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Mensagens/Estudos do Pr.Cleverson

A Jornada dos Filhos de Israel

no Deserto

Pr. Cleverson de Abreu Faria

                Desde o encerramento do Gênesis, marcado pela morte de José, mais de meio século já se passou. Uma nova dinastia ou família se levantou sobre o trono egípcio que não conhecera José.

 

                A história muda. De favorecidos, eles passaram a inimigos. Eram odiados e temidos.  Odiados por não se conformarem ao paganismo e se manterem a parte. Israel era monoteísta e isso ofendia o politeísmo egípcio. Eram temidos por causa de seus prolíferos nascimentos. Então mediante esses fatos veio a escravidão.

 

                Pacto Abraâmico (Gn 12). Em 15.15-16 é a 4o geração quem tomaria posse da terra.

 

 

 

EGITO

 

                Escravidão (430 anos): as obras de arte e monumentos públicos dão-nos conta das condições em que se encontravam os cativos: presos uns aos outros por meio de correntes, com um feitor atrás, de chicote na mão, obrigando-os a trabalhar da madrugada até a noite, sob um sol abrasador. Tais eram as condições escravas no Egito, que se calcula o tempo de dureção de um escravo em três anos.

 

                Israel estava distante do Deus dos patriarcas. A nação não vira nenhum milagre nem testemunhara nenhuma ação do poder de Deus. eles só conheciam Jeová como o “Deus de Abraão, Isaque e Jacó”. Foi por isso que Moisés pediu um nome a Deus para se apresentar a Israel (Ex 3.13-15).

 

 

 

DEZ PRAGAS

 

1.     aprenderam que o poder e a majestade pertencem ao Deus Todo-Poderoso.

2.     os filhos de Israel tinham de ser preparados para a experiência no deserto que não trazia em si nenhum meio visível de sustento para eles.

3.     pragas: caíram sobre exatamente sobre aquilo que os egípcios adoravam.

 

 

Êxodo: “saída, partida”, um nome grego. Em hebraico: “Estes são os nomes”.

 

No deserto duas grandes lições que Israel tinha que aprender:

 

1)    O que é a carne

2)    Quem Deus é.

 

 

Deus estava preparando Israel para o deserto, pois ali não veriam nenhum meio visível de sustento.

 

Aparentemente as pragas demoraram um período de 6 meses com pequenos intervalos.

 

 

 

A ESTRADA MAIS LONGA

 

                Ex 13.17-18

                A estrada direta ia de Ramessés até Canaã e costeava o Mediterrâneo. Jacó desceu por esta estrada ao Egito e foi por ela que subiu a procissão funerária para sepultá-lo no sepulcro de seus pais.

 

                Em condições normais a rota do mediterrâneo podia ser percorrida entre 8 e 10 dias ou em até 15 dias. Era um área fácil, rápida, segura e calçada. Haviam povoados por toda aquela área.

 

 

 

 

POR QUÊ A ESTRADA LONGA?

 

                Israel era pouco mais que escravos. Gente indisciplinada na arte do bem-estar. Não estavam preparados para enfrentar um inimigo formidável como os filisteus.

 

APLICAÇÃO: O homem sempre quer o caminho mais curto (Esaú vendeu o seu direito de primogenitura por um cozinhado). O caminho de Deus caracteriza-se na disposição de esperar, confiar em Deus e de ser paciente. Devemos aprender que não há sucesso sem sacrifício e nenhuma recompensa sem trabalho. É preciso que haja obediência antes que as bênçãos sejam concedidas.

 

 

 

PRÓPOSITO DA ESTRADA LONGA

 

                Foi para que Israel primeiramente conhecesse a Deus. Por isso a nação foi levada para o deserto: um lugar de solidão, lugares estéreis; em que o povo estava total e completamente dependente dos recursos divinos.

 

1.     para que Seu maravilhoso poder fosse manifestado através de sinais em benefícios deles fazendo-os atravessar o Mar Vermelho em segurança.

2.     para que Faraó e suas hostes pudessem ser ali destruídos.

3.     para que eles pudessem receber as leis de Jeová na solidão imperturbável do deserto.

4.     para que eles pudessem organizar-se apropriadamente em uma Comunidade e Estado-igreja (At 7.35) antes que entrassem e ocupassem a terra de Canaã.

5.     para que eles pudessem tornar-se humildes, sendo experimentados e provados (Dt 8.2-3) e para que a suficiência do Seu Deus pudesse ser plenamente demonstrada em cada emergência.

 

 

                EXEMPLOS: pessoas que foram levadas para uma estrada longa: José, de um poço em Dotã para o Palácio de Faraó. Paulo, queria ir a Roma mais foi impedido, mais tarde preso escreveu as Epístolas da prisão. Cristo, via dolorosa. Daniel, de Jerusalém à Babilônia.

 

 

                A nação de Israel chegou ao Egito com 70 pessoas e saiu de lá com cerca de 3 milhões.

 

 

 

SUCOTE: Consagração dos primogênitos. Os ossos de José são levados por Moisés.

 

 

 

ETÃ (Ex 12): Coluna de Nuvem e de Fogo.

v.20 - iniciativa de Israel em andar. O caminho era calçado.

v.21 - iniciativa de Deus. “O fim do homem é a oportunidade de Deus”.

 

 

“O aparecimento da coluna de nuvem e de fogo coloca-se entre as maiores maravilhosas dos atos divinos e providenciais de Deus para com os filhos dos homens. Esta nuvem foi mencionada perto de 50 vezes só no Pentateuco, e encontra-se muitas vezes através da Escrituras”.

 

Principais menções da nuvem: Êx 14.24; 18.10; 19.9; 24.15-16; 34.5; Lv 16.2; 1Rs 8.10-11; Ez 10.3-4; 43.4.

 

Faraó e o seu exército morrem no Mar Vermelho.

 

 

 

MARA (Êx 15): murmuração.

 

Saíram do lugar da vitória para o deserto. Muitos acham que uma vez salvos e dedicados, caminharão pelo caminho mais fácil. O propósito divino sempre é o mesmo, embora muitas vezes mal interpretado: “O caráter é desenvolvido através das dificuldades”.

 

LIÇÃO: Deus atende as nossas necessidades e nos repreende quando deixamos de confiar nEle.

 

 

 

ELIM (Êx 15): 12 fontes e 70 palmeiras. O lugar de refrigério.

 

 

DESERTO DE SIM (Êx 16)

 

Em Mara e Elim Deus mostrou a disposição e o poder em atender às emergências e em suprir abundantemente as necessidades temporais. Ao dar o maná Deus revelou a Sua suficiência em atender as necessidades humanas prolongadas de sustento.

 

Até aqui já se passaram 2 meses e meio!!!

 

 

 

REFIDIM (Êx 17): uma sede consumidora gerou rebeldia contra Deus e contra Moisés.

 

Como sempre, o desespero do homem se transforma na oportunidade de Deus!

 

Moisés fere a rocha em Horebe (Sl 105.41).

 

 

LIÇÕES:

1.     Horebe significa “deserto”, “seco”, “estéril”.

2.     Deus estava sobre a rocha. A pedra era Cristo (1Co 10.4).

3.     A vara fala do juízo divino.

4.     O golpe, “ferirás a rocha”, fala do juízo que caiu sobre Cristo, nosso Substituto, no Calvário. O maná fala da encarnação de Cristo, a rocha ferida de Sua crucificação. Ferida na presença dos anciãos de Israel, o ato enfatiza o caráter governamental da morte de Cristo (Is 53.4-5).

5.     A água, “e dela sairá água”, fala dos benefícios que resultaram para o crente por causa da morte de Cristo. As águas correntes nas Escrituras falam da presença do Espírito Santo (Jo 7.37-39).

 

À mulher samaritana junto ao poço de Jacó nosso Senhor disse: “Se conheceras o dom de Deus (Cristo)...tu lhe pedirias, e ele daria água viva (o Espírito)” (Jo 4.10).

 

 

 

POR QUÊ A ROCHA TINHA QUE SER FERIDA?

 

Sem ferimento não há água, sem ferimento não há nenhuma satisfação e nenhum meio de apropriação. Não há como penetrar nos benefícios da graça sem que antes Cristo fosse ferido e nós nos apropriemos.

 

 

 

3 TIPOS DE MORTE NA JORNADA DO DESERTO (Até aqui):

 

1)    Através da Páscoa - Deus nos fala da redenção pelo sangue da penalidade do pecado.

2)    Na passagem pelo Mar Vermelho - Deus nos fala da redenção do poder da escravidão do pecado, separando os homens da servidão, e os tornando vitoriosos sobre o mundo pela virtude do que Ele operou.

3)    Na rocha ferida - vemos a morte de Cristo fornecendo vida nova através do Espírito.

 

 

 

GUERRA COM AMALEQUE (Êx 17)

 

Logo que foi providenciada a água para os filhos de Israel, eles descobriram Amaleque. Um inimigo desconhecido, que era seu parente na carne. Amaleque era neto de Esaú (Gn 36.12), era chamado de príncipe (Gn 36.16).

 

Esaú representa o homem carnal, enquanto Jacó (Israel) o homem espiritual. A luta entre a carne e o espírito está ativa em nosso meio ainda hoje (Gl 5.17).

 

Até encontrar-se com Amaleque, os israelitas nada tinham a fazer. Eles não enfrentaram Faraó; eles não derrotaram o poder do Egito, nem quebraram os grilhões da servidão; eles não dividiram as águas do mar; nem submergiram o exército de Faraó sob suas ondas; eles não trouxeram pão do céu, nem extraíram água da rocha empedernida. Eles não fizeram, nem poderia fazer alguma dessas coisas; mas agora estavam sendo convocados para lutar contra Amaleque. Todos os conflitos anteriores tinham acontecido entre Jeová e o inimigo. Eles tiveram de “ficar quietos” e observar os maravilhosos triunfos do braço estendido de Jeová e desfrutar da vitória. O Senhor lutara por eles; mas agora Ele lutava neles ou através deles.

 

 

A fonte da vitória de Israel jazia em duas coisas: luta e intercessão.

 

Relatar a História. Uma importante LIÇÃO que devemos aprender é que assim como a vitória estava sobre o homem no outeiro, assim também a nossa não está sobre nossas forças, disposição, ousadia e sim em Cristo.

 

Saul recebeu ordem para ferir os amalequitas, destruí-los todos, junto com suas posses e possessões. Eles eram os mesmos descendentes de Amaleque. Ele executou a ordem do Senhor? Não, ele temeu o povo, poupou o Rei Agague para exibir sua vitória e também poupou o gado gordo. Obediência parcial.

 

 

 

SINAI (Êx 19 - 31)

 

Até agora Deus havia tratado Israel na base da pura graça. Agora Deus tinha que lidar com eles rudemente. Até agora então, Ele os tinha tratado como filhos; agora, tinha de tratá-los como servos contratados sob a lei, por causa da desobediência.

 

O propósito da lei apresentado nas Escrituras é para “manifestação” do pecado (Gl 3.19). a expressão “por causa das transgressões” significa “dar ao pecado o caráter de transgressão”. A lei é como um termômetro — detecta a febre, mas não a cura. Ou é como um espelho — revela as manchas, mas não as lava, nem as purifica.

 

Quem entregou as tábuas da lei segundo a tradição judaica foi os Anjos, também a Bíblia nos mostra isso em Hb 12.1-4.

 

 

 

BEZERRO DE OURO (Êx 31)  (1Co 10.7)

 

Moisés no monte e o povo em orgia. Vemos aqui a importância de uma boa liderança. Na ausência de Moisés, o grande líder, o povo ficou inquieto e impaciente. Eles se queixaram. “Não sabemos o que lhe terá sucedido” (32.1). Logo ficaram dispostos a aceitar um novo líder — um que eles mesmos tivessem escolhido, isto é, Arão.

 

Se Moisés fosse presente a cena jamais teria ocorrido. Veja a importância de uma boa liderança: Moisés queria agradar a Deus, ao passo que Arão veio a ser servo do povo e não de Deus, uma liderança fraca.

 

A idéia de um bezerro de ouro foi trazida do Egito; era o símbolo principal do culto egípcio.

 

 

QUESTÃO: Como poderia Arão, que tinha testemunhado as pragas no Egito e que vira os relâmpagos e ouvira os trovões sobre o Sinai, ser tão esquecido? A resposta se encontra no fato do pecado trazer seus próprios efeitos cegantes e um ópio insensibilizante.

 

 

Deus queria destruir o povo por causa da orgia que estavam praticando, mas Moisés orou e pediu misericórdia. Ao descer do Monte, Moisés concorda com Deus e quebra as Tábuas da lei e começa o julgamento: queimou o bezerro de ouro, moeu os restos, jogou o pó na água e fez o povo beber a vergonha e a humilhação da nação. Depois convocou o povo para consagração. “Quem é do Senhor”. Os filhos de Levi deu o primeiro passo. Cerca de 3 mil homens morreram naquele dia. Era preciso que primeiro houvesse um julgamento e depois um chamado à consagração (vs. 29-30).

 

 

 

MULTIDÃO MISTA (Nm 11.4-6)

 

Quase dois anos de passaram (cerca de 15 meses), durante os quais não ouvimos nada sobre esse grupo variado. Quando ouvimos, logo a seguir, foi quando se rebelaram contra o maná, a dieta celestial. Israel estava a caminho e Deus cuidava poderosamente do Seu povo.

 

 

 

QUAL A IDENTIDADE DESSA MULTIDÃO MISTA?

 

1.     Certamente não eram israelitas.

2.     Não se diz que fossem egípcios.

3.     Eram vivandeiros, talvez atraídos pelo movimento do êxodo.

4.     Estavam insatisfeitos e descontentes com o Egito.

5.     Outros foram atraídos pelo amor ao espetacular.

6.     Alguns talvez estivessem casados com israelitas e viessem por motivos familiares.

7.     Esta multidão mista está conosco hoje em dia!!!

 

Como os soldados que jogavam dados sobre a cruz por causa das vestes de Cristo, esta multidão mista deseja os benefícios e as bênçãos do Cristianismo sem se importar um pouco que seja pelas verdades do nosso Senhor. Ela se recusa a aceitar a Cristo, mas aceita as roupagens do Cristianismo.

 

O segredo há longo tempo oculto finalmente aparece no verso 4. A multidão mista deve ter sido o ponto de partida de grande parte dos problemas e queixas que surgiram desde que os filhos de Israel saíram do Egito.

A multidão mista começou com as queixas, o povo de Deus era carnal e logo também se queixou. “Um pouco de fermento leveda toda a massa” (1Co 5.6).

 

 

A multidão mista estava sendo testada por suas reações e atitudes para com o maná (Êx 16.4). Na verdade, eles acompanharam Israel, mas nunca perderam o seu apetite egípcio.

 

 

Para muitos “crentes” hoje em dia, Cristo já não lhes basta. Querem Cristo e o mundo.

 

Eles tentaram falsificar o maná, porque o maná já não lhes era agradável (Nm 11.8 com Êx 16.23). Uma vez que o maná em seu estado natural foi desprezado, o povo recorreu a uma variedade de métodos para servi-lo. A tentativa era de torná-lo mais apetitoso para aqueles que tinham pouco ou nenhum apetite pelo maná como ele vinha do céu.

 

A multidão mista sempre encontra-se entre os filhos de Deus. EXEMPLO: Na reconstrução dos Muros de Jerusalém por Neemias. Houveram dificuldades e oposição por dentro e por fora. Depois da leitura do livro da Lei que fora achado, eles despediram as suas esposas pagãs e uma voluntária separação de Israel da multidão mista.

 

 

 

DO SINAI ATÉ CADES-BARNÉIA (Nm 11 - 14)

 

Após um ano no Sinai, Israel prosseguiu viagem. A experiência no Sinai provocou várias mudanças:

1)    a nação fora moldada em comunidade.

2)    a economia passou da graça pura, para a aliança da lei.

3)    sob esta aliança, embora a aliança abraâmica não fosse anulada, a posse da Terra de Canaã ficou condicionada à obediência.

4)    até agora Deus ouvira as murmurações com paciência e graça transbordante. Desse momento em diante, tais pecados seriam resolvidos com juízos apropriados e sumários.

 

 

 

TABERÁ (Nm 11.3-6). Veja a alteração no trato de Deus para com o Seu povo é evidenciada.

 

 

 

QUIBROTE-TAAVÁ (11.31-34). Codornizes e a ira de Deus contra as pessoas.

 

 

 

HAZEROTE (11.35 - 12.16). Miriã e Arão murmuram contra Moisés porque este se casara com uma mulher etíope. Imediatamente Miriã é atacada por lepra, Moisés ora e mais tarde ela é curada.

 

 

 

CADES-BARNÉIA (Nm 13)

 

Foi um momento de crise, o momento da oportunidade. Esta nação teve o seu momento de decisão. Avançar significaria posse imediata. Não haveria Jordão para atravessar, nem 38 anos de peregrinação, nem  morte no deserto para a geração que contemplara as glórias da terra onde manavam leite e mel.

 

A promessa feita a Abraão estava a se realizar, a semente e a terra ficaram separadas por 4 gerações.

 

A oportunidade de Israel estava a sua frente. O que deveriam fazer era avançar e conquistar. Deus estava sendo fiel em Sua promessa.

 

À primeira vista, talvez pareça que eles tiveram a aprovação de Deus quando enviaram os 12 espias para que examinassem a terra, mas, quando lemos Dt 1.22, ficamos sabendo que essa idéia originou-se no coração do homem. Como geralmente acontece, Deus permitiu uma ação que era compatível com a Sua vontade permissiva. Ele permitiu que Moisés enviasse os espias.

 

 

(Êx 3.8). Eles já tinham o cumprimento da primeira e segunda parte dessa promessa definida. Foram livrados dos egípcios e retirados da terra. Deviam ter contado com a fidelidade de Deus para cumprir o que restava e deviam ter avançado, dependendo d’Ele para fazê-lo. Mas, em vez de confiar em Deus e em Sua palavra, pediram que espias fossem enviados: ‘Vede a terra, que tal é... se boa ou má... se fértil ou estéril’  (Nm 13.18-20). Isto equivalia a dizer: “Não podemos aceitar a descrição que Deus fez da terra de Canaã. Temos de confirmá-la através de homens”. Os homens sempre acham difícil confiar simplesmente na Palavra de Deus quando a experiência humana e a visão humana dizem o contrário.  A verdadeira fé não é uma fé que interpreta Deus através das circunstâncias, mas uma fé que interpreta as circunstâncias através de uma visão e realização de Deus.  A fé tímida tem de ser sustentada pela investigação humana e provas visíveis.

 

 

POR QUÊ A FÉ PRECISA DE ESPIAS?

“Andamos por fé, e não pelo que vemos” (2Co 5.7). Durante 40 dias estes homens espiaram a terra. Em seu reconhecimento foram de uma ponta até a outra. Investigaram sob todos os aspectos a fim de verificar a veracidade divina. Mas a verdadeira fé aceita a Palavra de Deus. Dois anos de experiência lhes ensinaram que Deus era capaz e queria prover cada uma de suas necessidades e atender a cada emergência. Este período de tempo foi cheio de tais evidências. O mesmo Deus poderia resolver qualquer perigo que a Terra de Canaã contivesse.

 

 

Dez dos espias estavam prontos a admitir que a terra era exatamente como Deus tinha dito, comprovadas pelas uvas de Escol. Admitiram que era uma terra que “mana leite e mel” (v.27). Mas eles introduziram em seu relatório um “porém”. Eles viram gigantes e cidades muradas (v.33).

 

 

Apenas 2 espias, Josué e Calebe, falaram favoravelmente (v.30).

 

Os dez espias com seu relatório desfavorável influenciaram o destino de toda uma geração (Nm 13.26; 14.1).

 

 

 

RESULTADOS DO ERRO DE ISRAEL:

 

1.     Todos os que tinham mais de 20 anos foram condenados, a morrerem no deserto.

2.     Ficaram condenados a uma vida de peregrinação. Teriam de viajar mais 38 anos, à espera da morte.

3.     Canaã fora perdida — embora o povo se arrependesse depois de ver os resultados do seu fracasso. Foi tarde demais.

 

 

LIÇÃO: a experiência de Israel é uma advertência para nós (1Co 10.6). Todos nós nos deparamos um dia diante da nossa Cades-Barnéia. Todos nós enfrentamos a experiência do deserto. Nesta viagem, mais cedo ou mais tarde, chega a hora da decisão. Há pessoas que tiveram medo de decidir seguir os caminhos de Deus e hoje estão peregrinando pelo deserto.

 

 

ANOS DE PEREGRINAÇÃO - OS PERIGOS

 

                Durante as peregrinações de Israel no deserto, três personagens nobres, todos chamados por Deus e ocupando um lugar de alto privilégio e dignidade, fracassaram de um jeito ou de outro em um momento de crise. O fracasso destas três pessoas, Moisés, Miriã e Coré, parece exemplificar os três pecados cardeais que frequentemente se encontram entre aqueles que mais perto estão de Jeová.

 

MOISÉS    um dos maiores personagens da História. Temos que admitir que o seu pecado foi um pecado-do-momento, um fracasso sob extrema provocação, mais ainda assim, sério demais. Moisés estava cansado. O pecado de Moisés foi o desânimo. Isto provocou uma temeridade que, por sua vez, acusou a Deus de injustiça. Será que Deus tinha colocado sobre Moisés mais responsabilidade do que ele podia aguentar? (Nm 11.11-14).

 

Foi uma pena que Moisés, nesse momento grandioso, não percebesse que o seu Deus era suficiente. Em resposta ao seu rogo, não recebeu mais poder, apenas mais mecanismo. O poder que foi dado aos setenta não foi aumentado, mas apenas distribuído. Houve setenta homens em lugar de um, mas a multiplicação dos homens não produziu aumento no poder espiritual. Embora esta transação feita sob a vontade permissiva de Deus, protegesse Moisés de problemas e lhe desse setenta auxiliares, também significou perda de poder e dignidade que até então foram só suas. Moisés perdeu uma coisa que nunca recuperou.

 

O pecado do desânimo foi seguido pela impaciência.

 

MIRIà   a irmã de Moisés e Arão permitiu que o ciúme contra sua cunhada a levasse à beira da ruína e da miséria, não se falando do desapontamento que ela provocou naqueles que eram seus íntimos. Inveja (Nm 12). Miriã foi temporariamente atacada de lepra. Arão, o sumo sacerdote, encontrou favor e perdão através de confissão. Miriã foi curada depois de sete dias através de oração intercessória por parte de Moisés.

 

CORÉ    o pecado mais indigno de todos - rebeldia. O pecado de Coré e de seus companheiros foi o de traição contra Deus  e as ordens divinas (Nm 16). Ele era um levita que tinha a responsabilidade do serviço do tabernáculo. Sem dúvida, a seriedade do pecado de Coré consistia nisso: Coré atingiu o âmago da obra mediatorial de Deus. se, como Coré reivindicava, todos os homens são santos, então não há necessidade de um sacerdócio separado. Isto implica em que todos os homens podem se aproximar de Deus sem sacrifício e sem intermediário. O mesmo que dizer: “Todos os homens são filhos de Deus. Deus é o Pia de toda a humanidade”.

 

 

A ROCHA EM MERIBÁ

 

Este foi um dos momentos mais cruciais na vida de Moisés.

 

PERGUNTA: Qual a profunda seriedade do erro de Moisés?

 

As duas rochas falam de Cristo:

 

HOREBE

o       Tinha de ferir

o       Moisés levou somente os anciãos de Israel (aos 2 meses)

o       Representa a cruz, o Salvador ferido e moído por nossas transgressões (Is 53.5)

o       Vara fala de juízo (Ex 17.5 com Is 53.10,11)

MERIBÁ

o       Tinha de falar

o       Moisés levou Arão e o povo (30 anos depois)

o       Representa a Cristo como o nosso Sumo Sacerdote ressurreto

o       Vara de Arão (Nm 20.9)

o       Cristo, nossa Rocha, foi ferido uma única vez

o       A água, que em cada caso representa o Espírito Santo, foi dada uma única vez, com base no ferimento da Rocha. Jamais tem de ser repetido.

 

 

O pecado que não permitiu que Moisés entrasse na Terra Prometida foi apenas um exemplo da doutrina atual que ensina que a pessoa que se coloca sob os benefícios da morte de Cristo pode perder tais benefícios e tem de ser salva repetidas vezes.

 

Arão participou dessa ofensa, por isso receberia o mesmo castigo.

 

 

A SERPENTE DE BRONZE (Nm 21.6)

 

Arão morreu (Nm 20.22-29).

 

Fim das peregrinações. A partir de agora, Israel marcha ou acampa, mas não peregrina mais. Os anos de peregrinação foram para advertência e não para imitação (1Co 10.1-11; Hb 3.17-19).

 

Já se passaram 38 anos, uma nova geração surgira, apenas Moisés, Josué e Calebe eram vivos.

 

O povo se tornou impaciente no caminho (Nm 21.4).

 

A serpente é um tipo de Satanás e do mal (Gn 3; Ap 12.9).

 

A Serpente de Bronze – um tipo de Cristo na cruz. Bronze: juízo, julgamento (Jo 3.14,15 – 12.31-33).

 

SERPENTE DE BRONZE

o       Feito uma haste com uma serpente sem veneno

o       Levantada no deserto sobre uma haste

o       Condição para cura: olhar (Nm 21.9)

CRISTO

o       Tornado com as serpentes moralmente venenosas, mas sem o seu veneno ou pecado

o       Morte na cruz (Jo 12.32)

o       Condição para cura: crer (Jo 3.15)

 

 

Depois da experiência das serpentes não ouvimos mais de murmurações.

 

 

BALAÃO (Nm 22 – 25  #  2Pe 2.15; Jd 11; Ap 2.14).

 

 

o          Queria servir a dois senhores.

o          Queria dos tipos de recompensa: material e espiritual.

o          Queria apoiar dois pontos de vista divergentes ao mesmo tempo: abençoar e amaldiçoar a Israel.

o          Queria dois tipos de amigos: mundo e Deus.

o          Queria duas religiões: adaptava-se às condições contanto que o preço fosse bom.

o          Queria duas filosofias: apegava-se a uma doutrina que não re relacionava com a prática.

 

 

AS LIÇÕES QUE ISRAEL DEVERIA APRENDER NO DESERTO:

 

Moisés estava preste a morrer. Sua última tarefa foi a de treinar esta segunda geração, preparando-a para entrar na Terra sob a liderança de Josué.

 

As lições eram:

 

CUIDAR (Dt 8.1)

Obediência, um fator essencial que nada contará para Deus até que a obediência esteja em evidência. O direito à posse jamais foi revogado, mas a posse plena fora retardada por causa da desobediência.

 

RECORDAR (Dt 8.2)

o          Foi um caminho de disciplina (através do mar, águas amargas de Mara, caminho do deserto, vales escuros, montanhas, etc.).

o          Um caminho perigoso (serpentes abrasadoras, povos inimigos, etc.).

o          Um caminho severo (Deus permitiu que o povo passasse fome).

o          Um caminho certo (Sl 107.7,8 comparar com Ex 13.17).

 

SABER (Dt 8.5)

Deus queria humilhar e provar o povo. Conhecer a si mesmo e conhecer a Deus sempre foram as supremas lições.

 

GUARDAR (Dt 8.11)

o          Não esquecer de Deus (8.11);

o          Auto-indulgência (8.12);

o          Orgulho do coração (8.14);

o          Auto-suficiência (8.17);

o          Desobediência (8.19,20).

 

 

Moisés Morre.

 

 

JOSUÉ (Js 1.1,2)

 

Moisés representa a Lei. A Lei jamais poderia introduzir a Israel na Terra Prometida, apenas até os portais. Josué representava a graça.

 

 

ATRAVESSANDO O JORDÃO (Js 3.15)

 

O Jordão transbordava pelas suas margens naquela ocasião. Não havia pontes, nem meios humanos para chegar-se ao outro lado, a Terra Prometida: “O desespero do homem é a oportunidade de Deus”.

 

Cinco tipos de morte na Jornada do Deserto:

1.          Páscoa – a morte do cordeiro pascal foi um tipo de Cristo, que nos livra da penalidade do pecado;

2.          Mar Vermelho – morte para o mundo, o poder do Egito foi desfeito;

3.          Rocha Ferida – morte que produz vida, as águas refrescantes da rocha ferida – Cristo;

4.          Serpentes Abrasadoras – morte para a carne;

5.          Travessia do Jordão – aponta para a obra do Senhor Jesus Cristo.

 

 

Quando Israel atravessou o Mar Vermelho a Coluna de Nuvem e de Fogo era o seu guia, bem como no deserto. Agora, um novo guia, um novo instrumento de Deus surgia: a arca da aliança (a arca fala de Cristo – nosso Sumo Sacerdote).

 

A travessia do Jordão não representa a morte física e nem Canaã representa o céu!

 

Canaã não pode representar o céu por estar ocupada por sete nações pagãs na época da conquista e por mais tarde Israel ser desapropriada de Canaã sendo enviada ao cativeiro.

 

A travessia do Jordão não é um exemplo da passagem de uma alma para a eternidade, mas, antes, ilustra a passagem de um cristão de um nível de vida cristã para outro. Do egocentrismo para a vida cristocêntrica.

 

O que significam estas pedras? (Js 4.6).

O propósito desses memoriais (em Gilgal, v.3 e no Rio Jordão, v.9) foi o de apresentar a fidelidade de Deus no cumprimento das promessas feitas ao Seu povo. Cerca de 450 anos atrás, Deus fez a promessa à Abraão, agora ela era cumprida.

 

 

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Estudo baseado no Livro: Jornada no Deserto, Editora Batista Regular.

 

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