comer o que colhemos porque a comida pertence
ao patrão. “Além disso, há a famigerada taxa de estrangeiro (que os
bolivianos chamam de estrangeira), paga três ou quatro vezes por ano,
hoje fixada em R$ 15,00. Ou seja, para trabalhar em condições subumanas,
paga-se. E quem cobra, mais uma vez, são os fardados”. O trabalho nos seringais do
país vizinho vale nada. O seringueiro tem de vender o quilo da borracha
a R$ 0,40. Para comprar uma lata de óleo, desembolsa cinco vezes mais.
Uma das formas que a escravidão assume, por aquelas bandas, é o endividamento.
Os brasileiros se enredam nas inevitáveis contas de mercearia e, quando
a situação se torna insustentável, voltam para o Brasil deixando para
trás todos os pertences. No
lado brasileiro, o cenário não é tão melhor. Os poucos trabalhadores
que ainda insistem em extrair a borracha não conseguem vendê-la porque
simplesmente não há compradores. O produto de dias de trabalho acaba
sendo trocado por mantimentos, mais uma vez. A maioria dos seringueiros
deixa as colocações, conseguidas com muito sacrifício, para inchar
os bairros das periferias das cidades. A pauperização é só o que prospera.
Em Brasiléia, município de 13.900 habitantes a 233 quilômetros de
Rio Branco, capital do estado, acaba de nascer o bairro Sumaúma 3,
ainda mais miserável que seus antecessores, Sumaúma 1 e 2, criados
a partir de 1990. Bairro é modo de dizer: são ajuntamentos de casinholas
de madeiras sem nenhuma infra-estrutura. "Vim para cá com a corda
no pescoço, moço, como se fosse um cachorro. No dia em que vendi minha
colocação, chorava dentro de casa que nem criança", lembra Joaquim
Dias de Lima, 68 anos, há cinco instalados com a mulher em uma casinha
de Sumaúma 2. Ele veio do Seringal Sacado, na Reserva Extrativista
Santa Quitéria, nos arredores de Brasiléia. Resistiu até 1993, quando
percebeu que seu trabalho não valia mais nada: "Sumiu primeiro
o patrão que comprava a borracha. Depois sumiu o marreteiro que aceitava
trocar nossa produção por mercadoria. Vim para a cidade para não morrer
de fome", afirma o neobiscateiro. Tem consciência cristalina
do drama pelo qual está passando. "Perdi minha independência
e minha identidade". Lima e seus vizinhos abandonaram a mata,
mas deixaram por lá sua história. Tornam-se hoje uma legião anônima,
feita de diaristas de prefeituras, peões de fazendas, camelôs, sorveteiros.
A cada dia, novas levas invadem as cidades acreanas, inclusive a pequena
Xapuri, com 12.700 habitantes, terra de Chico Mendes. Seringais como
o de Triunfo, de 11.800 hectares, estão se transformando em colônias
agrícolas, num completo processo de desfiguração: as colocações são
divididas em lotes de 50 hectares cada uma, e árvores de 30 metros,
que demoram cerca de 40 anos para se desenvolver, são assassinadas
em segundos por motosserras. As queimadas nublam o céu e, na terra
arrasada, vão surgindo roças e criações de animais. (Época, 1998).
ESTADO DO AMAZONAS
O
Estado do Amazonas (1.577.820,2 km² de área absoluta) abriga a maior
floresta equatorial do planeta, sua bacia hidrográfica (6.217.220
Km²) possui mais de 20 mil km de vias navegáveis. Seus principais
rios são o Amazonas, o Negro, o Solimões, o Purus, o Juruá e o Madeira. A
população do Estado (Amazonense), amável e acolhedora, está estimada
em 2.389 mil habitantes, sendo 48 % vivendo em Manaus (Manauara ou
Manauense), e uma densidade demográfica de 1,51 hab./km² (fonte IBGE/96).
Possui hoje duas expectativas de economia, a Zona Franca criada em
1967 e o turismo ecológico em franco desenvolvimento. Alguns pólos
de mineração, agricultura, pecuária e extração racional de madeira
vem se desenvolvendo. O
Amazonas está situado no centro da Região Norte do Brasil, limitando-se
ao norte com o Estado de Roraima, Venezuela e Colômbia; a leste com
o Estado do Pará; a Sudeste com o Estado do Mato Grosso; ao sul com
o Estado de Rondônia e a sudoeste com o Estado do Acre e o Peru. O
clima é Tropical quente e úmido, a temperatura média de 31,4 o
C, a estação das chuvas é de Dezembro a Maio, e a cheia do rio Negro
tem seu ponto máximo em meados do mês de Junho, a maior vazante no
mês de Setembro. A pluviosidade média mensal na Capital é de 210 mm. Seu
relevo caracteriza-se pela ocorrência de terras firmes, planas e baixas.
As elevações são encontradas nos limites com Roraima e a Venezuela,
onde encontramos as serras de Itapirapecó, Imeri, Urucuzeiro e Cupim.
Nesta área verifica-se a presença do Pico da Neblina (3.014 m), ponto
mais alto do Brasil. A
planície Amazônica é formada de Várzeas e Igapós (Planície de inundação)
e Terras Firmes. A
vegetação é densa e heterogênea, de uma biodiversidade fantástica,
abriga espécies ainda desconhecidas da ciência, recobrindo 90% da
superfície da área do Estado. Apresenta
os seguintes tipos florestais: - Floresta Perenifolia
Paludosa Ribeirinha - mata de várzea (inundada em determinados períodos).
- Floresta Perenifolia
Hileiana Amazônica - mata de terra firme. - Mata de Igapó
- sempre inundada. Sua
capital - Manaus, foi uma das primeiras no país a possuir energia
elétrica, teve seu apogeu na época da borracha (Hevea Brasiliensis),
quando os "Senhores da borracha" investiram em exuberantes
monumentos arquitetônicos como o Teatro Amazonas e o Porto Flutuante. Manaus,
cujo nome é alusão aos índios Manaus que habitavam a região, situa-se
à margem esquerda do Rio Negro, próximo ao encontro com as águas do
Rio Solimões, cujas diferenças em suas características da água (temperatura,
densidade e velocidade) proporcionam um espetáculo de alguns quilômetros,
onde as águas dos Rios Negro e Solimões deslizam lado a lado para
formarem o Rio Amazonas. O
fuso horário é de -1 hora em relação ao horário de Brasília (O Estado
está fora do horário de verão, quando isso acontece o fuso passa a
ser de -2 horas), os bancos funcionam das 9:00 às 15:00 h, horário
local.
Culinária:
Baseada em frutas tropicais, peixe e farinha de mandioca.
ESTADO DO MATO GROSSO
Atividades Econômicas: indústrias (alimentícias, metalúrgica),
exploração de madeira de lei (angico, aroeira, peroba, jacarandá preto,
sucupira, cedro, louro, angelim, canela, jequitibá, pau-santo), plantas
medicinais (ipecacuanha, quina, genciana, camomila, julepo, copaíba,
baunilha) e borracha, minerais (calcário, estanho, ouro), agropecuária
(arroz, banana, cana-de-açúcar, feijão, laranja, mandioca, soja, milho,
algodão, amendoim, criação de bovinos, suínos e aves).
Geografia
Estado pertencente à região Centro-Oeste do território brasileiro. A cidade
mais populosa e capital do estado é Cuiabá. O estado possui fronteira
internacional com a Bolívia (ao sudoeste) e fronteiras interestaduais
com Rondônia (ao noroeste), Amazonas e Pará (ao norte), Tocantins
e Goiás (ao leste) e Mato Grosso do Sul (ao extremo sul). A malha
hidrográfica do estado é bastante rica, constituída pela Bacia Amazônica,
Bacia do Paraguai e Bacia do Paraná. O estado portanto é servido por
rios como Juruena, Roosevelt, Arinos, Paraguai, Cuiabá, São Lourenço
(região fronteiriça com Goiás e Mato Grosso do Sul), Teles Pires (também
São Manuel), Xingu, Araguaia e Manso (também Rio das Mortes). Economicamente, o estado possui uma indústria pouco desenvolvida: o principal
setor é o da metalurgia. A maior parte da economia do estado volta-se
para as atividades rurais, como a criação de bovinos (pecuária extensiva)
e atividades agrícolas, esta última tendo o café e a cana como principais
produtos. O extrativismo da castanha -do- Pará também tem grande importância
econômica para o estado. A infra-estrutura do estado é deficiente: não existem ferrovias e a malha
rodoviária possui poucas estradas pavimentadas, embora a região tenha
se desenvolvido mais a partir da construção da cidade de Brasília,
em Goiás, que tinha por um de seus objetivos levar desenvolvimento
às regiões do interior do Brasil. Outro aspecto de importância no estado trata-se da Reserva Indígena do
Xingu, uma das maiores reservas brasileiras, que abriga a segunda
maior população indígena do país. Apesar de toda a legislação que
favorece a manutenção da reserva, esta área delimitada sofre sob um
grande número de invasores, colocando o Mato Grosso entre os vários
estados em que os conflitos de terra são graves e constantes.
Histórico
No início do processo de colonização européia na América, a região do
atual Mato Grosso era pertencente à Espanha, segundo o Tratado de
Tordesilhas. No entanto, mais tarde, a descoberta de metais preciosos
na região atrai aventureiros e bandeirantes. As Bandeiras foram responsáveis
por um grande fluxo de povoamento português na região. De acordo com novos tratados, em que as terras pertenceriam ao ocupador
efetivo, a região do Mato Grosso passa para o domínio português. Já no período da República no Brasil, as atividades
mineradoras entram em decadência com o esgotamento das minas. Isto
gera conflitos internos que vêm a fomentar uma rebelião separatista.
No entanto, o governo de Floriano Peixoto tratou de conter o movimento
de separação. De acordo com o desenvolvimento de duas cidades, Cuiabá e Campo Grande,
dois pólos urbanos mais desenvolvidos eram formados, gerando então
um motivo para a separação do estado em duas porções. Assim, em 1977,
segundo uma lei complementar promulgada sob a presidência de Ernesto
Geisel, o Mato Grosso perde cerca de 30 % de seu antigo território:
esta porção desmembrada veio a tornar-se o estado do Mato Grosso do
Sul, tendo Campo Grande como capital. O descobrimento, por bandeirantes paulistas, das "Minas de Cuyabá",
iniciou o período colonizador. O interesse por esta imensa região
deveu-se principalmente ao ouro. Os reinos na América do Sul eram
divididos por uma linha que cortava a Ilha de Marajó, os rios Tocantins
e Araguaia, a extremidade ocidental do Distrito Federal, o Triângulo
Mineiro, os arredores da cidade paulista de Bauru, a região entre
Curitiba e Paranaguá, no Paraná e a catarinense cidade de Laguna.
Mato Grosso era território espanhol. No tempo da assinatura do Tratado de Tordesilhas, que dividia o mundo
em duas partes, portuguesa e espanhola, as terras mato-grossenses
eram ocupadas por nações indígenas, vivendo um mundo bem à parte,
com magníficas florestas, rios, vales, cachoeiras e alimento abundante.
O Tratado de Tordesilhas, mudou o cenário mundial, sua assinatura
entre os reinos de Castela (Espanha) e Portugal, ocorreu por conseqüência
do Estado de guerra em que viviam potências ibéricas, na Segunda metade
do século XV. O primeiro Tratado entre as potências, foi assinado em 1480, em Toledo
(Espanha), sob intermediação do Papa. O acordo dividiu o mundo entre
duas potências e foi feito em sentido dos paralelos: ao norte das
Ilhas Canárias, incluídas, ficava a área de Castela, ao sul ficava
o domínio de Portugal. Criou-se então, um hemisfério espanhol, e ao
sul um hemisfério português. Portugal, através de Bartolomeu Dias, descobriu
o Oceano índico, em 1488, através do Cabo da Boa Esperança. Em março
de 1493, quando retornava de sua viagem à recém descoberta América,
Colombo desembarca em Lisboa e dá a notícia do descobrimento do Novo
Mundo, que consideravam a Índia. O rei de Portugal, João II, por julgar que o Tratado de Toledo fora rompido,
pois haviam informações de que as novas terras estavam ao sul das
Ilhas Canárias, prepara suas tropas e ameaça invadir a Espanha.O Papa
Espanhol Alexandre (1492-1505) propôs um acordo, sendo que desta feita,
o mundo seria dividido em dois hemisférios. O Papa publicou a bula Inter Coetera, a 03 de maio de 1493, recusada por
Portugal. O novo acordo, assinado sem a presença do Papa, na cidade
de Tordesilhas, a 07 de junho de 1494, é definitivo. Portugal impõe
370 léguas a oeste de Cabo verde (1.184 milhas), garantindo o monopólio
lusitano sobre as duas margens do Atlântico.
Os
Diamantes de Juína: A
região diamantífera de Juína localiza-se na porção noroeste do Estado
de Mato Grosso e encontra-se delimitada pelas coordenadas geográficas
11o20’e 11o50’S e 58o45’ e 59o25’W.
As principais áreas produtoras de diamantes são as altas bacias dos
rios Juína Mirim, Vinte e Um (de Abril) e Cinta Larga, situados a
SW da cidade de Juína. Estima-se a produção total dessa bacia em torno
de 2,5 a 3,0 milhões de quilates.
ESTADO
DE RONDÔNIA
Estado
brasileiro localizado na região Norte. Tem como limites: Amazonas
(N), Mato Grosso (L), Bolívia (S e O), e Acre (O). Ocupa uma área
de 238.512,8km2. Sua capital é Porto Velho. Suas cidades mais populosas
são: Porto Velho, Ji-Paraná, Ariquemes, Cacoal e Vilhena. Seu relevo
é suavemente ondulado;94% do território encontram-se entre as altitudes
de 100 e 600m. Madeira, Ji-Paraná, Guaporé e Mamoré são os rios principais.
O clima é equatorial e a economia se baseia na agricultura (café,
cacau, arroz, mandioca, milho) e no extrativismo (borracha, madeira,
minérios). Somente
algumas missões religiosas se haviam aventurado pela região até o
século 17. Com a descoberta do ouro no vale do rio Cuiabá, no século
18, os bandeirantes começaram a explorar o vale do rio Guaporé. Um
fator importante para a colonização foi o auge do ciclo da borracha,
no final do século 19, quando muitos nordestinos migraram para a área.
O início da construção da ferrovia Madeira - Mamoré, em 1907, constituiu
outro impulso para o povoamento. Em
1943, foi criado o Território Federal de Guaporé, em terras desmembradas
do Amazonas e do Mato Grosso. O território recebeu o nome de Rondônia
em 1956, em homenagem a Cândido Rondon, o desbravador da região. A
descoberta de cassiterita estimulou a economia local e, em 1981, Rondônia
tornou-se Estado. Já naquela época, milhares de famílias que viviam
na região aguardavam a distribuição de terras pelo Incra, situação
que ainda não encontrou uma solução definitiva.
5.5
O QUE É O TERCEIRO SETOR
É
uma expressão ainda pouco utilizada no Brasil. Na verdade, quase ninguém
a reconhece por aqui. Já foram presenciadas cenas curiosas, em que
pessoas, as mais cultas, reagem de pronto ao ouvi-la: - "O quê?
Que negócio é este?". Foi traduzida do inglês ("Third
Sector") e faz parte do vocabulário sociológico corrente nos
Estados Unidos. No Brasil, começa a ser usada com naturalidade por
alguns círculos ainda restritos. É cedo, portanto, para saber se vai
vingar entre nós, mas vale a pena discuti-la, pois carrega implicações
que a todos importam. Nos
Estados Unidos, costuma ser usada paralelamente a outras expressões,
entre as quais duas se destacam: a primeira diz "Organizações
Sem Fins Lucrativos" ("Non Profit Organizations"),
significando um tipo de instituição cujos benefícios financeiros não
podem ser distribuídos entre seus diretores e associados. A segunda,
"Organizações Voluntárias", tem um sentido complementar
ao da primeira. Se o lucro não lhes é permitido e se, como também
se supõe, não resultam de uma ação governamental, deriva-se que sua
criação seja fruto de um puro ato de vontade de seus fundadores. E
mais, supõe-se ainda que duram no tempo, em grande medida, graças
a um conjunto complexo de adesões e contribuições igualmente voluntárias. A
lei inglesa, tradicionalista como é, usa uma expressão mais antiga
para designar nosso objeto. Fala de "Caridades" ("Charities"),
o que remete à memória religiosa medieval e enfatiza o aspecto da
doação (de si, para o outro) que caracteriza boa parte das relações
idealizadas neste campo. A noção de "Filantropia", contraponto
moderno e humanista à caridade religiosa, também aparece com freqüência,
sobretudo na literatura anglo-saxã. Mecenato é outra palavra correlata,
que nos faz lembrar a renascença e o prestígio derivado do apoio generoso
às artes e ciências. Da
Europa Continental vem o predomínio da expressão "Organizações
Não Governamentais" (ONG’s), cuja origem está na nomenclatura
do sistema de representações das Nações Unidas. Chamou-se assim às
organizações internacionais que embora não representassem governos,
pareciam significativas o bastante para justificar uma presença formal
na ONU. O Conselho Mundial de Igrejas e a Organização Internacional
do Trabalho eram exemplos em pauta. Por extensão, com a formulação
de programas de cooperação internacional para os desenvolvimentos
estimulados pela ONU, nos anos sessenta e setenta, cresceram na Europa
Ocidental "ONG’s" destinadas a promover projetos de desenvolvimento
no Terceiro Mundo. Formulando ou buscando projetos em âmbito não governamental,
as ONG’s européias procuraram parceiros no mundo a fora e acabou por
fomentar o surgimento de ONG’s nos continentes do hemisfério Sul. Assim,
ainda que designe uma característica geral ao campo em questão, que
é justamente sua natureza não governamental, o termo "ONG"
no Brasil está mais associado a um tipo particular de organização,
surgida aqui a partir dos anos setenta, no âmbito do sistema internacional
de cooperação para o desenvolvimento. Sua origem no período autoritário
e seu horizonte internacionalizado numa época de exacerbação dos embates
ideológicos globais resultaram numa ênfase na dimensão política das
ações, aproximando-as do discurso e da agenda das esquerdas. 6 ANÁLISE E RESULTADOS
A
proposição inicial era participar de grupos com o simples intuito
de ser mais um no contexto e mais um se sentindo “humano”. Após
serem vivenciados os trabalhos, participar das equipes, faz sentir
o quanto Deus faz dos homens seus instrumentos e o quanto isso aproxima
da tão pronunciada e buscada palavra “felicidade”. É gratificante
ser útil, por um momento ser tão importante e saber que um sorriso,
um olhar ou um gesto se torna o principal alimento. Sendo
assim, hoje existe o “PROJETO AMAZONAS”, que foi criado a partir da
colaboração de grupos que são:
-
MÉDICOS DE CRISTO;
-
PROJETO MISERICÓRDIA;
-
SILOÉ MISSIONS. O
trabalho que está sendo realizado busca técnicas e práticas mais eficazes
para a continuidade e o crescimento e sendo assim a concretização
dos objetivos pré-estabelecidos. Outrossim,
a busca para realmente fazer parte de um “mundo melhor” faz com que
a proposta para a realização de trabalhos comunitários não seja incessante
e a compreensão de que o ser humano não existe por acaso e nem vive
isolado, por isso, grupos para missões junto a outros grupos deverão
ser mais e mais significativos do “ser humano”. Em
todas as viagens houve uma prévia preparação em termos espirituais
e materiais. No que se refere à preparação espiritual, o que guia
a todos é a oração e a percepção para o “chamado” de Deus para a missão.
Todos os missionários são preparados para levar a fé e a esperança
àqueles abandonados por toda sorte de recursos e atendimentos, inclusive
aconselhamento aos que, por falta de esclarecimentos, se perdem e/ou
desviam das culturas e costumes da vida de cada região. Com
relação à parte material, também é imprescindível uma preparação adequada
que abrange:
-
documentação;
-
equipamentos pessoais necessários para este tipo
de viagem;
-
materiais que serão doados às populações atendidas,
como roupas e medicamentos (ver figura 6);
-
prevenção de doenças (vacinas, levar remédios, etc.)
FIGURA 6 – Doação
de Medicamentos
Fonte: Taborda,
2002
Analisando,
após contatos através das viagens, pode-se perceber o quanto se faz
necessária à atuação junto ao povo “esquecido” pelo desenvolvimento,
pelo amor e pelos irmãos. O
que deixa a todos ainda mais seguros e felizes com esse trabalho é
o fato de que essas pessoas fazem parte de um território, de um Estado
e não recebem nenhum tipo de assistência que não seja de grupos do
Terceiro Setor, e este apoio que é levado até eles faz crer, cada
vez mais, que todos são irmãos e o quanto todos são grandes no sentido
“humano”. Comparando
os resultados das viagens, percebe-se que todos são cada vez mais
amados e requisitados pelas comunidades que são visitadas, assim como,
para cada próxima viagem, o entusiasmo é cada vez maior pois quando
da chegada nas localidades, já existem muitos amigos e constata-se
alguns efeitos na continuidade daquilo que foi implantado anteriormente.
Como poderá ser visto neste
breve histórico de todos os projetos realizados nestes anos de sucesso
do Projeto Amazonas: O
Projeto Misericórdia realiza viagens ao Amazonas. Em
obediência a Atos 1:8; "...
mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis
minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria
e até aos confins da terra". Com
uma equipe formada por voluntários, realizaram oito viagens ao Amazonas,
com duração de um mês, onde prestaram assistência aos moradores ribeirinhos,
às margens do Rio Purús (figura 7), nas localidades de Camaruã, Canutama
e Lábrea. Abaixo descrevemos as supracitadas viagens. 1ª Viagem – Agosto/1994 - 01 participante = 01 Médico Cirurgião. 2ª Viagem – Julho/1995 - 05 participantes = 01pastor, 01 enfermeira, 01 auxiliar
de enfermagem, 01 estudante de medicina e 01 médico cirurgião. 3ª Viagem – Fevereiro/1996 - 04 participantes = 01 estudante do centro de treinamento
missionário, 01 vestibulanda de medicina, 01 assistente social (da
Alemanha) e 01 médico cirurgião. 4ª Viagem – Julho/1996 - 06 participantes - 01 enfermeira, 01 engenheiro, 01 estudante
de medicina, 01 líder de evangelização (teatro), 01 auxiliar para
a evangelização e 01 médico cirurgião. Nestas
quatro viagens foram realizados vários trabalhos em muitas áreas,
mas abaixo são numerados os executados na área médica:
FIGURA 7 - Rio Purús - AM Fonte:
Taborda, 2000
TABELA 1 – Trabalhos De Atendimentos
Médicos Das 04 Viagens.
FONTE: Projeto
Misericórdia, 1996.
5ª Viagem – Julho/1997 - 12 participantes = 03 médicos (01 da Austrália), 03 conselheiros, 01 assistente social, 02 enfermeiras, 01 psicóloga,
01 terapeuta ocupacional, 01 intérprete. Nesta viagem foram realizadas
consultas médicas no hospital de Lábrea, na Fundação de Pescadores,
no hospital de Canutama, no asilo de idosos em Lábrea e na Fundação
Nacional de Saúde, com os hansenianos. Na ocasião, a terapeuta ocupacional
promoveu o treinamento “avaliação física” de enfermeiros que trabalham
com hansenianos. Também foram levados remédios para os pacientes atendidos
e ainda, foi ministrado curso de “primeiros socorros”. A
seguir, a tabela numérica dos trabalhos:
TABELA 2 – Trabalhos de Atendimento da 5a
viagem.
Fonte: Projeto
Misericórdia, 1997. *
Estas consultas foram realizadas no Hospital de Lábrea, na Associação
de Pescadores, num asilo e numa comunidade que atende hansenianos.
FIGURA 8 – Palestra
sobre Higiene Pessoal para
Mulheres Fonte: Taborda, 2000
6ª Viagem – 14 a 29/jun/2000 - 14 participantes
- 02 médicos (01 pediatra e 01 cirurgião geral), 03 conselheiros,
01 assistente social, 02 enfermeiras, 01 terapeuta ocupacional e 05
missionários. Nesta viagem foram realizados atendimentos em Porto
Velho – RO e em Lábrea – AM, onde se trabalhou em comunidades de ribeirinhos,
permanecendo inclusive acampados junto a essas comunidades, no asilo
de idosos e na Fundação Nacional de Saúde, com os hansenianos. Entre
muitas atividades, foi aplicado flúor e conversado muito sobre higiene
pessoal (figura 8), fora os testes de malária (figura 9). A equipe
também levou mais de 300 Kg (trezentos quilos) de medicamentos.
FIGURA 9 – Porto
Velho – Ro. Base da Jocum em Julho/2000 Laboratório de
Análise de Malária
Fonte: Taborda, 2000
FIGURA 10 – Primeira
Base para Trabalhos à 20 km de Lábrea
Fonte: Taborda, 2000
FIGURA 11 – Família Batizada
na Religião Evangélica Fonte: Taborda, 2002
O
atendimento, principalmente na área de saúde, onde trabalhamos em
regiões adversas (figura 10) foi executado com grande sucesso pela
equipe que ainda contou com a colaboração de um grupo formado pelos
próprios moradores da região e, além das consultas médicas, num total
de 378 atendimentos, ainda deram assistência às gestantes e aos recém-nascidos.
Houve frutos deste ano de trabalho como no caso da família representada
na figura 11, a primeira que contatamos e que hoje estão firmes sendo
uma referência para as demais famílias.
“Foi
a partir desta viagem que a Dra. Ellen Regina Wiebe Taborda, médica
pediatra, e o autor deste trabalho, se conscientizaram da realidade
social e estabeleceram, até como meta de vida, a participação e colaboração
neste projeto, visando a saúde integral dos assistidos. Para eles,
saúde integral abrange: corpo, alma e espírito, para que as pessoas
vivam e se sintam bem.” FIGURA 12 – Trabalho com crianças
de uma favela próxima a Base da Jocum em Rio Branco
– AC Fonte: Taborda, 2001
7ª
Viagem
– de 07 a 28/jul/2001 - 50 participantes, as mais variadas ocupações
e profissões. Nesta, foram feitos atendimentos, principalmente na área de saúde, aos
índios e aos ribeirinhos em várias localidades dos Estados do Acre,
Amazonas, Mato Grosso e Rondônia. O
trajeto Curitiba - Porto Velho foi feito de ônibus e teve a duração
de 48 horas. Faltando 12 horas para a chegada, alguns desceram para
chegar até Juína – Mato Grosso. A viagem de Porto Velho –Rio Branco,
também de ônibus, levou 8 horas e ainda, parte do grupo
fez um percurso de avião com duração de 1 hora de Porto Velho
a Lábrea. O
trabalho começou em Porto Velho-RO, junto à base da JOCUM (Jovens
Com Uma Missão), onde os líderes eram Cléo e Luiz Eduardo, os quais
dão atendimento aos missionários dos moradores ao redor da base e
também das comunidades ribeirinhas, assim como dos indígenas. Foram
feitas visitas às Igrejas, onde iriam palestrar sobre o projeto “Visão
Saúde Integral”. Em
Lábrea – AM., os líderes eram Luiz Paulo e Eliete, onde foram repetidas
muitas das tarefas e ainda foram feitas 35 (trinta e cinco) cirurgias
e 2 (duas) cesarianas. Ainda
foram visitados a tribo Palmari e o CDC – Centro de Desenvolvimento
Comunitário (carpinteiros). Em
Rio Branco-AC, os líderes eram Daniel e Fátima e foram dados atendimentos
a aproximadamente 15 (quinze) missionários, aos moradores assistidos
de uma favela próxima ao local (figura 12), além de trabalhar com
meninos de rua, usuários de drogas e assistências sociais junto às
Igrejas. Também foram atendidas crianças nos arredores de Rio Branco
(figura 13). FIGURA 13- Atendimento
em Rio Branco – AC, na Região Rural Fonte: Taborda, 2001
Na
mesma ocasião, foram até a cidade Plácido de Castro, na fronteira
com a Bolívia, onde se desempenhou o mesmo tipo de trabalho com muito
aconselhamento. FIGURA
14 - Parceria da Junta de
Missões Nacionais da Igreja
Batista e Projeto Amazonas Lábrea/2002 Fonte: Taborda, 2002
8a viagem – 05/jul/2002 – 40 participantes = entre equipes organizados
mais voluntários. O
destino desta viagem foi as cidades de Juína, Porto Velho e Lábrea
(figura 17). Em
Juína –MT, uma equipe formada por 10 componentes trabalhou durante
uma semana junto a uma tribo Cinta Larga. Como, na ocasião, houve
um confronto da tribo com mineradores e madeireiros, a equipe quase
foi presa pela Polícia Federal. Outro grupo ficou trabalhando
em Porto Velho-RO. A Dra. Ellen (pediatra) e o Sr. Marcelo, seu esposo,
foram nesta mesma cidade de Porto Velho, onde trabalharam em um lixão
(ver figura 15) e também junto aos missionários e ribeirinhos da região.
Com o trabalho concluído, se dirigiram a Lábrea- AM, para onde levaram
um total de 110 volumes contendo materiais para educação cristã, roupas
e medicamentos. Fizeram mais de 100 atendimentos na área médica (figura
14) e puderam converter e abençoar muitos, além de darem assistência
aos missionários que lá residem e permanecem longos períodos sem visitas
pastorais.
FIGURA 15 – Senhora de 80 anos atendida
no Lixão em Porto Velho/RO
Fonte: Taborda, 2002
A
partir da 1a à 5a viagem só pudemos relatar
as ações praticadas pela falta de fontes bibliográficas. Porém, a
partir de 6a a 8a viagem permitiu-se ter registros
e a participação, tendo a seguinte conclusão: Num
primeiro momento fica a impressão de um trabalho sem continuidade,
mas o mesmo não ocorre, pois temos parcerias nestes locais citados,
que continuarão com mesmo trabalho.
Também ocorre o despertamento do interesse de outros para as
necessidades prementes. São pessoas que, se não tivessem participado
do projeto nunca teriam descoberto a verdadeira razão de viver, como
no caso de um jovem chamado João (cabeleireiro no shopping Muller
da cidade de Curitiba), que já havia participado de vários eventos
em Curitiba e arredores na mesma linha de trabalho do projeto missionário.
Mas hoje ele está em Lábrea – AM, trabalhando junto à igreja Batista
do local com adolescentes. Por
isso, vê-se a necessidade deste projeto não só para nossa realização
própria como também para dar sentido à vida de outros que estão aí
sem o rumo certo, buscando em vários lugares a razão de viver, mas
esquecendo-se de que a verdadeira faceta para sermos felizes é nos
desprendermos do que é “nosso” em favor do próximo sem esperar nada
em troca.
FIGURA 16 – Flashes do Projeto Amazonas
Fonte: Taborda, 2002
FIGURA 17 – Mapa do Brasil
Situando as Cidades Visitadas 7 CONCLUSÃO
A
partir da colaboração e da parceria pode-se organizar um mundo melhor
para todo ser humano, é só querer e se empenhar para este fim. As
estruturas e planejamentos dependem de um trabalho constante, porém
extremamente gratificante após as constatações dos resultados de muitas
das ações praticadas transformaram-se em realidade. Em
busca dessa realidade procura-se, partindo dos efeitos, sanear as
causas nocivas e aprimorar as que precisam do desenvolvimento e do
progresso para uma qualidade de vida digna para qualquer dos que estão
sendo assistidos pelas “Missões”. E
é esse horizonte de um “mundo melhor” para os carentes que, faz com
que a proposta para a realização de trabalhos comunitários seja incessante
e a compreensão de que o ser humano não existe por acaso e nem vive
isolado por isso grupos de missionários junto a outros devem ter mais
significados por parte daqueles que detém o poder e/ou da “sociedade
humana”. Assim
como todo trabalho voltado ao idealismo, e por conseguinte, não sendo
um empreendimento gerador de rendas, ou seja, não é um trabalho com
remuneração para aqueles que se dedicam a ele, exige que tempo e dedicação
seja “roubado” dos participantes, pois todos possuem suas vidas independentes
das Missões (com exceção dos missionários de tempo integral que são
mantidos por suas igrejas), o que dificulta a organização através
das reuniões, palestras e a busca de patrocinadores. Isto faz com
que haja limitação nos estudos e planejamentos. Há um empenho para a melhoria e constante aperfeiçoamento
deste projeto, buscando em várias direções. Uma vez criado o “Projeto
Amazonas” e vários nela terem ingressado, é inerente que mais e mais
a mesma se estruture e atue de maneira simples, porém eficaz e com
maior freqüência. Hoje, existe a possibilidades de ir aos locais – destinos
de trabalho apenas uma vez ao ano, mas, caso houvesse um assessoramento
e/ou recursos maiores, certamente as viagens seriam em maior número.
A
meta principal é o próprio desprendimento e a luta cada vez mais acirrada
para levar ao povo ribeirinho do Amazonas, uma vida mais digna. Vários
exemplos existem, assim como o Projeto Tamar que além de toda assistência
prestada ao povo da região, procura, principalmente, conservar o meio
ambiente, destacando o trabalho pela preservação das espécies, lutando
para que as raças em extinção procriem e dêem continuidade à existência. A
seguir, estão relacionados os objetivos que estão sendo elaborados
para que se concretizem um menor espaço de tempo possível:
-
Maior conscientização
das pessoas e empresas do Brasil para angariar mais recursos (verbas,
medicamentos, alimentos, roupas, aparelhos médicos e laboratoriais,
sementes, utensílios, papelaria, material para higiene, etc) para
a realização dos objetivos do projeto com mais assiduidade;
-
A aproximação
das pessoas das regiões vizinhas às localidades trabalhadas, através
da religião ou mesmo da solidariedade humana, para a prestação de
serviços aos carentes, tendo em vista a facilidade de acesso;
-
O ingresso
de mais voluntários, pois todos são necessários e também de mais profissionais
especializados para o atendimento na área de saúde e higiene;
-
A preservação
do meio ambiente, nas localidades, através de treinamentos práticos
da população;
-
Ampliar a
agricultura local levando sementes como, por exemplo: de café, verduras
e legumes, milho, etc, ensinando as técnicas de plantio e colheita
a todos;
-
Quando são
citados medicamentos, engloba a aplicação de vacinas preventivas,
as quais, é lógico, visam uma qualidade de vida melhor;
-
Maior número
de missionários para que estes levem ao povo “esquecido” que Deus existe, a partir do momento em que “Ele” mandou
as Missões para cuidá-los (ver anexo 7);
-
Ensinar sobre
aproveitamento, em termos de comercialização, dos produtos que já
possuem. Por exemplo: o artesanato com palha e madeira, as frutas
típicas do norte do Brasil podendo ser transformadas em sucos, compotas,
etc.; a extração da mandioca ou macaxeira (figura 18), a extração
de palmito de pupunha (figura 19) e confecção da farinha através de
mecanismos mais modernos, as ervas para os chás medicinais que só
o povo da região conhece.
-
Todos os
patrocínios se fazem necessários, pois o “Projeto Amazonas” não tem
apoio governamental, é iniciativa particular junto com as Igrejas,
o que faz com que a divulgação seja prioridade e a qual requerem participação
de gráficas, vídeos, gravações, papelaria e órgãos para a propaganda
(ver anexos 1 e 2). E também informes em jornais e demais periódicos
(ver anexos 3, 4, 5, 6 e 8).
-
Os meios
de transporte utilizados pelos integrantes das Missões são locados
ou são aqueles de uso comercial normal, o que aumenta muito as despesas.
O objetivo então, seria, uma parceria com alguma empresa de ônibus,
que cedesse o veículo apenas na época das viagens, o que facilitaria
muito a acomodação não só dos passageiros como também dos produtos
que são levados até as localidades-destinos;
-
Um outro
trabalho que já está sendo realizado (início) e que é alvo de grande
estudo e planejamento é o saneamento básico. Este objetivo é de vital
importância, pois uma vez efetivado, automaticamente reduzirá o número
de doenças causadas pela água, pelo lixo e pelo esgoto. Através da
engenharia, já estão organizando e montando as centrais, mas, a concretização
em todas as localidades significativa uma despesa muito grande, que
envolveria a compra do material hidráulico (tubulações, bombas, etc.),
e o material humano também;
-
Geradores
de energia também estão sendo estudados e planejados, pois na Amazônia
não existem quedas d’água para serem represadas e transformadas em
hidrelétricas pois é uma região de planícies, o que torna difícil
a produção de energia. Existe um projeto para que gerar energia elétrica
através da produção de gasogênio (ver figura 20).
FIGURA
18 - Trabalho Infantil com o descascar da
Mandioca Brava Fonte: Taborda, 2002
FIGURA 19 – Palmeira de Pupunha Fonte: Taborda, 2002
FIGURA 20 – Gasogênio para
a Geração de Energia Elétrica
Fonte: Taborda, 2002.
E também não poderia ser deixado de lado outra necessidade premente que é a preservação da cultura do índio (ver anexo 9), que é em muitos casos renegado a um segundo plano, a partir de interesses do Estado ou do setor privado.
Marcelo
e Ellen Taborda _ Rua Oliveira Viana, 3372 - Sobrado 03
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