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Mensagens/Estudos do Pr.Cleverson

 

TERMOS TEOLÓGICOS EM ROMANOS

 

 

 

Pr. Cleverson de Abreu Faria

 

 

 

SUMÁRIO

 

ADOÇÃO......... 2

 

ADVOGADO... 3

 

ARREPENDIMENTO.................. 3

 

CERTEZA DA SALVAÇÃO.... 4

 

CONDENAÇÃO 5

 

CONVERSÃO.. 6

 

DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO – PNEUMATOLOGIA...................... 7

 

DOUTRINA DO HOMEM – ANTROPOLOGIA........................ 7

 

DOUTRINA DO PECADO – HAMARTIOLOGIA...................... 8

 

ELEIÇÃO ......... 9

 

EXPIAÇÃO.... 10

 

.................... 11

 

GRAÇA.......... 12

 

IMPUTAÇÃO 13

 

INTERCESSÃO 14

 

JUSTIFICAÇÃO......................... 14

 

PREDESTINAÇÃO...................... 16

 

PROPICIAÇÃO 17

 

RECONCILIAÇÃO...................... 18

 

REDENÇÃO... 19

 

REGENERAÇÃO......................... 20

 

REMISSÃO.... 21

 

RESSURREIÇÃO......................... 21

 

SALVAÇÃO.. 22

 

SANTIFICAÇÃO......................... 23

 

SEPARAÇÃO 24

 

SUBSTITUIÇÃO......................... 25

 

BIBLIOGRAFIA......................... 26

 

 

ADOÇÃO

 

Huiothesia (grego) (adoção de alguém como filho). A palavra aparece 5 vezes no N.T.: (Rm 8.15,23; 9.4; Gl 4.5; Ef 1.5), usada, portanto, somente por Paulo. Outras palavras usadas são: eispoiéo, incorporar, introduzir, admitir entre, adotar; eispointós (grego), adotado, adotivo e tetos (grego), o que é adotado, adotivo.

 

            No V.T. os únicos dois casos evidentes de adoção são os de Moisés, por parte de uma princesa egípcia (Ex 2.10); e o de Ester, por parte de seu tio Mordecai (Et 2.7). os termos da aliança de Iahweh com Israel (Ex 4.22) e com Davi (Sl 2.7) são os da adoção.

 

            RESULTADOS DA ADOÇÃO: libertação da lei (Rm 8.15; Gl 4.4-5); o penhor da herança, que é o Espírito Santo (Gl 4.6-7; Ef 1.11,13-14); o testemunho do Espírito, ou garantia (Rm 8.15-16; Gl 4.6); comunhão com o Pai (Gl 4.6; Rm 8.15); caminhar no Espírito, pois o crente será guiado por Ele (Rm 8.14; cf. Gl 5.18); conformidade com a imagem do Filho de Deus (Rm 8.29); no futuro, o crente tem a expectativa de ser revelado um dia como filho (Rm 8.19).

 

            Paulo coloca a adoção entre os privilégios de Israel (Rm 9.4; cf. Ex 4.22). Paulo aplica o termo uma vez a Israel como nação (Rm 9.4); uma vez ele relaciona a completa realização da adoção à vinda futura de Cristo (Rm 8.23); e três vezes, ele declara ser ela um fato presente na vida do cristão.

 

            Adoção tem um relacionamento tríplice de tempo:

1)      nos conselhos de Deus, foi um ato no passado eterno (Ef 1.5);

2)      no presente, na experiência pessoal, ela se torna verdadeira para o crente na hora em que ele aceita a Jesus Cristo (Gl 3.26);

3)      no futuro, pois a percepção plena da filiação aguarda a vinda de Cristo. É naquela hora que a adoção será plenamente consumada (Rm 8.23); então nossos corpos serão libertos da corrupção e da mortalidade e se tornarão semelhantes ao corpo glorioso de Cristo (Fp 3.20-21).

 

            Os outros escritores do N.T. associam as bênçãos que Paulo relaciona à adoção com as doutrinas da regeneração e da justificação.

 

            Embora a adoção, como fórmula teológica, ocorra somente nos escritos de Paulo (Rm 8.15,23; 9.4; Gl 4.5; Ef 1.5), está implícita como uma relação da graça no ensino de João sobre serem feitos filhos de Deus (Jo 1.12; 1Jo 3.1); na aceitação do filho pródigo de volta a todos os direitos da família (Lc 15.19); e no título de Deus como Pai, que Jesus repetia frequentemente (Mt 5.16; 6.9; Lc 12.32).

 

            A adoção, pois, é libertação do passado (semelhante a regeneração e a justificação), um status e um modo de vida no presente (andando pelo Espírito, santificação) e uma esperança para o futuro (salvação, ressurreição). A razão da adoção é dada em Ef. 1.5: o amor de Deus. O cristão foi adotado por causa da vontade de Deus agindo através de Cristo. A adoção é um dom gratuito oferecido às pessoas que não o merecem, sendo assim, ela vem exclusivamente da graça de Deus.

 

 

 

 

 

ADVOGADO

 

            A palavra paraklêtos (grego) é usada 5 vezes no N.T., advogado, ajudador, intercessor. É uma palavra derivada do verbo parakaleo (grego), literalmente “chamar para o lado”; tem sido interpretada tanto ativa como passivamente; 1) ativamente: tem o significado de alguém que se põe ao lado e exorta ou encoraja, de onde vem a tradução “Consolador” em Jo 14.16,26; 16.7; e 2) passivamente: tem o sentido de alguém chamado para pôr-se ao lado de outro, em particular num tribunal de justiça, de onde vem a tradução de “Advogado” em 1Jo 2.1. Outras palavras são: sunégoros (grego) (defender, advogado); súndikeo (grego) (defender em justiça); sundikía (grego) (ação de defender em justiça); súndikos (grego) (assistente ante o tribunal, advogado, síndico, advogado do Estado).

 

            Paraklêtos (grego), ajudador, advogado, intercessor, consolador. Na literatura rabínica esta palavra podia indicar a pessoa que oferecia auxílio legal ou aquela que intercedia em favor de outra. No presente contexto (1Jo 2.1), a palavra significa, indubitavelmente, advogado de defesa – num sentido jurídico. O emprego de paraklêtos para significar representante, porém, deve ser entendido à luz da assistência jurídica no foro, o pleitear da causa de outra pessoa.

 

            Os “consoladores” de Jó são chamados paraklêtores (grego) (pl. em Jó 16.2 LXX). O hebraico é menahamîm. Significativamente, é a única ocorrência da palavra no A.T.

 

            O paraklêtos não é convocado, e, sim, enviado (Jo 14.26; 15.26; 16.17), dado e recebido (Jo 14.16,17). Não apenas fala uma palavra em favor de alguém, mas, sim, traz ajuda ativa. O sentido de ajudador e intercessor é apropriado em todas as ocorrências da palavra. O texto de 1Jo 2.1 dá ao termo um caráter soteriológico ao chamar “Jesus Cristo, o justo” de o nosso “Advogado”, (gr. Paraklêtos). Os versículos acima indicam que o Seu papel (Espírito Santo) é o de continuar a obra reveladora de Jesus.

 

            O próprio Jesus, juntamente com o espírito, é chamado de paraklêtos (Jo 14.16; 1Jo 2.1). Eles são os únicos paraklêtos reais. Isto explica a repetida e ressaltada conexão com o Pai (Jo 15.26; 14.16; 16). Segundo João 14.26, o próprio Jesus é um paraklêtos que o Pai enviará em nome d’Ele.

 

            É digno de nota que o termo paraklêtos somente se acha nos escritos de João.

 

            Em At 9.31 fala expressamente de paraklesis do Espírito Santo, o que pode provavelmente significar a “exortação” ou “encorajamente” do Espírito.

 

 

 

 

 

ARREPENDIMENTO

 

            A palavra metanoeo (grego) ocorre 32 vezes no N.T. e significa: mudar de parecer, arrepender-se. O substantivo metanoia (grego) ocorre 23 vezes e significa: mudança de sentimentos, arrependimento. Metamelomai (grego) aparece pouco, e é usado quase exclusivamente no sentido de “lastimar-se, ter remorso”. Arrependimento (metanoeo), arrepender-se mudar de pensamento, virar-se, voltar-se. O sentido primário no judaísmo sempre é uma mudança de atitude, do homem para com Deus e na sua maneira de viver a vida.

 

“É uma mudança de opinião, uma mudança de atitude que realmente produz mudança de direção nos pensamentos, nas palavras e nas ações” [1]  

 

            No V.T., o verbo arrepender-se (ninham) ocorre 35 vezes. Geralmente é empregado para indicar uma mudança contemplada em Deus nos Seus tratos com os homens, para o bem ou para o mal, segundo Seu justo juízo (1Sm 15.11,35; Jn 3.9,10), ou então, negativamente, para garantir que Deus não se apartará do Seu propósito já declarado (1Sm 15.29; Sl 110.4; Jr 4.28). A maneira característica do V.T. expressar o arrependimento do homem para com Deus, consiste, pois, em voltar-se para o Senhor de todo o coração, alma e forças (2Rs 17.13,23,25).

 

            Metanoia, no mínimo, é usada para indicar o processo total da mudança. Deus concedeu aos gentios “arrependimento para a vida” (At 11.18); a tristeza segundo Deus produz “arrependimento para a salvação” (2Co 7.10). No entanto, de modo geral, se pode dizer que metanoia denota aquela mudança interior na mente, afeições, convicções e lealdades que se arraiga no temor a Deus e na tristeza pelos delitos cometidos contra Ele, a qual, quando é acompanhada pela fé em Jesus Cristo, resulta no abandono do pecado e na volta para Deus e Seu serviço na totalidade da vida. Ela nunca traz pesar e é dada por Deus (at 11.18). Metanoeo, indica a mudança interior consciente.” [2]

 

            No N.T. João Batista prega arrependimento, sendo que o arrependimento era expresso pelo batismo, pela confissão dos pecados e pela produção de frutos dignos de penitência. Jesus também pregou arrependimento. O arrependimento é uma conversão total e sincera. Cristo compara o arrependimento como o se tornar uma criança. Os apóstolos também pregavam arrependimento. O arrependimento se transforma em fé e é o primeiro fruto e o correlativo do arrependimento, a atitude pela qual se volta a Deus vindo do pecado.

 

            Após o arrependimento dos pecados ocorre a conversão. O arrependimento significa que as transgressões são anuladas (Is 44.22). A Bondade de Deus leva o homem ao arrependimento (Rm 2.4).

 

            Elementos do arrependimento:

1)        intelecto, uma mudança na maneira de pensarmos em Deus, em nossos pecados e em nossas relações como o nosso próximo;

2)        emoção, o elemento emocional é sempre o elemento preponderante no arrependimento, os sentimentos da personalidade (Sl 51);

3)        vontade, o arrependimento cria um novo propósito na vida do homem.

 

            O arrependimento consiste de uma revolução daquilo que é mais determinativo na personalidade humana, sendo o reflexo, na consciência, da radical mudança operada pelo Espírito Santo por ocasião da regeneração. A salvação não pode ocorrer se não houver arrependimento.

 

 

 

 

 

CERTEZA DA SALVAÇÃO

 

A Palavra de Deus nos dá a certeza da salvação. Nesse ponto, a Bíblia nos deixa bem claro que uma vez aceitando a Jesus Cristo como Senhor e Salvador de nossas vidas teremos a certeza da nossa salvação eterna. A Bíblia nos fala de uma imortalidade assegurada (2Co 5.1), também fala que a nossa alma está segura (Hb 6.19). os santos tem a certeza da salvação (2Co 5.1; 1Jo 5.13).

 

Em Judas 1, vemos a certeza e total convicção do cristão de que, somente através da obra de Cristo aceita pela fé, ele está de posse de uma salvação na qual será eternamente guardado. Esta certeza advém unicamente das promessas das Escrituras àquele que crê.

 

Paulo nos fala que na da nos separará do amor de Cristo (Rm 8.38,39).

 

“A certeza da salvação denota a confiança do crente em Cristo de que ele, a despeito da sua condição pecaminosa mortal, é, de forma irrevogável, um filho de Deus e um herdeiro do céu” [3]

 

O apóstolo Paulo ensina claramente que o Espírito da adoção produz no cristão a certeza da filiação, de sermos filhos (Gl 4.6; Rm 8.15-17). O cristão possui plena certeza da capacidade de Deis para completar a salvação que Ele iniciou (2Tm 1.12; Fp 1.6).

 

João escreve que o cristão, baseado no testemunho bíblico, pode saber com certeza que possui a vida eterna (Jo 5.24; 1Jo 5.13). Além disso, o crente tem o testemunho do Espírito Santo no coração (1Jo 4.13; 5.10), bem como a presença dos frutos do Espírito em sua vida (1Jo 3.18,19). Isso tudo fornecem a certeza de que a pessoa é salva.

 

 

 

 

 

CONDENAÇÃO

 

A palavra katagnósis (grego), condenação. Katacrima (grego), ocorre 3 vezes, significa condenação, julgamento contrário a alguém. Katakrino (grego), 18 vezes, condenar, chegar a um veredicto ou decisão contra alguém. Refere-se tanto ao pronunciamento da decisão quanto à execução da sentença: 1) o fato de um crime (Rm 2.1; 14.23; 2Pe 2.6), e 2) imputação de um crime, como na condenação de Cristo pelos judeus (Mt 20.18; Mc 14.64). Em Romanos 8.3, a condenação de Deus devido a pecado sobre Cristo, Seu próprio Filho.

 

A salvação que é primariamente escatológica (Rm 13.11; 1Ts 5.8,9) inclui o escapar da condenação de Deus no dia de juízo (Jo 5.24). Um outro aspecto da escatologia realizada da Bíblia pode ser visto no fato de que este julgamento que pertence ao último dia, essencialmente já teve lugar na história. O incrédulo já está condenado, o julgamento em realidade já teve lugar, ainda que a penalidade não tenha ainda sido executada (Jo 3.18). O crente não experimentará condenação, pois já passou da morte (condenação) para a vida (Jo 5.24).

 

O verbo kekritai (grego), o perfeito indica que entrou num estado contínuo de condenação porque se recusou a entrar num estado contínuo de fé.

 

O oposto da justificação é a condenação declarada pelo juiz (Mt 12.37; Rm 8.33,34).

 

Katakrima é a sentença pronunciada, a condenação com a sugestão para a punição do partidário, isto é estabelecido em Romanos 5.16,18; 8.1.

 

Para o crente não há condenação (Rm 8.1), porém não significa que o crente não tenha nada em sua vida que não seja digno de condenação, o crente fora justificado, por isso, não há condenação e busca a santificação.

 

A condenação ocorre porque os homens, pervertidamente, se negam a aceitar a salvação oferecida no Evangelho (Jo 3.17).

 

 

 

 

 

CONVERSÃO

 

Epístrofe (grego), conversão, volta; Epistrefo (grego), voltar, virar-se; Strefo (grego), voltar-se, dar meia volta; Metabalo (grego), mudar, transformar.

 

Duas palavras no V.T. para conversão: Nacham, serve para expressar um sentimento profundo, seja de tristeza ou de consolo; Shubh, palavra mais comum para conversão, significa voltar, regressar. Um retorno àquele de quem o homem foi separado pelo pecado.

 

Emprega-se, geralmente, a palavra conversão para significar aquela primeira experiência do homem, abandonando o pecado para seguir a Jesus Cristo.

 

No Velho Testamento a palavra mais comum utilizada para conversão, significa um retorno àquele de quem o homem foi separado pelo pecado.

 

A conversão é o sinal, portanto, não é a condição da nossa justificação, cuja única origem é a graça de Deus, livre e incondicional. “A conversão é tanto um evento quanto um processo. Tem o significado da atuação do Espírito Santo sobre nós, através do qual somos então movidos a responder a Jesus Cristo por meio da fé.” [4] Deus é o Autor da conversão (Sl 85.4; Jr 31.18; Lm 5.21; At 11.18).

 

Conversão é a palavra que é usada para se expressar o ato do pecador, abandonando o pecado, para seguir a Cristo. Inclui o arrependimento e fé, ou seja, está incluído aí o ato de abandonar o pecado e então o de seguir a Jesus, aceitando-o como Senhor e Salvador.

 

É portanto, uma manifestação ou uma prova de uma mudança. O convertido já está então transformado na semelhança de Jesus Cristo. A conversão é, pois, o resultado da graça de Deus criando o homem em Jesus Cristo (At 3.26; Sl 51.10; Ez 36.26).

 

“A conversão também é pessoal e social. Embora envolva basicamente uma mudança em nosso relacionamento com Deus, indica, ao mesmo tempo, uma alteração em nossas atitudes para com o próximo. A conversão é um evento espiritual com implicações sociais de longo alcance” [5]

 

A conversão é realizada por meio ou através de Deus (1Rs 18.37; Jo 6.44; At 21.19); por Cristo (At 3.26; Rm 15.18); pelo poder do Espírito Santo (Pv 1.23). Segue-se ao arrependimento (At 3.19; 26.20); é o resultado da fé (At 11.21); é através da instrumentalidade das Escrituras (Sl 19.7), dos ministros (At 26.18; 1Ts 1.9), do auto-exame (Sl 119.59; Lm 3.40), da aflição (Sl 78.34).

 

 

 

 

 

DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO – PNEUMATOLOGIA

 

A Terceira Pessoa na Trindade, é também chamado de “o Espírito”; “o Santo Espírito”; “o Espírito de Deus”; “o Espírito do Filho de Deus”; e o “Consolador”.

 

O Espírito Santo é Deus. O Espírito Santo é colocado ao mesmo pé de igualdade com o Filho e com o Pai e Ele têm os mesmos poderes e os mesmos atributos (At 5.3,4; 1Co 2.11; 2Co 3.17; Mt 28.19). obras são atribuídas ao Espírito Santo que somente Deus é Quem poderia realizá-las (Gn 1.2; 2Pe 1.21; Lc 1.35; Jo 16.8; 3.5,6; 14.6; Rm 8.26,27; 2Ts 2.13).

 

No V.T. o Espírito Santo, apenas vinha sobre uma pessoa um determinado fim (Gn 41.38; Nm 27.18; Jz 3.10; 1Sm 10.9,10; 16.13). Ele atuava em restrição ao pecado (Gn 6.3).

 

O Espírito Santo é o Autor da Revelação da Palavra de Deus (2Pe 1.21). Ele mesmo foi Quem a inspirou (Mc 12.36; Jo 14.26; 1Co 14.37; 1Tm 5.18; 2Pe 3.16).

 

Foi o Espírito Santo Quem realizou a concepção no útero na virgem Maria (Lc 1.35). Cristo viveu uma vida em comunhão diária com o Espírito (Lc 4.1,18; Jo 6.27; Mt 12.28).

 

O próprio Espírito Santo é Quem convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11).

 

Paulo diz que hoje, o Espírito Santo habita no crente (1Co 6.19). Que o Espírito é um dom (Rm 5.5). Quem não tem o Espírito Santo não tem a vida eterna, ou seja, não é um salvo em Cristo (Rm 8.9). Pelo batismo, o Espirito une os crentes com Cristo (Rm 6.1-10). O Espírito Santo enche o crente com dons (1Co 12.11). Uma lista de dons é mencionada em Romanos 12.6-8; 1 Coríntios 12.8-10,28-30; Efésios 4.11. O apóstolo também nos exorta a sermos cheios do Espírito (Ef 5.18), a andar no Espírito (Gl 5.16); a não entristecermos o Espírito (Ef 4.30); a não apagar o Espírito (1Ts 5.19).

 

O Espírito Santo também atuará na Tribulação (Zc 12.10).

 

 

 

 

 

DOUTRINA DO HOMEM – ANTROPOLOGIA

 

O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.27; 2.7; Mc 10.6). Adão fora criado na inocência.

 

Ao homem foi proibido comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, isto era uma prova à obediência do homem a Deus. Satanás foi o agente pelo qual o homem veio a cair. Ele tentou a Eva, fazendo com que ela duvidasse da Palavra de Deus, esta cedeu a tentação e deu a Adão o fruto proibido. Adão por sua vez não fora enganado, mas por vontade própria decidiu comer do fruto (Gn 3). A prova tornou-se então necessária para se saber a que ponto o homem era capaz de sujeitar-se a Deus. Serviu para mostrar ao homem a sua incapacidade de realizar atos sem o consenso de Deus. A prova não era tão-somente o comer ou não do fruto da árvore, mas em que o homem ficaria sujeito a Deus ou se rebelaria e inclinaria para si mesmo e para sua própria vontade, agindo desta forma contra o seu Criador.

 

Por causa deste ato o homem tornou-se condenado perante Deus e separado de seu Criador. O homem passou a ser inimigo de Deus e passou a conhecer a morte física, sendo que já havia conhecido a morte espiritual (Rm 5.12,18). O homem, então deixou de ser inocente (Gn 3.17-19).O homem entrou em um estado de inimizade contra Deus (Rm 5.10), pois por causa de Adão, o pecado foi transmitido a toda a raça humana (Rm 3.23; 5.12).

 

O apóstolo Paulo nos ensina que Adão comeu do fruto conscientemente (1Tm 2.4).

 

O homem então fora forçado a trabalhar para conseguir o seu sustento por causa da maldição que caiu sobre a terra (Gn 3.19), a mulher fora condenada ao sofrimento em dar à luz filhos e deveria ficar sujeita ao marido (Gn 3.16).

 

 

 

 

 

DOUTRINA DO PECADO – HAMARTIOLOGIA

 

Hamartia (grego), pecado; Hamartano (grego), pecar, errar o alvo; Hamartema (grego), pecado, transgressão; Hamartolos (grego), pecaminoso, pecador. Palavras hebraicas: hatta’t, lapso, pecado; ‘awôn, culpa, pecado, iniquidade; pesa, rebeldia.

 

Pecado é errar o alvo, afastar-se daquilo que Deus considerar a conduta ideal, é transgressão da lei, é iniquidade, é injustiça, um ato inerentemente errado, um fracasso em atingir o padrão divino, é rebeldia, incredulidade (Rm 3.23; 1.18; 1.21-23; 2Pe 2.6; 1Jo 3.4; Tg 4.17; 1Tm 1.9; Jo 16.9).

 

Paulo nos ensina a realidade do pecado por meio da experi6encia humana (Rm 3.23; 5.12). sendo que a consciência do homem o acusa de pecado.

 

A extensão do pecado é visto: afetou o céu (Ef 6.11,12); a terra, através do reino vegetal e animal (Gn 3.17,18; Is 55.13; Gn 9.1-3; Is 11.6-9).

 

O apóstolo Paulo ensino que “todos pecaram” (Rm 3.10,23); todos são culpados perante Deus (Rm 3.19); os homens são filhos da desobediência e filhos da ira (Ef 2.2,3); são afastados de Deus (Rm 3.11; Ef 4.18); o homem é escravizado pelo pecado e morto no pecado (Rm 6.17); são inimigos de Deus por causa do pecado (Rm 5.10; 8.7,8; Ef 2.2).

 

O pecado teve sua origem em Satanás (Is 14.12-14); entrou no mundo por meio do primeiro homem Adão, depois que a serpente enganou a Eva; Adão porém não foi engano, mas tomou o fruto pela sua própria vontade (Rm 5.12; Gn 3); portanto o pecado tornou-se universal e afeta a todos os homens, com uma única exceção: Cristo (Rm 3.23; 1Pe 2.22).

 

A consequência do pecado de Adão é a maldição e a morte física e espiritual (Gn 2.17; 3.19; Ez 18.4,20; Rm 6.23). O homem se tornou depravado em sua totalidade (Gn 6.5). O pecado recebe o castigo e a punição de Deus (Rm 1.32; 2.13; 5.12,14).

 

Há graus de pecado (1Jo 5.16,17; Mt 23.14; Rm 2.6; Ap 20.12).

 

O perdão dos pecados é concedido unicamente por Deus (Mc 2.7) e está baseado sobre o sacrifício no sangue de Cristo (Hb 9.22; Ef 1.7). É concedido através de Cristo (Lc 1.69,77). É outorgado pela misericórdia de Deus (Ef 1.7; Is 55.7; Rm 5.20). O Pecador é então restaurado à comunhão diante de Deus (Is 44.22). Sem o perdão dos pecados não há meio de acontecer a salvação da alma do homem (Rm 4.8).

 

 

 

 

 

ELEIÇÃO [6]

 

Airéomai (grego), keirotonéo (grego), nomear por votação. Eklégo (grego), 22 vezes, escolher, selecionar para si mesmo. Eklégomai (grego), escolher para si mesmo, 22 vezes, na LXX 108 vezes V.T. Airéo (grego), ser eleito, tomar para si, preferir, escolher. Airetós (grego), que se pode tomar, eleito, escolhido. No hebraico bhr, 164 vezes no V.T., dessas, 92 vezes Deus é o sujeito, e a eleição divina também é assunto em 13 exemplos no passivo.

 

A IDEÍA BÍBLICA DA ELEIÇÃO: a Bíblia fala de eleição de mais de um sentido:

1)        A eleição de Israel como povo para privilégios especiais e para serviços especiais (Dt 4.37; 7.6-8; 10.15; Os 13.5).

2)        A eleição de indivíduos para algum ofício, ou para desempenho de algum serviço especial, por exemplo, Moisés (Ex 3); os sacerdotes (Dt 18.5); os reis (1Sm 10.24; Sl 78.70); os profetas (Jo 6.70; Hb 9.15).

3)        A eleição de indivíduos para serem filhos de Deus e herdeiros da glória eterna (Mt 22.14; Rm 11.5; 1Co 1.27,28; Ef 1.4; 1Ts 1.4; 1Pe 1.2; 2Pe 3.10).

 

DEFINIÇÃO: aquele ato eterno de Deus através do qual, em Seu soberano beneplácito (aprovação), e sem tomar em conta nenhum mérito visto de antemão neles, elege certos números de homens para fazê-los recipientes da graça especial da eterna salvação. Com mais brevidade pode-se dizer que eleição é um propósito eterno de Deus de salvar alguns da raça humana, por intermédio de Jesus Cristo.

 

CARACTERÍSTICAS DA ELEIÇÃO:

1)        é uma expressão da soberana vontade de Deus, e anunciar, Seu divino beneplácito. O amor eletivo de Deus procede ao envio de Seu Filho (Jo 3.16; Rm 5.8; 2Tm 1.9; 1Jo 4.9). Ao dizer-se que o decreto de eleição se originou em Seu beneplácito divino, se exclui a idéia de que se determine por algo que exista no homem, por exemplo, a fé e boas obras vista de antemão (Rm 9.11; 2Tm 1.9).

2)        é imutável, portanto, a salvação dos eleitos está segura (Rm 8.29,30; 11.29; 2Tm 2.19).

3)        é eterna, é assegurado que vem desde a eternidade (Rm 8.29; Ef 1.4,5).

4)        é incondicional, portanto não depende de maneira nenhuma de fé e das boas obras previstas pelo homem, sendo um ato de exclusividade poder do Soberano beneplácito de Deus (Rm 9.11; Hb 13.48; 2Tm 1.9; 1Pe 1.2; Ef 2.8,10; 2Tm 2.21).

5)        é irresistível, porém não significa que o homem não pode opor-se, mas que a sua oposição não prevalecerá. Também não significa que Deus na execução de Seus decretos aniquila a vontade do homem. Não obstante, significa, que Deus pode, e exerce uma influência tal sobre o espírito do homem como para fazer o que quisera (Sl 110.3; Fp 2.13).

 

PROPÓSITO DA ELEIÇÃO: o propósito imediato da salvação dos eleitos (Rm 11.7-11; 2Ts 2.13). o propósito final é a glória de Deus (Ef 1.6,12,14).

 

Os crentes são escolhidos antes da fundação do mundo (2Tm 1.9) em Cristo (Ef 1.4), para adoção (Ef 1.5), boas obras (Ef 2.10), conformidade com Cristo (Rm 8.29), salvação da ilusão do anticristo e do julgamento do engano (2Ts 2.13), glória eterna (Rm 9.23).

 

 

 

 

 

EXPIAÇÃO

 

O hebraico Kaphar, propiciar, expiar o pecado, cobrir. Pelas Escrituras, o sacrifício da lei apenas cobria o pecado do ofertante e garantia-lhe o perdão divino. Os sacrifícios do V.T. jamais removiam o pecado do homem, “Porque é impossível que sangue de touros e de bodes remova pecados” (Hb 10.4). A oferta israelita implicava em confissão de pecados e no reconhecimento de que a morte era a penalidade que ele merecia; e Deus “passava por cima” (Rm 3.25) do seu pecado em antecipação do sacrifício de Cristo que, finalmente, “tirou” os pecados “anteriormente cometidos” (Rm 3.25; Hb 9.15,26). A palavra expiação não ocorre no N.T., a palavra em Rm 5.11 é reconciliação.

 

Na Teologia, é um termo que cobre toda a obra sacrificial e redentora de Cristo.

 

As ofertas hebraicas “cobriam” o pecado de Israel e em antecipação da cruz, porém, não os “tirava” (Hb 10.4). Os pecados que foram cometidos no período do V.T., que eram “cobertos” provisoriamente através dos sacrifícios levíticos, são aqueles que Deus deixou “impunes” (Rm 3.25, porque a justiça de Deus até então não fora vingada, até que, Jesus Cristo, na cruz, fosse proposto como propiciação. Concluísse então que foi a cruz e não os sacrifícios levíticos que proporcionou a redenção total e completa. Esses sacrifícios do V.T. tipificavam a cruz. Para com os ofertantes eles eram uma confissão de que não conseguiram cumprir a lei e mereciam então a morte. Os israelitas tinham o que chamavam de “O Dia da Expiação”, considerado o dia mais importante do seu calendário, sendo hoje conhecido como “Yom Kippur”. Esse era o único dia em que o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos (Ex 30.10; comp. Hb 9.7,8). Nesse dia, os pecados eram confessados e expiados.

 

Um sacrifício expiatória cobre a transgressão, para nunca ser considerada e, portanto, punida. Cristo fez tal sacrifício. Seu sacrifício foi em prol de homens pecadores, com isso, Ele pagou a penalidade devida, encobrindo os pecados daqueles que nEle crêem. A expiação de Cristo foi eterna, uma única vez para todo o sempre, através do Seu próprio sangue, Ele sofreu pelos injustos, sem sequer ter cometido pecado (2Co 5.21; 1Pe 2.24). Cristo cumpriu assim o significado das ofertas do V.T., fazendo que se tornassem obsoletas (Hb 9.12-28).

 

Uma vez que os pecados são expiados, há então a reconciliação com Deus.

 

A NECESSIDADE DA EXPIAÇÃO: é evidenciada por três coisas:

1)      a universalidade do pecado (1Rs 8.46; Sl 14.3; Ec 7.20; Rm 3.23);

2)      a seriedade do pecado (Hc 1.13; Is 59.2; Pv 15.29; Mc 14.21; Cl 1.21; Hb 10.27);

3)      a incapacidade do homem em resolver o problema do pecado (Nm 32.23; Sl 20.9; Rm 3.20; Cl 3.16). [7]

 

 

 

 

 

 

Pistis (grego), 240 vezes, fé, confiança em outro, o que causa a fé, o que garante a fé. Pistos (grego), 77 vezes, digno de fé, crível, fé, confiança.

 

TERMOS BÍBLICOS PARA FÉ: a palavra mais comum no V.T. para crer é he’emim, significando estar firme, imutável, estabelecido e hiphil, considerar-se estabelecido, considerar como verdadeiro, crer. Outra palavra importante é butach, confiar em, apoiar-se sobre, possuir fé e chasah, com menos frequência, esconder em, fugir para se refugiar. No N.T. o uso do verbo pisteuein (grego), 98 vezes. A fé salvadora dar-se pelo fato de uma submissão e confiança em Cristo.

 

FIGURATIVAMENTE: como que uma olhada em direção a Jesus (Jo 3.14,15; Nm 21.9); também é mencionado que ter fé como que se fosse ter fome e sede, ou comer e beber (Mt 5.6; Jo 6.50-58; 4.14); também como figura em vir a Cristo e recebê-Lo (Jo 5.40; 7.37,38; 6.44,65; 1.12).

 

CONCEITOS DE FÉ:

1)        Fé Histórica: esta é uma fé humana e não divina. A pessoa aceita as verdades das Escrituras, como aceita uma história em que não tem interesse (M 7.26; At 26.27,28).

2)        Fé Milagrosa: a fé em milagres, podendo ser em sentido ativo ou em sentido passivo e pode vir acompanhada ou não da fé salvadora (Mt 8.10-13; 17.20; Mc 16.17,18; Jo 11.22,25-27; At 14.9).

3)        Fé Temporal: não é uma fé permanente, sendo que esta pode surgir em tempos de prova ou perseguição (Mt 13.21).

4)        Fé Salvadora: uma convicção segura que é operada no coração do homem por meio do Espírito Santo, fazendo com que o homem tenha uma nova vida, sendo Cristo o objeto da fé salvadora.

 

A fé consiste no exercício da alma, em que esta se entrega aos cuidados do verbo divino, para que o indivíduo seja transformado segundo a Sua imagem (Rm 8.29; 2Co 3.28). Existe a fé como um corpo de doutrina, notamos isso em Judas 3.

 

A fé é o que nos faz reconhecer a realidade das coisas espirituais (Hb 11.1). A fé é possível a todos os homens, é ordenada (Mc 11.22; 1Jo 3.23). Pregar a Palavra é um meio pelo qual se produz a fé (Jo 17.20; At 8.12; Rm 10.14,15,17; 1Co 3.5). A fé em Cristo é um dom de Deus (Rm 12.3; Ef 2.8; 6.23; 1Jo 3.23). É uma operação do próprio Deus (At 11.21; 1Co 2.5), vem acompanhada pelo arrependimento e juntamente com o arrependimento a fé forma a conversão (Mc 1.15; Lc 24.47; At 20.21). A fé é o meio, o canal da salvação (Ef 2.8). O objeto e o Autor da fé é o próprio Cristo (Hb 12.2). Nos é dito que é um dom do Espírito (1Co 12.9). Verificamos que “Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11.6). A verdadeira fé é demonstrada através de nossas obras (Ef 2.10; Hb 11). Tudo aquilo que é feito sem fé é pecado (Rm 14.23).

 

 

 

 

 

GRAÇA

 

Favor imerecido. A palavra grega cháris, graça, graciosidade, amabilidade, favor, graças, gratidão. A graça envolve termos como: perdão, salvação (em seu aspecto inicial, progressivo e final), a regeneração, arrependimento, amor, longanimidade e a misericórdia de Deus. Deus é o Pai de toda graça (1Pe 5.10; 1Co 1.4; 2Co 4.15).

 

O V.T. ensina que o novo coração é o dom da graça divina (Jr 31.31-34).

 

A palavra cháris, nas Epístolas de Paulo é usada cerca de 100 vezes, das 155 no N.T. O apóstolo Paulo chama de charisma (grego) o revestimento pessoal com graça. Em Rm 12 e 1Co 12, o apóstolo desenvolve o significado deste revestimento espiritual especial para a vida da comunidade.

 

Em Hb 4.16, notamos três conceitos da palavra graça:

1)        nós nos dirigimos ao trono da graça, o lugar de onde Deus governa o universo e de onde emana essa qualidade divina que nos é concedida;

2)        podemos nos aproximar com ousadia ao trono da graça para pedirmos misericórdia e bênçãos na hora da necessidade;

3)        a graça de Deus atende às nossas necessidade, e isso não pelos nossos méritos ou insistência nossa ou qualquer outra coisa.

 

DIVERSOS ASPECTOS DA VERDADE SEGUNDO PAULO: a graça de Deus é manifestada (Tt 2.11; Rm 5.15,17; 2Co 8.9); esta graça fora manifestada através da salvação que Deus nos providenciou (Rm 3.24; 5.20; Ef 2.5-8); a graça é o princípio operante de Deus em relação a Seus filhos (Gl 5.4); a graça supre as necessidades diárias do filho de Deus (Hb 4.16; Fp 4.19); vem a o estado que nos encontramos pela graça de Deus (Rm 6.14; 5.2). [8]

 

A graça pode indicar as bênçãos e os benefícios especificamente adquiridos por Jesus Cristo (Rm 5.15,17; 1Co 16.23). Paulo usa desta palavra como uma fórmula epistolar, um maneira de desejar o bem-estar espiritual, ocorre sempre no início e no fim das mesmas.

 

Pode indicar galardão ou então recompensa (Mt 5.46, Mc 6.32-34).

 

A graça está em contraste com a lei. Sob a lei, Deus exige justiça do homem, sobre a graça, Deus concede justiça ao homem (Rm 3.21-24; 8.3,4; Gl 2.16; Fp 3.9). em sua plenitude, a graça começou com o ministério de Cristo envolvendo sua morte e ressurreição, pois Cristo veio para morrer pelos pecadores (Jo 1.17; Mt 11.28-30; 16.21; 20.28; Rm 3.24-26; 4.24,25). Havia graça antes de Cristo vir, conforme a provisão do sacrifício para os pecadores (Ex 20.24-26; Lv 5.17,18; 17.11). A diferença entre a dispensação anterior e a atual, é que hoje a graça reina (Rm 5.21), pois o único Ser que tem o direito de julgar os pecadores (Jo 5.22) está agora assentado no trono da graça (Hb 4.14-16), não imputando ao mundo as suas transgressões (2Co 5.19).

 

A graça eficaz quem produz é o próprio Deus, representa a aceitação da graça para salvação. A morte de Cristo é suficiente para todos, mas eficaz somente para os que se apropriam dela. A graça irresistível se diz a que o eleito não pode resistir a graça de Deus. Graça comum é a que é recebida por toda a humanidade.

 

 

 

 

 

IMPUTAÇÃO [9]

 

Logidzomai (grego), colocar na conta de, imputar, reconhecer, 40 vezes. Imputar vem do latim in e putare, considerar, resultando no sentido de “por na conta de”.

 

Imputação é o ato de Deus através do qual Ele atribui justiça ao crente em Cristo, que assumiu os pecados do crente para vindicar a lei. [10]

 

Em Teologia, consiste na atribuição de culpa ou de mérito a uma pessoa, com base na culpa ou mérito de outrém. Verificamos que assim como a fé foi de Abraão lhe foi considerada como justiça, assim também a fé do crente lhe é imputada como justiça (Rm 4.3; 6.9,11,22; Gl 3.6). Deus não imputa pecado ao indivíduo, mas sim, perdoa o seu pecado e o considera como justo por causa de Cristo (Rm 4.7; 2Co 5.19). envolve também a comunicação do divino poder transformador. Imputar é atribuir vicariamente.

 

O pecado nos fora imputado em virtude do primeiro Adão (Gn 3; Rm 5.12-21; 1Co 15.21), da mesma forma, a justiça e a retidão nos são imputados por meio do segundo Adão, que é Cristo (Rm 5.18). o fato de Alguém ter assumido o pecado de Adão e ter sido punido por causa disso, chamamos de atribuição imediata em Teologia. O pecado do homem é imputado a Cristo, o que fez com que Ele levasse sobre Si o pecado do homem, para que Deus julgasse nEle o pecado do homem (2Co 5.21; Gl 3.13).

 

O exemplo clássico dessa doutrina nos é dado pelo apóstolo Paulo. Ao escrever uma carta a Filemom, Paulo menciona que se Onésimo lhe devia alguma coisa, que isso fosse lançado em sua própria conta (Fm 17,18). Da mesma forma como Paulo assumiu a dívida de Onésimo, pedindo a Filemom, a quem o servo havia ofendido, que lançasse o débito em sua conta, Cristo o fez por nós. A dívida que tínhamos com Aquele que havíamos ofendido, Ele tomou sobre Si nosso débito e colocou Sua justiça em nossa conta.

 

GRANDES FATOS DA IMPUTAÇÃO:

1)        o pecado de Adão é atribuído a todos os homens, registrando na verdade o que já é nosso (Rm 5.12);

2)        o pecado da humanidade foi imputado por Deus, o Pai, a Cristo, registrando na conta de Jesus o que realmente não era dEle. Este foi um ato judicial, mediante o qual a minha culpa, o meu pecado, foi atribuído a Ele (Is 53.4-6), nesta passagem encontramos a transferência, a imputação, o ajuste de contas, no qual Deus, o Pai computou na coluna de débito do Deus Filho, aquilo que realmente não Lhe cabia. O mesmo ensino se vê em 2Co 5.21, note aí que Deus Pai não faz de Deus Filho pecador, pois se Jesus Cristo fosse pecador não poderia ser um substituto para o pecador, nem levar pecados sobre Si. Deus, o Pai, não fez dEle um pecador, mas sim O fez pecado. Pedro ensina a mesma verdade (1Pe 2.24,25). Portanto, Deus atribuiu a Jesus os nossos pecados;

3)        a justiça de Cristo é lançada na conta do crente, sendo gratuitamente atribuída a quem recebe a Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador Pessoal, Ele está imputando ao pecador o que não lhe pertence (Rm 1.16,17; 3.21,22; 10.3; Fp 3.8,9; 2Co 5.21).

 

Como se vê, no primeiro ato da imputação, Deus registrou nossa dívida na coluna de débito do livro Razão; no segundo ato, Deus apagou a entrada feita nessa coluna e a debitou na conta de Jesus Cristo; no terceiro ato, Deus lançou na coluna de crédito de nossa conta toda justiça de Cristo, para que pudéssemos ter um saldo positivo diante de Deus. Tudo o que está em Cristo Jesus é registrado em nossa conta na coluna de saldo positivo porque, pela fé, somos unidos a Ele, tornando-nos dEle e Ele se torna nosso (Cl 2.9,10). A justiça de Deus não é imputada ao mundo, mas somente aos que aceitaram a Jesus Cristo como Salvador Pessoal. Jesus Cristo sofreu a morte física e espiritual em nosso lugar, como nosso substituto, a fim de que Sua justiça fosse lançada em nossa conta (Hb 10.14; 9.14).

 

 

 

 

 

INTERCESSÃO

 

Entynchano (grego), pedir, apelar, encontrar, voltar-se para, aproximar-se, fazer petições, orar, interceder. Hyperentynchano (grego), rogar, interceder. Densis (grego), 18 vezes, pedido, intercessão, petição. Enteuxis (grego), 7 vezes, oração, pedido, intercessão.

 

Intercessão vem do latim, intercedere, ficar entre. Interceder é apelar em favor de alguém. Quando nós aplicamos a palavra à oração, ela dá a entender as intercessões feitas diante de Deus. No grego, é entugchano, 5 vezes no N.T. (At 25.24; Rm 8.26,34; 11.2; Hb 7.25). o indivíduo se aproxima do poder divino com o intuito de fazer suas petições.

 

No V.T. encontramos vários exemplos de intercessão (Jó 1.5; 42.8; Sl 20; 25.22; Is 6; 25; 26; 37; Jr 10.23; 14.7; Ez 9.8; 11.13; Dn 9.16-19). Abraão intercedeu em favor dos sodomitas (Gn 18.22-33). Moisés intercedeu pelo povo rebelde de Israel (Ex 32.31,32) e Samuel seguiu esse mesmo exemplo (1Sm 15.11). No N.T. vemos Cristo nos ensinando a necessidade de intercedermos até mesmo por nossos inimigos (Mt 5.44), sendo que Ele próprio nos deu o exemplo (Lc 22.32; Jo 17); esse exemplo fora imitado pela Igreja Primitiva (At 12.5-12; 13.3). Aprendemos que o Espírito Santo intercede por nós (Rm 8.26), da mesma forma que o faz agora Cristo exaltado (Hb 9.24). A intercessão é a confissão de nossas necessidades e de que dependemos de Deus.

 

Os crentes devem interceder tanto pelos irmãos como pelos descrentes e pelas autoridades (1Tm 2.1,2; Tg 5.14-16; 2Co 1.11; Is 62.6,7; Ef 6.18; Gn 24.12-14; Jr 28.7). Negligenciar a oração intercessória é pecado (1Sm 12.23).

 

Temos vários exemplos bíblicos de intercessão: Abraão (Gn 18.23-32); Moisés (Ex 8.12; 32.11-13); Salomão (1Rs 8.30-36); Davi (Sl 25.22); Daniel (9.3-17); Pedro e João (At 8.15); Paulo (Cl 1.9,12); Cristo (Jo 17).

 

A intercessão se fundamenta na morte e ressurreição de Cristo (Rm 8.34; Hb 7.25).

 

 

 

 

 

JUSTIFICAÇÃO

 

Declarado justo. Justificação é o ato judicial de Deus através do qual Ele declara justamente e trata como justo aquele que crê em Jesus Cristo. A pessoa culpada fica isenta da punição merecida por causa da morte substitutiva de Jesus Cristo.

 

“A justificação significa realmente a reintegração do homem, na sua verdadeira relação com Deus. É, então, considerado como justo, aceito perante Deus como reto com respeito à lei divina, sendo, portanto, restaurado a  sua primitiva posição. E deste modo a justificação é muito mais do que o perdão, embora o perdão seja, necessariamente, uma parte da justificação”.

 

O tempo da justificação consiste desde toda a eternidade; presente, passado e futuro da nossa vida: “Quem já se banhou (justificação), não necessita de lavar senão os pés (perdão) (Jo 13.10). (Sl 25.6; 103.17).

 

Os termos usados para justificação, no grego, são: Dikaios (justo); Dikaiosis (justificação, defesa, reclamação dum direito); Dikaioo (ter ou reconhecer como justo).

 

            TERMOS BÍBLICOS PARA JUSTIFICAÇÃO:

            No Velho Testamento: o termo é hitsdik, declarar judicialmente que o estado de alguém está em harmonia com as demandas da lei (Ex 23.7; Dt 25.1; Pv 17.15; Is 5.23).

 

            No Novo Testamento:

1)      o verbo dikaioo, declarar justo uma pessoa (Mt 12.37; Lc 7.29; Rm 3.4);

2)      a palavra dikaios é usada a alguém quando segundo o juízo de Deus, sua relação com a lei é a que seja conveniente, ou quando a vida que leva é tal como requer a relação judicial que guarda com Deus;

3)      Dikaiosis, justificação (Rm 4.25; 5.18).

 

“Justificar” no sentido bíblico é executar uma relação objetiva, um estado de justiça, mediante sentença judicial. O sentido usual de justificação no Novo Testamento é: mediante imputação a uma pessoa a justiça de outra, é dizer, contanto, como justo, mesmo que anteriormente seja injusto.

 

A NATUREZA E AS CARACTERÍSTICAS DA JUSTIFICAÇÃO: a justificação é um ato judicial de Deus no qual Ele declara, sobre a base da justiça de Jesus Cristo que todas as demandas da lei estão satisfeitas com respeito ao pecador. Os que são justificados tem “paz com Deus”, “Segurança da salvação” (Rm 5.1-10) e uma herança entre os que são santificados (At 26.18).

 

ELEMENTOS DA JUSTIFICAÇÃO:

1)        O elemento negativo: a remissão dos pecados sobre a base de obra expiatória de Jesus Cristo. Este elemento se baseia em forma mais particular, se bem que não de maneira mais exclusiva sobre a obediência passiva do Salvador;

2)        O elemento positivo: a obediência ativa de Cristo. Se distingue em duas partes:

a)    adoção de filhos, todos os crentes são filhos de Deus por adoção (Jo 1.12; Rm 8.15,16; Gl 3.26,27; 4.5,6);

b)   o direito da vida eterna (Jo 8.17,23,29,30).

 

A ESFERA EM QUE OCORRE A JUSTIFICAÇÃO:

1)        a justificação ativa ou objetiva, consiste em uma declaração de Deus a respeito do pecador e que se pronuncia no tribunal de Deus. O perdão dos pecadores;

2)        a justificação passiva ou subjetiva, tem lugar no coração ou consciência do pecador. A justificação passiva é consequência da fé; somos justificados pela fé.

 

JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ: o ato da fé é o instrumento pelo qual nos apropriamos a Cristo e sua justiça (Rm 3.25,28,30; 5.1; Gl 2.16; Fp 3.9).

 

BASE DA JUSTIFICAÇÃO:

1)        negativamente, esta não pode encontrar-se em nenhuma virtude do ser humano e nem em suas boas obras. As Escrituras nos ensinam que o homem é justificado pela graça de Deus (Rm 3.24), e que não é possível ser justificado por obras da lei (Rm 3.28; Gl 2.16; 3.11);

2)        positivamente, a base da justificação pode fundamentar-se em nada mais que a justiça perfeita de Jesus Cristo (Rm 3.24; 5.9,19; 8.1; 10.4; 1Co 1.30; 6.11; 2Co 5.21; Fp 3.9).

 

CONSIDERAÇÕES EM TORNO DA JUSTIFICAÇÃO: trata-se de um ato divino (Rm 8.33); ela vem pela fé, independentemente das obras (At 15.1; Rm 3.28); ela é imputada, lançada na conta (Rm 3.22); é conferida ao homem mediante a expiação pelo sangue (Rm 5.9); ela produz a bem-aventurança espiritual (Rm 4.6-8); ela estabelece a paz com Deus (Rm 5.1).

 

A justificação é um ato declarativo de Deus (Rm 3.25,26).

 

O QUE ESTÁ ENVOLVIDO NA JUSTIFICAÇÃO?

1)        A Manifestação da Justiça Divina (Rm 3.21,22a). Por meio da lei, os pecadores nunca poderiam ter conseguido a sua justificação. Somente Deus pode atribuir a Sua justiça ao homem (Is 45.24,25).

2)        A Imputação da Justiça Divina (Rm 3.22b,25a). A justificação trata-se de um ato declarativo. O único meio para isso é que Jesus Cristo levou sobre si a culpa do pecador. Há duas coisas aqui a considerar:

a)    nossos pecados são colocados na conta de Cristo, sendo assim, a nossa condenação e culpa são inteiramente removidos;

b)   a justiça de Deus é colocada em nossa conta, podendo assim então obtermos a posição de justos.

3)        A Vindicação da Justiça de Deus (Rm 3.25b,31). Pela morte de Cristo podemos reclamar a justificação de Deus. Se esta justificação viesse através da observância da lei, ela só poderia ser obtida por aqueles que tivessem a lei. Mas, não é isso o que ocorre, pois ela é por meio da fé, o que indica que todos tem uma oportunidade, mesmo judeus como gentios, sem qualquer tipo de preferência ou parcialidade.

 

RESULTADOS DA JUSTIFICAÇÃO: vemos isso claramente em Romanos 5.1 e 2:

1)      Jesus Cristo é a base da justificação;

2)      Fé é a condição essencial exigida na justificação;

3)      A remissão da pena traz a paz com Deus;

4)      A restauração na graça, pela fé, por uma nova atitude para com Deus.

 

 

 

 

 

PREDESTINAÇÃO

 

Proorizo (grego), determinar previamente as fronteiras, predestinar, 6 vezes. O N.T. usa somente quando Deus é o sujeito, expressa o pensamento de determinar uma situação para uma pessoa, ou de determinar uma pessoa para uma situação, com antecedência. Protasso (grego), arranjar com antecedência. Protithemai (grego), propor. Proetomazo (grego), preparar com antecedência. Procheirrizo (grego), nomear de antemão. Procheirotoneo (grego), escolher de antemão. Problepo (grego), prever. Proginosko (grego), conhecer de antemão, saber antes, 5 vezes.

 

O profeta Isaías nos mostra que os propósitos de Deus são eternos, que o Senhor planejou tanto os acontecimentos presentes como os futuros desde “há muito”, “desde os dias remotos” (Is 22.11; 37.26; 44.6-8; 46.10).

 

Predestinar significa destacar ou determinar de antemão. “A predestinação inclui a salvação dos eleitos e também todos os outros atos e acontecimentos no universo, tanto bons como ruins (At 4.27,28)” [11]

 

“Dentro do predestinado plano total de Deus, é preciso distinguir entre duas classes de acontecimentos decretados: 1) acontecimentos divinamente causados, como a salvação dos eleitos; e 2) acontecimentos divinamente permitidos. Dizer que Deus predestinou os atos maus dos homens não significa que deus causou tais atos, pois isso faria de Deus o autor do mal. Antes significa que Deus, conhecendo de antemão como os homens agiriam sob variadas circunstâncias, determinou de antemão permitir que agissem assim; deixando os homens totalmente responsáveis pelo que fazem (Lc 22.22”.  [12]

 

Predestinação é o exercício eficaz da vontade de Deus pelo qual as coisas de antemão determinadas por Ele são levadas a acontecer.

 

Paulo, nos ensina que somos predestinados segundo a imagem de Cristo (Rm 8.29). No verso seguinte, o apóstolo especifica o fim visado pelos tratos de Deus com os homens, a saber: justificar os que são chamados, e dar-lhes a participação na Sua glória.

 

De conformidade com os ensinos de Paulo em Romanos 8.28-30, a base da predestinação está na presciência divina, portanto, aquele que no dia do juízo for rejeitado, Jesus nunca o conheceu (Mt 7.21-23), mas aquele que ama a Deus, é por Ele conhecido (1Co 8.3; Gl 4.9). A Bíblia, em lugar algum, indica que os não salvos são predestinados para o inferno. Paulo nos recorda que somos predestinados por amor a sermos filhos adotivos de Deus (Ef 1.5; Rm 8.15).

 

 

 

 

 

PROPICIAÇÃO

 

Satisfação. Deus satisfez. Hilasterion (grego), aquilo que expia ou propicia ou também a oferta que busca a propiciação. Também é usada para designar a cobertura da arca. Hilasmos (grego), refere-se a Cristo como sendo a nossa propiciação e a expiação do V.T. (1Jo 2.2; 4.10; Lv 25.9). Hilaskomai (grego), propiciação, 8 vezes. No V.T. temos as palavras exilaskomai, 105 vezes, kipper, cobrir. A idéia é a de evitar a ira de Deus. Há o Dia da Expiação (Lv 16).

 

Por propiciação queremos dizer que Cristo satisfez completamente as justas exigências de um Deus santo quanto ao julgamento do pecado, com a Sua morte na cruz do calvário. A palavra chave em propiciação é satisfação, Deus satisfez.

 

Deus, por direito, exige a pena de uma lei que foi quebrada. Não pode libertar o pecador até que as exigências da justiça sejam cumpridas. A morte de Cristo satisfez completamente essas exigências.

 

Portanto, a intenção é satisfazer a justiça de um Deus santo, e não aplacar a ira de um Deus vingativo. Isso faz com que Ele possa exercer a Sua misericórdia e justiça.

 

A necessidade da propiciação vê-se no fato de que a humanidade está rodeada pelo pecado, por isso a ira de Deus se manifesta contra ela. A morte de Cristo, propiciou Deus, fazendo com que a Sua ira fosse sustada e com que aqueles que aceitassem o sacrifício de Seu Filho fosse por Ele aceitos em Sua família.

 

A extensão da obra propiciatória de Cristo é de caráter universal, ou seja, pelo mundo todo, e o apóstolo Paulo nos ensina que a base para tal propiciação é o Seu sangue que fora derramado (Rm 3.25).

 

Antes da morte de Cristo, o homem não poderia saber se Deus ficaria satisfeito com o sacrifício que este Lhe oferecesse. É nesse sentido que o publicano orou: “ó Deus, sê propício a mim, pecador” (Lc 18.13). hoje, isso já não é mais necessário, pois Deus já fora propiciado por meio da morte de Cristo.

 

Paulo, demostra que a necessidade da propiciação é devido a que todo o mundo é tido como pecaminoso (Rm 3.9-23; 5.12), por isso é requerido a justiça de Deus (Rm 3.25,26).

 

Cristo mesmo é o Hilasmos, ou seja, aquilo que propicia, bem como o hilasterion, isto é, o lugar da propiciação.

 

 

 

 

 

RECONCILIAÇÃO

 

Katallasso (grego), reconciliar, efetuar muança, transformar, 6 vezes. Katallage (grego), reconciliação, 4 vezes. Apollasso (grego), libertar, soltar. Diallassomai (grego), ficar reconciliado. Apokatallasso (grego), reconciliar, mudar da inimizade para amizade, 3 vezes. Diallaktes (grego), reconciliador. Sunallassoo (grego), reconciliar.

 

A reconciliação é a primeira obra de Deus da qual o homem recebe benedícios eternamente. Nota-se que: o Pai a planejou, o Filho a executou e o Espírito Santo a revelou.

 

O incrédulo é considerado como sendo inimigo de Deus (Rm 5.10; Cl 1.21), havendo então uma barreira entre Deus e o homem, chamada de inimizade (Ef 2.15,16). O tirar desta barreira, biblicamente chama-se reconciliação, sendo que a Cruz é a base desta reconciliação (Ef 2.16; Cl 1.20). O salvo é então colocado no Corpo de Cristo e é feito uma nova criatura (1Co 12.13; 2Co 5.17). este é então separado para Deus e declarado justo perante o próprio Deus (Hb 10.10-14; Rm 3.24; 5.1,8-11) e espera a glorificação (Rm 8.23).

 

No V.T. a reconciliação era obtida por meio do sacrifício de ofertas pacíficas (Lv 3; 6.30; 7.37,38; 8.15).

 

Paulo ensina que o salvo recebe o ministério da reconciliação e é para este testificar desta mesma reconciliação (2Co 5.20; comp. Lv 3.6-11).

 

O alcance da reconciliação é visto nos salvos ao crerem (Rm 5.10,11; 2Co 5.15,18); no mundo provisoriamente (Rm 5.18,19; 2Co 5.15,19) e em todas as coisas (Cl 1.20-22).

 

Reconciliação é especificamente um ato de Deus, pois é Ele quem toma a iniciativa. O objeto desta reconciliação é o homem por causa do seu pecado, realizada através de Cristo em Sua morte na Cruz do Calvário, tirando assim o estado de inimizade do homem com Deus.

 

Reconciliar é devolver a unidade, a harmonia, a tudo aquilo que antes era alienado. Os homens são exortados a se reconciliarem com Deus (2Co 6.19,20).

 

 

 

 

 

REDENÇÃO

 

Lutron (grego), preço de soltura, resgate, preço de resgate, 3 vezes. Lutroo (grego), resgatar, redimir, libertar pelo pagamento de um preço, 3 vezes. Lurosis (grego), Apolutrosis (grego), redenção, soltura, libertação. Palavras hebraicas: padâh, resgatar, redimir; gaal, redimir, agir como parente; goel, redentor.

 

O significado de redenção é libertar pagando um preço. Libertar da escravidão ou de algum domínio sobre outrem. Para os judeus a figura da redenção é tida na libertação divina da escravidão no Egito como evento mais notável do V.T. Essa redenção fora feita de duas maneiras: 1) por meio do sangue do cordeiro (Ex 12.1-13); e 2) a libertação do poder do inimigo (Ex 12.26,27; 13.13,14). Para os gentios, o sentido é o de libertar um escravo, cuja liberdade era paga (1Pe 1.18).

 

A redenção trata da morte de Cristo e o preço do resgate que Ele pagou para providenciar a salvação. A palavra Agoradzo (grego) significa que redenção é um ato de comprar, entrar no mercado e comprar. Isto é verificado pelo fato de Cristo ter entrado no mercado do pecado e então comprou, pagando com o Seu próprio sangue (1Co 6.20; 7.23; 2Pe 2.1; Ap 5.9; 14.3,4).

 

No V.T. verifica-se que a redenção é obra do poder de Iahweh (Dt 15.15) ou de Seu amor (Sl 44.27). De acordo com o costume israelita, era possível para alguém ser redentor em causa própria (Lv 25.49). O livro de Rute nos apresenta a figura do Goel, um parente chegado que tinha o direito de redimir. É mencionada a redenção nacional do povo de Israel (Ex 6.6; 15.13; Sl 78.35; Jr 31.11; 50.33,34); bem como a redenção individual (Ex 13.13-15; Nm 3.41; Jó 19.25); também é mencionada a redenção de propriedade, nome e vida (Lv 25.25-34; Rt 4.4-6; 3.4; Mt 22.23-33; Nm 35.12-34; Js 20.1-6).

 

O apóstolo Paulo nos ensina que Cristo se tornou a nossa redenção (1Co 1.30). Diz que redenção mediante o sangue de Cristo é a remissão dos pecados (Ef 1.7; Cl 1.14).

 

De acordo com os seus ensinos, Cristo é o agente da redenção (Rm 3.24), realizado por meio da encarnação (Jo 1.12-14).

 

A redenção é apresentado no aspecto passado, pois o resgate já foi pago na Cruz por Cristo. A compra já fora feita pelo sangue. Paulo nos ensina que aquele que confia no sangue de Cristo é redimido (Rm 3.24,25), com isso é libertado da condenação, bem como da pena do pecado (Rm 8.1). Há também o aspecto presente, no qual o crente é libertado do poder do pecado (Rm 6.14), outro lugar no qual o apóstolo Paulo nos ensina que recebemos a redenção da vida, ou libertação do poder do pecado está em Tito 2.14. Por último, a redenção no futuro, onde o corpo do crente é redimido, completando assim o redenção (Rm 8.23), isso acontecerá na segunda vinda de Cristo (1Co 15.52; Fp 3.21).

 

 

 

 

 

REGENERAÇÃO

 

Hanagenao (grego), 2 vezes, regenerar, fazer nascer de novo. Genao (grego), nascer, ser gerado, renascido de cima. Paligenesia (grego), 2 vezes, regeneração, novo nascimento (Mt 19.23; Tt 3.5). Apokuéo (grego), 2 vezes, dar a luz, gerar.

 

A regeneração é uma mudança radical, operada pelo Espírito Santo na alma humana ou na própria pessoa, por meio do Evangelho, e na qual a disposição moral do homem se torna semelhante a de Deus, tornando-se o homem unido com Jesus Cristo. O Espírito Santo é O Autor da regeneração.

 

O testemunho bíblico mais importante da regeneração está demonstrado no diálogo que Jesus Cristo teve com Nicodemos (Jo 3).

 

Paulo nos ensina a necessidade da regeneração devido ao homem natural ser morto em seus delitos e pecados e que o homem regenerado é vivificado por Jesus Cristo (Ef 2.1-3; 2Co 5.17). as Escrituras afirmam a necessidade da regeneração (Jo 3.3; 1Co 2.14; Gl 6.15; Jr 13.23; Rm 3.11; Ef 2.3,4).

 

Verifica-se que a regeneração é uma mudança muito mais profunda do que o arrependimento, visto é visto na mudança radical de consciência na parte do homem que este sente-se como que se tivesse uma nova consciência. Há também uma mudança radical em relação a vontade do homem, pois este deixa de fazer a sua vontade para então fazer a vontade de Deus. Na regeneração o homem passa a pensar de modo diferente, sentir de modo diferente e querer de modo diferente; tudo se transforma (2Co 5.17).

 

Os Resultados da regeneração:

1)        o homem é feito um novo homem, uma nova criatura (2Co 5.17), o homem passa a ser moralmente semelhante a Deus, por isso, Deus passa a ser Pai verdadeiro do homem e este a ser um verdadeiro filho de Deus (Jo 1.12; Gl 3.26; Rm 8.15);

2)        o Espírito Santo passa a habitar no crente (1Co 3.16; 6.19; Rm 8.9-11);

3)        o homem é liberto da escravidão da carne (Rm 8.2,9);

4)        não vive mais na prática do pecado (1Jo 2.29);

5)        obtém vitória sobre o mundo (1Jo 5.4; 2.15-17; Ap 3.4,5).

 

Na queda o homem perdeu a semelhança moral com Deus, na regeneração, esta semelhança é novamente reatada.

 

A regeneração é um ato instantâneo, acontece uma única vez na vida, portanto não é um processo. O Espírito Santo é o agente pelo meio do qual a regeneração se opera, tendo como meio o poder do Evangelho. É somente o Espírito Santo quem pode regenerar a alma, Ele é a própria causa da regeneração (Ez 11.19; Jo 1.13; At 16.14; Rm 9.16; Fp 2.13).

 

O que o homem faz é um duplo ato de fé:

1)      a Palavra Escrita é recebida e crida (Tg 1.18; 1Pe 1.23; At 2.41; 1Co 4.15) e

2)      a Palavra Viva é crida e recebida (Jo 1.12; Gl 3.26; 1Jo 5.1).

 

O batismo é um ato exterior que simboliza a regeneração, não tem qualquer ato salvífico em si mesmo, demonstra uma transformação exterior da pessoa.

 

 

 

 

 

REMISSÃO

 

Aphesis (grego), remissão, perdão, 17 vezes. Paresis (grego), passar por alto pelo pecado, passar por cima, deixar de lado, 1 vez, em Romanos 3.25, Cristo morreu e assim manifestou a justiça de Deus visto que no passado Deus apenas havia passado por cima dos pecados de toda a humanidade. Aphiemi (grego), perdoar, 142 vezes no N.T.

 

A remissão dos pecados é obtida exclusivamente através do sangue de Cristo (Mt 26.28; Rm 3.25; Cl 1.14; Hb 9.22). busca-se separar o pecado do pecador.

 

A Ceia do Senhor é um meio pelo qual nos relembramos do efeito reconciliador da morte de Cristo, quando é dito “... sangue... para remissão de pecados” (Mt 26.28).

 

Remissão nos dá a idéia de que no momento em que somos perdoados, os nossos pecados são separados de nós e ficamos livres da culpa deles.

 

Quando Cristo remove o pecado pelo sangue remidor de Jesus Cristo, ficamos redimidos, libertados e perdoados.

 

 

 

 

 

RESSURREIÇÃO

 

Anastasis (grego), ressurreição; Anazao (grego), voltar à vida, viver de novo; Egeiro (grego), acordar, despertar, levantar.

 

O V.T. dá exemplos de ressurreição: Elias ressuscitou a filha da viúva de Sarepta (1Rs 17.17-22); Eliseu ressuscitou o filho da Sunamita (2Rs 4.18-37); um homem que fora lançado apressadamente no sepulcro de Eliseu ressuscitou (2Rs 13.20,21). A ressurreição também é exemplificada pela descrição do vale dos ossos secos (Ez 37.1-17).

 

Um dos ensinamentos mais importantes do V.T. era a ressurreição dos mortos, conforme Hebreus 6.2 nos ensina. No V.T., encontramos a promessa da ressurreição (Jó 19.25-27; Is 26.19; Dn 12.2,3). Há a promessa de Cristo, o Messias, iria ressuscitar da morte (Sl 16.9-11; cf. At 2.30,21; Sl 22.22,23; 118.22-24).

 

Primeiro, vem a ressurreição dos mortos.

Segundo, a ressurreição é de caráter universal, portanto, está destinada a todos os homens.

Terceiro, é mencionado dois tipos de ressurreição: para a vida e para a morte, a ressurreição para o justo e para o injusto.

 

No N.T., a promessa torna-se em cumprimento, Cristo ressuscitou dentre os mortos (At 2.25-31). Cristo se entregou à morte por causa de nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação (Rm 4.25). Uma ressurreição de corpos seguiu-se a ressurreição de Cristo (Mt 27.52,53).

 

Na ressurreição recebemos um novo corpo, eterno e glorificado (2Co 5.1). a universalidade da ressurreição é visto em 1Co 15.21,22.

 

A ressurreição para a vida, é chamada de Primeira Ressurreição, e a que é para a morte de Segunda Ressurreição (Dn 12.2; Jo 5.28).

 

Duas ressurreições estão no futuro: a primeira para a vida e a segunda para o juízo (Jo 5.28,29; 1Co 15.22,23; 1Ts 4.14-17; Ap 20.4-6,11-13) e estas são separadas por um período de mil anos.

 

A primeira ressurreição, para a vida, deverá acontecer na Segunda Vinda de Cristo, no arrebatamento (1Co 15.23; 1Ts 4.16,17), sendo que os mártires da tribulação deverão ser ressuscitados no final da tribulação quando Cristo retornar a esta terra para inaugurar o milênio, o Seu Reino.

 

O corpo mortal está relacionado com o corpo da ressurreição (1Co 15.37,38); é dito que este corpo será incorruptível, glorioso, poderoso e espiritual (1Co 15.42-44,49). Os corpos dos crentes vivos serão instantaneamente transformados (1Co 15.50-53; Fp 3.20,21). O apóstolo Paulo nos ensina que esta mudança dos vivos e a ressurreição dos mortos em Cristo é chamada de “redenção do nosso corpo” (Rm 8.23; Ef 1.13,14).

 

Depois de mil anos haverá a ressurreição para o julgamento (Jo 5.29).

 

 

 

 

 

SALVAÇÃO

 

Há 473 usos de Sozô (grego), salvar libertar, preservar, curar, livrar de danos e derivados. Dessas, 278 vezes, é uma transliteração de Yasa, estrito, estreiteza, dificuldade, trazer para um lugar espaçoso. Há ainda as palavras sotería (grego), salvação, libertação, preservação; sotérios (grego), salvando, libertando, trazendo a salvação; sóter (grego), salvador, libertador, preservador. Cerca de 50 a 60% do uso da palavra sozô, na LXX, está relacionada à Jeová.

 

Há três tempos na salvação:

1)      Passado: o crente é salvo da penalidade do pecado (At 16.31; Ef 2.8; 2Tm 1.9);

2)      Presente: o crente sendo salvo do poder do pecado (Fp 1.19; 2.12; Rm 5.10; 6.1-13);

3)      Futuro: o crente será salvo da presença do pecado (Rm 13.11; Hb 1.14; 9.28; 1Pe 1.3-5).

 

“Esta salvação vem a todo aquele que crê. Nós a recebemos e experimentamos através da fé, a qual implica tanto concordar com as verdades do Evangelho como ter confiança genuína no próprio Senhor.”  [13]

 

 

 

 

 

SANTIFICAÇÃO

 

O grande propósito de Deus em estabelecer o Seu reino entre os homens é conseguir duas coisas: 1) estabelecer uma união vital entre Si mesmo e o homem; 2) produzir nos homens um caráter que esteja de acordo com esta nova relação existente entre os dois. Na palavra santificação temos duas idéias: 1) a idéia de uma relação especial com Deus e 2) de um caráter santo.

 

Palavras hebraicas: Qodesh (substantivo), separação, santidade; Qadash (verbo), separar;  Qadosh (adjetivo), santo, sagrado.

 

Paulo nos dá a idéia da santificação no sentido de consagrar-mos a Deus (Rm 12.1), bem como o tornar-mos semelhantes a Deus (Rm 6.1-12). Pedro também ensina a mesma coisa (1Pe 1.15,16,22). Ele nos apresenta quatro razões pela qual o cristão deve ser santo em todo o seu procedimento:

1)      porque Deus é Santo (1Pe 1.16);

2)      porque o cristão deverá comparecer perante o tribunal de Cristo (1Pe 1.17);

3)      porque o cristão é peregrino aqui neste mundo (1Pe 1.17);

4)      porque o cristão é resgatado e comprado para Deus (1Pe 1.18).

 

A santificação é então um processo no qual o crente torna-se santo e puro, esta é a nossa posição em Cristo, santos ou santificados (1Pe 2.9; 1Co 1.2); é aqui que o crente alcança o alvo que Deus tinha em vista quando o regenerou; nossa salvação é desenvolvida pelo poder Deus em santificação (Fp 3.7-14; 2.12,13). Santificação envolve a separação do pecado e a separação para Deus.

 

Palavras gregas: Hagiazo, designa a operação divina mediante a qual Deus de uma maneira especial produz no homem a qualidade subjetiva da santidade; Hieros, sagrado; Hosios, santo; Hagnos, puro, imaculado, sem culpa; Hagios, santo, separado. Nomes que denotam santificação: Hagiásmos, santificação, santidade, consagração; Hagiotes, santidade; Hagiosune, santidade.

 

Os aspectos da santificação são:

1)        santificação posicional, isto acontece no momento em que a pessoa crê em Cristo (Hb 10.10,14; Jd 1; Ef 4.24);

2)        santificação experimental, isto é um processo diário, o crente procura a santificação no seu dia a dia (Rm 12.1,2);

3)        santificação final, isso acontecerá na segunda vinda de Cristo, por meio do arrebatamento, quando finalmente atingiremos o estágio final (Rm 8.29; Ef 5.25-27; 1Jo 3.1-3).

 

Alguns elementos na santificação: é uma realização exclusivamente divina, realizado por meio de Cristo e através do Espírito Santo (Ez 37.28; 1Ts 2.23; Jd 1; Hb 2.11; 13.12; Rm 15.16; 1Co 6.11; 1Ts 4.8); o crente é separado para Deus e para o Seu serviço (Gl 4.3; 1Co 6.17); Cristo é o nosso maior exemplo de santidade, porquanto Ele é a nossa santificação (1Co 1.30); o crente é conduzido à mortificação da natureza pecaminosa por meio da santificação (1Ts 4.3); é dito que sem santidade ninguém verá a Deus (Rm 6.22; Ef 5.7-9; Hb 12.14); a santificação torna a oferta dos santos aceitável a Deus (Rm 15.16); é da vontade Deus que os crentes sejam santos (1Ts 4.13); os ministros de Deus são separados para o serviço divino por meio da santificação (Jr 1.5).

 

O alvo da santificação é a perfeição de Deus (Mt 5.48).

 

 

 

 

 

SEPARAÇÃO

 

Nas Escrituras, separação têm um sentido duplo:

1)      de tudo o que é contrário à mente de Deus (separação do pecado); e

2)      para o próprio Deus.

 

A separação do mal implica em:

1)        separação do mundo, no desejo, na motivação e nos atos, no sentido eticamente mau deste atual sistema mundial (Ap 13.8); e

2)        separação dos falsos mestres, que são descritos como sendo “utensílios... para desonra” (2Tm 2.20,21; 2Jo 9-11).

 

A separação, no entanto, não é do contato com o mal do mundo ou na igreja, mas sim, as cumplicidade com ele e conformidade com ele (2Co 6.14-18; comp. Jo 17.15; Gl 6.1).

 

A recompensa da separação é a plena manifestação da paternidade divina (2Co 6.17,18); comunhão e adoração desimpedidas (Hb 13.13-15); e serviço frutífero (2Tm 2.21); bem como da mesma forma, a conformidade com o mundo provoca a perda destas coisas, muito embora, não provoca a perda da salvação.

 

Cristo é o nosso modelo, Ele fora “santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores” (Hb 7.26), porém estava em contato com os perdidos em tal ponto, que os fariseus achavam que Ele havia perdido o Seu caráter de nazireu (Lc 7.39; 1Co 9.19-23; 10.27).

 

Uma controvérsia em relação a João Marcos foi a causa da separação de Paulo e Barnabé na segunda viagem missionária do apóstolo (At 15.36.-41).

 

Separação pessoal está envolvida o não estar em jugo desigual com os incrédulos (2Co 6.14), não amar o mundo (1Jo 2.15-17); não ter comunhão com uma pessoa que se diz irmão mas vive em pecado (1Co 5.11). Separação pessoal implica em viver de modo semelhante a Jesus Cristo.

 

Quando aceitamos a Cristo como nosso Senhor e Salvador, somos separados para Deus e então, pertencemos pessoalmente a Deus (2Pe 2.9).

 

Somos exortados a separarmos de irmãos desobedientes pelas Escrituras (Mt 18.15-17; 1Co 5.11; 1Tm 6.3-5; 2Ts 3.6; Rm 16.17). As Escrituras ainda nos ensinam que haverá uma separação final entre os justos e os ímpios (Mt 13.30,49; 25.32; Lc 16.26; 17.34; Ap 22..15).

 

Devemos também praticar a separação eclesiástica.

 

 

 

 

 

SUBSTITUIÇÃO

 

Cristo morreu em lugar dos pecadores como um substituto, pois levou a culpa e o castigo que nós merecíamos.

 

Anti (grego), em lugar de, em vez de. Huper (grego), em benefício de, em lugar de. Peri (grego), em volta de.

 

Como resultados da substituição, nós temos:

1)      os nossos pecados são removidos;

2)      a justiça de Cristo é então atribuída ao pecador que nEle crê. A morte de Cristo foi em benefício de muitos, e ao mesmo tempo em que a Sua morte foi em nosso lugar, foi também em nosso benefício.

 

Cristo carregou em Seu corpo os nossos pecados, se tornando nosso substituto na cruz (1Pe 2.24). Cristo foi então tratado como oferta pelo pecado, Sua morte fora um sacrifício vicário (1Pe 3.18; 1Co 15.3; Rm 4.25). Um sofrimento vicário é o sofrimento pelo qual uma pessoa passa em lugar de outra, isto é, em seu lugar. Um vigário, é um substituto, alguém que toma o lugar de outrem e age em seu lugar.

 

Obviamente Cristo não morreu por Seu próprio pecado, pois não tinha pecado (Jo 8.46; 1Pe 2.22; Hb 4.15); Ele morreu, sim, pelos pecados de outros (Is 53.5,6; 1Co 15.3; 2Co 5.21; Rm 5.8; 1Pe 2.24; 3.18; Jo 10.11; Mc 10.45).

 

No V.T. a substituição era evidenciada pelo sacrifício de animais, sendo que o sangue desses animais cobriu provisoriamente os pecados de Israel (Lv 1.4; 16.20-22; 17.11). Kaphar, cobrir. A história de Abraão subindo ao Monte Moriá para oferecer seu filho Isaque em holocausto e Deus providenciando um caneiro para o sacrifício, é a melhor ilustração da doutrina da substituição no V.T. No N.T. a substituição é vista no sacrifício de Cristo, o Cordeiro de Deus, como substituto do homem (Gl 3.13; Hb 2.9; 1Pe 3.18). Para ser o nosso substituto, Cristo se tornou homem, por isso, era necessário a encarnação e o Seu nascimento virginal, para com isso ser perfeito e sem pecado.

 

 

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NOTAS DE RODAPÉ

 

1) PENTECOST, J. Dwight. A Sã Doutrina. São Paulo: Editora Mundo Cristão, s/d., p.56.

 

2) ELWELL, Walter A. Enciclopédia Histórico Teológica da Igreja Cristã Vol. 1. São Paulo: Edições Vida Nova, 1988, p.20.

 

3) ELWELL, Walter A. Enciclopédia Histórico Teológica da Igreja Cristã Vol. 1. São Paulo: Edições Vida Nova, 1988, p.271.

 

4) ELWELL, Walter A. Enciclopédia Histórico Teológica da Igreja Cristã Vol. 1. São Paulo: Edições Vida Nova, 1988, p.354.

 

5) ___________________. Idem.

 

6) Idéia retirada do livro Teologia Sistemática, BERKHOF, L. pgs. 134-138.

 

7) DOUGLAS, O Novo Dicionário da Bíblia, 3a ed. São Paulo: Vida Nova, 1979, p. 578.

 

8) Idéia retirada do Livro: A Sã Doutrina, PENTECOST, J. Dwight. p. 18-21.

 

9) Idéia retirada do Livro: A Sã Doutrina, PENTECOST, J. Dwight.

 

10) SCOFIELD, C. I. A Bíblia Sagrada. São Paulo: IBR, 1983, p.1259.

 

11) SCOFIELD, C. I. A Bíblia Sagrada. São Paulo: IBR, 1983, p.1203.

 

12) ______________. Idem.

 

13) RYRIE, Charles Caldwell. A Bíblia Anotada. São Paulo: Mundo Cristão, l994, p. 1410.

 

 

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[1] PENTECOST, J. Dwight. A Sã Doutrina. São Paulo: Editora Mundo Cristão, s/d., p.56

[2] ELWELL, Walter A. Enciclopédia Histórico Teológica da Igreja Cristã Vol. 1. São Paulo: Edições Vida Nova, 1988, p.20

[3] ELWELL, Walter A. Enciclopédia Histórico Teológica da Igreja Cristã Vol. 1. São Paulo: Edições Vida Nova, 1988, p.271.

 

[4] ELWELL, Walter A. Enciclopédia Histórico Teológica da Igreja Cristã Vol. 1. São Paulo: Edições Vida Nova, 1988, p.354.

 

[5] Idem

 

[6] Idéia retirada do livro Teologia Sistemática, BERKHOF, L. pgs. 134-138.

[7] DOUGLAS, O Novo Dicionário da Bíblia, 3a ed. São Paulo: Vida Nova, 1979, p. 578.

[8] Idéia retirada do Livro: A Sã Doutrina, PENTECOST, J. Dwight. p. 18-21

[9] Idéia retirada do Livro: A Sã Doutrina, PENTECOST, J. Dwight.

[10] SCOFIELD, C. I. A Bíblia Sagrada. São Paulo: IBR, 1983, p.1259.

[11] SCOFIELD, C. I. A Bíblia Sagrada. São Paulo: IBR, 1983, p.1203.

 

[12] Idem

[13] RYRIE, Charles Caldwell. A Bíblia Anotada. São Paulo: Mundo Cristão, l994, p. 1410.

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