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SALVAÇÃO: MÉRITO OU GRAÇA? Praticamente
todos os sistemas religiosos, com exceção do Cristianismo, são, em escala
maior ou menor, religiões de méritos e de obras. Eles invariavelmente
nos apresentam maneiras pelas quais podemos nos salvar a nós mesmos: uma
lei a guardar, um ensino a seguir, rituais a cumprir, sacrifícios a oferecer.
O homem ganha sua salvação através de esforços religiosos ou morais,
de um tipo ou de outro. O Cristianismo, porém, é uma religião de graça,
ou seja, é impossível merecer a salvação: mas ela é recebida como um presente
gratuito, imerecido e indevido, da parte de um Deus amoroso e misericordioso.
O evangelho proclama que Deus salva, aceita e perdoa as pessoas tal como
se encontram, em sua falta de mérito e em sua culpa. Nada podemos fazer
para merecer o favor de Deus. Apenas nos aproximamos dele e confiamos
em sua misericórdia. É óbvio que
isso não significa que o cristão não se interesse em fazer o bem. O Novo
Testamento é explícito em afirmar que um crente em Cristo deve ser "zeloso
de boas obras", mas isso porque ele é um cristão, e não a
fim de se tornar um cristão. Deus salva os pecadores simplesmente
porque deseja fazê-lo, e ele o faz através da vida, morte e ressurreição
de Jesus Cristo. A tentativa de acrescentar algo à graça de Deus ou à
obra de Cristo através de esforços pessoais para alcançar a retidão pessoal
é o que de mais prejudicial existe. A única maneira de sermos salvos é
quebrando e despedaçando nossa atitude de retidão pessoal e de autoconfiança,
e nos aproximando, humildes e arrependidos, de um Deus de misericórdia
e graça. Essa é geralmente a coisa mais difícil que há para nossa natureza
orgulhosa e auto-suficiente. As diversas
religiões do mundo se opõem diametralmente a isso. O hindu alcança a "libertação"
através da meditação, da disciplina e da devoção. O budista alcança a
salvação pessoal ao vencer todo "desejo", como conseqüência
de seguir as quatro honoráveis verdades e a senda óctupla. O Islamismo
é também, em grande parte, uma religião de obras. Tive o privilégio de
conversar sobre a fé cristã com muçulmanos devotos, sauditas e kwaitianos.
Ao abordar a questão do perdão, invariavelmente me garantiram que Alá,
de fato, perdoava os pecados; mas jamais encontrei um muçulmano que pudesse
dizer, com segurança, que todos os seus pecados haviam sido perdoados
e que ele iria para o céu. Parecia que Alá perdoava aqueles que mereciam
ser perdoados. A glória da fé cristã reside em que Deus perdoa gratuitamente
aqueles que não merecem ser perdoados e que não conseguem erguer um único
dedo para se ajudarem a si mesmos. A mensagem
do Novo Testamento é que nossa salvação é alcançada inteiramente, não
por nós, mas por Deus. Não é uma questão de encontrarmos Deus, mas sim
de Ele nos encontrar. É por essa razão que, ao contrário dos seguidores
de muitas outras religiões, o cristão pode Ter certeza absoluta de
sua aceitação definitiva por parte de Deus, e de sua entrada no céu.
Enquanto os outros só podem contar com a esperança de terem "feito
o suficiente", o cristão pode Ter o conhecimento certo e seguro de
que "Deus já fez tudo" por ele, através de Cristo. Temos,
portanto, de decidir entre o Cristianismo e todas as demais religiões.
Ou nós mesmos nos esforçamos para que Deus nos aceite, ou Deus, na
Sua misericórdia, nos aceita e nos salva do jeito que somos. É uma
diferença fundamental. E é impossível que ambas as colocações sejam igualmente
certas. Brain Maiden ABU Editora
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