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de Castro _
06/02/02 - Carnaval PROCEDÊNCIA
Segundo definição genérica, o carnaval é uma festa popular coletiva,
que foi transmitida oralmente através dos séculos, como herança das
festas pagãs realizadas a 17 de dezembro (Saturnais - em honra a deus
Saturno na mitologia grega.) e 15 de fevereiro (Lupercais - em honra
a Deus Pã, na Roma Antiga.). Na verdade, não se sabe ao certo qual a
origem do carnaval, assim como a origem do nome, que continua sendo
polêmica. Alguns estudiosos afirmam que a comemoração do carnaval tem
suas raízes em alguma festa primitiva, de caráter orgíaco, realizada
em honra do ressurgimento da primavera. De fato, em certos rituais agrários
da Antigüidade, 10 mil anos A.C., homens e mulheres pintavam seus rostos
e corpos, deixando-se enlevar pela dança, pela festa e pela embriaguez.
Outros autores acreditam que o carnaval tenha se iniciado nas alegres
festas do Egito. É bem verdade que os egípcios festejavam o culto a
Ísis há 2000 anos A.C. Em Roma, realizavam-se danças em homenagem a
Deus Pã (as chamadas Lupercais) e a Baco (ou Dionísio para os gregos).
Rituais Dionisíacos ou Bacanais. No início da Era Cristã, a igreja deu
nova orientação a essas festividades, punindo severamente os abusos.
Entretanto, se o Catolicismo não adotou o carnaval, suportou-o com certa
tolerância, já que a fixação do período momesco gira em torno de datas
predeterminadas pela própria igreja. Tudo indica que foi nesse período
que se deu a anexação ao calendário religioso, pois o carnaval antecede
a Quaresma. É uma festa de características pagãs que termina em penitência,
na dor de quarta-feira de Cinzas. Originariamente os cristãos começavam
as comemorações do carnaval em 25 de dezembro, compreendendo os festejos
do Natal, do Ano Novo e de Reis, onde predominavam jogos e disfarces.
Na Gália, tantos foram os excessos que Roma o proibiu por muito tempo.
O papa Paulo II, no século XV, foi um dos mais tolerantes, permitindo
que se realizassem comemorações na Via Lata, rua próxima ao seu palácio.
Já no carnaval romano, viam-se corridas de cavalo, desfiles de carros
alegóricos, brigas de confetes, corridas de corcundas, lançamentos de
ovos e outros divertimentos. O baile de máscaras, introduzido pelo papa
Paulo II, adquiriu força nos séculos XV e XVI, por influência da Commedia
dell'Arte. Eram sucesso na Corte de Carlos VI. Ironicamente, esse rei
foi assassinado numa dessas festas fantasiado de urso. As máscaras também
eram confeccionadas para as festas religiosas como a Epifania (Dia de
Reis). Em Veneza e Florença, no século XVIII, as damas elegantes da
nobreza utilizavam-na como instrumento de sedução. Na França, o carnaval
resistiu até mesmo à Revolução Francesa e voltou a renascer com vigor
na época do Romantismo, entre 1830 e 1850. Manifestação artística onde
prevalecia a ordem e a elegância, com seus bailes e desfiles alegóricos,
o carnaval europeu iria desaparecer aos poucos na Europa, em fins do
século XIX e começo do século XX. Há que se registrar, entretanto, que
as tradições momescas ainda mantêm-se vivas em algumas cidades européias,
como Nice, Veneza e Munique. A ORIGEM DO TERMO Assim como a origem do
carnaval, as raízes do termo também têm se constituído em objeto de
discussão. Para uns, o vocábulo advém da expressão latina "carrum novalis"
(carro naval), uma espécie de carro alegórico em forma de barco, com
o qual os romanos inauguravam suas comemorações. Apesar de ser foneticamente
aceitável, a expressão é refutada por diversos pesquisadores, sob a
alegação de que esta não possui fundamento histórico. Para outros, a
palavra seria derivada da expressão do latim "carnem levare", modificada
depois para "carne, vale !" (adeus, carne!), palavra originada entre
os séculos XI e XII que designava a quarta-feira de cinzas e anunciava
a supressão da carne devido à Quaresma. Provavelmente vem também daí
a denominação "Dias Gordos", onde a ordem é transgredida e os abusos
tolerados, em contraposição ao jejum e à abstenção total do período
vindouro (Dias Magros da Quaresma).
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