Jair Souza Leal
_ Artigos de 31 a 35 “E aconteceu que, passando ele num sábado pelas
searas, os seus discípulos, caminhando, começaram a colher espigas. E os fariseus lhe disseram: Vês? Por que fazem
no sábado o que não é lícito? Mas
ele disse-lhes: Nunca lestes o que fez Davi, quando estava em necessidade
e teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na casa de Deus, no tempo de Abiatar, sumo sacerdote,
e comeu os pães da proposição, dos quais não era lícito comer senão
aos sacerdotes, dando também aos que com ele estavam? E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem
por causa do sábado. Assim o Filho do homem até do sábado é Senhor.”
Em nossos relacionamentos enfrentamos muitas dificuldades,
pois todos somos imperfeitos, e neles se manifestam as nossas imperfeições.
Muitas vezes nos sentimos desvalorizados e maltratados pelos outros,
e há outras vezes em que somos nós quem não valorizamos as outras
pessoas. Há sempre a tendência de compará-las com outras, de exigir
e querer que sejam aquilo que nós achamos que devem ser. Assim,
encontramos grande dificuldade em aceitar as pessoas simplesmente
como elas são ou, como podem vir a ser. Imaginem se Deus nos tratasse
nesta mesma medida, exigindo de nós a perfeição para poder nos amar? Todas as pessoas são importantes porque são a imagem e semelhança
de Deus, e devem ser amadas,
mesmo que não gostemos delas, mesmo que nada possuam, mesmo que
não ajam como “gostaríamos”. É interessante pensar que no lugar
delas agiríamos da mesma maneira. Todos nós sabemos viver a vida
dos outros, mas temos grande dificuldade de viver a nossa própria
vida. Este texto nos deixa uma lição, que um dos cuidados que devemos
ter é o de não dar maior importância às normas e regulamentos do
que a pessoa. O sentido de toda legislação mosaica era a proteção dos fracos
(Levítico 25:35-37), porém havia chegado a um ponto em que se tornara
o martírio destes. O que visava protegê-los, tornou-se a sua condenação.
Interessante é que a acusação destes homens, perante Jesus,
se baseava na Palavra divina (o quarto mandamento). O Senhor rebate
a acusação dos fariseus também com a Palavra divina, interpretada
de forma correta. É possível então oprimir as pessoas mesmo com
a Bíblia nas mãos, e é possível também libertá-la de jugo, aliviando-as. Jesus não anulou o mandamento, ele liberou as pessoas das interpretações
incorretas, que produzem profundo danos nas almas, impedindo as
bênçãos. “Eis que Deus é mui poderoso, contudo a ninguém despreza;
grande é no poder de entendimento” (Jó 36:5); “Ora, se um homem
recebe a circuncisão no sábado, para que a lei de Moisés não seja
violada, como vos indignais contra mim, porque no sábado tornei
um homem inteiramente são? Não julgueis pela aparência mas julgai
segundo o reto juízo” (João 7:23-24); “Pois misericórdia quero,
e não sacrifícios; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos”
(Oséias 6:6); “Pois que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro
e perder a sua vida? ou que dará o homem em troca da sua vida?”
(Mateus 16:26). Por que todos vinham tem com Jesus, acorriam para Ele, seguiam-no?
É porque Jesus sempre alcançava às necessidades daquelas pessoas
com sua pregação e obra, sem censura (podemos citar por exemplo,
a mulher adúltera de João 8). Ele acalentava corações, curava, alimentava,
mostrava o melhor para todos. Não acolhia o pecado, mas também não
era um acusador insensível. Quando vemos igrejas vazias hoje, sem poder, não seria por
que temo agido como os fariseus e não como Jesus? Se a igreja é
lugar de amor e paz, por que muitas estão vazias e as pessoas do
mundo não estão interessadas nela, nem em viver na presença de Cristo?
Não será, talvez, por que nós, os emissários e representantes de
Cristo, não estamos levando ao mundo sua imagem refletida em nosso
viver diário? Repare como exemplo, nas despesas das igrejas, qual
tem sido a prioridade nos gastos; eles são dirigidos em prol das
pessoas ou das coisas? Por que as pessoas não nos tem procurado
para aliviar as suas dores? Saiba que valorizar as pessoas é valorizar a si mesmo. Portanto:
“Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois com o critério
com que julgardes, sereis julgados... Tudo quanto, pois, quereis
que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles” (Mateus
7:1,2,12). 32 “Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém
quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua
cruz, e siga-me; Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á,
e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. Pois que aproveita
ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará
o homem em recompensa da sua alma? Porque o Filho do homem virá
na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um
segundo as suas obras. Em verdade vos digo que alguns há, dos que
aqui estão, que não provarão a morte até que vejam vir o Filho do
homem no seu reino.” (Mateus 16:24-27) A fala de Jesus
neste texto é inconfundivelmente clara, dispensa comentários. Não
é possível haver dúvida sobre a exigência feita àquele que quer
ser Seu discípulo. Multidões Lhe seguiam, poucos verdadeiramente
eram seus discípulos. Isto ainda é uma triste realidade nos dias
atuais. Mas qual a razão
disto? É preciso fazer esta consideração porque a alma é por demais
preciosa para estarmos enganados a este respeito. Nós não devemos
ter nenhuma dúvida sobre esta declaração. Jesus disse que para ser
seu discípulo é preciso: 1. Negar a si mesmo O que é negar a
si mesmo? Aqui entra em jogo a minha preferência, a minha vontade
em relação a de Deus. O apóstolo Paulo pode declarar “Não mais vivo
eu, mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2:20). Você consegue reconhecer
quando está pensando somente em si mesmo, quando está tendo um excessivo
cuidado pessoal. Quando isto ocorre, vive na defensiva, é por demais
sensível e melindroso, especialmente quando é corrigido, e está
sempre “ferido” e “magoado”, pobre vítima de todos. Isto também é detectado
quando percebo o desejo de querer ser reconhecido pelas pessoas,
ser notado na forma como me visto, como falo bem, como canto, como
sou inteligente, como sou superior aos demais. Então, quando analiso
os meus momentos de infelicidade, tensão, irritabilidade, mau gênio,
e as coisas que disse mas que agora me envergonho, vou perceber
que tudo isto está ligado ao meu “eu”. Quando sou insultado retalio,
e ainda me desculpo; “Ah! Mas fulano me provocou, ele me fez isto
e aquilo”. É verdade, ele também agiu assim por causa do seu “eu”,
e você se ressentiu por causa do seu “eu”. É uma disputa entre os
“eus”, eles são verdadeiros gladiadores. E isto quer dizer
que sou eu quem está no comando do coração, e separado do Senhor.
Separado dEle vivo infeliz. Em comunhão com Ele, sou feliz, independente
das circunstâncias ao meu redor. Nada pode me abalar. Então, você tem
se sentido infeliz? Não será porque está olhando e pensando somente
em si mesmo? Lembre-se: Enquanto você for o dono do seu nariz, Cristo
não será dono do seu coração, e você não se tornou ainda Seu discípulo.
Ele quer estar no comando do seu coração. Responda pois a
pergunta que vai te esclarecer se és ou não um discípulo de Jesus:
Quem é o dono, quem está no controle do seu
coração? Por que você acha
que Jesus veio ao mundo? Certamente que não foi somente para nos
libertar de satanás, mas também para nos libertar de nós mesmos.
Libertar de nosso orgulho, do nosso “eu”. “Pois o amor de Cristo
nos constrange, porque julgamos assim: se um morreu por todos, logo
todos morreram; e ele morreu por todos, para que os que vivem não
vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou”
(2 Coríntios 5:14-15). O orgulho, o egoísmo,
fatalmente nos condenará ao fracasso. É preciso negar a si mesmo.
É preciso colocar o nosso eu
no eu de Deus. A conseqüência de negar o meu “eu” é que assim vou poder; 2. Carregar a minha
cruz A cruz era o instrumento
que os romanos empregavam para executar os piores criminosos, e
por isto tornou-se
símbolo de sofrimento e vergonha. Seguir a Jesus pode significar
perder muitas coisas. Pode significar sofrer por causa dEle. Pode
significar ser repudiado, rejeitado como Ele foi. Pode significar
perseguição, desprezo, zombaria. É por isto que primeiramente
eu preciso negar-me, caso contrário jamais poderei carregar a minha
cruz, e consequentemente, jamais serei um discípulo de Cristo. Poderei
admirá-lo ou até segui-lo de longe, mas nunca ser verdadeiramente
um discípulo seu. E é isto exatamente o que Ele quer. Homens e mulheres
que estejam dispostos a obedecer e fazer a Sua vontade incondicionalmente,
mesmo que o preço seja a própria vida. E você, é discípulo
de Jesus? Quer ser discípulo de Jesus? Saiba, os seguidores de Jesus
o mataram; os discípulos de Jesus morreram por Ele. Você entre os
que estão dispostos a sacrificar Jesus, ou entre os que estão dispostos
a se sacrificarem por Ele? O
que perde a vida terrena por amor de Cristo, ganha a vida eterna.
Vale a pena continuar a ser um mero seguidor ou apreciador? 33 Temos aprendido
e constantemente falamos ou ouvimos falar que, para Deus nada é impossível, e estamos
muito certos pois esta é uma verdade bíblica enfatizada constantemente
nas Escrituras. “Haveria coisa alguma
difícil ao Senhor? Ao tempo determinado tornarei a ti por este tempo
da vida, e Sara terá um filho.” (Gênesis 18:14) “Ah Senhor Deus!
Eis que tu fizeste os céus e a terra com o teu grande poder, e com
o teu braço estendido; nada há que te seja demasiado difícil...
Eis que eu sou o Senhor, o Deus de toda a carne; acaso haveria alguma
coisa demasiado difícil para mim?” (Jeremias 32:17,27) “E Jesus, olhando
para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a Deus
tudo é possível“ (Mateus 19:26). “E disse: Aba, Pai, todas as coisas te são possíveis;
afasta de mim este cálice; não seja, porém, o que eu quero, mas
o que tu queres.” (Marcos 14:36); “Porque para Deus nada é impossível.” (Lucas 1:37)
Esta é uma verdade
bíblica revelada pelo próprio Deus, não é um ensino inventado por
homens. Entretanto, há uma
verdade, não conflitante, porém paralela a esta, e que pouco se
ensina, se fala, ou se prega, mas é também uma verdade bíblica revelada,
não é invenção humana. A verdade de que há coisas que são impossíveis para Deus.
Ouso eu afirmar
com reverência que, aquilo que é impossível ao homem é possível
a Deus, e aquilo que é possível ao homem é impossível para Deus. Mas haveria algo impossível para Deus? Há alguma
coisa que Deus não possa fazer? E a resposta bíblica é sim. Tudo quanto vai contra
os seus atributos, caráter, natureza, personalidade e palavra Lhe
é impossível. Por exemplo: Ele não pode mentir; “Em esperança
da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes
dos tempos dos séculos.” (Tito 1:2); “Para que por duas coisas imutáveis,
nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação,
nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta.”
(Hebreus 6:18) Não pode negar-se; “Se formos infiéis, ele permanece
fiel; não pode negar-se a si mesmo.” (2Timóteo 2:13). Não pode pecar;
“Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus
não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta.” (Tiago 1:13).
Não pode ser tentado, deixar de existir, deixar de cumprir o que
prometeu, deixar de ser fiel, deixar de ser santo, deixar de punir
o pecado, salvar aqueles que não creram em Jesus. Observe que esta verdade oposta é também grandiosa.
O impossível para Deus traz consigo um duplo sentimento; de segurança
e consolação para o justo; de terror e angústia para o ímpio. O que crê experimenta um sentimento de grandeza
e consolação ao saber que Deus jamais irá mudar, jamais deixará
de cumprir o que prometeu, jamais vai falhar, jamais voltará atrás
no que prometeu, jamais será infiel, ainda que nós mesmos sejamos,
jamais deixará de ser Deus, jamais terá os planos frustrados, jamais
pecará. Assim podemos descansar seguros nesta poderosa verdade.
O que não crê, experimenta um sentimento de terror
e agonia por saber que, se Deus prometeu Ele vai cumprir, pois é
impossível a Ele mentir, negar-se, arrepender-se, voltar atrás em
Sua leis. E Ele disse que vai condenar e julgar o pecador que não
crer no Seu filho Jesus, derramar Sua ira e lançar o infiel no inferno,
e jamais voltará atrás em Sua palavra. Portanto não queira fazer parte do grupo de pessoas
que experimentarão o julgamento e juízo de Deus. A fé em Jesus pode
mudar a sua realidade espiritual. Que grande e poderosa verdade não é mesmo? Para
o justo somente? Saber que o Deus da nossa fé é o Deus do impossível
que pode realizar todas as coisas pois é todo poderoso; saber que
é impossível Seu caráter, natureza, personalidade ou atributos serem
maculados por alguma coisa ou, Sua palavra falhar. Tudo quanto disse
fará, tudo quanto prometeu cumprirá. Amigo, você pode desfrutar desta verdade? Ela chega
até você como uma verdade aprazível ou agonizante? Eis aqui um bom
teste para saber a sua situação espiritual diante de Deus. Este bálsamo é oferecido a todos, mas só é aprazível
e desfrutado por aquele que crer. Somente pela fé em Jesus esta
verdade se tornará real. Você quer arriscar
a sua eternidade ou arriscar a deixar de ter uma vida feliz
no presente? Então não perca tempo, entregue-se hoje mesmo a Jesus. 34 Tenho me convencido cada dia mais que, a prática
da visitação deve ser para o cristão o que a prática da evangelização
é para o não cristão. Como dizemos que missões nasceu e está no
coração de Deus, igualmente devíamos dizer da visitação, que é criação
e invenção dEle. Deus foi o primeiro a nos ensinar com o seu exemplo
e pela sua palavra. Deus, sentiu grande prazer ao criar o homem e queria
estar diariamente em contato com ele, para isto, visitava-o em seu
lar - o jardim do Éden (Gênesis 3:8), e tinha imenso prazer nesta
visita. Ele chamava o homem, pelo nome, esperando encontrá-lo para
estarem juntos. Foi o homem que, devido ao pecado, começou a se
esconder de Deus, já não sentindo mais prazer pela Sua presença
em seu lar. Passou assim, a rejeitar o hóspede ilustre. Em toda a Bíblia, aprendemos e descobrimos que,
sempre foi Deus quem veio ao encontro do homem, sempre foi Deus
quem o visitou. Ele veio a Caim, a Noé, a Abraão, a Isaque, a Jacó.
Veio ao seu povo Israel. “Depois disse José a seus irmãos: Eu morro;
mas Deus certamente vos visitará, e vos fará subir desta terra para
a terra que jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó. E José fez jurar
os filhos de Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará, e fareis
transportar daqui os meus ossos” (Gênesis 50:24-25) “Vai, ajunta os anciãos de Israel e dize-lhes:
O Senhor, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, de Isaque e de
Jacó, apareceu-me, dizendo: certamente vos tenho visitado e visto
o que vos tem sido feito no Egito” (Êxodo 3:16); “E o povo creu;
e quando ouviram que o Senhor havia visitado os filhos de Israel
e que tinha visto a sua aflição, inclinaram-se, e adoraram” (Êxodo
4:31). “Então se levantou ela com as suas noras, para
voltar do país de Moabe, porquanto nessa terra tinha ouvido que
e Senhor havia visitado o seu povo, dando-lhe pão” (Rute 1:6); “Para
Babilônia serão levados, e ali ficarão até o dia em que eu os visitar,
diz o Senhor; então os farei subir, e os restituirei a este lugar”
(Jeremias 27:22); “Porque assim diz o Senhor: Certamente que passados
setenta anos em Babilônia, eu vos visitarei, e cumprirei sobre vós
a minha boa palavra, tornando a trazer-vos a este lugar” (Jeremias
29:10) “Bendito, seja o Senhor Deus de Israel, porque
visitou e remiu o seu povo” (Lucas 1:68); “O medo se apoderou de
todos, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou
entre nós; e: Deus visitou o seu povo” (Lucas 7:16). Veio aos gentios para tornar dentre eles um povo
para o seu Nome. “Simão relatou como primeiramente Deus visitou
os gentios para tomar dentre eles um povo para o seu Nome” (Atos
15:14). Deus nos visita particularmente. “Provas-me o coração, visitas-me
de noite; examinas-me e não achas iniqüidade; a minha boca não transgride”
(Salmo 17:3); “Tu, ó Senhor, me conheces; lembra-te de mim, visita-me,
e vinga-me dos meus perseguidores; não me arrebates, por tua longanimidade.
Sabe que por amor de ti tenho sofrido afronta” (Jeremias 15:15).
Deus visita a terra. “Tu visitas a terra, e a regas; grandemente
e enriqueces; o rio de Deus está cheio d'água; tu lhe dás o trigo
quando assim a tens preparado” (Salmo 65:9). A oração do Pai nosso, ensinada por Jesus, diz:
“seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu,” mostrando
que devemos fazer a vontade de Deus como fazem os anjos no céu.
E uma das formas como os anjos de Deus faziam a Sua vontade, era
visitando constantemente os Seus servos. “Não vos esqueçais da hospitalidade,
porque por ela alguns, sem o saberem, hospedaram anjos” (Hebreus13:2). Emanuel, é Deus conosco, Deus entre nós, Deus que
visitou a nossa morada, que deixou o céu e veio ao mundo (Lucas
7:16; João 1:11). Grande parte do ministério de Jesus foi em visita
ao lar das pessoas, Ele foi até acusado por isto. “Ao verem isso,
todos murmuravam, dizendo: Entrou para ser hóspede de um homem pecador”
(Lucas 19:7). O Espírito Santo, é o Deus que vive em nós (Efésios
3:17), que está sempre presente, que visita a Igreja do Senhor e
as pessoas. Se esta é uma prática divina, onde a Trindade e
os anjos participam, não deveria ser também a nossa? Isto é tão
importante para Deus que, Ele não somente praticou, como declarou
que, a visitação, é a verdadeira e agradável religião. “A religião
pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos
e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do
mundo” (Tiago 1:27). É tanto que receberemos galardão ou castigo com
base nesta prática. “Estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes;
estava na prisão e fostes ver-me. Então os justos lhe perguntarão:
Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede,
e te demos de beber? Quando te vimos forasteiro, e te acolhemos?
ou nu, e te vestimos? Quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos
visitar-te? E responder-lhes-á o Rei: Em verdade vos digo que, sempre
que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos,
a mim o fizestes. Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda:
Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para
o Diabo e seus anjos; porque tive fome, e não me destes de comer;
tive sede, e não me destes de beber; era forasteiro, e não me acolhestes;
estava nu, e não me vestistes; enfermo, e na prisão, e não me visitastes.
Então também estes perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome,
ou com sede, ou forasteiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não
te servimos? Ao que lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre
que o deixaste de fazer a um destes mais pequeninos, deixastes de
o fazer a mim. E irão eles para o castigo eterno, mas os justos
para a vida eterna” (Mateus 25.36-43). Pastores e líderes serão julgados por abandonar
as suas ovelhas e não as visitarem. “Portanto assim diz o Senhor,
o Deus de Israel, acerca dos pastores que apascentam o meu povo:
Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não as
visitastes. Eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações,
diz o Senhor” (Jeremias 23.2). O Novo Testamento mostra que a visitação era uma
prática comum na sua época. Os magos e os pastores visitam a Jesus;
Maria visita Isabel; os apóstolos e cristãos visitavam constantemente
(Atos 15:36; 28:30; Romanos 1:13; 15:23; 15:29; Gálatas 1:18; 2
João 1:12). Concomitantemente, a hospitalidade (que diz respeito
ao que recebe visitas), também era uma prática comum (Atos 10:6;
21:16; 28:7; Romanos 16:23; 1 Timóteo 5:10). Foi dado ordenança
a respeito da hospitalidade. “Exercei a hospitalidade” (Romanos
12:13); “Não vos esqueçais da hospitalidade” (Hebreus 13:2); “Sendo
hospitaleiros uns para com os outros, sem murmuração” (1 Pedro 4:9).
Sinal da importância da prática de se visitar e de se receber visitas.
Aliás, como a maioria das igrejas existiam no lar, visitar uma igreja,
era visitar um lar. Visitação, é ministério que deve ser praticado
por todos os cristãos, e dos pastores, exige-se que este ministério
seja praticado de modo ainda mais intenso e regular. É uma das obrigações
de um ministro. A hospitalidade figura na lista de recomendações
ao que quer ser pastor (1 Timóteo 3:2; Tito 1:8). O pastor deve
ser então um visitador e alguém apto para receber visitas em sua
casa. Infelizmente hoje, temos muitos líderes e poucos
pastores. Muitos querendo aparecer, buscando status, posição, títulos,
e poucos querendo ser verdadeiros pastores. Mas enfim, qual a idéia
de pastor senão a de estar diariamente e pessoalmente com a ovelha
no curral? Suprir suas carências e necessidades e cuidar individualmente
de cada uma? O que menos um ovelha precisa é de um pastor falando
em sua orelha sem cuidar das suas reais e verdadeiras necessidades.
Apascentar, então, não é pregar. E, algo muito triste que acontece
é, que, muitos brigam pelo cargo, mas poucos querem por a mão na
massa. Faça um teste simples para confirmar estas afirmativas:
Seu pastor te conhece? sabe seu nome? onde você mora? qual a sua
profissão? se está ou não empregado? No seu aniversário ele te liga
para dar os parabéns? já foi à sua casa? conhece a sua mulher, os
seus filhos? Quantas vezes já tomou um café ou já almoçou com você?
conhece os seus talentos e potenciais, as suas fraquezas e anseios?
Nota quando você deixa de freqüentar os cultos? ou só quando deixa
de entregar o dízimo? É capaz de perder uma noite de sono em seu
benefício espiritual? Já se assentou com você para conversar, aconselhar,
orar e chorar juntos? ou a agenda dele é cheia demais com numerosos
congressos, palestras, reuniões, conferências, pregações em eventos,
para perder tempo com um único e simples mortal como você? Século estranho
este nosso! O leão vem para atacar a ovelha, mas, como ela não marcou
horário com o seu pastor, através da secretária, terá de perecer.
É que são tantas atividades, e não se pode abrir mão das mesmas.
A ovelha se desgarrou e está ferida no vale, mas, as reuniões, convenções
e programações são tão numerosas que o impede no cuidado e resgate
da mesma. Terá de perecer, mas que bom que o pastor talvez nem fique
sabendo. Família significa isto - relacionamento. Deus nos
chamou para sermos seus filhos, e como pai, Ele nos visita, deixando
o exemplo a ser seguido. Ele sempre visitou seu povo. Jesus, que
criou a Igreja, fazendo dela uma família, quer que tenhamos relacionamentos
maduros e profundos consigo e uns com os outros, e os relacionamentos
entre irmãos acontecem no lar. Portanto, visitar é bíblico, necessário e urgente.
Queira Deus, seja esta uma prática restaurada no seio da igreja
que professa o seu nome. E o que a Reforma protestante foi para
a Idade Média, o pentecostalismo para o século passado, seja a visitação
para o século da mídia, das telecomunicações e da informática, que
tem diminuído as distâncias geográficas e criado outras distâncias,
como as do relacionamento interpessoal, onde posso, por exemplo,
me comunicar com pessoas do mundo inteiro, e não conhecer pessoalmente
nenhuma. Que não sejamos uma comunidade de espectadores
desconhecidos, mas uma família onde os irmãos se conhecem. Que nossos
lares sejam a base de sustentação da igreja de Cristo. Todo avivamento
é uma volta às origens, e voltar às origens, é voltar ao lar. 35 “Então levantou-se Balaão pela manhã, albardou a sua jumenta,
e partiu com os príncipes de Moabe. A ira de Deus se acendeu, porque
ele ia, e o anjo do Senhor pôs-se-lhe no caminho por adversário.
Ora, ele ia montado na sua jumenta, tendo consigo os seus dois servos.
A jumenta viu o anjo do Senhor parado no caminho, com a sua espada
desembainhada na mão e, desviando-se do caminho, meteu-se pelo campo;
pelo que Balaão espancou a jumenta para fazê-la tornar ao caminho.
Mas o anjo do Senhor pôs-se numa vereda entre as vinhas, havendo
uma sebe de um e de outro lado. Vendo, pois, a jumenta o anjo do
Senhor, coseu-se com a sebe, e apertou contra a sebe o pé de Balaão;
pelo que ele tornou a espancá-la. Então o anjo do Senhor passou
mais adiante, e pôs-se num lugar estreito, onde não havia caminho
para se desviar nem para a direita nem para a esquerda. E, vendo
a jumenta o anjo do Senhor, deitou-se debaixo de Balaão; e a ira
de Balaão se acendeu, e ele espancou a jumenta com o bordão. Nisso abriu o Senhor a boca da jumenta, a qual perguntou a
Balaão: Que te fiz eu, para que me espancasses estas três vezes?
Respondeu Balaão à jumenta: Porque zombaste de mim; oxalá tivesse
eu uma espada na mão, pois agora te mataria. Tornou a jumenta a
Balaão: Porventura não sou a tua jumenta, em que cavalgaste toda
a tua vida até hoje? Porventura tem sido o meu costume fazer assim
para contigo? E ele respondeu: Não. Então o Senhor abriu os olhos a Balaão, e ele viu o anjo do
Senhor parado no caminho, e a sua espada desembainhada na mão; pelo
que inclinou a cabeça, e prostrou-se com o rosto em terra. Disse-lhe
o anjo do senhor: Por que já três vezes espancaste a tua jumenta?
Eis que eu te saí como adversário, porquanto o teu caminho é perverso
diante de mim; a jumenta, porém, me viu, e já três vezes se desviou
de diante de mim; se ela não se tivesse desviado de mim, na verdade
que eu te haveria matado, deixando a ela com vida. Respondeu Balaão ao anjo do Senhor: pequei, porque não sabia
que estavas parado no caminho para te opores a mim; e agora, se
parece mal aos teus olhos, voltarei. Tornou o anjo do Senhor a Balaão:
Vai com os homens, somente a palavra que eu te disser é que falarás.
Assim Balaão seguiu com os príncipes de Balaque.” (Números 22:21-35) Se minha jumenta falasse poderia me
impedir de continuar obstinado, rumo à destruição, caminhando fora
dos propósitos do Senhor como fez com Balaão. Balaão era o profeta
de Deus e deveria falar em nome dEle, porém, o animal é que parece
ser profeta. Enquanto Balaão se desviava da vontade do Senhor, tornando-se
insensato e seguindo para a destruição, sua jumenta permanecia fiel,
desviando-se, para livrá-lo do mal. Mostrou-se mais espiritual,
sensível e obediente a voz de Deus do que ele. Ele deveria ter as visões espirituais,
mas é ela quem enxerga o mundo espiritual. É ela quem vê o poderoso
anjo do Senhor em missão nada amigável. (Quantos de nós nunca tivemos
o privilégio daquela jumenta). Era ele quem deveria ter temor ao
Senhor mas, tão obstinado estava, seguindo os próprios caminhos
e desejos, ao invés de seguir os caminhos do Senhor e fazer a Sua
vontade, que nem percebeu a sua insensatez. Conversou com o animal
como se fosse a coisa mais natural do mundo, esbravejando e fazendo
ameaças. Foi ela quem precisou falar para que
ele compreendesse sua burrice - com todo respeito aos animais. Esta
jumenta não merecia levar este fardo pesado de desobediência e ingratidão
em seus lombos. Ela não merecia apanhar, tão fiel ao seu dono e
à Deus. Este animal foi um verdadeiro herói, que impediu a trágica
morte do seu dono, ainda que ele não merecesse! Este animal nos
ensina o que é fidelidade. Ensina que há pessoas tão ingratas que
sequer merecem os animais que possuem. Tanto Deus quanto
Balaão ficaram irados. É interessante notar que há semelhanças e
contrastes nesta dupla ira. Ambas tiveram como causa a teimosia
e receberiam a mesma espécie de castigo. A razão que levou a teimosia
de um foi egoísta; a do outro foi altruísta. E enquanto a ira de
Deus era justa, a de Balaão era injusta. A correção de um
foi moral, a do outro foi física. Conquanto a jumenta tenha sido
três vezes espancada, Balaão foi duplamente repreendido; pela jumenta,
e por Deus. Qual correção terá doido mais? Ele pensava que estava
com a razão e descarregava a sua fúria, sem dó, no pobre animal.
É tão fácil se irar e cometer injustiças com quem nos é fiel, por
tirarmos conclusões equivocadas e irracionais, sendo nós mesmos
a causa do problema. Qual deles é o animal irracional? Verdadeiramente, o homem
obstinado e desobediente a Deus, que anda fora dos Seus propósitos,
é mais irracional do que um animal. Aliás, toda a natureza, em especial
os animais, embora não possuam razão nem a imagem e semelhança do
Criador, ouvem a Sua voz e obedecem, sem vacilar ou questionar,
as Suas ordens. Quem, além de Noé e sua família, foi
salvo do grande dilúvio? Um casal de cada espécie, enviado mansamente
por Deus até a arca. “Entraram para junto de Noé na arca, dois a
dois de toda a carne em que havia espírito de vida. E os que entraram
eram macho e fêmea de toda a carne, como Deus lhe tinha ordenado;
e o Senhor o fechou dentro” (Gênesis 7:15-16). Quem foi enviado por Deus para alimentar o profeta Elias na
época de uma grande seca? Uns corvos. “Beberás do ribeiro; e eu
tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem. Partiu, pois, e
fez conforme a palavra do Senhor; foi habitar junto ao ribeiro de
Querite, que está ao oriente do Jordão. E os corvos lhe traziam
pão e carne pela manhã, como também pão e carne à tarde; e ele bebia
do ribeiro” (1 Reis 17:4-6). E quanto ao feroz e faminto leão que teve de se controlar para
não devorar o profeta Daniel, pois sua obediência a Deus era maior
do que seu instinto selvagem? “Então o rei deu ordem, e trouxeram
Daniel, e o lançaram na cova dos leões. Ora, disse o rei a Daniel:
O teu Deus, a quem tu continuamente serves, ele te livrará. E uma
pedra foi trazida e posta sobre a boca da cova; e o rei a selou
com o seu anel e com o anel dos seus grandes, para que no tocante
a Daniel nada se mudasse: Depois o rei se dirigiu para o seu palácio,
e passou a noite em jejum; e não foram trazidos à sua presença instrumentos
de música, e fugiu dele o sono. Então o rei se levantou ao romper
do dia, e foi com pressa à cova dos leões. E, chegando-se à cova,
chamou por Daniel com voz triste; e disse o rei a Daniel: Ó Daniel,
servo do Deus vivo, dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente
serves, tenha podido livrar-te dos leões? Então Daniel falou ao
rei: Ó rei, vive para sempre. O meu Deus enviou o seu anjo, e fechou
a boca dos leões, e eles não me fizeram mal algum; porque foi achada
em mim inocência diante dele; e também diante de ti, ó rei, não
tenho cometido delito algum. Então o rei muito se alegrou, e mandou
tirar a Daniel da cova. Assim foi tirado Daniel da cova, e não se
achou nele lesão alguma, porque ele havia confiado em seu Deus.
E o rei deu ordem, e foram trazidos aqueles homens que tinham acusado
Daniel, e foram lançados na cova dos leões, eles, seus filhos e
suas mulheres; e ainda não tinham chegado ao fundo da cova quando
os leões se apoderaram deles, e lhes esmigalharam todos os ossos”
(Daniel 6:16-24). E quem foi enviado para salvar o desobediente profeta que fora
lançado ao mar? Um grande peixe. “Então levantaram a Jonas, e o
lançaram ao mar; e cessou o mar da sua fúria. Temeram, pois, os
homens ao Senhor com grande temor; e ofereceram sacrifícios ao Senhor,
e fizeram votos. Então o Senhor deparou um grande peixe, para que
tragasse a Jonas; e esteve Jonas três dias e três noites nas entranhas
do peixe” (Jonas 1:15-17). E para trazer os recursos que Jesus precisou para pagar impostos?
Um peixe. “Mas, para que não os escandalizemos, vai ao mar, lança
o anzol, tira o primeiro peixe que subir e, abrindo-lhe a boca,
encontrarás um estáter; toma-o, e dá-lho por mim e por ti” (Mateus
17:27). Na verdade não só os animais mas, “até os ventos e o mar
lhe obedecem” (Mateus 8:27). Em compensação a esta obediência cega,
Deus cuida de cada um deles. “Olhai para as aves do céu, que não
semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial
as alimenta” (Mateus 6:26). “Não se vendem cinco passarinhos por
dois asses? E nenhum deles está esquecido diante de Deus” (Lucas
12:6). Não deveríamos aprender com a natureza e com os animais o
que é obediência a Deus? Você tem ouvido mais a Deus do que
seu animal? Tem sido mais fiel a Ele do que seu animal é a você?
Tem obedecido as suas ordens? Tem deixado Deus cuidar de você como
você cuida dos seus animais? Tem sido temente e sensível a Ele?
Muitos estão precisando observar e aprender mais com o seu jumento,
galo, cachorro, gato, papagaio, formiga. Não seja uma toupeira nem uma tartaruga na obediência a Deus.
Corra como a corça ou como a lebre para os braços do Pai. Voe como
a águia para juntinho dEle. Seja manso como a pomba, prudente como
a serpente e puro como o cordeiro. Seja uma ovelha do pastor Jesus
e não um lobo vestido de ovelha. Ande no jugo do Senhor. O jumento que Jesus montou teve prazer
em carregá-lo; o de Balaão não! O jumento que Jesus montou não precisou
falar, pois estava sendo guiado no caminho certo por alguém temente
a Deus, um verdadeiro profeta. E você, vai precisar espancar o seu jumento? Vai esperar ele
falar prá começar obedecer a Deus? Vai esperar o seu galo cantar
para parar de trair a Jesus, o Leão da tribo de Judá? Abra o olho;
não tenha Deus como seu adversário. Arrependa-se e volte para Ele. Participe! Envie-nos seu comentário : iceuniao@uol.com.br - www.uniaonet.com |
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