Montes na Bíblia

 

Pr. Cleverson de Abreu Faria*

 

Os montes mencionados mais vezes nas Escrituras são os seguintes: ABARIM, ARARATE, BASÃ, CALVÁRIO ou Gólgota, CARMELO, EBAL, EFRAIM, GERIZIM, GILBOA, GILEADE, HERMOM, HOR, LÍBANOS, MORIÁ, NEBO, OLIVEIRAS, Perazim (BAAL-PERAZIM), PISGA, SEIR, SIÃO, SINAI ou Horebe, TABOR. Outros montes: Efrom {Js 15.9}, Halaque {RA Js 11.17}; (na RC, Calvo), Jearim {Js 15.10}, Sefar {Gn 10.30}, Zalmom {RA Jz 9.48}; na RC, Salmom, Zemaraim {2Cr 13.4}.

 

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ABARIM [Passagem, ‘para além’] - Região montanhosa que ficava do outro lado, ao se "passar" o Jordão  {Dt 32.49}. Mais tarde essa região recebeu o nome de Peréia. No sentido leste, descortinava-se o vale do Jordão e o mar Morto.

 

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ARARATE - Grupo de montanhas onde pousou a arca de Noé  {RA Gn 8.4; RC, Arará} e para onde fugiram os filhos de SENAQUERIBE {RA 2Rs 19.37}; na RC, Arará. Essa região era parte da antiga Armênia; hoje está localizada na Turquia.

 

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BASÃ [Terra Fértil] - Vasta planície situada a leste do rio Jordão, célebre pelo seu gado {Sl 22.12}, ovelhas {Dt 32.14} e carvalhos {Is 2.13}.

 

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CALVÁRIO [Caveira] - Monte, também chamado de Gólgota, onde Jesus foi crucificado {Jo 19.17}. Mt 27.33.

 

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CARMELO - 1) Aldeia de Judá, que ficava perto de Hebrom {1Sm 25.2}. 2) Monte situado na costa do mar Mediterrâneo, na direção oeste do lago da Galiléia {1Rs 18.19}.

 

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EBAL [Descoberto, Deserto] - Monte situado em Samaria, em frente ao monte Gerizim. No monte Ebal eram pronunciadas as maldições {Dt 27.4-26}.

 

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EFRAIM [Fruta em Dobro] - 1) Filho de José {Gn 41.50-52}. 2) Tribo que ocupava a parte central de Canaã {Js 16.5-10}.

 

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GERIZIM - Monte de Samaria que fica defronte do monte Ebal. No monte Gerizim se recitavam as bênçãos da Lei {Dt 28.1-14}, e ali os samaritanos construíram o seu templo {Jo 4.20-21}.

 

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GILBOA - A montanha em que Saul enfrentou os filisteus e onde morreu {1Cr 10.1-14}.

 

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GILEADE - Região montanhosa e florestal que ficava a leste do Jordão {Gn 31.21}, famosa pelo bálsamo que produzia {Jr 8.22; Mq 7.14; Js 10.8-12.7}.

 

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HERMOM - Majestoso monte localizado no extremo Norte de Israel, perto de Cesaréia de Filipe. Era chamado de SENIR pelos amorreus e de SIRIOM pelos sidônios. Seu topo fica a três mil metros de altitude, estando sempre coberto de neve. A transfiguração de Jesus se deu, provavelmente, ao pé desse monte {Sl 133.3; Mt 17.1-13}.

 

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HOR [Montanha] - Monte situado em Edom, onde Arão foi enterrado {Nm 20.22}.

 

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LÍBANO - Região formada por duas cordilheiras de montanhas de uns 160 km de extensão, conhecidas por montes Líbano e Anti-Líbano, localizadas ao longo da costa da Síria, correndo de nordeste a sudoeste. O grande vale entre as duas cordilheiras era chamado de vale do Líbano {Js 11.17}. Alguns de seus picos alcançam 3.000 m e estão permanentemente cobertos de neve {Jr 18.14}. O monte Hermom, que tem 2.818 m, está localizado na extremidade sul do Anti-Líbano, onde corria a fronteira norte da Palestina {Dt 1.7}. Esses montes eram especialmente conhecidos pelos famosos cedros {Jz 9.15}, que foram usados na construção do Templo de Salomão {1Rs 5.6}.

 

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MORIÁ [Javé Provê] - Local onde Abraão deveria sacrificar seu filho Isaque e, provavelmente, o monte sobre o qual foi construído o templo de Salomão {Gn 22.2; 2Cr 3.1}.

 

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NEBO - 1) Um dos montes mais elevados da região montanhosa de ABARIM, na terra de Moabe, de onde Moisés, antes de morrer, pôde ver a terra de Canaã {Dt 32.49; 34.1-6}. 2) Cidade de Moabe próxima do monte NEBO {Jr 48.1}. 3) Deus babilônico {Is 46.1}.

 

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OLIVEIRAS, MONTE DAS [ou Olivete, do latim olivetum, “olival”] - Monte que ficava a leste de Jerusalém, do outro lado do Vale de CEDROM onde ainda crescem oliveiras {Lc 19.29}. Nas suas encostas ficavam BETFAGÉ, BETÂNIA e o GETSÊMANI.

 

O viajante que entra em Jerusalém vindo do oriente, deve atravessá-lo, e, portanto, é mencionada nas narrativas da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Mt 21.1 paralelo Mc 11.1; Lc 19.28). A vista que se descortina diante dele, abrangendo de cima a área do templo, explica por que foi ali que Jesus lamentou a impenitência de Jerusalém (Lc 19.29-44), e ensinou a respeito da eminência da ruína do templo (Mt 24.1-3 paralelo Mc 13.1-4; Lc 21.5-7). Em alguma localidade desta serra, Jesus e Seus discípulos passaram as noites da Sua última semana (Lc 21.37), provavelmente na estância conhecida como GETSÊMANI [LAGAR de Óleo ou Prensa de Azeite, sendo, segundo se presume, um olival] este era o lugar no monte das Oliveiras em que havia um jardim onde Jesus costumava orar {Mt 26.36}. Foi o lugar para onde foram depois da Última Ceia (Mc 14.26,32) e também era o lugar de encontro regular deles (Jo 18.1,2). Getsêmani foi o cenário de entrega final que Jesus fez de Si mesmo para Seu padecimento redentor; ali mesmo, foi preso. Foi também no Monte das Oliveiras que Jesus ascendeu ao céu (Lc 24.50-51). Baseado em At 1.11 com Zc 4.4, têm a crença de que ali será o palco de Sua Volta.

 

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PISGA - Monte situado na margem nordeste do mar Morto {Nm 23.14; Dt 3.27}. Algumas vezes Pisga é identificado como sendo o Monte Nebo (Dt 34.1). A explicação para isso é que o local trata-se de uma cadeia de montanhas e que o Monte Nebo era o pico mais alto. Aqui Balaão mais uma vez abençoou a Israel invés de amaldiçoar (Nm 23.18-24).

 

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SEIR - 1) Monte situado na região do mesmo nome {Gn 14.6}. 2) Região ocupada pelos descendentes de Esaú. Tinha uns 160 km de extensão e ficava ao sul de MOABE, na ARABÁ {Gn 36.9}.

 

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SIÃO - 1) Fortaleza dos JEBUSEUS {2Sm 5.7}. 2) O monte, antes chamado de Moriá, onde foi construído o TEMPLO {2Cr 3.1}. 3) A cidade de Jerusalém {2Rs 19.21} ou a terra de Israel {Is 34.8}. 4) O céu {Hb 12.22}.

 

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SINAI [Rochedo?] - 1) Monte, também chamado de Horebe {Êx 17.6}, situado entre os golfos de Suez e de Ácaba. Nesse monte foi dada a Moisés a Lei {Êx 19.20-20.26}. 2) Deserto {Êx 19.1}.

 

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TABOR - Monte situado no Sul da Galiléia {Jz 4.6-16; 8.18-21}.

 

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O Antigo Testamento usa montanhas com conotações teológicas de pelo menos quatro modos diferentes:

 

1)      O Senhor é maior que as montanhas, Ele as estabelece (Sl 65.6,7; 90.2), pesa (Is 40.12), quebra em pedaços (1Rs 19.11; Hc 3.6), trilha e mói (Is 41.15), ateia-lhes fogo (Dt 32.22; Sl 83.14; 104.32), derrete-as (Mq 1.4; Is 63.19) e as remove (Jó 9.5). Isaías retrata a Vinda do Senhor e o retorno dos exilados de Israel sob o aspecto do nivelamento dos outeiros (Is 40.4; 45.2; 49.11).

 

2)      As montanhas são símbolos de poder: Babilônia é chamada de montanha destruidora (Jr 51.25); a oposição a Zorobabel é comparada a uma montanha que se transformará numa planície (Zc 4.7), e o reino que durará por toda a eternidade é simbolicamente retratado com uma montanha que enche a terra (Dn 2.44).

 

3)      O Senhor dá a Seu povo um sentido de proximidade escolhendo montes para Sua adoração e revelação. Moisés e Elias oram sobre uma montanha (Ex 17.9; 1Rs 18.42); bênçãos e maldições eram invocadas sobre os montes Ebal e Gerizim (Dt 11.27; 27.12; Js 8.33); a adoração é oferecida sobre vários montes (cf. Gn 22.2; Js 5.3; 1Sm 9.12; 1Rs 3.4) e a arca foi colocada sobre um outeiro (1Sm 7.1; 2Sm 6.3).

 

Acima de tudo e de todos, porém, o Senhor escolheu a Sinai e Sião como os lugares onde Se revelaria. No Monte Sinai a lei foi outorgada e o culto nacional estabelecido. Foi para Horebe que Elias fugiu e recebeu novos suprimentos de graça e poder. Em Sião Ele colocou o Seu Nome, e o Monte se tornou o lugar central e definitivo de adoração (Ex 15.17; Dt 12.1). Ali as tribos se reuniam para adorar (Sl 122; 133).

 

Há no Antigo Testamento mais do que um indício de que a Sião terrena é apenas um símbolo daquilo que no Novo Testamento se torna explicitamente a Jerusalém celestial. O “monte de Deus” em Salmo 68.15 é entendido como uma referência geral a uma alta montanha, mas, apesar disso, o quadro é o da subida triunfante de Deus e da montanha celestial (cf. Ef 4.8-10). Nos últimos dias Sião será a exaltada fonte da lei de Deus e o centro de Seu domínio, a Jerusalém celestial na terra (Is 2.2,3; Mq 4.1,2).

 

4)      Empregando a imagem das nações vizinhas, o Antigo Testamento denota a morada divina por referências à montanha do extremo norte (Sl 48.2). Em Isaías 14.12 e versos seguintes e em Ezequiel 28.11-19, os reis pagãos da Babilônia e de Tiro, respectivamente, são descritos como homens que buscam tornar-se deuses subindo à montanha mitológica dos deuses. Porém, “A questão decisiva, é que aqui o mito pagão é usado ironicamente em cânticos que zombam da queda dos reis pagãos”. Em outros lugares a mitologia pagã é deliberadamente colocada em segundo plano. Alguns entendem que estes dois deuses são alusões a Satanás e vêem a montanha ao norte como um símbolo do céu.

 

(Pesquisa realizada na Bíblia On Line Módulo Avançado v.3.0 e Dicionário Internacional de Teologia do Novo e Velho Testamentos, Editora Vida Nova).

 


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