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Às vezes temos pressa de menos. Outras
vezes temos pressa de mais. Em algumas ocasiões,
Deus nos apressa. Em outras, Ele nos manda abandonar
a pressa. Por um lado, somos morosos nas tomadas
de decisão mais difíceis e na negação da vontade
própria. Por outro, não sabemos esperar calmamente
os frutos da obediência, o momento do alívio,
o galardão final nem o retorno de Jesus em poder
e muita glória. Mas, desde a queda, somos obrigados a
esperar. A serpente já feriu o calcanhar do
descendente da mulher (Gn 3.15), mas ainda não vemos toda a cabeça da serpente esmagada
(Rm 16.20). Jesus
já venceu a morte, mas ela ainda é o “o rei
dos terrores” (Jô 18.14), aquele monstro “cujo
lábio inferior toca a terra e o superior, o
céu, de modo a engolir tudo”. Uma das mais bonitas palavras de encorajamento
na prática da espera encontra-se no livro do
profeta Habacuque: “A visão [escrita claramente em tábuas] aguarda
um tempo designado; ela fala do fim, e não falhará
Ainda que demore, espere-a; porque ela certamente
virá e não atrasará” (Hc
2.3). O importante é que as promessas de Deus
existem. E “é impossível que Deus minta” (Hb
6.18). Essa impossibilidade de mentir faz parte
da natureza divina: “Deus não é homem para que
minta” (Nm 23.19).
A impossibilidade é mais estrutural do que ética.
Quem faz a promessa é “o Deus que não pode mentir” (Tt 1.2). A demora é uma questão relativa. O próprio
Jesus garante que Deus fará justiça aos seus
escolhidos, “embora pareça demorado em
defende-los” (Lc 18.7).
Além da arte de esperar, precisamos aprender
a arte de tomar posse daquilo que Ele realmente
promete, mesmo sem ver com os olhos naturais
e sem agarrar com as mãos. A exortação de Habacuque
nos diz respeito: Ainda que a cessação da dor,
a ressurreição, a plenitude da salvação, a apoteose,
os novos céus e nova terra, a vida eterna, demorem,
espere-as: porque elas certamente virão e não
se atrasarão. Na verdade, “temos esta esperança
como âncora da alma, firme e segura” aqui e
além do véu (Hb 6.19). A âncora é o símbolo clássico e universal da estabilidade. Pastorais 33. Revista Ultimato - Maio-Junho, 2004
ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA
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