20/10 Praticar :
Pratiquemos a palavra de Filipenses saindo para pregar o evangelho saudável.
Que o Senhor abençoe as igrejas na defesa e confirmação do evangelho
(Fp 1:7), resgatando o nosso país do império das trevas. Segue parte
do estudo de Filipenses, é muito encorajador!!!!! "À noite, sobreveio
a Paulo uma visão na qual um varão macedônio estava em pé e lhe rogava,
dizendo: Passa à Macedônia e ajuda-nos. Assim que teve a visão, imediatamente,
procuramos partir para aquele destino, concluindo que Deus nos havia
chamado para lhes anunciar o evangelho. Tendo, pois, navegado de Trôade,
seguimos em direitura a Samotrácia, no dia seguinte, a Neápolis e dali,
a Filipos, cidade da Macedônia, primeira do distrito e colônia. Nesta
cidade, permanecemos alguns dias" (At 16:9-12).
PAULO LEVA O EVANGELHO PARA A EUROPA Isto marca uma época distinta na
história da igreja, na história de Paulo e no progresso do cristianismo.
Agora Paulo e seus companheiros levam o evangelho para Europa. Por um
momento faremos lembrar várias conexões históricas interessantes das
conquistas e conquistadores da Macedônia; e permaneceremos algum tempo
nos arredores de Filipos famosa na história Romana. O grande conflito
entre a República e o Império terminou. Para comemorar este grande evento,
Augusto fundou uma colônia em Filipos. Esta foi a primeira cidade aonde
Paulo chegou para sua entrada na Europa. Ela foi chamada "a principal
cidade e colônia daquela parte da Macedônia". Somos informados que uma
colônia Romana era caracteristicamente uma miniatura relembrando Roma;
e Filipos entre todas as colônias no império, era a mais adequada a
ser considerada como representante do Império de Romano.
O RESULTADO DA PREGAÇÃO DE PAULO EM FILIPOS Parece que o número de judeus
em Filipos era pequeno, pois nem sinagoga havia naquele lugar. Mas como
de costume, o apóstolo primeiramente vai a eles, mesmo havendo apenas
algumas mulheres reunidas às margens do rio (At 16). Paulo prega a elas,
Lídia se converte, a porta é aberta e outros também crêem. Foi neste
lugar singelo, e para estas poucas mulheres devotas, que o evangelho
foi primeiramente pregado na Europa. Contudo este simples começo, e
pacífico triunfo, rapidamente é perturbado pela malícia de Satanás e
pela avareza do homem. O evangelho não pode prosseguir fácil e confortavelmente
entre o paganismo, pelo contrário com muita oposição e sofrimentos.
Quando o apóstolo e seus companheiros iam para o lugar de oração, uma
donzela possuída por um espírito maligno os seguia gritando e dizendo
"Estes homens são servos do Deus Altíssimo e vos anunciam o caminho
da salvação" (At 16:17). Inicialmente Paulo não deu atenção a ela. Ele
prosseguia o seu abençoado trabalho de pregar a Cristo, cativando almas
para Ele. Mas a pobre serva possessa persistia em segui-los, expressando
as mesma palavras. Foi uma tentativa maliciosa do inimigo interromper
a obra de Deus dando testemunho aos ministros da Palavra. Observamos
que ela não dava testemunho de "Jesus", ou do "Senhor", mas sim a Seus
"servos" e ao "Deus altíssimo". Paulo, contudo, não queria testemunho
de si mesmo, nem um testemunho de um espírito maligno, assim ele, "já
indignado, voltando-se, disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo,
eu te mando: retira-te dela. E ele, na mesma hora, saiu" (At 16:18).
Como a donzela não podia mais exercer a arte de adivinhação, seus mestres
se viram privados do lucro que tiveram até o momento. Enraivecidos pela
perda de sua propriedade, instigaram a multidão a tomar partido com
eles, prenderam Paulo e Silas levando-os perante as autoridades. Como
sabiam bem que não tinham nenhuma acusação verdadeira contra eles, usaram
a velha acusação de "perturbação da paz" – e que tentavam introduzir
práticas do judaísmo na colônia Romana, ensinado costumes contrários
às leis de Roma. E, como sempre, o clamor da multidão foi aceito no
lugar de testemunhos, investigações e considerações. As autoridades,
sem mais sindicância alguma, ordenaram que fossem açoitados publicamente
e então jogados na prisão. E assim aconteceu; estes benditos servos
de Deus, feridos, sangrando, desfalecidos foram bem aprisionados por
um carcereiro cruel que somou a seus sofrimentos, amarrando seus pés
ao tronco. Mas Paulo e Silas em lugar de estarem deprimidos pelos sofrimentos
e pelas paredes sombrias daquela prisão, regozijaram-se, pois foram
considerados dignos de sofrer humilhação e sofrimentos por amor a Cristo;
sobrepondo o silêncio da meia noite e os suspiros e sussurros dos prisioneiros,
eles "oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de
prisão escutavam" (At 16:25). Se Satanás não esgotou seus recursos para
levar a cabo sua obra maligna, tampouco Deus esgotou os Seus para levar
a cabo Sua boa obra. Então Ele faz uso de todos os acontecimentos para
direcionar o progresso da obra do evangelho, e realizar o propósito
de Seu amor. O carcereiro está prestes a se converter, a igreja quase
a nascer e um testemunho para o Senhor Jesus pronto a se estabelecer
meio ao berço do paganismo. À meia-noite, enquanto Paulo e Silas cantavam,
e os prisioneiros ouviam tal melodia incomum, houve um grande terremoto.
Deus, em majestade e graça, entrou em cena. Ele expressa Sua voz, a
terra se estremece: as paredes da prisão tremem, as portas se abrem,
e caem os grilhões de cada homem. E agora, o que são as prisões romanas?
– onde estão as legiões romanas? – onde está todo o poder do inimigo?
A voz de Deus foi ouvida meio ao temporal: a violência da tempestade
proporcionou a pequena voz do evangelho e a paz dos céus. Despertado
abruptamente pelo terremoto, os primeiros pensamentos do carcereiro
foram seus prisioneiros. Alarmado ao ver as portas da prisão abertas,
supondo terem os prisioneiros fugido, desembainhou sua espada para poder
se matar. "Mas Paulo bradou em alta voz: Não te faças nenhum mal, que
todos aqui estamos!" (At 16:28). Estas palavras de amor quebrantaram
o coração do carcereiro. A calma e a serenidade de Paulo e Silas – desconsiderando
a oportunidade para escapar – sua preocupação por ele – diante dos olhos
surpresos do carcereiro pareciam ser da mais alta classe. Deixando de
lado a espada, pedindo luz, saltou na prisão e tremendo caiu aos pés
dos apóstolos. Sua consciência foi atingida, seu coração foi subjugado
e algo violento como o terremoto agitou toda sua alma. Tomou o lugar
de um pecador perdido e clamou, "Senhores, que devo fazer para que seja
salvo?" Ele não diz como aquele interprete da Lei em Lucas 10, "Mestre,
que farei para herdar a vida eterna?" Não houve questão alguma do carcereiro
para fazer alguma coisa para vida, mas para a salvação de um perdido.
O interprete da Lei, como muitos outros, não se via como um pecador
perdido, portando não se falava sobre a salvação. Em resposta a pergunta
mais importante que os lábios humanos já fizeram, "O que devo fazer
para ser salvo?" o apóstolo dirigiu a mente do carcereiro à Cristo –
"Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa." Deus deu-lhe a benção
e toda sua casa veio a crer e regozijando-se foram batizados. Tudo agora
então foi mudado; o carcereiro levou os prisioneiros para sua própria
casa – sua crueldade mudou-se em amor, simpatia e hospitalidade. Naquela
mesma hora da noite lavou os vergões dos açoites – lhes pôs mesa – regozijou-se,
crendo em Deus ele e toda sua casa. Que noite conclusiva! Que mudança
em tão poucas horas! E que manhã alegre e resplandecente raiou naquela
casa! O Senhor seja louvado! Como o antigo Dario, os pretores aparecem
perturbados durante a noite. As noticias sobre o terremoto chegam junto
com as que diziam que Paulo e Silas eram romanos. Mas tão logo o dia
raiou, eles enviaram as seguintes ordens ao carcereiro "Põe aqueles
homens em liberdade". Ele prontamente fez saber as ordens à Paulo e
Silas, desejando-os partirem em paz. Mas Paulo negou aceitar a sua liberdade
sem reconhecimento público do erro que lhe fizeram passar. Ele também,
agora, tornou claro o fato dele e Silas serem cidadãos romanos. As palavras
famosas de Cícero tornaram-se um provérbio, tendo imenso valor em todo
lugar: "Prender um cidadão romano é um ultraje – açoitá-lo um crime".
Evidentemente os pretores violaram as leis romanas; mas Paulo apenas
exigiu que, como eles tinham sido acusados culpados publicamente, também
os pretores deveriam vir a público declarar sua inocência. Imediatamente
assim o fizeram, pelo erro que haviam cometido. "Então, foram ter com
eles e lhes pediram desculpas; e, relaxando-lhes a prisão, rogaram que
se retirassem da cidade". Os apóstolos satisfeitos com as desculpas
dos pretores deixaram a prisão indo para a casa de Lídia; quando viram
os irmãos, confortaram-nos e então partiram. Antes de deixarmos este
memorável capítulo, adicionaremos as provas de um relacionamento de
forte vínculo que os uniam, e que continuou desde o "primeiro dia" até
a prisão de Paulo em Roma. Sua afeição pelos filipenses era extraordinária.
Ele se reportou a eles como, "Meus irmãos, amados e mui saudosos, minha
alegria e coroa, sim, amados, permanecei, deste modo, firmes no Senhor".
(Fp 4:1) Isso ele confessa, com muito gozo: a inabalável comunhão deles
no evangelho, as muitas evidências práticas do seu cuidado amoroso para
consigo e a plena harmonia que tinham com ele. Tão logo chegou em sua
residência em Tessalônica, eles pensaram em sua necessidade. "Porque
até para Tessalônica mandastes não somente uma vez, mas duas, o bastante
para as minhas necessidades" (Fp 4:15-19). "Mas levanta-te e firma-te
sobre teus pés, porque por isso te apareci, para te constituir ministro
e testemunha, tanto das coisas em que me viste como daquelas pelas quais
te aparecerei ainda, livrando-te do povo e dos gentios, para os quais
eu te envio, para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas
para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam
eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela
fé em mim. Pelo que... não fui desobediente à visão celestial" -- At
26:16-19. A graça seja convosco....Magno e Estela
09/10 do Estudo-Vida de FILIPENSES, que vimos na Conferência.
Quando o apostolo Paulo estava preso escreveu estas palavras cheias
de vida para todos nós.
Em Cristo.....Magno e Estela
ENGRANDECER A CRISTO VIVENDO-O
Leitura Bíblica: Filipenses 1: 19-21
Nesta mensagem consideraremos a questão de engrandecer a Cristo
vivendo-O (Filipenses 1:19-21). No versículo 20 Paulo diz: "Segundo
a minha ardente expectativa e esperança de que em nada serei
envergonhado; antes, com toda a ousadia, como sempre, também
agora, será Cristo engrandecido no meu corpo, quer pela vida,
quer pela morte". Nos sofrimentos físicos de Paulo, Cristo
foi engrandecido, isto é, demonstrado ou declarado grande (sem
limitação), exaltado e enaltecido. Seus sofrimentos proporcionaram-lhe
a oportunidade de expressar Cristo em Sua grandeza ilimitada. Ele iria
engrandecer nele somente a Cristo, e não a lei ou a circuncisão.
Filipenses preocupa-se com a experiência de Cristo. Engrandecer
a Cristo sob quaisquer circunstâncias é experimentá-Lo
com o mais alto desfrute.
ENGRANDECER A CRISTO
No versículo 20, várias expressões relacionam-se
com a afirmação de Paulo de que Cristo seria engrandecido
nele: "Com toda a ousadia", "como sempre", "também
agora", "no meu corpo", "quer pela vida, quer pela
morte". Paulo não diz simplesmente "com ousadia",
mas "com toda a ousadia". Em seguida , ele salienta especificamente
que Cristo seria engrandecido em seu corpo. Ele disse isso porque seu
corpo estava em cadeias. Ao menos à noite, se não ao tempo
todo, Paulo ficava acorrentado a um guarda. No entanto, apesar de seu
corpo estar em cadeias, Cristo seria engrandecido em seu corpo. Além
disso, Cristo seria quer pela vida, quer pela morte. Isso indica que
não importava quais fossem as circunstâncias, Paulo esperava
que Cristo fosse engrandecido nele.
Precisamos agora considerar o que significa engrandecer a Cristo. A
palavra engrandecer significa tornar grande, aumentar. Talvez você
se pergunte como Cristo pode ser engrandecido, uma vez que Ele já
é universalmente grande. Conforme Efésios 3, as dimensões
de Cristo (extensão, largura, altura e profundidade) são
imensuráveis. São as dimensões do universo. Embora
seja vasto, extenso e imensurável, aos olhos da guarda pretoriana
de César, Cristo virtualmente não existia. Aos olhos deles,
não havia a pessoa de Jesus Cristo. Entretanto, Paulo o engrandecia;
ele o fez grande perante os olhos dos outros, especialmente dos que
o aprisionavam. Como resultado, alguns se converteram a Cristo. Uma
evidência disso é encontrada em Filipenses 4:22, onde Paulo
fala dos santos da casa de César. Quando Cristo foi engrandecido
por Paulo, até mesmo alguns da casa de César foram salvos.
Na época do aprisionamento de Paulo, os judeus eram desprezados
pelos romanos. Os romanos eram os conquistadores, e os judeus, os conquistados.
Entre os conquistados havia um homem chamado Jesus. Embora Ele seja
grandioso e o mais maravilhoso, aos olhos dos romanos Ele era nada.
Mas enquanto Paulo era mantido cativo na prisão romana, ele engrandecia
a Cristo, fazendo com que Ele parecesse grandioso aos olhos de seus
captores.
Em nosso viver também devemos engrandecer a Cristo, fazendo-O
grande aos olhos dos outros. No lugar em que você trabalha ou
estuda, as pessoas podem menosprezar a Cristo. Eles podem ridicularizá-Lo
e tomar o Seu nome em vão, violando o terceiro mandamento. Por
isso, você precisa fazê-los ver Cristo não de maneira
insignificante, mas de maneira ampliada, engrandecida.
Devemos também engrandecê-Lo em nossa casa. Os pais de
alguns jovens podem não crer em Cristo, mas desprezá-Lo.
Portanto, esses
jovens devem assumir a responsabilidade de engrandecê-Lo diante
dos pais. Em vez de simplesmente pregar sobre Cristo aos pais, eles
precisam engrandecê-Lo. Não precisamos apenas da vida interior,
mas também do viver exterior. Por meio do viver adequado, Cristo
parecerá grande aos olhos dos outros. Jovens, deixem que seus
pais vejam a grandeza de Cristo em vocês.
Podemos engrandecer a Cristo mesmo em situações em que
temos pouca ou nenhuma liberdade de falar sobre Ele. Apesar de os professores
[Nos Estados Unidos, a lei proíbe que se pregue qualquer religião
nas salas de aula das escolas públicas. (N.T.)] não poderem
pregar o evangelho a seus alunos na sala de aula, eles podem engrandecer
a Cristo. Podem fazer com que Cristo pareça grande aos olhos
dos alunos. Não creio que quando Paulo estava na prisão,
ele tivesse muita liberdade de pregar a Cristo. Pelo contrário,
estava muito limitado e debaixo de rígido controle. Entretanto,
mesmo em tais circunstâncias, Cristo era engrandecido em seu corpo.
Com toda ousadia Paulo sempre procurava engrandecê-Lo.
Ele diz que Cristo seria engrandecido nele quer pela vida, quer pela
morte. Não importa com que se defrontasse: a oportunidade de
continuar vivo ou ser martirizado, ele esperava engrandecer a Cristo.
Em seu viver Paulo engrandecia a Cristo. Isso é engrandecê-Lo
pela vida. Enquanto aguardava ser martirizado, ele também O engrandecia.
Isso é engrandecê-Lo pela morte. Assim, quer pela vida,
quer pela morte, Cristo foi engrandecido no corpo aprisionado e acorrentado
de Paulo. Obviamente, isso não é mera doutrina; é
a experiência rela de Cristo.
No versículo 19, Paulo menciona o suprimento abundante do Espírito
de Jesus Cristo. Se permitirmos que o suprimento abundante do Espírito
trabalhe em nós, nosso viver sofrerá mudança. Teremos
o encargo de engrandecer a Cristo sempre, e com toda a ousadia. Quando
O engrandecemos, outros verão Sua grandeza e ilimitabilidade.
Engrandecer a Cristo dessa maneira certamente é vivê-Lo.
Quando escreveu o livro de Filipenses, Paulo já era idoso. Sem
dúvida, os guardas esperavam que ele ficasse esgotado por causa
da prisão. Mas longe de ficar esgotado, ele estava cheio de gozo
e regozijava-se no Senhor. Estou certo de que ele resplandecia Cristo
e O expressava. Tal expressão era uma declaração
da ilimitada grandeza e inexauribilidade de Cristo.
Nosso amor sempre acaba por exaurir-se, mas Cristo como amor é
inexaurível. Da mesma forma, nossa paciência é limitada,
mas Cristo como nossa paciência não tem limite. Todos temos
a capacidade de ser pacientes, mas só até certo ponto.
Aí, ficamos irritados e irados. Por exemplo, um irmão
pode ser paciente com a esposa até que, por fim, a paciência
chega ao limite, e ele fica irado com ela. Embora nossa paciência
natural seja tão limitada, Cristo como paciência é
inexaurível e imensurável.
Paulo deve ter sido maltratado na prisão, mas apesar disso ele
podia alegrar-se e mostrar aos guardas a grandeza ilimitada de Cristo.
Em particular, ele mostrou a paciência inexaurível de Cristo.
Certamente, Cristo foi engrandecido no corpo de Paulo. Dia a dia, ele
se alegrava no Senhor: sua alegria não diminuiu com o tempo.
Na sua alegria ele pôde demonstrar o Cristo imensurável
que experimentava e desfrutava. Dessa maneira, ele expressou, exibiu,
exaltou e enalteceu a Cristo. Não creio que ele tenha sido ofendido
pelos carcereiros ou que os tenha ofendido. Pelo contrário, ele
era um testemunho vivo de Cristo, testificando Sua habilidade, poder,
paciência, amor e sabedoria, tudo sem medida. Os guardas podem
ter achado Paulo estranho ou peculiar, vendo-o como alguém que
tinha algo que eles não tinham. O que eles sentiam em Paulo era
Cristo engrandecido. Enquanto estava na prisão, ele expressou
a grandeza de Cristo de maneira ampliada. Ele O engrandeceu com toda
a ousadia tanto pela vida como pela morte. Engrandecendo-O dessa forma,
Paulo podia vencer qualquer situação.
VIVER CRISTO
Em Filipenses 1: 21 Paulo prossegue: "Porquanto, para mim o viver
é Cristo". A palavra "porquanto" no início
desse versículo é importante. Ela indica que o que vem
em seguida é explanação do versículo anterior
. Cristo pôde ser engrandecido no corpo de Paulo porque Paulo
O vivia. A fim de engrandecer a Cristo devemos vivê-Lo. Embora
viver Cristo seja de tremenda importância , poucos cristãos
têm prestado a devida atenção a isso. A palavra
"porquanto" no versículo 21 ajuda-nos a ver que Paulo
podia engrandecer a Cristo porque para ele o viver era Cristo. No corpo
acorrentado de Paulo, Cristo foi exaltado, enaltecido, louvado e apreciado,
porque Paulo O vivia.
Se quisermos viver Cristo, devemos tomá-Lo como nossa pessoa
e ser um com Ele. Ele e nós devemos ser um de maneira prática.
Em Gálatas 2:20 Paulo declarou: "Cristo vive em mim".
Para ele, isso não era mera doutrina; era um fato. Cristo viver
em nós deve também ser real para nós. É
triste que alguns cristãos não creiam que Cristo de fato
vive neles. Tampouco crêem que podemos permanecer em Cristo e
Ele, em nós. Mas a Bíblia nos diz categoricamente que
Cristo está em nós e vive em nós. Além disso,
devemos permanecer Nele e permitir-Lhe permanecer em nós.
Paulo podia não somente dizer que Cristo vivia nele, como também
para ele o viver era Cristo. Por um lado, Cristo vivia em Paulo; por
outro, Paulo vivia Cristo. Interiormente, Cristo era a vida de Paulo,
e exteriormente, o seu viver. Paulo e Cristo, assim tinham uma só
vida e um só viver. A vida de Cristo era a vida de Paulo, e o
viver de Paulo era o viver de Cristo. Os dois, Cristo e Paulo, viviam
como um. A Primeira Epístola aos Coríntios 6:17 refere-se
a tal viver. Nesse versículo, Paulo diz que somos um espírito
com o Senhor. A união orgânica que ocorreu entre nós
e Cristo leva-nos a ser tão próximos e íntimos
Dele que somos até mesmo um espírito com Ele.
Viver Cristo não é meramente Ter uma vida santa ou viver
em santidade; é viver uma pessoa. Admitimos que a expressão
"viver Cristo" é nova. Utilizamos esse termo deliberadamente.
No passado, falamos sobre o viver exteriorizando Cristo. Embora essa
expressão não seja incorreta, acrescentar o termo "exteriorizando"
pode prejudicar o significado adequado. Devemos simplesmente viver Cristo.
Devemos Ter um viver que seja o próprio Cristo.
Pela minha experiência posso testificar que a coisa mais difícil
em nossa vida cristã é a prática de viver Cristo.
Podemos ser "santos", "espirituais" e "vitoriosos"
sem viver Cristo. Muito embora possamos ser "santos", "espirituais"
e "vitoriosos", ainda temos um viver natural. Não vivemos
Cristo.
Por natureza , sou uma pessoa rápida. Quando minha irmã
ouviu que eu me havia convertido ao Senhor, ela ficou alegre e quis
ajudar-me, especialmente com minha rapidez natural. Ela não me
queria repreender ou corrigir. Em vez disso, ela me contava sobre as
pessoas que eram vagorosas no falar e modo de agir. Percebendo o que
ela tentava fazer, eu disse ao Senhor que me arrependia da minha rapidez
e pedi-Lhe que me capacitasse a ser vagaroso. Mas meu comportamento
era semelhante ao de um macaco ao imitar o ser humano. Embora conseguisse
propositadamente ser lento por alguns dias, por fim voltava à
minha rapidez natural. Eu nasci uma pessoa rápida, e simplesmente
não podia fazer-me vagaroso. Quando minha irmã tentava
ajudar-me, ensinava-me a ser lento, mas não me ajudou a viver
Cristo. Agora, depois de mais de cinqüenta anos, posso ser vagaroso
e paciente. Posso também controlar o meu temperamento. Em certo
sentido, posso ser santo, espiritual e vitorioso, mas vim a perceber
que é possível fazer tudo isso sem viver Cristo.
A fim de viver Cristo, devemos tomá-Lo como nossa pessoa e como
nossa vida. Apesar de Ter progredido nessa questão, admito que
minha prática ainda não foi bem-sucedida. Quase toda manhã
eu oro: "Senhor, agradeço-Te por mais um dia para eu praticar
vivê-Lo. Senhor, em mim mesmo não consigo fazê-lo.
Peço-te que me lembres de Te viver, e concede-me graça
necessária para isso". Tenho verificado, entretanto, que
logo depois de orar ao Senhor dessa forma, posso voltar a viver em mim
mesmo em vez de viver Cristo. As coisas relativas ao meu viver podem
ser boas, contudo não posso viver Cristo. Ainda não tenho
a segurança de testificar como Paulo: "Para mim o viver
é Cristo"(Filipenses 1:21).
Na vida cristã é fácil seguir determinadas práticas.
Por exemplo, podemos perceber que falamos muito e adotar a prática
de limitar o falar. No entanto, é possível ter sucesso
em restringir a loquacidade e ainda falhar em viver Cristo. Uma coisa
é seguir determinada prática; outra é viver Cristo.
Deus não se importa com quanto somos santos, espirituais ou vitoriosos
em nós mesmos. Na verdade, viver dessa maneira pelo esforço
próprio é esforçar-se por guardar a lei. O que
conta aos olhos de Deus é Cristo, e o viver Cristo. A respeito
de viver Cristo, a situação atual dos cristãos
está bem distante do alvo de Deus. Essa é a razão
por que lutamos e nos debatemos para entrar no verdadeiro viver Cristo
de forma prática. Deus quer que seu povo viva Cristo. Não
devemos preocupar-nos com santidade, espiritualidade ou vitória
como fins em si mesmos, tampouco com nossas virtudes e atributos naturais.
Pelo contrário, devemos concentrar toda a atenção
em viver Cristo e cuidar somente disso, para que Ele seja engrandecido
em nós.
No livro de Filipenses, Paulo nos encoraja a "pensar a mesma coisa"(Filipenses
2:2). Essa mesma coisa é viver Cristo. Devemos preocupar-nos
somente em vivê-Lo e engrandecê-Lo. Em vez de buscar santidade,
espiritualidade ou vitória, devemos buscar vivê-Lo e engrandecê-Lo
sempre com toda a ousadia, quer pela vida, quer pela morte. O desejo
de Deus é que vivamos Cristo.
Não permita que nada o distraia da experiência direta e
pessoal de Cristo. Sim, precisamos entender o pano de fundo de Filipenses
e perceber qual é a presente situação religiosa.
Também precisamos discernir que Cristo é pregado de maneiras
distintas. Mas nada disso deve distrair-nos do próprio Cristo.
Precisamos concentrar a atenção em uma só coisa:
viver Cristo.
III. NADA RELACIONADO COM A LEI E A CIRCUNCISÃO
A vida de Paulo era viver Cristo. Para ele, o viver era Cristo, e não
a lei ou a circuncisão. Ele não queria viver a lei, mas
Cristo; não queria ser achado na lei, mas em Cristo(Filipenses
3:9). Cristo não somente era sua vida interiormente, mas também
seu viver exteriormente. Ele vivia Cristo porque Cristo vivia nele.
Ele era um com Cristo tanto em vida como no viver. Ele e Cristo tinham
uma só vida e um só viver. Viviam juntos como uma pessoa.
Cristo vivia nele como sua vida, e ele vivia Cristo exteriormente como
seu viver. A experiência normal de Cristo é vivê-Lo,
e vivê-Lo é engrandecê-Lo sempre, não importando
as circunstâncias.
Na prisão Paulo vivia Cristo. Portanto, podia ser achado não
na lei, mas em Cristo. Em qualquer tempo, os homens, os anjos e os demônios
podiam encontrá-lo em Cristo. Também precisamos ser achados
pelos outros em Cristo, e não simplesmente em nosso bom comportamento.
Jovens, seus pais devem encontrá-los em Cristo. Eles devem sentir
que há algo diferente em vocês. Todos os nossos parentes,
amigos e colegas devem achar-nos em Cristo.
Se quisermos ser achados em Cristo, devemos vivê-Lo. Somente quando
O vivermos é que seremos achados Nele pelas pessoas e pelos anjos
e demônios. Entretanto, se formos os que guardam a lei, seremos
achados na lei e não em Cristo. Não estamos aqui para
expressar a lei ou engrandecê-la; nosso alvo é expressar
Cristo e engrandecê-Lo. Todos precisamos orar: "Senhor, tem
misericórdia de mim e resgata-me tanto das coisas pecaminosas
como das coisas boas; até mesmo das coisas espirituais, que substituem
a Ti em meu viver. Senhor resgata-me de todas as coisas para Ti mesmo.
Também peço-Te que me concedas graça a cada dia,
a fim de que eu possa, de fato, viver-Te e ser achado em Ti". Posso
testificar que esse tipo de oração é eficaz. Vamos
todos buscar a mesma coisa e perseguir a mesma coisa: viver Cristo e
engrandecê-Lo.
( Trecho extraído do Estudo-Vida de Filipenses Vol.I - Editora
Árvore da Vida)
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