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Jair Souza Leal _ Artigos de 31 a 35

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31 O Valor da Pessoa Humana
32 Seguidor ou Discipulo ?
33 O Impossível Para Deus
34 De Volta ao Lar
35 Se minha jumenta falasse

31 - O Valor da Pessoa Humana

 

“E aconteceu que, passando ele num sábado pelas searas, os seus discípulos, caminhando, começaram a colher espigas. E os fariseus lhe disseram: Vês? Por que fazem no sábado o que não é lícito? Mas ele disse-lhes: Nunca lestes o que fez Davi, quando estava em necessidade e teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na casa de Deus, no tempo de Abiatar, sumo sacerdote, e comeu os pães da proposição, dos quais não era lícito comer senão aos sacerdotes, dando também aos que com ele estavam? E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado. Assim o Filho do homem até do sábado é Senhor.”
(Marcos 2:23-28)

 

Em nossos relacionamentos enfrentamos muitas dificuldades, pois todos somos imperfeitos, e neles se manifestam as nossas imperfeições. Muitas vezes nos sentimos desvalorizados e maltratados pelos outros, e há outras vezes em que somos nós quem não valorizamos as outras pessoas.

Há sempre a tendência de compará-las com outras, de exigir e querer que sejam aquilo que nós achamos que devem ser. Assim, encontramos grande dificuldade em aceitar as pessoas simplesmente como elas são ou, como podem vir a ser. Imaginem se Deus nos tratasse nesta mesma medida, exigindo de nós a perfeição para poder nos amar?

Todas as pessoas são importantes porque são a imagem e semelhança de Deus, e  devem ser amadas, mesmo que não gostemos delas, mesmo que nada possuam, mesmo que não ajam como “gostaríamos”. É interessante pensar que no lugar delas agiríamos da mesma maneira. Todos nós sabemos viver a vida dos outros, mas temos grande dificuldade de viver a nossa própria vida.

Este texto nos deixa uma lição, que um dos cuidados que devemos ter é o de não dar maior importância às normas e regulamentos do que a pessoa.

O sentido de toda legislação mosaica era a proteção dos fracos (Levítico 25:35-37), porém havia chegado a um ponto em que se tornara o martírio destes. O que visava protegê-los, tornou-se a sua condenação.

Interessante é que a acusação destes homens, perante Jesus, se baseava na Palavra divina (o quarto mandamento). O Senhor rebate a acusação dos fariseus também com a Palavra divina, interpretada de forma correta. É possível então oprimir as pessoas mesmo com a Bíblia nas mãos, e é possível também libertá-la de jugo, aliviando-as.

Jesus não anulou o mandamento, ele liberou as pessoas das interpretações incorretas, que produzem profundo danos nas almas, impedindo as bênçãos. “Eis que Deus é mui poderoso, contudo a ninguém despreza; grande é no poder de entendimento” (Jó 36:5); “Ora, se um homem recebe a circuncisão no sábado, para que a lei de Moisés não seja violada, como vos indignais contra mim, porque no sábado tornei um homem inteiramente são? Não julgueis pela aparência mas julgai segundo o reto juízo” (João 7:23-24); “Pois misericórdia quero, e não sacrifícios; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos” (Oséias 6:6); “Pois que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? ou que dará o homem em troca da sua vida?” (Mateus 16:26).

Por que todos vinham tem com Jesus, acorriam para Ele, seguiam-no? É porque Jesus sempre alcançava às necessidades daquelas pessoas com sua pregação e obra, sem censura (podemos citar por exemplo, a mulher adúltera de João 8). Ele acalentava corações, curava, alimentava, mostrava o melhor para todos. Não acolhia o pecado, mas também não era um acusador insensível.

Quando vemos igrejas vazias hoje, sem poder, não seria por que temo agido como os fariseus e não como Jesus? Se a igreja é lugar de amor e paz, por que muitas estão vazias e as pessoas do mundo não estão interessadas nela, nem em viver na presença de Cristo? Não será, talvez, por que nós, os emissários e representantes de Cristo, não estamos levando ao mundo sua imagem refletida em nosso viver diário? Repare como exemplo, nas despesas das igrejas, qual tem sido a prioridade nos gastos; eles são dirigidos em prol das pessoas ou das coisas? Por que as pessoas não nos tem procurado para aliviar as suas dores?

Saiba que valorizar as pessoas é valorizar a si mesmo. Portanto: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois com o critério com que julgardes, sereis julgados... Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles” (Mateus 7:1,2,12).

 32 - Seguidor ou Discípulo?

 

Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me; Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma? Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras. Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino.”  (Mateus 16:24-27)

 

            A fala de Jesus neste texto é inconfundivelmente clara, dispensa comentários. Não é possível haver dúvida sobre a exigência feita àquele que quer ser Seu discípulo. Multidões Lhe seguiam, poucos verdadeiramente eram seus discípulos. Isto ainda é uma triste realidade nos dias atuais.

            Mas qual a razão disto? É preciso fazer esta consideração porque a alma é por demais preciosa para estarmos enganados a este respeito. Nós não devemos ter nenhuma dúvida sobre esta declaração. Jesus disse que para ser seu discípulo é preciso:

 

1. Negar a si mesmo

            O que é negar a si mesmo? Aqui entra em jogo a minha preferência, a minha vontade em relação a de Deus. O apóstolo Paulo pode declarar “Não mais vivo eu, mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2:20).

            Você consegue reconhecer quando está pensando somente em si mesmo, quando está tendo um excessivo cuidado pessoal. Quando isto ocorre, vive na defensiva, é por demais sensível e melindroso, especialmente quando é corrigido, e está sempre “ferido” e “magoado”, pobre vítima de todos.

            Isto também é detectado quando percebo o desejo de querer ser reconhecido pelas pessoas, ser notado na forma como me visto, como falo bem, como canto, como sou inteligente, como sou superior aos demais.

            Então, quando analiso os meus momentos de infelicidade, tensão, irritabilidade, mau gênio, e as coisas que disse mas que agora me envergonho, vou perceber que tudo isto está ligado ao meu “eu”. Quando sou insultado retalio, e ainda me desculpo; “Ah! Mas fulano me provocou, ele me fez isto e aquilo”. É verdade, ele também agiu assim por causa do seu “eu”, e você se ressentiu por causa do seu “eu”. É uma disputa entre os “eus”, eles são verdadeiros gladiadores.

            E isto quer dizer que sou eu quem está no comando do coração, e separado do Senhor. Separado dEle vivo infeliz. Em comunhão com Ele, sou feliz, independente das circunstâncias ao meu redor. Nada pode me abalar.

            Então, você tem se sentido infeliz? Não será porque está olhando e pensando somente em si mesmo? Lembre-se: Enquanto você for o dono do seu nariz, Cristo não será dono do seu coração, e você não se tornou ainda Seu discípulo. Ele quer estar no comando do seu coração.

            Responda pois a pergunta que vai te esclarecer se és ou não um discípulo de Jesus: Quem é o dono, quem está no controle do seu coração?

            Por que você acha que Jesus veio ao mundo? Certamente que não foi somente para nos libertar de satanás, mas também para nos libertar de nós mesmos. Libertar de nosso orgulho, do nosso “eu”. “Pois o amor de Cristo nos constrange, porque julgamos assim: se um morreu por todos, logo todos morreram; e ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Coríntios 5:14-15).

            O orgulho, o egoísmo, fatalmente nos condenará ao fracasso. É preciso negar a si mesmo. É preciso colocar o nosso eu no eu de Deus. A conseqüência de negar o meu “eu” é que assim vou poder;

 

2. Carregar a minha cruz

            A cruz era o instrumento que os romanos empregavam para executar os piores criminosos, e por isto tornou-se símbolo de sofrimento e vergonha. Seguir a Jesus pode significar perder muitas coisas. Pode significar sofrer por causa dEle. Pode significar ser repudiado, rejeitado como Ele foi. Pode significar perseguição, desprezo, zombaria.

            É por isto que primeiramente eu preciso negar-me, caso contrário jamais poderei carregar a minha cruz, e consequentemente, jamais serei um discípulo de Cristo. Poderei admirá-lo ou até segui-lo de longe, mas nunca ser verdadeiramente um discípulo seu. E é isto exatamente o que Ele quer. Homens e mulheres que estejam dispostos a obedecer e fazer a Sua vontade incondicionalmente, mesmo que o preço seja a própria vida.

            E você, é discípulo de Jesus? Quer ser discípulo de Jesus? Saiba, os seguidores de Jesus o mataram; os discípulos de Jesus morreram por Ele. Você entre os que estão dispostos a sacrificar Jesus, ou entre os que estão dispostos a se sacrificarem por Ele? O que perde a vida terrena por amor de Cristo, ganha a vida eterna. Vale a pena continuar a ser um mero seguidor ou apreciador?

33 - O Impossível Para Deus

 

            Temos aprendido e constantemente falamos ou ouvimos falar que, para Deus nada é impossível, e estamos muito certos pois esta é uma verdade bíblica enfatizada constantemente nas Escrituras.

            “Haveria coisa alguma difícil ao Senhor? Ao tempo determinado tornarei a ti por este tempo da vida, e Sara terá um filho.” (Gênesis 18:14)

            “Ah Senhor Deus! Eis que tu fizeste os céus e a terra com o teu grande poder, e com o teu braço estendido; nada há que te seja demasiado difícil... Eis que eu sou o Senhor, o Deus de toda a carne; acaso haveria alguma coisa demasiado difícil para mim?” (Jeremias 32:17,27)

            “E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível“ (Mateus 19:26).

“E disse: Aba, Pai, todas as coisas te são possíveis; afasta de mim este cálice; não seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres.” (Marcos 14:36);

“Porque para Deus nada é impossível.” (Lucas 1:37)

            Esta é uma verdade bíblica revelada pelo próprio Deus, não é um ensino inventado por homens.

            Entretanto, há uma verdade, não conflitante, porém paralela a esta, e que pouco se ensina, se fala, ou se prega, mas é também uma verdade bíblica revelada, não é invenção humana. A verdade de que há coisas que são impossíveis para Deus.

            Ouso eu afirmar com reverência que, aquilo que é impossível ao homem é possível a Deus, e aquilo que é possível ao homem é impossível para Deus. 

Mas haveria algo impossível para Deus? Há alguma coisa que Deus não possa fazer? E a resposta bíblica é sim. Tudo quanto vai contra os seus atributos, caráter, natureza, personalidade e palavra Lhe é impossível.

Por exemplo: Ele não pode mentir; “Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos.” (Tito 1:2); “Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta.” (Hebreus 6:18)

Não pode negar-se; “Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo.” (2Timóteo 2:13). Não pode pecar; “Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta.” (Tiago 1:13). Não pode ser tentado, deixar de existir, deixar de cumprir o que prometeu, deixar de ser fiel, deixar de ser santo, deixar de punir o pecado, salvar aqueles que não creram em Jesus.

Observe que esta verdade oposta é também grandiosa. O impossível para Deus traz consigo um duplo sentimento; de segurança e consolação para o justo; de terror e angústia para o ímpio.

O que crê experimenta um sentimento de grandeza e consolação ao saber que Deus jamais irá mudar, jamais deixará de cumprir o que prometeu, jamais vai falhar, jamais voltará atrás no que prometeu, jamais será infiel, ainda que nós mesmos sejamos, jamais deixará de ser Deus, jamais terá os planos frustrados, jamais pecará. Assim podemos descansar seguros nesta poderosa verdade.

O que não crê, experimenta um sentimento de terror e agonia por saber que, se Deus prometeu Ele vai cumprir, pois é impossível a Ele mentir, negar-se, arrepender-se, voltar atrás em Sua leis. E Ele disse que vai condenar e julgar o pecador que não crer no Seu filho Jesus, derramar Sua ira e lançar o infiel no inferno, e jamais voltará atrás em Sua palavra.

Portanto não queira fazer parte do grupo de pessoas que experimentarão o julgamento e juízo de Deus. A fé em Jesus pode mudar a sua realidade espiritual.

Que grande e poderosa verdade não é mesmo? Para o justo somente? Saber que o Deus da nossa fé é o Deus do impossível que pode realizar todas as coisas pois é todo poderoso; saber que é impossível Seu caráter, natureza, personalidade ou atributos serem maculados por alguma coisa ou, Sua palavra falhar. Tudo quanto disse fará, tudo quanto prometeu cumprirá.

Amigo, você pode desfrutar desta verdade? Ela chega até você como uma verdade aprazível ou agonizante? Eis aqui um bom teste para saber a sua situação espiritual diante de Deus.

Este bálsamo é oferecido a todos, mas só é aprazível e desfrutado por aquele que crer. Somente pela fé em Jesus esta verdade se tornará real. Você quer arriscar  a sua eternidade ou arriscar a deixar de ter uma vida feliz no presente? Então não perca tempo, entregue-se hoje mesmo a Jesus. 

 34 - De Volta ao Lar

 

Tenho me convencido cada dia mais que, a prática da visitação deve ser para o cristão o que a prática da evangelização é para o não cristão. Como dizemos que missões nasceu e está no coração de Deus, igualmente devíamos dizer da visitação, que é criação e invenção dEle. Deus foi o primeiro a nos ensinar com o seu exemplo e pela sua palavra.

Deus, sentiu grande prazer ao criar o homem e queria estar diariamente em contato com ele, para isto, visitava-o em seu lar - o jardim do Éden (Gênesis 3:8), e tinha imenso prazer nesta visita. Ele chamava o homem, pelo nome, esperando encontrá-lo para estarem juntos. Foi o homem que, devido ao pecado, começou a se esconder de Deus, já não sentindo mais prazer pela Sua presença em seu lar. Passou assim, a rejeitar o hóspede ilustre.

Em toda a Bíblia, aprendemos e descobrimos que, sempre foi Deus quem veio ao encontro do homem, sempre foi Deus quem o visitou. Ele veio a Caim, a Noé, a Abraão, a Isaque, a Jacó. Veio ao seu povo Israel. “Depois disse José a seus irmãos: Eu morro; mas Deus certamente vos visitará, e vos fará subir desta terra para a terra que jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó. E José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará, e fareis transportar daqui os meus ossos” (Gênesis 50:24-25)

“Vai, ajunta os anciãos de Israel e dize-lhes: O Senhor, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, apareceu-me, dizendo: certamente vos tenho visitado e visto o que vos tem sido feito no Egito” (Êxodo 3:16); “E o povo creu; e quando ouviram que o Senhor havia visitado os filhos de Israel e que tinha visto a sua aflição, inclinaram-se, e adoraram” (Êxodo 4:31).

“Então se levantou ela com as suas noras, para voltar do país de Moabe, porquanto nessa terra tinha ouvido que e Senhor havia visitado o seu povo, dando-lhe pão” (Rute 1:6); “Para Babilônia serão levados, e ali ficarão até o dia em que eu os visitar, diz o Senhor; então os farei subir, e os restituirei a este lugar” (Jeremias 27:22); “Porque assim diz o Senhor: Certamente que passados setenta anos em Babilônia, eu vos visitarei, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando a trazer-vos a este lugar” (Jeremias 29:10)

“Bendito, seja o Senhor Deus de Israel, porque visitou e remiu o seu povo” (Lucas 1:68); “O medo se apoderou de todos, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós; e: Deus visitou o seu povo” (Lucas 7:16).

Veio aos gentios para tornar dentre eles um povo para o seu Nome. “Simão relatou como primeiramente Deus visitou os gentios para tomar dentre eles um povo para o seu Nome” (Atos 15:14). Deus nos visita particularmente. “Provas-me o coração, visitas-me de noite; examinas-me e não achas iniqüidade; a minha boca não transgride” (Salmo 17:3); “Tu, ó Senhor, me conheces; lembra-te de mim, visita-me, e vinga-me dos meus perseguidores; não me arrebates, por tua longanimidade. Sabe que por amor de ti tenho sofrido afronta” (Jeremias 15:15). Deus visita a terra. “Tu visitas a terra, e a regas; grandemente e enriqueces; o rio de Deus está cheio d'água; tu lhe dás o trigo quando assim a tens preparado” (Salmo 65:9).

A oração do Pai nosso, ensinada por Jesus, diz: “seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu,” mostrando que devemos fazer a vontade de Deus como fazem os anjos no céu. E uma das formas como os anjos de Deus faziam a Sua vontade, era visitando constantemente os Seus servos. “Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela alguns, sem o saberem, hospedaram anjos” (Hebreus13:2).

Emanuel, é Deus conosco, Deus entre nós, Deus que visitou a nossa morada, que deixou o céu e veio ao mundo (Lucas 7:16; João 1:11). Grande parte do ministério de Jesus foi em visita ao lar das pessoas, Ele foi até acusado por isto. “Ao verem isso, todos murmuravam, dizendo: Entrou para ser hóspede de um homem pecador” (Lucas 19:7). O Espírito Santo, é o Deus que vive em nós (Efésios 3:17), que está sempre presente, que visita a Igreja do Senhor e as pessoas. 

Se esta é uma prática divina, onde a Trindade e os anjos participam, não deveria ser também a nossa? Isto é tão importante para Deus que, Ele não somente praticou, como declarou que, a visitação, é a verdadeira e agradável religião. “A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo” (Tiago 1:27).

É tanto que receberemos galardão ou castigo com base nesta prática. “Estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me. Então os justos lhe perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? Quando te vimos forasteiro, e te acolhemos? ou nu, e te vestimos? Quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos visitar-te? E responder-lhes-á o Rei: Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes. Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos; porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; era forasteiro, e não me acolhestes; estava nu, e não me vestistes; enfermo, e na prisão, e não me visitastes. Então também estes perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou forasteiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Ao que lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixaste de fazer a um destes mais pequeninos, deixastes de o fazer a mim. E irão eles para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna” (Mateus 25.36-43).

Pastores e líderes serão julgados por abandonar as suas ovelhas e não as visitarem. “Portanto assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca dos pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não as visitastes. Eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o Senhor” (Jeremias 23.2).

O Novo Testamento mostra que a visitação era uma prática comum na sua época. Os magos e os pastores visitam a Jesus; Maria visita Isabel; os apóstolos e cristãos visitavam constantemente (Atos 15:36; 28:30; Romanos 1:13; 15:23; 15:29; Gálatas 1:18; 2 João 1:12).

Concomitantemente, a hospitalidade (que diz respeito ao que recebe visitas), também era uma prática comum (Atos 10:6; 21:16; 28:7; Romanos 16:23; 1 Timóteo 5:10). Foi dado ordenança a respeito da hospitalidade. “Exercei a hospitalidade” (Romanos 12:13); “Não vos esqueçais da hospitalidade” (Hebreus 13:2); “Sendo hospitaleiros uns para com os outros, sem murmuração” (1 Pedro 4:9). Sinal da importância da prática de se visitar e de se receber visitas. Aliás, como a maioria das igrejas existiam no lar, visitar uma igreja, era visitar um lar.

Visitação, é ministério que deve ser praticado por todos os cristãos, e dos pastores, exige-se que este ministério seja praticado de modo ainda mais intenso e regular. É uma das obrigações de um ministro. A hospitalidade figura na lista de recomendações ao que quer ser pastor (1 Timóteo 3:2; Tito 1:8). O pastor deve ser então um visitador e alguém apto para receber visitas em sua casa.

 

Infelizmente hoje, temos muitos líderes e poucos pastores. Muitos querendo aparecer, buscando status, posição, títulos, e poucos querendo ser verdadeiros pastores. Mas enfim, qual a idéia de pastor senão a de estar diariamente e pessoalmente com a ovelha no curral? Suprir suas carências e necessidades e cuidar individualmente de cada uma? O que menos um ovelha precisa é de um pastor falando em sua orelha sem cuidar das suas reais e verdadeiras necessidades. Apascentar, então, não é pregar. E, algo muito triste que acontece é, que, muitos brigam pelo cargo, mas poucos querem por a mão na massa.

Faça um teste simples para confirmar estas afirmativas: Seu pastor te conhece? sabe seu nome? onde você mora? qual a sua profissão? se está ou não empregado? No seu aniversário ele te liga para dar os parabéns? já foi à sua casa? conhece a sua mulher, os seus filhos? Quantas vezes já tomou um café ou já almoçou com você? conhece os seus talentos e potenciais, as suas fraquezas e anseios? Nota quando você deixa de freqüentar os cultos? ou só quando deixa de entregar o dízimo? É capaz de perder uma noite de sono em seu benefício espiritual? Já se assentou com você para conversar, aconselhar, orar e chorar juntos? ou a agenda dele é cheia demais com numerosos congressos, palestras, reuniões, conferências, pregações em eventos, para perder tempo com um único e simples mortal como você?

            Século estranho este nosso! O leão vem para atacar a ovelha, mas, como ela não marcou horário com o seu pastor, através da secretária, terá de perecer. É que são tantas atividades, e não se pode abrir mão das mesmas. A ovelha se desgarrou e está ferida no vale, mas, as reuniões, convenções e programações são tão numerosas que o impede no cuidado e resgate da mesma. Terá de perecer, mas que bom que o pastor talvez nem fique sabendo.

 

Família significa isto - relacionamento. Deus nos chamou para sermos seus filhos, e como pai, Ele nos visita, deixando o exemplo a ser seguido. Ele sempre visitou seu povo. Jesus, que criou a Igreja, fazendo dela uma família, quer que tenhamos relacionamentos maduros e profundos consigo e uns com os outros, e os relacionamentos entre irmãos acontecem no lar.

Portanto, visitar é bíblico, necessário e urgente. Queira Deus, seja esta uma prática restaurada no seio da igreja que professa o seu nome. E o que a Reforma protestante foi para a Idade Média, o pentecostalismo para o século passado, seja a visitação para o século da mídia, das telecomunicações e da informática, que tem diminuído as distâncias geográficas e criado outras distâncias, como as do relacionamento interpessoal, onde posso, por exemplo, me comunicar com pessoas do mundo inteiro, e não conhecer pessoalmente nenhuma.

Que não sejamos uma comunidade de espectadores desconhecidos, mas uma família onde os irmãos se conhecem. Que nossos lares sejam a base de sustentação da igreja de Cristo. Todo avivamento é uma volta às origens, e voltar às origens, é voltar ao lar.

 35 - Se minha jumenta falasse

 

“Então levantou-se Balaão pela manhã, albardou a sua jumenta, e partiu com os príncipes de Moabe. A ira de Deus se acendeu, porque ele ia, e o anjo do Senhor pôs-se-lhe no caminho por adversário. Ora, ele ia montado na sua jumenta, tendo consigo os seus dois servos. A jumenta viu o anjo do Senhor parado no caminho, com a sua espada desembainhada na mão e, desviando-se do caminho, meteu-se pelo campo; pelo que Balaão espancou a jumenta para fazê-la tornar ao caminho.

Mas o anjo do Senhor pôs-se numa vereda entre as vinhas, havendo uma sebe de um e de outro lado. Vendo, pois, a jumenta o anjo do Senhor, coseu-se com a sebe, e apertou contra a sebe o pé de Balaão; pelo que ele tornou a espancá-la. Então o anjo do Senhor passou mais adiante, e pôs-se num lugar estreito, onde não havia caminho para se desviar nem para a direita nem para a esquerda. E, vendo a jumenta o anjo do Senhor, deitou-se debaixo de Balaão; e a ira de Balaão se acendeu, e ele espancou a jumenta com o bordão.

Nisso abriu o Senhor a boca da jumenta, a qual perguntou a Balaão: Que te fiz eu, para que me espancasses estas três vezes? Respondeu Balaão à jumenta: Porque zombaste de mim; oxalá tivesse eu uma espada na mão, pois agora te mataria. Tornou a jumenta a Balaão: Porventura não sou a tua jumenta, em que cavalgaste toda a tua vida até hoje? Porventura tem sido o meu costume fazer assim para contigo? E ele respondeu: Não.

Então o Senhor abriu os olhos a Balaão, e ele viu o anjo do Senhor parado no caminho, e a sua espada desembainhada na mão; pelo que inclinou a cabeça, e prostrou-se com o rosto em terra. Disse-lhe o anjo do senhor: Por que já três vezes espancaste a tua jumenta? Eis que eu te saí como adversário, porquanto o teu caminho é perverso diante de mim; a jumenta, porém, me viu, e já três vezes se desviou de diante de mim; se ela não se tivesse desviado de mim, na verdade que eu te haveria matado, deixando a ela com vida.

Respondeu Balaão ao anjo do Senhor: pequei, porque não sabia que estavas parado no caminho para te opores a mim; e agora, se parece mal aos teus olhos, voltarei. Tornou o anjo do Senhor a Balaão: Vai com os homens, somente a palavra que eu te disser é que falarás. Assim Balaão seguiu com os príncipes de Balaque.” (Números 22:21-35)

 

            Se minha jumenta falasse poderia me impedir de continuar obstinado, rumo à destruição, caminhando fora dos propósitos do Senhor como fez com Balaão. Balaão era o profeta de Deus e deveria falar em nome dEle, porém, o animal é que parece ser profeta. Enquanto Balaão se desviava da vontade do Senhor, tornando-se insensato e seguindo para a destruição, sua jumenta permanecia fiel, desviando-se, para livrá-lo do mal. Mostrou-se mais espiritual, sensível e obediente a voz de Deus do que ele.

            Ele deveria ter as visões espirituais, mas é ela quem enxerga o mundo espiritual. É ela quem vê o poderoso anjo do Senhor em missão nada amigável. (Quantos de nós nunca tivemos o privilégio daquela jumenta). Era ele quem deveria ter temor ao Senhor mas, tão obstinado estava, seguindo os próprios caminhos e desejos, ao invés de seguir os caminhos do Senhor e fazer a Sua vontade, que nem percebeu a sua insensatez. Conversou com o animal como se fosse a coisa mais natural do mundo, esbravejando e fazendo ameaças.

            Foi ela quem precisou falar para que ele compreendesse sua burrice - com todo respeito aos animais. Esta jumenta não merecia levar este fardo pesado de desobediência e ingratidão em seus lombos. Ela não merecia apanhar, tão fiel ao seu dono e à Deus. Este animal foi um verdadeiro herói, que impediu a trágica morte do seu dono, ainda que ele não merecesse! Este animal nos ensina o que é fidelidade. Ensina que há pessoas tão ingratas que sequer merecem os animais que possuem.

            Tanto Deus quanto Balaão ficaram irados. É interessante notar que há semelhanças e contrastes nesta dupla ira. Ambas tiveram como causa a teimosia e receberiam a mesma espécie de castigo. A razão que levou a teimosia de um foi egoísta; a do outro foi altruísta. E enquanto a ira de Deus era justa, a de Balaão era injusta.

            A correção de um foi moral, a do outro foi física. Conquanto a jumenta tenha sido três vezes espancada, Balaão foi duplamente repreendido; pela jumenta, e por Deus. Qual correção terá doido mais? Ele pensava que estava com a razão e descarregava a sua fúria, sem dó, no pobre animal. É tão fácil se irar e cometer injustiças com quem nos é fiel, por tirarmos conclusões equivocadas e irracionais, sendo nós mesmos a causa do problema.

Qual deles é o animal irracional? Verdadeiramente, o homem obstinado e desobediente a Deus, que anda fora dos Seus propósitos, é mais irracional do que um animal. Aliás, toda a natureza, em especial os animais, embora não possuam razão nem a imagem e semelhança do Criador, ouvem a Sua voz e obedecem, sem vacilar ou questionar, as Suas ordens.

            Quem, além de Noé e sua família, foi salvo do grande dilúvio? Um casal de cada espécie, enviado mansamente por Deus até a arca. “Entraram para junto de Noé na arca, dois a dois de toda a carne em que havia espírito de vida. E os que entraram eram macho e fêmea de toda a carne, como Deus lhe tinha ordenado; e o Senhor o fechou dentro” (Gênesis 7:15-16).

Quem foi enviado por Deus para alimentar o profeta Elias na época de uma grande seca? Uns corvos. “Beberás do ribeiro; e eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem. Partiu, pois, e fez conforme a palavra do Senhor; foi habitar junto ao ribeiro de Querite, que está ao oriente do Jordão. E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã, como também pão e carne à tarde; e ele bebia do ribeiro” (1 Reis 17:4-6).

E quanto ao feroz e faminto leão que teve de se controlar para não devorar o profeta Daniel, pois sua obediência a Deus era maior do que seu instinto selvagem? “Então o rei deu ordem, e trouxeram Daniel, e o lançaram na cova dos leões. Ora, disse o rei a Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, ele te livrará. E uma pedra foi trazida e posta sobre a boca da cova; e o rei a selou com o seu anel e com o anel dos seus grandes, para que no tocante a Daniel nada se mudasse: Depois o rei se dirigiu para o seu palácio, e passou a noite em jejum; e não foram trazidos à sua presença instrumentos de música, e fugiu dele o sono. Então o rei se levantou ao romper do dia, e foi com pressa à cova dos leões. E, chegando-se à cova, chamou por Daniel com voz triste; e disse o rei a Daniel: Ó Daniel, servo do Deus vivo, dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões? Então Daniel falou ao rei: Ó rei, vive para sempre. O meu Deus enviou o seu anjo, e fechou a boca dos leões, e eles não me fizeram mal algum; porque foi achada em mim inocência diante dele; e também diante de ti, ó rei, não tenho cometido delito algum. Então o rei muito se alegrou, e mandou tirar a Daniel da cova. Assim foi tirado Daniel da cova, e não se achou nele lesão alguma, porque ele havia confiado em seu Deus. E o rei deu ordem, e foram trazidos aqueles homens que tinham acusado Daniel, e foram lançados na cova dos leões, eles, seus filhos e suas mulheres; e ainda não tinham chegado ao fundo da cova quando os leões se apoderaram deles, e lhes esmigalharam todos os ossos” (Daniel 6:16-24).

E quem foi enviado para salvar o desobediente profeta que fora lançado ao mar? Um grande peixe. “Então levantaram a Jonas, e o lançaram ao mar; e cessou o mar da sua fúria. Temeram, pois, os homens ao Senhor com grande temor; e ofereceram sacrifícios ao Senhor, e fizeram votos. Então o Senhor deparou um grande peixe, para que tragasse a Jonas; e esteve Jonas três dias e três noites nas entranhas do peixe” (Jonas 1:15-17).

E para trazer os recursos que Jesus precisou para pagar impostos? Um peixe. “Mas, para que não os escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir e, abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáter; toma-o, e dá-lho por mim e por ti” (Mateus 17:27). Na verdade não só os animais mas, “até os ventos e o mar lhe obedecem” (Mateus 8:27). 

            Em compensação a esta obediência cega, Deus cuida de cada um deles. “Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta” (Mateus 6:26). “Não se vendem cinco passarinhos por dois asses? E nenhum deles está esquecido diante de Deus” (Lucas 12:6). Não deveríamos aprender com a natureza e com os animais o que é obediência a Deus?

            Você tem ouvido mais a Deus do que seu animal? Tem sido mais fiel a Ele do que seu animal é a você? Tem obedecido as suas ordens? Tem deixado Deus cuidar de você como você cuida dos seus animais? Tem sido temente e sensível a Ele? Muitos estão precisando observar e aprender mais com o seu jumento, galo, cachorro, gato, papagaio, formiga.

Não seja uma toupeira nem uma tartaruga na obediência a Deus. Corra como a corça ou como a lebre para os braços do Pai. Voe como a águia para juntinho dEle. Seja manso como a pomba, prudente como a serpente e puro como o cordeiro. Seja uma ovelha do pastor Jesus e não um lobo vestido de ovelha. Ande no jugo do Senhor.

            O jumento que Jesus montou teve prazer em carregá-lo; o de Balaão não! O jumento que Jesus montou não precisou falar, pois estava sendo guiado no caminho certo por alguém temente a Deus, um verdadeiro profeta.

E você, vai precisar espancar o seu jumento? Vai esperar ele falar prá começar obedecer a Deus? Vai esperar o seu galo cantar para parar de trair a Jesus, o Leão da tribo de Judá? Abra o olho; não tenha Deus como seu adversário. Arrependa-se e volte para Ele.

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