DICIONÁRIO TEOLÓGICO BRASILEIRO- LÁZARO SOARES DE ASSIS

 

Dicionário de Bolso, compilado para responder às perguntas mais freqüentes de alunos e membros de EBD sobre TEOLOGIA

 

LÁZARO SOARES DE ASSIS

Doutor em Teologia, em Ciências da Religião,

em Filosofia da Religião e em Divindade.

Direitos Reservados, na forma da Lei.

Dr. LÁZARO SOARES DE ASSIS, ThD, PhD, DD

Rua Orlandina Sathler, 58 - Centro

36985-000 - CHALÉ/MG

Telefones.: {(33)3345-1308 e 3345-1520} Atual: 31-3826-6042

E-mail: prlazaro@terra.com.br ou geralgjs@terra.com.br

 

 

Citações desta obra poderão ser livremente utilizadas, desde que mencionada a fonte.

 

 

ABREVIATURAS E SIGLAS:

a.C. - antes de Cristo

ARA - Bíblia Sagrada, Edição Almeida Revista e Atualizada

ARC - Bíblia Sagrada, Edição Almeida Revista e Corrigida

AT - Antigo Testamento

BEP - Bíblia de Estudo Pentecostal

BLH - Bíblia na Linguagem de Hoje

cf. - confere, confronte (do lat. conferre)

d.C. - depois de Cristo

e.g. - por exemplo (lat. exempli gratia)

gr. - grego

heb. - hebraico

JPS - Jewish Publication Society Old Testament

lat. - latim

NKJV - New King James Version

NT - Novo Testamento

RV - Versão Reina-Valera (Espanhol)

 

As palavras que aparecem repetidas entre parêntesis, correspondem à pronúncia correta do respectivo vocábulo.

 

 

APRESENTAÇÃO

 

        A presente obra é, por assim dizer, uma extensão ou continuação de nosso trabalho anterior, Dicionário Bíblico de Bolso.

 

        Diferentemente da obra anterior, o presente trabalho se propõe a ser um instrumento de pesquisa para aqueles que se interessam pela Teologia, mas que em virtude de fatores os mais variados, não têm acesso a grandes Dicionários ou a conceituadas Enciclopédias, que às vezes, custam caro.

 

        De forma muito especial o salmista, expressando-se acerca do homem "bem aventurado", diz, que ele não apenas foge de circunstâncias que desagradam a Deus, mas também  "...na Lei de Jeová está sua delícia, e em Sua Lei medita de dia e de noite." (Sl 1:2, na RV).

 

        Este Dicionário, portanto, pretende ser instrumento de Deus para você possa deliciar-se, deleitar-se cada vez em conhecer e em prosseguir em conhecer o Senhor (cf. Os 6:3).

       

        Nossa oração e o desejo sincero de nosso coração, é que o Senhor da Igreja possa tornar este pequeno Dicionário um grande veículo para abençoar sua vida no conhecimentos de Sua vontade. Que Ele, em Cristo, lhe abençoe!

 

Seu irmão e amigo,

 

Rev. Lázaro Soares de Assis

lsassis@aol.com.br

 

PREFÁCIO

 

 

 

            Demóstenes dizia muito bem, quando afirmava que conhecimento começa com definição. Todo professor, todo aquele que ensina ou todo aquele que estuda precisa se lembrar disto e ter cuidado para definir bem as Doutrinas. A Bíblia abunda em grandes palavras de tremenda importância e nós devemos exercitar muito cuidado definindo estas palavras.

            Por mais desagradável que possa ser, precisamos reconhecer que, infelizmente, nossa Igrejas estão cheias de líderes sem nenhum conhecimento bíblico-teológico. Muitas vezes, são Igrejas pequenas. Mas, nem sempre. Algumas vezes, são líderes de grandes rebanhos, pessoas investidas no ministério de "pastor" (poimen), ou seja, provedores de pasto, quando eles mesmos estão morrendo de inanição, morrendo de fome, ou, pelo menos, evidenciando desnutrição bíblico-teológica.

            Este livro, não se propõe a ser um "mantra", uma palavra mágica para solucionar tal problema. Na realidade, este livro é um desafio para que "conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor..." (Os 6:3). É também um eco ao apelo de Paulo à Timóteo (2Tm 2:15): "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade".

            Que Deus, em Cristo abençoe sua vida e que você aceite o desafio!

     

Chalé(MG), outubro de 2001.

 

Rev. Lázaro Soares de Assis

lsassis@aol.com.br

ABENÇOAR - Este termo vem do verbo grego eulogeo, cujo significado básico é dar prosperidade e bondade, tendo Deus como Fonte destas graças. Portanto, quando Deus abençoa, os abençoados são contemplados pelo favor divino (cf. Gn 24:48). Quando alguém é contemplado pela bênção do Senhor, diz-se que esta pessoa é makarios, que pode significar simplesmente "feliz", mas que segundo a opinião de alguns eruditos de renome, na verdade é um superlativo: "felicíssimo"! Quanto à bênção de Deus, ainda vale lembrar aquelas maravilhosas palavras: "A bênção do Senhor é que enriquece; e Ele não a faz seguir de dor alguma." (Pv 10:22). Finalmente, é preciso ressaltar que a bênção do Senhor é resultado de nossa fidelidade: "Vede que hoje eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção, se obedecerdes aos mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu hoje vos ordeno" (Dt 11:26,27).

 

ABLUÇÃO - Na religião judaica havia quatro tipos diferentes de lavagem cerimonial: 1) a lavagem das mãos, não explicitadamante requerida no A.T., embora inferida com base em Lv 15:11, que nos dias do N.T. tornara-se prática generalizada e séria (Mc 7:6; Mt 15:2); uma outra prática similar era a lavagem dos pés (cf. Jo 13:5); 2) a lavagem dos pés e das mãos, em preparação para o serviço sacerdotal (Êx 30:19; 40:31), lembrando que o Tabernáculo e mais tarde, o Templo tinham uma bacia para esse fim; 3) a imersão do corpo, a fim de participar apropriadamente do serviço do Senhor (Lv 8:6; 16:24); e 4) a lavagem de vasos, casas, vestes e outros itens usados para propósitos religiosos (Êx 19:14; Lv 14:52; 15:6-8; Mc 7:4).

 

ABRAÃO, SEIO DE - Termo metafórico usado para referir-se ao Céu. Nos tempos bíblicos, existia o costume das pessoas se reclinarem em sofás para as refeições, ficando próximas umas das outras. Estar no "seio de Abraão" é exatamente uma metáfora tomada deste costume. Ela significa, então "tomar parte no banquete celestial"  (Lc 16.22-23).

 

ACESSO - Inicialmente, podemos definir acesso como permissão ou liberdade de chegar perto e comunicar-se com alguém  (cf. Ef 2:18). Ao analisarmos o vocábulo grego que ocorre no texto de Ef 2:18, prosagoge, certamente nosso entendimento do termo se amplia. Este substantivo possui vários significados, dentre os quais podemos destacar: "acesso", "aproximação", "relação através da qual somos aceitáveis diante de Deus e temos garantia de que Ele nos é favorável". Deriva-se do verbo prosago, que significa "conduzir", "trazer", "abrir um acesso para Deus", "aproximação".

 

ADIVINHAÇÃO - O termo hebraico mais comum é qasam. Na Bíblia, este termo é empregado para designar toda e qualquer forma de magia que se proponha a predizer o futuro e aconselhar quanto a ele (2Rs 17:17), prática terminantemente proibida ao povo de Israel, qualquer que fosse sua modalidade  (Lv 19:26,31). Na língua grega, o termo mais comum para adivinhação é manteia, cujos sentidos básicos são: "adivinhação" e "predição". É com manteia, em sua forma aportuguesada, mancia, que se formaram os vocábulos que designam a maioria das formas de adivinhação, tais como: cartomancia, rabdomancia, hidromancia, hepatomancia, etc. Neste Dicionário, você encontrará verbetes com algumas formas de adivinhação que estão relacionadas com a Bíblia: Astrologia, Bibliomancia, Feitiçaria, Necromancia e Rabdomancia.

ADOÇÃO - Costuma-se definir Adoção como o ato de tornar legalmente filho aquele que não é filho por natureza. Pela adoção Deus aceita como membros da Sua família os pecadores que se voltam para Ele com arrependimento e fé  (Rm 8:15-18; Gl 3:26-28; 4:5). O termo Adoção vem do grego huiothesia, cuja gama de significações é muitíssimo vasta, como por exemplo: "adoção", "adoção de crianças", "adoção de filhos", " adoção como filhos"; por extensão, também denota a "natureza e condição dos verdadeiros discípulos de Cristo, que recebendo o Espírito de Deus em suas vidas, se tornam filhos de Deus".

 

ADOPCIONISMO - Nome de uma  heresia baseada em interpretações errôneas de textos como Rm 1:4; Hb 2:10 e Hb 5:8,9, entre outros. Em síntese, esta doutrina herética afirma que Jesus não nasceu Filho de Deus, mas que em determinado momento  na Sua vida, Ele se tornou Filho de Deus, isto é,  teria sido "adotado" como Filho. Segundo alguns que defendem essa heresia,  essa "adoção" ter-se-ia dado por ocasião do Batismo de Jesus. Outras  correntes dentro dessa heresia,  afirmam  que essa "adoção"  não ocorreu, enquanto Jesus não ressuscitou. Essa  dou­trina herética, foi radicalmente combatida no Concílio de  Nicéia (325 d.C.).

 

ADORAÇÃO - Nas páginas das Escrituras Sagradas, o termo Adoração pode significar: "culto", "honra", "reverência" e "homenagem" prestados a poderes superiores, sejam seres humanos, anjos ou Deus  (cf. Sl 96:9). Como a Bíblia é um descortinamento progressivo da Revelação, ela nos revela quatro etapas de desenvolvimento da adoração a Deus: 1) os Patriarcas adoravam, construindo altares e oferecendo sacrifícios  (Gn 12:7-8; 13:4); 2) posteriormente, veio a adoração no Tabernáculo e mais tarde no Templo, com um sistema completo de Sacrifícios; 3) a adoração nas Sinagogas, que teve início durante o Cativeiro; e 4) a adoração cristã, que inclui a pregação (At 20:7), leitura das Escrituras  (1Tm 4:13), oração  (1Tm 2:8), louvor  (Ef 5:19) e ofertas (1Co 16:1-2), além de Batismos  (At 2:37-41) e da Ceia do Senhor  (1Co 11:23-29).

 

ADULTÉRIO - Termo que designa uma relação sexual que um homem casado tem com uma mulher que não é sua esposa ou vice-versa  (cf. Jr 23:10; Jo 8:3). No texto de Jo 8:3, aparece o substantivo grego moicheia, cujo significado básico é "adultério". Sua origem é o verbo grego moicheuo, "cometer adultério", "ser um adúltero", "cometer adultério com", "ter relacionamento ilícito com outra pessoa que não seja o esposo ou a esposa". Num sentido metafórico, a idolatria era chamada de "adultério" (cf. Jr 3:8; Ez 23:37).

 

ÁGAPE - Vocábulo de origem grega, agape, cujos significados principais são: "amor", "caridade"; deriva-se do verbo agapao. Este termo, ágape, era usado para denotar o "banquete de caridade", ou "festa de amor fraternal", ou ainda, "banquete entre amados". Seja qual for o significado escolhido, este termo denotava de fato aquela reunião de fraternidade e amor cristão, que comumente era encerrada com a celebração da Ceia do Senhor (1Co 11:20-34; 2Pe 2:13; Jd 1:12).

 

AGNOSTICISMO - Termo que designa uma das formas de negação da existência de Deus. A palavra Agnosticismo,  é de origem grega, a, "não" e gnosis, "conhecimento". Ou seja, "não saber". O  Agnosticismo crê que nem a criação, e nem  mesmo os alegados fatos quanto à existência de Deus podem fazê-lO conheci­do. O adepto do Agnosticismo diz crer unicamente no que pode ver e tocar. Assim, todas as demais coisas, incluindo a fé em  Deus são relativas. Isto é, o homem não pode saber qualquer coisa  so­bre  Deus,  haja vista que as alegadas provas de Sua  existência estão fora do domínio das coisas materiais.

 

AGRICULTURA - Termo designativo do cultivo do campo. É mencionada na Bíblia pela primeira vez em Gn 4:2, onde se diz que Caim foi "lavrador da terra"; no heb. "lavrador" é 'abad. Na Palestina eram cultivados cereais, além de figueiras, oliveiras e vinhas. Para não desgastar o solo, observava-se o "Ano Sabático" (o ano de descanso da Terra). Na preparação do solo usava-se o arado. A colheita dos cereais era feita com foices, e o produto era amarrado em feixes. Depois, os cereais eram trilhados (isto é, debulhados, cf. Is 28:27) e padejados (ou seja, separados os grãos da palha, depois de debulhados, jogando-os no ar com pás; os grãos do cereal caíam na eira e o vento espalhava a palha , cf. Is 41:16). Em seguida, os grãos eram recolhidos em celeiros.

 

ÁGUA - Termo que ocorre 299 vezes na Bíblia, versão ARC e 278 na ARA. No hebraico, é mayim; no grego, hidros. Ambos os termos significam "água", "águas"; designa "água", num sentido genérico: de rios, fontes, piscinas, do dilúvio, ondas do mar, etc. Nas páginas das Escrituras Sagradas, a água é vista como líquido essencial à vida; assim, em virtude da escassez de água na Palestina, a água é extremamente valorizada. Para ter água, muitas vezes o povo dependia de rios. Alguns destes, eram meros ribeiros de duração temporária, chamados wadys; também se utilizavam fontes, poços e cisternas (Is 35:6). Metaforicamente, a água é usada na Bíblia para simbolizar uma imensa gama de coisas: 1) Deus: "Manancial de Águas Vivas" (Jr 2:13; 17:13); 2) Cristo: "Água da Vida" (Jo 7:37-39); 3) fidelidade conjugal: "água da própria cisterna" (Pv 5:15); 4) algo passageiro: "água corrente" (Jó 11:16); 5) algo que não volta mais: "água derramada e não recolhida" (2Sm 14:14); 6) um inimigo poderoso que está se aproximando: "torrentes transbordantes" (Jr 47:2; e 7) um perigo iminente:  "águas que me rodeiam" (Sl 88:17).

 

ALELUIA - Na língua hebraica, o termo é hallal, cujo significado é "louvor". Portanto, hallel, termo também hebraico, significa "louvai" e Yah, forma abreviada do nome próprio de Deus, Yahweh. Ou seja, aleluia, significa "louvai a Yah(weh)". Na verdade, o termo aleluia é um convite ao eterno louvor à Deus. No grego, o termo foi vertido como allelouia, que significa "louvar", "celebrar", "elogiar", "enaltecer", "magnificar", entre outros. A palavra aleluia fazia parte da liturgia do Templo (cf. Sl 106; 11-113; 135; 145-150), desde seus primórdios, e como aclamação de louvor foi adotado no NT (cf. Ap 19:1-6) e é utilizado pela Igreja Cristã.

 

ALIANÇA - Termo que ocorre no grego, diatheke, "pacto", "aliança", "concerto". Trata-se de um acordo que Deus, por causa do Seu amor (Dt 7:8-9), fez com o Seu Povo. Essa Aliança (ou trato, contrato, pacto - termos usados na ARC), consiste no seguinte: o Eterno, o Deus Todo-Poderoso, cumprindo Sua promessa aos Patriarcas (cf. Gn 17:1-8; 28:13-15), era o Deus de Israel, e, conseqüentemente, Israel era o Povo de Deus (Êx 6:7; 19:4-6). Deus abençoava o povo, e este, por sua vez, lhE obedecia (Dt 7:7-11). Em cumprimento à palavra profética (cf Jr 31:31-34), Deus estabeleceu uma Nova Aliança (ou Novo Testamento), que foi confirmada ou selada pela morte de Cristo (Mc 14:24; Hb 8:6-13; 9:16-22). O povo de Deus é perdoado dos seus pecados (cf. Rm 11:26,27), recebe bênçãos eternas (cf. Hb 9:15), vive uma vida de dedicação a Ele e vive a Seu serviço (cf. 2Co 3:6; Hb 10:19-25). O termo diatheke, ainda pode significar um contrato feito por autoridades de uma ou mais nações ou cidades-estado, acertando condições de paz, ajuda mútua, comércio, etc., (1Sm 11:1), ou ainda um trato feito entre pessoas (cf. 2Sm 3:12).

 

ALMA - No hebraico, nephesh, no grego psuche, ambos os termos significando "alma", ou seja, a parte não-material e imortal do ser humano  (Mt 10:28), sede da consciência própria, da razão, dos sentimentos e das emoções  (Gn 42:21). Os dicotomistas entendem que o ser humano é corpo e alma, sendo espírito sinônimo de alma. Os tricotomistas acreditam que o ser humano é corpo, alma e espírito (cf. Lc 1:46,47; 1Ts 5:23). "Alma vivente" quer dizer "ser vivo"  (Gn 2:7). Na Bíblia muitas vezes a palavra "alma" é empregada em lugar do pronome pessoal: "Livra a minha alma da espada" quer dizer "salva-me da espada" (Sl 22:20, na BLH). Outras vezes "alma" quer dizer "pessoa"  (Nm 9:13). A filosofia grega dedicou muita atenção ao problema  da alma, conseguindo com isto exercer grande influência na  Teologia e  no pensamento cristão. Platão, por exemplo, cria na existência e transmigração da alma. A alma é uma entidade espiritual, incorpórea, que  pode existir  dentro do corpo ou fora dele. A alma é um  espírito  que habita um corpo, ou nele tem estado, como as almas dos que tinham sido  mortos  por causa da Palavra de Deus e pelo  testemunho  de Jesus Cristo (Ap 6:9). Desde  os primórdios da História do  Cristianismo,  tem havido duas idéias acerca da alma, e conseqüentemente, a respeito da  natureza  do homem e dos animais. São elas, a interpretação tricotomista e a interpretação dicotomista. Para maiores esclarecimentos veja os verbetes "dicotomia" e "tricotomia. De forma generalizada, os escritores bíblicos, de forma especial  os  do AT, não fazem  distinção  precisa entre psiche (alma animal, que é a parte inferior do ser  humano) e  pneuma (espírito ou alma racional, parte superior  do  homem). Por  isso é comum o uso de ambos os vocábulos como  designando a mesma  coisa. Ordinariamente, os autores sagrados  referem-se  ao homem como sendo um composto de corpo e alma, ou corpo e  espírito, e não de corpo, alma e espírito, a não ser no NT (1Co 15:44; 1Ts 5:23; Hb 4:12). Segundo Scofield, sendo o homem "espírito", é capaz de ter conhecimento de Deus e  comunhão com Ele; sendo "alma", ele tem conhecimento de si próprio; sendo "corpo", tem através dos sentidos, conhecimento do  mundo". O corpo é tabernáculo da alma, a alma sede da personalidade, e  o espírito o canal de comunhão com Deus.

 

ALTA CRÍTICA - Termo usado para descrever o estudo das Escrituras do ponto de vista da literatura em contraste com a "Baixa Crítica", que trata do texto das Escrituras e sua transmissão. A Baixa Crítica é também conhecida como Crítica Textual.  A Alta Crítica tem três interesses principais: 1) detectar a presença de fontes literárias que  subjazem uma obra; 2) identificar os tipos literários que perfazem a  composição; e 3) fazer suposições sobre questões de autoria e data. Talvez possa parecer que o termo "Alta Crítica" tenha um  significado  místico ou sinistro, mas, na realidade, é  um  processo que todos os estudiosos seguem em graus diferentes, pois no propósito de obter uma compreensão apropriada da natureza dos escritos bíblicos, é importante examinar o caráter das fontes. Pode observar o valor da Alta Crítica, por exemplo, em relação à descoberta do sentido exato de Ed 1:2-4; 6:3-5. Embora  a Alta Crítica seja útil para a  interpretação   das   Sagradas  Escrituras,   deve-se   considerar, entretanto, que se mal aplicada, pode trazer resultados desastrosos, devido à facilidade de se obter resultados da pura especulação  na ausência de dados externos. Infelizmente, é isto que  vem ocorrendo com grandes nomes da Alta Crítica.

 

ALTAR - No grego, thusiasterion. Termo que possui uma enorme gama de significados: 1) o altar para matar e queimar as vítimas; 2) o altar para ofertas queimadas que ficava no Templo de Jerusalém; 3) o altar de incenso que estava no santuário ou Santo Lugar; e 4) qualquer altar para sacrifícios. Em geral, era uma mesa feita de madeira, terra ou pedras, sobre a qual se ofereciam os sacrifícios  (Êx 27:1; 20:24; Dt 27:5). Os altares de madeira eram revestidos de algum metal e tinham "pontas" (chifres) nos quatro cantos  (Lv 4:25). Um costume bastante interessante, é que fugitivos ficavam em segurança quando corriam e se agarravam a essas pontas  (1Rs 2:28). No sentido metafórico, a palavra "altar" denota a cruz na qual Cristo sofreu uma morte expiatória. Assim, "comer deste altar", significa desfrutar dos efeitos e das bênçãos concedidas por meio da morte expiatória de Cristo.

 

ALTAR DO HOLOCAUSTO, O - Nome do primeiro objeto que era encontrado no Tabernáculo. Ficava localizado em frente da porta. Era feito de bronze. Media 5 x 5 côvados (ou seja 2,5 x 2,5 metros); sua altura era de 3 côvados (1,5 metros). Nessas medidas, temos excelentes simbolismos: a altura de 3 côvados, nos lembra a Trindade, os  3 elementos do Homem (corpo-alma-espírito), bem como as  três horas que Jesus esteve pendurado na Cruz. A largura também possui grande simbolismo, pois cinco é o número dos sentidos e seus res­pectivos órgãos, bem como o número dos mandamentos que se  encontravam em cada uma das tábuas da Lei, servindo assim para demonstrar a responsabilidade pessoal. O altar possuía quatro lados que simbolizavam os quatro cantos da terra (Is 11:12), apontando assim para a universalidade da obra de Cristo (Jo 3:16; 1Tm 2:6).

 

ALTAR DO INCENSO, O - O Altar do Incenso era todo coberto de ouro. Sobre ele, não se  ofe­reciam animais por sacrifício como no Altar de Bronze que estava no Átrio. Nele só se queimava incenso aromático. O cheiro agradável de incenso subia a Deus. O significado simbólico do incenso é explicado no Sl 141:2 e em Ap 8:3: são as orações dos santos  (os crentes); também compreende as ações de graças, o louvor e a ado­ração do povo de Deus, como vemos em Hb 13:15. Tudo  isto sobe a Deus, mas é oferecido a Deus sobre  o Altar do Incenso. Por assim dizer, é como se o Altar o levasse a Deus. Assim, o Altar do Incenso é figura do Senhor Jesus Cristo, Único  Mediador entre Deus e os homens (Jo 14:13; 14:14;  15:16; 1Tm 2:5). Deste modo, cada crente, na condição de sacerdote, pode aproximar-se de Deus por meio de Cristo Jesus e oferecer-lhE sacrifícios espirituais, agradáveis a Ele (1Pe 2:5-9). Uma coisa de grande importância, é aquilo que disse  o salmista no Sl 84:3. Ele diz que o pardal e andorinha têm ninhos, um lugarzinho onde podem descansar. Em seguida, ele continua, descrevendo  o lugar de descanso como sendo nos "teus  altares, Senhor dos Exércitos..." Observe que a palavra "altares" está no plural.  Isto demonstra, obviamente, que há dois.  Esses  altares são  o Altar de Bronze e o Altar do Incenso. No Altar de  Bronze, descansamos, pois nossos pecados foram expiados e perdoados  pelo Cordeiro de Deus; no Altar do Incenso, podemos descansar na  oração, na intercessão, no gozo, na adoração, sabendo que o Senhor está nos escutando e abençoando.

 

ALTOS - Esta expressão corresponde ao termo hebraico bamah, que pode significar tanto "elevação", quanto "santuário". Era costume dos cananeus e dos povos semitas estabelecer santuários ou centros de adoração religiosa em lugares elevados. Isto nos leva a lembrar do Olimpo dos gregos. A conexão entre as divindades e as montanhas, é algo comum nas Religiões. No tocante ao povo de Israel, eles nada viam de errado nos lugares altos, propriamente ditos. Originalmente, estes locais tinham sido lugares de culto dos cananeus, mas os israelitas rededicaram-nos ao culto de Yahweh, pelo menos em alguns casos. Porém, devido à influência de costumes estrangeiros, com a ajuda da corrupção interior dos homens, tais lugares vieram a ser dominados por práticas idólatras (e.g. 1Sm 9:12; 1Rs 14:23; 2Rs 23:8). Nos sacrifícios pagãos, até crianças eram mortas (Jr 7:31). Infelizmente, estas práticas idolátricas acabaram se infiltrando em Israel, de forma que a história bíblica registra acerca que "... no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o Senhor, seu Deus, como o coração de Davi, seu pai, porque Salomão andou em seguimento de Astarote, deusa dos sidônios, e em seguimento de Milcom, a abominação dos amonitas. Assim fez Salomão o que era mau aos olhos do Senhor e não perseverou em seguir ao Senhor, como Davi, seu pai. Então, edificou Salomão um alto a Quemos, a abominação dos moabitas, sobre o monte que está diante de Jerusalém, e a Moloque, a abominação dos filhos de Amom." (1Rs 11:4-7). 

 

AMÉM - Palavra de origem hebraica, , que não é traduzida, mas apenas transliterada (ou seja, representada nos sinais gráficos) para outros idiomas. No grego, aparece amen. Passou para o latim, o inglês, o português, sempre transliterado. É considerada a palavra mais conhecida da fala humana. Como 'amen está diretamente relacionada e é quase idêntica à palavra hebraica 'amam, que significa "acredite" ou "fiel", este termo passou a denotar a confirmação: "verdadeiramente", "assim seja"; isto é, uma expressão de confiança absoluta. O termo quer dizer, primariamente "é assim" ou "assim seja". Também pode ser traduzida por "certamente", "de fato", "com certeza" (cf. Dt 27:15). É usada como um título para Cristo, que é a garantia de que Deus cumprirá as promessas que fez ao seu povo  (Ap 3:14). Metaforicamente, amém pode significar "fiel". Quando o termo é usado no início de um discurso, denota segurança na declaração que se segue. Quando aparece no fim, o sentido é "assim seja", "que possa ser cumprido". O costume de se responder com "amém" no final de uma leitura Escriturística ou oração, foi herdado das sinagogas.

 

AMILENISMO - Nome que se dá a uma visão acerca do Milênio (período de tempo compreendido entre o  aprisionamento de Satanás e a sua última Revolta,  a Batalha de Gogue e Magogue, quando Satanás estará preso e Cristo reinará sobre as nações), termo que vem do latim mille, "mil" e annus, "ano"; ou seja, mil anos, equivalente ao termo grego chiliasma. Segundo a visão amilenista, o milênio não virá no fim do mundo, mas é um símbolo do período da existência e da ação da Igreja na história, no fim do qual acontecerão a segunda vinda de Cristo, a ressurreição, o juízo final e a vida eterna. Para melhores esclarecimentos, gentileza consultar os verbetes Milênio, Pré-Milenismo e Pós-Milenismo.

 

 

AMOR - Ao contrário da língua portuguesa, o grego possui um grande número de vocábulos que podem significar "amor". Dentre estes, quatro sempre são observados de forma destacada: phileo, stergo, erao, e agapao. Como o assunto é por demais profundo, desejamos abordar apenas alguns aspectos destes verbos, e ainda, de forma superficial. 1) Phileo - é o termo genérico para amor. Está relacionado com o sentimento de apreciação por alguém, acompanhado do desejo de lhe fazer o bem. Portanto, phileo está relacionado com "amizade", "afeição", "apreço" (e.g. 1Sm 20:17). Para entender melhor este tipo de amor, basta observarmos que o termo "hospitalidade", vem de um derivado de phileo, o termo philoxenia. 2) Stergo - o verbo menos utilizado dos quatro aqui referidos, refere-se a "amar", no sentido de "sentir afeição". Está relacionado com o amor filial ou paternal, bem como o amor de um povo por seu governante e vice-versa. Deus é amor (cf. 1Jo 4:8) e Seu amor é a base de Seu relacionamento com o homem (Jr 31:3). 3) Erao - este verbo, deu origem ao substantivo eros, termo bem mais conhecido. Está relacionado com o relacionamento conjugal. É aquele tipo de amor, que envolve atração sexual e sentimento de posse  (e.g.Ct 8:6). 4) Agapao - dos quatro verbos aqui apresentados, agapao é o mais utilizado. Denota o amor fraternal, aquela mais elevada qualidade cristã  (1Co 13:13), que dever nortear todas as relações da vida com o próximo e com Deus (Mt 22:7-39). Esse amor envolve consagração a Deus  (Jo 14:5) e confiança total nEle  (1Jo 4:17), incluindo compaixão pelos inimigos  (Mt 5:43-48; 1Jo 4:20) e o sacrifício em favor dos necessitados  (Ef 5:2; 1Jo 3:16).

 

ANÁTEMA - Termo de origem grega, anathema. Originalmente, este termo denotava algo que era elevado e em seguida, deitado por terra; também denotava "maldito", "amaldiçoado". O termo que deu origem à esse vocábulo, foi anatithemi, cujo sentido básico é "partir em palavras", originário de tithemi, "colocar", "derrubar", "demitir", "separar", "apartar". Trata-se de prática religiosa antiguíssima, por meio da qual pessoas ou coisas exigidas por Deus ou dedicadas a Ele eram destruídas (e.g. Js 6:18,21, na ARC). No NT quer dizer "amaldiçoado", (conforme foi traduzido pela BLH, em textos como 1Co 16:22; Gl 1:8-9).

 

ANCIÃO DE DIAS - Termo usado de forma metafórica, como um Título de Deus. Ocorre em Dn 7:9-22. Trata-se de um "antropomorfismo". Deus julga o mundo, sendo comparado a um homem idoso, à figura de um majestoso e respeitável juiz.

 

ÂNCORA - No grego, o vocábulo é agkura. Este era o termo designativo de uma pesada peça de ferro presa a uma grossa corrente e que é lançada ao fundo do mar a fim de manter parado o navio  (At 27:29). Em sentido figurado, representa tudo o que sustenta e dá firmeza em tempos de sofrimento ou violência (cf. Hb 6:17-19).

 

ANGELOLOGIA - O termo teológico apropriado para esse estudo que  ora iniciamos é Angelologia (do grego angelos, "anjo" e logia, "estudo", "dissertação"). Angelologia, se constitui, portanto, de doutrina  específica dentro do contexto daquilo que  denominados  de Teologia Sistemática, a qual se ocupa em estudar a existência, as características, natureza moral e atividades dos anjos. Iniciaremos, portanto, pelo estudo da existência dos anjos.

 

ANIMISMO - Termo de origem latina, anima, que quer dizer "alma", "fôlego". Trata-se da crença de que objetos físicos possuam vida ou espírito próprios, não havendo algo como matéria inanimada. Os objetos físicos, mesmo que não animados por si mesmos, poderiam ser habitados por espíritos, que sobreviveriam, mesmo quando os objetos físicos fossem destruídos. É com base nesta crença, que se criou e popularizou os "amuletos", os "patuás", as "rosas ungidas", os "lenços ungidos", etc.

 

ANJO - A palavra portuguesa anjo possui origem no latim  angelus,  que por sua vez deriva-se do grego angelos. No  idioma  hebraico, temos malak. Seu significado básico é "mensageiro" (para designar  a idéia de ofício de mensageiro). O grego clássico  emprega o termo angelos para o mensageiro, o embaixador em assuntos humanos, que fala e age no lugar daquele que o enviou. No  AT, onde o termo malak ocorre 108 vezes e no NT, 175 vezes. Ao  contrário do que muitas pessoas imaginam, os  anjos são seres criados (e.g. Ne 9:6; Jó 38:4-7; Sl 148:2,5; Cl 1:16), ou seja, não são eternos nem  auto-existentes, características estas que repousam unicamente em Deus. A Bíblia também nos ensina que os anjos são seres espirituais, isto é, são "espíritos  ministradores" (Hb 1:14). Outro ensino bíblico é que os anjos são seres pessoais, pois a eles são atribuídas características pessoais, isto é, possuem inteligência (2Sm 14:20), vontade (2Tm 2:26) e  atividades próprias (Ap 22:8,9). Ainda podemos ver na Bíblia, que os anjos são seres inteligentes; isto é os  anjos  excedem em muito em conhecimento e em sabedoria  aos  homens mais brilhantes que a história humana já teve (Ez 28:3,4). Suas inteligências tiveram origem quando criados, se ampliam até os dias atuais e em virtude das oportunidades de observação que eles  possuem, juntamente com as revelações diretas da parte de Deus,  devem ter-se adicionado grandemente ao acúmulo de sua inteligência original (2Sm 14:17,20). São ainda seres  poderosos; embora não sejam onipotentes e nem todo-poderosos, eles desfrutam de maior poder do que o homem (cf. Sl 8:5, na LXX). Ainda sobre o poder dos anjos, leia os textos a seguir: 2Sm 24:15,16; 2Rs 19:35; Sl 103:20; Dn 10:12,13; Mt 28:2; At 12:7; Ap 20:1-3. São também seres velozes; ou seja, não estão limitados pelas dificuldades de locomoção próprias do aspecto físico. No mundo angelical, os  anjos podem locomover-se de um lugar para o outro dentro de facilidades inimagináveis à nossa mente finita (Dn 9:22; Mt 26:53). Finalmente, a Bíblia ainda nos ensina que os anjos são  seres gloriosos (e.g. Is 6:1-4; Ap 5:11,12).

 

ANJO DO SENHOR -  A  expressão "Anjo do Senhor" ou sua variante "Anjo  de Deus",  se encontram mais de cinqüenta vezes no AT.  Portanto,  é necessário algumas considerações acerca deste personagem. A primeira aparição bíblica do "Anjo do Senhor", foi no episódio  de  Agar, no deserto (Gn 16:7).  Outros  acontecimentos incluíram pessoas como Abraão (Gn 22:11,15), Jacó (Gn  31:11-13), Moisés (Êx 3:2), todos os israelitas durante o Êxodo (Êx 14:19) e posteriormente em Boquim (Jz 2:1,4), Balaão (Nm 22:22-36), Gideão (Jz 6:11), Davi (1Cr 21:16), entre outros. A Bíblia nos informa que o Anjo do Senhor realizou  várias  tarefas semelhantes às dos anjos, em geral. Às vezes,  Suas aparições eram simplesmente para trazer mensagens do Senhor Deus, como  por exemplo em Gn 22:15-18; 31:11-13. Em outras  aparições, Ele  fora enviado para suprir necessidades (1Rs 19:5-7)  ou  para proteger o povo de Deus de perigos (Êx 14:19; Dn 6:22). No entanto, com relação à identidade do Anjo do Senhor, os eruditos não são e nunca foram unânimes. Porém, não há porque duvidar da  antiqüíssima interpretação cristã de que, nesses casos  acima citados, encontramos manifestações preencarnadas da Segunda  Pessoa da Trindade. Mas, como sempre surgem objeções, apresentamos a seguir três  argumentos  bíblicos que comprovam, indubitavelmente, que o Anjo do  Senhor é Jesus Cristo antes de encarnado. 1) Josué 5:14: quando o Anjo do Senhor apareceu a  Josué, diz a Palavra do Senhor que ele "...prostrou-se sobre o seu rosto na terra, e O adorou, e disse-lhE: Que diz meu Senhor ao seu servo?". Se o Anjo do Senhor não fosse o próprio Senhor (ou  melhor, o  Senhor  Jesus como Segunda Pessoa da Trindade), o  anjo  (caso fosse simplesmente "um anjo") teria proibido a Josué de adorá-lo, como ocorreu em Ap 19:10 e Ap 22:8,9. 2) Jz 13:18: Embora concordemos que possam existir questões inclusive relacionadas com variantes textuais neste texto, reputamos a mesma  como factual e elucidativa. Quando Manoá, pergunta ao Anjo do  Senhor, o  Seu  nome, Ele responde: "...porque perguntas assim  pelo  meu nome, visto que é maravilhoso?" Uma comparação desta resposta com a passagem de Is 9:6, demonstra que o Anjo do Senhor que apareceu a Manoá é o Menino que nos fora dado de Isaías. Isto é, o Anjo do Senhor, cujo Nome é Maravilhoso (YHWH), é o próprio Senhor, e  ao mesmo tempo o Menino que nos fora dado. 3) A  terceira prova que queremos  apresentar, é que no contexto neotestamentário, a Bíblia deixa de utilizar-se do termo "o Anjo do Senhor" como pessoa específica. Isto é demonstrado pelo fato de que o artigo definido masculino singular "o" deixa de ser utilizado, sendo substituído pelo artigo indefinido  "um". Alguns exemplos disto, são os textos de Lc  1:11;  At 12:7 e At 12:23, dentre muitos outros. Infelizmente, nem todas as ocorrências de Anjo do Senhor no NT, na versão ARC, se  encontram com o artigo indefinido "um", o que ocorre na versão ARA nos textos citados e em outros correlatos. Esta substituição possui um grande significado. Isto é, no  contexto do NT, contemporâneo ou posterior à  Encarnação,  as manifestações angelicais não eram do Anjo do Senhor, mas meramente de um de Seus anjos, pois o Anjo do Senhor já havia sido manifestado na carne (1Tm 3:16).

 

ANO - Termo designativo do período de 12 meses lunares (de 28 dias cada, em média), totalizando 354 dias (cf. 1Cr 27:1-15). Para ajuste de calendário, de 3 em 3 anos, acrescentava-se um mês (repetindo-se o último mês, Adar), que recebia o título de Ve-Adar (segundo Adar) para ajustar a diferença entre os 12 meses lunares e o ano solar. Para melhores esclarecimentos, gentileza consultar o verbete "Calendário"

 

ANO DE DESCANSO - Também conhecido como "ano sabático". Era o ano em que a terra descansava. Durante 6 anos a terra era preparada e semeada; no sétimo ano os israelitas não podiam fazer plantações. O que nascesse naturalmente era aproveitado pelos donos da terra, pelos pobres, pelos estrangeiros, pelo gado e por outros animais (Êx 23:10-11; Lv 25:2-7). Nesse ano os israelitas perdoavam as dívidas dos seus patrícios  (Dt 15:1-11).

 

ANO DO JUBILEU - Ano de libertação e restauração comemorado de 50 em 50 anos, em Israel. Nesse ano a terra não era cultivada, todas as terras vendidas ou confiscadas eram devolvidas aos seus donos anteriores e todos os escravos eram libertados  (Lv 25:8-55; 27:16-25). Isaías proclamou um novo jubileu (Is 61:1-3), que Jesus interpretou como tendo se realizado com a Sua vinda (Lc 4:16-21).

 

ANTICRISTO - Com o arrebatamento da Igreja do Senhor, criar-se-á um ambiente  favorável à manifestação do Anticristo, também conhecido como o "Homem da Iniqüidade",  o "Filho da Perdição" (Dn 7:24b-25; 2Ts 2:3-6; 1Jo  2:18; Ap 13:1-8). O  Anticristo  será um homem, personificando  o  Diabo, porém, apresentando-se como se fosse Deus (Dn 11:36; 2Ts  2:3,4). A  Besta  ou Anticristo será uma personagem de uma  habilidade  e capacidade desconhecidas até  hoje. Será o maior líder da  História; acima mesmo de qualquer general famoso ou governante mundial conhecido.  Será portador de uma personalidade irresistível.  Sua sabedoria  e capacidade serão sobrenaturais, quando  consideramos seus atos à luz da profecia bíblica. Além da ação diabólica direta, outros fatores contribuirão decisivamente para a  implantação do governo do Anticristo, como poderio bélico, alta tecnologia  e poder  econômico, bem como o clima de insegurança que  estará  em vigor pelo sumiço dos crentes em Cristo Jesus. O  Anticristo será também um grande demagogo.  Será  um homem com um poder tremendo de persuasão. Influenciará  decisivamente as massas com seus discursos inflamados (cf. Ap 13:5). Se  quisermos  ter um idéia, embora muito vaga, desse poder de  influência,  é só lembrarmos de Adolf Hitler e seu III Reich!  A  Bíblia diz que toda a terra se maravilhará após a Besta (Ap 13:3). Ela exercerá uma influência e um fascínio extraordinários  sobre  as massas.  Muitos dirão: "esse, enfim, é um  "Zafenate-Panéia"  (Gn 41:45), um "salvador da pátria". Enfim, é como se fosse o Messias, o redentor  da humanidade. O Anticristo será recebido  ao  aparecer como  a  solução dos problemas e crises sociais e  políticas  que fustigam o mundo inteiro, para os quais os líderes mundiais  mais capazes não encontram solução. A Bíblia, além do nome "o Anticristo",  também o chama pelos seguintes nomes: "Homem da Iniqüidade" ou "Homem do Pecado" (2Ts 2:3); o "Chifre Pequeno" (Dn 7:8), o "Príncipe que há de vir" (Dn 9:26) e  "o Assírio" (Mq 5:5, na JPS). A derrocada das Nações do Norte dará ao Anticristo autoridade total. Sua base política e econômica será o Império Romano Redivivo, representado pelo Mercado Comum Europeu, a  Europa Unificada. Daí, com facilidade, ele conseguirá o controle da Confederação  de Nações formada na área do Antigo Império Romano  (O Império Romano Redivivo), contornando o Mar Mediterrâneo.  Inicialmente,  ele,  para galgar o poder, derribará  três  "reis"  (Dn 7:24).  Essa demonstração de força levará muitas nações a se  entregar. Além disso, ele usará sua astúcia e habilidade sobrenaturais  para novas conquistas. O engano marcará a sua  atuação  (Dn 8:25).  Muitas nações consentirão em ficar sob seu  controle  (Ap 17:13).  Seu período de ascendência será de sete anos: "Ele  fará concerto com muitos por sete anos..." (Dn 9:27).

 

ANTILEGÔMENA - Termo usado para designar sete livros integrantes do NT, que somente no final do quinto século foram aceitos por todas as Igrejas cristãs como fazendo parte do Cânon, embora este tenha sido oficializado no Concílio de Cartago, em 397 d.C. São os seguintes livros: Hebreus, Tiago, 2Pedro, 2João, 3João Judas e Apocalipse.

 

ANTROPOLOGIA - O  vocábulo Antropologia, é de origem  grega,  composto por antropos, "homem" e logia, "estudo", "dissertação". Isto é,  Antropologia  é o estudo do homem, dentro da Revelação Bíblica. Podemos afirmar que a  Antropologia Teológica, é a Doutrina do Homem em relação a Deus. Mas também estuda a origem do homem, sua natureza presente, sua constituição, suas atividades, seus deveres e seu destino.

 

ANTROPOMORFISMO - Termo originário da língua grega, antropos, "homem" e morfe, "forma". Ou seja, dar forma de homem. Trata-se de uma linguagem figurada para falar de Deus como se ele tivesse forma, membros, órgãos e sentimentos humanos. Exemplos: face  (Êx 33:20), boca (Mq 4:4), olhos (Jó 34:21), ouvidos (Sl 17:6), braço (Is 52:10), mão (1Pe 5:6), arrependimento (Gn 6:6).

 

APÓCRIFOS - Do grego, apokruphos, "oculto", "secreto", "misterioso", "mantido escondido". Esta é a designação que usamos para identificar os livros incluídos no Cânon das Bíblias católicas. Tal inclusão se deu durante a Diáspora e tais livros foram escritos originalmente em grego e não em hebraico, embora tenham sido incluídos também na Septuaginta. A Igreja Romana os chama "deuterocanônicos", ou seja, pertencentes ao "segundo cânon", em contraste com os demais (os nossos sessenta e seis livros), aos quais chamam "protocanônicos", ou seja, do "primeiro cânon". Isto foi oficializado no Concílio de Trento, em 1546, que declarou tais livros inspirados, embora não fizessem parte do Cânon do AT estabelecido pelos judeus da Palestina. Os livros apócrifos aceitos pelos católicos são os seguintes: Tobias, Judite, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico ou Sirácida, Baruque, Epístola de Jeremias, Primeiro e Segundo Macabeus e os acréscimos a Ester (parte grega de Éster)  e a Daniel (a parte grega de Daniel). Além desses existem outros livros que não são considerados inspirados, os quais nós evangélicos chamamos "pseudepígrafos" e os católicos a estes chamam "apócrifos".

 

APOLINARIANISMO - O  termo  Apolinarianismo deriva-se do nome  próprio  de Apolinário  "o Jovem", bispo de Laodicéia  (310?-390?d.C.).  Esse termo  é usado para designar a doutrina herética que afirma  que, em  Jesus, o Logos (uma perfeita natureza divina)  assumiu  corpo físico,  passando a exercer as funções ordinariamente  realizadas pela mente humana. Apolinário foi o primeiro e um dos mais capazes  dentre os que tornaram a peito a discussão realmente profunda da relação entre o divino e o humano na pessoa de Cristo. Caloroso  defensor de  Nicéia,  desfrutou, ao menos por algum tempo, da  amizade  do próprio Atanásio. Opunha-se tanto à noção ariana da  mutabilidade do  Logos  como à noção da completa união das naturezas divina e humana. Apolinário acreditava que Cristo tinha apenas uma natureza  e uma hipóstase. Afirmava que, na Encarnação, o Logos  tornou-se  carne, tomando o lugar da alma humana racional na  pessoa de Cristo. Ou, em outras palavras, ele negava que Cristo  tivesse espírito humano, ensinando que o ser espiritual (Logos) manipulava o corpo de Jesus. Isto é, Apolinário negava a natureza  humana essencial  de Cristo. Assim, é óbvio que Apolinário enfatizava  a divindade  de  Cristo a ponto de perder de vista  Sua  verdadeira Humanidade. Encontrou forte oposição por parte de Gregório Nazianzeno, de Diodoro de Tarso, Teodoro de Mopsuéstica, Teodoreto, João Crisóstomo e da escola de Antioquia. No entanto, foi o  segundo concílio geral, realizado em Constantinopla que  lançou por terra todas as suas pretensões cristológicas, quando declarou a sua doutrina  herética, em 381 d.C. Em vida, Apolinário  atraiu muitos  discípulos e chegou a formar a sua própria seita. No  entanto, logo após a sua morte o movimento desintegrou-se.

 

APOLOGÉTICA - Este termo vem do nome de Apolo, um judeu de Alexandria, muito eloqüente, instruído na fé cristã por Áquila e Priscila. Tornou-se poderoso pregador do Evangelho em Éfeso e em Corinto, tornando-se companheiro de Paulo na Obra Missionária. Segundo as Escrituras, era chamado "varão eloqüente e poderoso nas Escrituras", conforme At 18:24. O termo Apologética derivou-se exatamente deste aspecto, passando a denotar a ciência ou disciplina racional que se esforça por apresentar a defesa da fé religiosa, existindo dentro e fora da Igreja Cristã. O termo é usado em contraste com polêmica, que é um debate efetuado entre cristãos a fim de determinar a verdadeira posição cristã sobre alguma questão específica. É o principal fundamento da Ortodoxia, isto é, da verdadeira e reta Doutrina Cristã.

 

APÓSTOLO - O termo Apóstolo vem do grego  apostolous, do verbo apostello, que significa "comissiono", "envio", "mando" (Ef 4:11ss). Era usado no NT para um representante designado por uma Igreja, como, por exemplo, os primeiros missionários cristãos, muito embora a utilização primeva se referisse àqueles que foram testemunhas da ressurreição de Jesus. Um "Apóstolo" moderno é aquela pessoa levantada e vocacionada por Deus, enviado como "missionário" por uma Igreja para pregar o Evangelho onde jamais ele fora pregado, basicamente nos moldes daqueles que saem a pregar nos países da famosa janela 10/40 ou em países onde o Evangelho sobre perseguições ou restrições.

 

 

ARAMAICO - Nome que se dá ao grupo de dialetos intimamente relacionados com o hebraico e falados na Terra de Israel e em outros países do mundo bíblico (cf. 2Rs 18:26, na ARA). Estão escritos em aramaico os seguintes textos bíblicos: Ed 4:8-6:18; 7:12-26; Dn 2:4-7:28; Jr 10:11.

 

ARCA DA ALIANÇA, A - A Arca era uma caixa de madeira, revestida de ouro  por dentro  e por fora (Êx 25:10-16). Por aí, já podemos observar que a Arca é uma figura de Cristo. Sobre a Arca, estava colocada uma grande  prancha de ouro, funcionando como uma espécie de tampa, era o  Propi­ciatório, que media 2,5 x 1,5 côvados (1,25 x 0,75 metros). Sobre ela estavam os dois querubins de ouro. Ali  habitava Deus numa luz ofuscante inacessível.  No entanto, uma nuvem escura cobria o Propiciatório e envolvia essa luz, o que é explicado em Êx 33:20. Na presente dispensação, é glorioso saber de nossa nova posição. Os que pertencem a Cristo, agora podem contemplar a gló­ria do Senhor com os rostos desvendados! Aleluia! (2Co 3:18). Dentro da Arca, haviam três coisas: 1) as tábuas da Lei - Os dez mandamentos.  Somente Cristo, estando aqui na terra, pode dizer a Deus: "...a Tua  Lei está dentro do meu coração" (Sl 40:8). Em Seu coração, o  Senhor Jesus portava a Lei de Yahweh; 2) o vaso de ouro com o Maná - Segundo Jo 6, Jesus  é o  verdadeiro Maná, o alimento para nossa jornada de peregrinos. Mas  o  Santo dos Santos é um tipo do céu. Ali não precisaremos mais  do Maná... Por que, então, o Maná está ali? É porque  lá  em cima nos servirá como um memorial (uma lembrança) celeste de todo o gozo que já na terra tivemos em Cristo Jesus; e 3) a vara de Arão que havia florescido. Vemos a des­crição  desse fato em Nm 17. Este terceiro item dentro  da Arca, era  uma  vara de amendoeira, a primeira árvore que floresce  na primavera, e por isso fala da nova vida após a morte (o inverno). Isso  relaciona essa vara com a ressurreição do Senhor  Jesus,  o Sumo Sacerdote que vive para sempre (Hb 6:18-20).

 

ARCANJO - No grego encontramos Michael, heb. mika'el. Em português, Miguel. Significa "quem é como El (Deus)?". A idéia acerca da existência de arcanjos  não  faz parte  original da fé judaica. Na Bíblia, o Arcanjo Miguel é introduzido em Dn 10:13,21 e 12:1, reaparecendo no NT em  Jd 9 e Ap 12:7. Embora literaturas extrabíblicas apresentem Gabriel como outro Arcanjo (num total de sete na literatura apócrifa e pseudepígrafa, onde  quatro  nomes  são revelados:  Miguel,  Gabriel,  Rafael  e Uriel), a Bíblia só revela a existência de um único Arcanjo,  Miguel. Isto é demonstrado pelo fato de que nas duas ocorrências da palavra grega archangelos, "arcanjo", 1Ts 4:16 e Jd 9, o termo só aparece  no singular, ligado unicamente ao nome de Miguel,  donde se  conclui que só exista um anjo  assim  denominado Arcanjo, ou anjo-chefe, e que esse Arcanjo chama-se Miguel. Pelo que se pode depreender das poucas passagens que aludem à sua pessoa, Miguel, assim como Gabriel, é um ser celestial. Tem, no entanto, responsabilidades especiais como campeão de Israel  contra o anjo rival dos persas (Dn 10:13,21), e ele comanda os exércitos  celestiais contra todas as forças sobrenaturais do mal  na última grande batalha (Dn 12:1). No NT, Miguel aparece apenas em duas ocasiões. Em Jd 9, há  referência a uma disputa entre Miguel e o diabo com  respeito ao  corpo de Moisés, aliás, passagem bastante polêmica, provavelmente uma minúscula alusão a um fato descrito em literatura apócrifa, que a inspiração de Judas incluiu no cânon. O outro texto  em que  Miguel aparece, é Ap 12:7, que retoma o tema de Dn 12:1,  apresentando-se Miguel como sendo o vencedor do dragão  primordial, identificado como Satanás.

 

ARIANISMO - Dá-se  o  nome de Arianismo ao conjunto  das  doutrinas cristológicas heréticas ensinadas por Ário, presbítero em Alexandria,  que viveu em cerca de 265-356 d.C. Ele e  seus  seguidores negavam  a Divindade própria de  Jesus Cristo.  Ário  desenvolveu sua doutrina com base em especulações teológicas gregas, que floresceram  dentro do Gnosticismo. Foi uma elaborada  tentativa  de definir a relação de Cristo para com Deus, segundo a razão  natural. Esta atividade racional e especulativa teve lugar  principalmente em Alexandria e Antioquia, sobretudo no século IV  d.C., tendo obtido o apoio do imperador romano e de teólogos notáveis. Exercia poderosa atração para as mentes bem informadas da época. Segundo  o  ensino do Arianismo, Deus é  impar  e  não-gerado (isto é, agennetos). Fora de Deus, tudo o mais foi  criado ex-nihilo  (do nada) através da vontade de Deus. Assim,  criam  e ensinavam que não se podia conceber que o Logos ou o Filho pudesse  ter chegado a existir a não ser por um ato de criação.  Dessa forma,  Ário ensinava que Jesus não poderia ser Deus no  sentido pleno  do  termo; pelo contrário, devia fazer parte  da  criação, isto  é,  o  Filho  foi criado por Deus  (ou seja,  o  Logos  foi genetos).  Por  conseguinte, para Ário, Cristo era,  na  verdade, Deus  em certo sentido, mas um Deus inferior, de modo  algum  uno com o Pai em essência ou eternidade. Para ele, Cristo não era nem perfeitamente Deus nem perfeitamente homem. Ou seja, Ário  cria  que Jesus era um "ser intermediário", menos do que Deus e mais do que homem. Eusébio, o famoso historiador eclesiástico, após o próprio Ário, foi o mais bem conhecido defensor do Arianismo.

 

ARMADURA - O termo aparece no grego apenas duas vezes no sentido de Ef 6:10ss. No grego, é panoplia, ou seja, uma "armadura completa", "inteira", "sem defeito". O Direito Romano estabelecia que, ao apresentar-se para o serviço ao respectivo centurião, o soldado poderia abster-se de trabalhar, se, porventura, sua panoplia, não estivesse completa ou algum de seu componente, danificado. O Apóstolo Paulo, usa esta linguagem militar, para expressar a necessidade que o servo de Deus tem de estar munido, vestido, ou revestido de "toda armadura". A Armadura completa, era composta de seis peças; cinco, de defesa, mas apenas uma de ataque. Os seus componentes são: 1) Cinturão da Verdade (gr. zonnumi), que era a parte útil para sustentar as armas úteis e, principalmente, a couraça (Mt 5:37; Cl 1:5); 2) Couraça da Justiça (gr. thoraks), que era a parte da Armadura que protegia os órgãos da vida; era dividida em duas partes ou duas "asas" (Ef 4:24); 3) Calçados (ou grevas) (gr. knemides), relacionados com preparação e prontidão;  era necessário que os pés dos soldados fossem bem guardados na batalha, pois caso contrário poderiam atingir o seu tendão tíbial posterior (conhecido popularmente por "calcanhar de Aquiles") e ele seria abatido; 4) Escudo (gr. thureos); palavra usada uma única vez em toda a Bíblia, embora houvessem muitas outras que pudessem designar "escudo", thureos, corresponde a "porta"; ou seja, era um escudo enorme, que protegia todo o corpo do soldado, caso alguma outra parte da armadura estivesse com problemas; somente os soldados de elite, usavam este tipo de escudo; para nós, é o "escudo da fé" (Lc 17:5; At 11:24; Rm 1:17; 13:11; 1Co 2:5; Hb 11:1,6); 5) Capacete (gr. perikefalaia), ou seja, proteção para o encéfalo; Paulo relaciona o capacete do soldado, como a "salvação", ou a "certeza da salvação" (1Ts 5:8); e 6) Espada (gr. machaira), termo que ocorre vinte e nove vezes no NT; são onze, os tipos de espada mencionados nas ocorrências; esta, em particular, se refere à espada pequena, de fácil manuseio, que era utilizada nos confrontos "corpo a corpo"; Paulo relaciona esta espada com a Palavra de Deus (cf. 2Co 6:7)

 

ARMAGEDOM - Este termo possui quatro possíveis significados: "montanha de Megido",  "cidade  de  Megido", "monte  da  assembléia" e "colina frutífera", sendo que a maioria dos eruditos preferem a primeira opção. No heb., har, colina, região montanhosa e meguiddo, Megido (cidade situada ao lado norte do Carmelo). Corresponde ao grego Esdrelom (ou Jezreel). É uma planície com cerca de 40 km de comprimento por menos de vinte cinco quilômetros de largura. Este é também o título usado para designar a batalha armada que marcará o fim da Grande Tribulação e o início do Milênio, onde as duas Bestas serão  destruídas e Satanás será acorrentado por  mil  anos. Será,  outrossim, o período que marcará a volta pessoal de  Jesus em glória com a Sua Igreja triunfante: Zc 14:5. Armagedom,  ao  norte de Israel, será o local  onde  se travará a batalha final. Esse lugar tem sido famoso por ter sido campo de muitas batalhas importantes para Israel, tais como a grande vitória de Baraque sobre Canaã e Gideão sobre Midiã (Jz 4,5,7). Saul também morreu ali, tendo sido derrotado pelos filisteus (1Sm 31). Josias também morreu ali, em sua batalha  contra Faraó Neco (2Rs 23:29,30). Aí, concentrar-se-ão as forças  das nações, sob o comando do Anticristo, em guerra contra Deus e contra Israel.

 

ARQUEOLOGIA - O termo “Arqueologia” compõe-se de dois vocábulos gregos: archaios (antigo) e logia (discurso, estudo, dissertação), ou seja, estudo sistemático das antiguidades. É a ciência que investiga o homem e a sua cultura, desde o tempo em que ele apareceu na face da terra. Ocupava-se com aqueles remanescentes das civilizações passadas que têm sido descobertos, no sentido mais amplo, epigráfico e anepigráfico. A Arqueologia Geral é o estudo baseado nas escavações, deciframento e avaliação críticas dos antigos registros do passado. É o estudo de restos materiais do passado por meio de escavações em cidades antigas. Os arqueólogos desenterram essas cidades, decifram inscrições e avaliam a literatura, a arte e outros aspectos da vida humana do passado.

 

ARQUEOLOGIA BÍBLICA - Como a Arqueologia tem se desenvolvido rapidamente, o estudo especial da “Arqueologia Bíblica” tem se valido desse desenvolvimento e selecionado material remanescente da Palestina e países limítrofes que se relacionam com o período bíblico e sua narrativa. Esse material inclui o resto de edifícios, artes, inscrições e qualquer artefato que ajude a compreender a história, a vida e os costumes dos hebreus e daqueles povos que, à semelhança dos egípcios, fenícios, sírios, assírios e babilônios, entraram em contato com eles e puderam influenciá-los. A Arqueologia Bíblica possui limitações, que se devem à vasta extensão de tempo e de área que ela cobre. Nenhum local bíblico já foi, e provavelmente nunca poderá ser completamente escavado. Visto que a Arqueologia, ramo da História, trata primariamente dos materiais, nunca poderá testar tão grandes verdades bíblicas como a existência e atividade redentora de Deus e de Cristo, a Palavra em forma de carne. Na Palestina (e tomemos esse termo para incluir os modernos estados de Israel, Jordânia e os famosos “territórios ocupados”), tem sido empregada uma técnica arqueológica especial. Flinders Petrie, em 1890, desenvolveu um sistema de tomada de informes em seqüência, em Tell el-Hesi, mediante o qual diferentes níveis de ocupação podem ser distinguidos mediante a cerâmica característica e outros critérios notáveis (arquitetura, selo, etc.), encontrados nos diferentes níveis. Esse sistema de estratigrafia e tipologia tem sido subseqüentemente melhorado pelas escavações seguintes. O resultante índice da cerâmica e a cronologia dos achados é notavelmente exato, desde o quarto milênio antes de Cristo, enquanto que entre os séculos XII e XVII              a.C., a cerâmica pode ser datada dentro de limites estreitos. Datas antes disso, são apenas comparativas. A Arqueologia Bíblica tem avançado gradativamente, graças ao trabalho árduo de pessoas de muitas nacionalidades e de diferentes profissões e ocupações: professores, lingüistas, clérigos, militares, missionários, arquitetos, engenheiros, projetistas, fotógrafos, e muitos outros profissionais de grande talento.

 

ARREBATAMENTO - Na língua grega, temos o vocábulo harpazo. Este termo possui vários significados, tais como: captura repentina; levado de repente; arrancado; rapto. Aliás, até o início deste século, o termo Arrebatamento, em português, era substituído por "Rapto". Entretanto, em virtude da conotação negativa deste termo, foi definitivamente substituído por "Arrebatamento". Conforme nos ensina a Bíblia, a volta de Jesus abrange duas fases bem distintas: o arrebatamento da Igreja e a  Sua  volta pessoal em glória, para livrar Israel, julgar as nações e estabelecer Seu Reino milenar. Sobre o Arrebatamento, existem três opiniões divergentes: 1) o pré-tribulacionismo, que crê que a Igreja será arrebatada antes da Tribulação; 2) o meso-tribulacionismo (ou mid-tribulacionismo), que crê que a Igreja subirá no final dos três anos e meio (ou 42 meses ou 1260 dias), que é o primeiro período, conhecido como Tribulação; e 3) o pós-tribulacionismo­­­­, que preconiza a idéia de que a Igreja passará por toda a Tribulação. Nossa posição concernente a este assunto, é que a Igreja não passará pela Tribulação. Muito pelo contrário, será arrebatada, antes que se manifeste o Anticristo (cf. 2Ts 2:7). Se observarmos as diferenças e os contrastes entre as duas fases da  vinda de Jesus, seremos forçados a concluir que se houvesse uma    fase, tudo seria uma grande contradição. Vejamos, a seguir, as  evidências de que Jesus arrebatará para Si a Igreja, antes de Sua revelação  em glória às nações. Citaremos quase sempre duas  referências bíblicas para contrastá-las, a primeira sobre o arrebatamento, e a segunda sobre a revelação de Jesus: 1) Jo 14:3 e Cl 3:4; 2)1Ts 4:17 e Zc 14:4; 3) 1Co 15:52 e Mt 24:30; 4) Hb 9:28; Mt 25:31-46; e 5) Ti 2:13.

           

ASCENSÃO DE CRISTO - Termo usado para designar o ato pelo qual Jesus Cristo deixou a terra e retornou em corpo ao Pai (Lc 24:50-52; At 1:6-11).

 

ASCÉTICO - Relativo à ascese, que consiste em negar-se a pessoa a si mesma, impondo um tratamento severo ao corpo, a fim de aperfeiçoar-se moral e espiritualmente (Cl 2:23). Este costume possui raízes no Gnosticismo Ascético, que era um método que era adotado para a mortificação do corpo, privando-o de alimentos, dormindo no chão, açoitando-se a si mesmo. Embora tal prática tivesse por objetivo demonstrar, na visão gnóstica, a fragilidade e nulidade do corpo, o Cristianismo evidencia, em seus primórdios, que a ascese pode ser um benefício para o processo de santificação, desde que o propósito seja santo e o método, biblicamente autorizado (e.g. Cl 3:5; 1Tm 4:8)

 

ASIARCA - Termo de origem grega, asiarches, que significa primariamente, "governante da Ásia". Usualmente, era um homem rico e influente que era eleito ou nomeado para promover o culto ao Imperador romano e à deusa Roma. Os Asiarcas financiavam festas religiosas, competições esportivas e obras públicas. Às vezes o Asiarca recebia o título de "sumo sacerdote da Ásia", o qual mantinha por um ano ou mais. At 19:31, na ARC, o chama de "príncipe da Ásia", enquanto que a ARA traduz "asiarca".

 

ASTAROTE - Etimologicamente, o termo significa "Esposa". Nas páginas da Bíblia, Astarote era a deusa da fertilidade e da guerra, adorada por vários povos do mundo bíblico, em culto lascivo, abjeto, nojento e absurdo, pois acreditavam que a prostituição cultual, inúmeras vezes praticadas por "rapazes escandalosos" (na ARC), que na ARA, foi traduzido por "prostitutos cultuais"  (cf. Jz 10:6; 1Rs 11:5), era capaz de gerar chuva e fertilidade ao agradar Baal e sua esposa Astarote. No tempo de Jeremias muitas mulheres de Judá a adoravam, com o nome de "Rainha dos Céus"  (Jr 7:18; 44:17-19). Também era conhecida pelos nomes de Astarte e Astorete. Não confundir Astarote com Aserá, deusa da fertilidade dos cananeus, companheira de Baal. Na ARA e na BLH Aserá é traduzido por poste-ídolo. Este também era o nome de uma Cidade de Basã (Dt 1:4).

 

ASTROLOGIA - A  Astrologia rivaliza com o Espiritismo pela "honra"  de ser  o  culto mais antigo. Talvez tenha sido  primeiro  praticado pelos caldeus em Babilônia, onde, depois de gozar de alta estima, foi por fim desprezada como sendo mera tramóia. Do  império  medo-persa caminhou para a Grécia,  sob  a influência  dos  esforços de Alexandre, o Grande, no  sentido  de harmonizar  o Oriente o Ocidente; e consta que ali, na  Grécia, foi  primeiro desenvolvida com caráter de ciência  por  Ptolomeu. Alguns  astrólogos  são de parecer que toda  a  mitologia  greco-romana se baseava na Astrologia. Israel, sob a influência da idolatria nativa da  Palestina  e Síria, por sua vez afetada pela Babilônia e a  Pérsia   e mais tarde pela civilização greco-romana, abrigou, em várias ocasiões, devotos convictos da Astrologia, embora o Antigo Testamento a condenasse veementemente (e.g. Dt 18:11). É importante  ressaltar que a Judéia foi em tempos passados província persa e  romana, sofrendo naturalmente influências das mesmas. Hoje, de maneira crescente, os astrólogos são consultados  diariamente. Brochuras, contendo horóscopos e conselhos  astrológicos, cartas astrais até via Internet estão à disposição de quem se interessar. Conselhos astrológicos comodamente encaixados juntamente  a  qualquer outro tipo de literatura  são  facilmente adquiridos  em qualquer banca de jornal e revistas. Centenas  de milhares de homens e mulheres de negócios, políticos, empresários os mais variados e muitos outros tipos de pessoas, sequer saem de suas casas e mansões sem antes consultar o que "dizem os astros". Os devotos da Astrologia nos Estados Unidos, por  exemplo, ultrapassam a casa dos quinze milhões. É praticamente impossível determinar quantos brasileiros são devotos da Astrologia. As referências específicas à Astrologia, na Bíblia, são relativamente  poucas, porque o assunto se encontra sob o  título geral  de adivinhação, que é terminantemente proibida, como  sendo uma forma de idolatria. No  entanto, encontram-se referências explícitas à  Astrologia em Am 5:21-26 e At 7:41-45. Em Amós, Quium ou Moloque, o ídolo  dos amonitas e fenícios, era intimamente ligado  ao  touro solar como ao planeta Saturno. 2Rs 23:5 contém uma alusão ao Zodíaco. Is 47:13 denuncia abertamente  os astrólogos como "os que dissecam os céus e  fitam os  astros, os que em cada lua nova te predizem o que há  de  vir sobre ti" (ARA).

 

ATEÍSMO - Nome que se dá à negação da existência pessoal  de Deus. O vocábulo significa a, "não e Théos, "Deus". Seus seguidores são chamados ateus. Dentre estes, destacam-se duas classes: os ateus práticos e os ateus teóricos. Os primeiros, são sensivelmente pessoas sem Deus, que, na vida prática, não reconhecem a Deus, e que vivem como se de fato Deus Ele não existisse; "... todas as suas cogitações são: não há Deus" (Sl 10:4). Os outros são geralmente de uma classe  mais intelectual, e baseiam sua negação da existência de Deus, no desenvolvimento de um  raciocínio meramente humano. Tra­tam de tentar provar por meios que eles consideram argumentos razoáveis e conclusivos que Deus não existe.

 

ATRIBUTOS DE DEUS, OS - A palavra atributo, vem do latim ad, "para" e tribuere, "atribuir". Ou seja, "aquilo que é atribuído a alguém ou a alguma coisa". Na Teologia Cristã, esse termo veio a ser utilizado  para indicar aquelas qualidades morais ou  propriedades  (atributos) atribuídas a Deus, como partes de Sua Natureza. Em geral, costuma-se distinguir os atributos de  Deus, dividindo-os em duas partes distintas: atributos naturais, ou  se­ja, aqueles que fazem parte de Sua Natureza e atributos morais, referindo-se àquelas qualidades relativas à sua personalidade.

 

ATRIBUTOS NATURAIS DE DEUS - Dentre os atributos naturais de Deus, os mais  conheci­dos são os seguintes: 1) a Eternidade de Deus: o  atributo da auto-existência sugere o atributo de  e­ternidade, podendo-se afirmar que um atributo sugere o outro. Deus  não teve princípio e nunca terá fim. Ele conhece os acontecimentos na sua sucessão do tempo, mas não está limitado de nenhum modo pelo tempo. Ele reconhece que alguns acontecimen­tos são passados e que outros são futuros em relação aos  acontecimentos presentes. Contudo, o passado, o presente e o futuro são igualmente conhecidos para Ele. O Deus da Bíblia é o Único Ser que é absolutamente eterno, pois Sua existência não conhece prin­cípio ou fim. A Bíblia ensina claramente que Deus é eterno  (e.g. Gn 21:32-34; Dt 33:27; Sl 90:2; Hb 1:12; Ap 1:8); 2) a Imutabilidade de Deus: Por  "imutabilidade", quando essa palavra é  usada  em relação a Deus, se entende que Deus, em Sua natureza, Seus atributos e conselhos é imutável ou seja, não muda jamais, pois tais coisas pertencendo a um Ser Infinito como Ele é, são absolutamen­te perfeitas e, portanto, não admitem possibilidade de variação (e.g. Nm 23:19; 1Sm 15:29; Ml 3:6; Hb 13:8; Tg 1:17); 3) a Onisciência de Deus: como Pessoa, Deus conhece tudo. Esse conhecimento Divi­no não tem limites, restrições ou defeitos. A própria filosofia nos ensina que o termo latino omni é de uma abrangência tremenda, a ponto de não podermos compreender plenamente o seu significado. Isto é, Deus tem um conhecimento tal, que nosso intelecto  sequer pode imaginar. O conhecimento de Deus se estende no tempo  e  no espaço, porque Ele não conhece essas barreiras (e.g. 1Rs 8:39; Jó 11:7,8; Sl 139:2,11,12; Is 40:28; Jr 16:17; Lc 16:15; Rm 8:27); 4) a Onipotência de Deus: o poder de Deus é demonstrado na Bíblia como "ilimita­do",  o que pode ser observado na criação, como também é  demons­trado na sustentação da mesma (Gn 1 e 2; Cl 1:16). Ele pode  cum­prir todos os Seus desejos (Ef 1:11; Rm 9). Assim, Ele é o  Todo-Poderoso (Gn 17:1; Nm 24:4,16; Sl 19:1; 2Co 6:18, entre  outros). Em suma, a Bíblia demonstra que Deus tem todo o Poder. Em relação à expressão "Todo Poderoso", precisamos apresentar algumas considerações pertinentes. "Todo Poderoso", é um  dos títulos divinos, utilizado por quarenta e oito  vezes  no AT, sempre para traduzir o termo hebraico shaddai, cuja raiz tem significado incerto. É fato muitíssimo interessante  que todas estas citações incluem uma auto-apresentação de Deus: "Eu Sou  o Deus Todo-Poderoso". Alguns supõem que o título divino hebraico El Shaddai tem o significado de "Poderoso", ao passo que  outros vinculam esta expressão à palavra acadiana que significa "monte", o  que  daria a este título o significado de "Altíssimo".  O  que fica bem claro é que esta expressão alude à onipotência de Deus; 5) a Onipresença de Deus: o termo "Onipresença" vem do latim omnis, "toda" e prae­sens, "presença". Indica aquela qualidade ou capacidade de  estar presente  em todos os lugares ao mesmo tempo. Essa  qualidade é considerada um dos tradicionais atributos de Deus. A doutrina cristã não ensina que Deus não está em parte nenhuma.  Pelo contrário, ela ensina que Deus está "imanente"  em tudo.  A palavra "imanente" se deriva do latim, immanere,  "habi­tar". É utilizada em relação a ações e princípios  relativos  a Deus, e também relativo a outras entidades espirituais de grande poder. A mente divina é toda-penetrante, toda-presente,  estando presente em todos os lugares ao mesmo tempo. Quando se fala em onipresença, está-se referindo à imensidade, pois é preciso um Deus imenso para ser  todo-presente. O  conceito da Onipresença de Deus se torna mais claro quando  afirmamos que a mente divina está em toda parte. Existem indícios bíblicos da Onipresença de Deus. Deus vive livre das restrições do tempo e do espaço - esses conceitos pertencem aos homens. Várias passagens escriturísticas nos funda­mentam nessa idéia. O  Salmo 139, por exemplo, nos assevera que não existe lugar algum para onde o ser humano possa ir, a fim de escapar  de Deus Espírito (Sl 139:7). O profeta Jeremias nos informa que Deus preenche os céus e a terra (Jr 23:23).  Essa idéia está presente, também,  em textos como At 17:27,28, especialmente a parte  final do v. 27, que diz: "...não está longe de cada um de nós"; e  tam­bém em textos como Hb 1:3.

 

ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS - Os  atributos morais de Deus, são aqueles  relacionados com Seu caráter. Vejamos os atributos de santidade, amor, miseri­córdia e graça, considerados pelos estudiosos como os mais destacados: 1) a Santidade de Deus: o substantivo hebraico qodesh envolve a idéia de "sepa­ração", "santidade". É derivado do verbo qadash, "separar" e está relacionado com o adjetivo qadosh, "santo", enfatizado na visão de Isaías (Is 6:3). Estes termos hebraicos estão relacionados com outros termos, também hebraicos,  que  significam   "glória", "honra", "abundância" e "peso". Em suas várias formas e derivações, esta palavra é usada por mais de oitocentas e trinta vezes só no Pentateuco, o que ilustra claramente a sua importância para os hebreus. A "santidade", em seu sentido mais sublime, é aplicada  a Deus. Isto é demonstrado pelos seguintes fatos: a) Deus está  se­parado da criação, mesmo daquela porção que não foi maculada,  os seres angelicais; b) Yahweh é, pois, transcendental, fazendo  con­traste com os outros deuses (Êx 15:11) e mesmo com a criação inteira (Is 40:25); c) Deus é a essência absoluta da santidade,  da bondade e da retidão; d) a santidade de Deus é perfeita e inspiradora  (Sl  99:3);  e) a santidade de Deus  é incomparável  (Êx 15:11;  1Sm 2:2); f) a santidade de Deus deve  ser  magnificada (Is 6:3; Ap 4:8) e imitada (Lv 20:7,8; 1Pe 1:15,16); 2) o Amor de Deus: Amor é aquele atributo de Deus pelo qual Ele se  in­clina a buscar os melhores interesses de Suas criaturas e a comu­nicar-Se a elas, a despeito do sacrifício que nisso está envolvido; ou, como definição alternativa, o amor de Deus é seu desejo pelo bem estar desses seres amados e o deleite que tem nisso. O Amor de Deus é amplamente ensinado nas  páginas  das Sagradas Escrituras (e.g. Mt 5:44,45; Jo 3:16; 1Jo 4:7,8,16); 3) a Misericórdia e a Graça de Deus: o termo "misericórdia" tem seu emprego mais freqüente no Antigo Testamento, ao passo que o termo "graça"  é mais freqüentemente encontrado no Novo. A misericórdia de Deus é misericórdia santa, que  sabe perdoar o pecado, porém não protegê-lo; é um santuário para quem se  arrepende,  mas não para quem dela presume. A  Bíblia  ensina sobejamente  que Deus é misericordioso (e.g. Dt 4:31;  Sl  103:8; 145:8; Lm 3:22). A graça  de Deus é Seu favor imerecido,  contrário  ao merecimento, mediante o qual a penalidade merecida e conseqüente é suspensa, e todas as bênçãos positivas são concedidas ao crente arrependido. Graça", é um vocábulo moderno usado no NT para  tradu­zir a palavra grega charis, que significa "favor" sem  recompensa ou termo equivalente. Se houver qualquer ato compensador ou pagamento, por mais ligeiro e inadequado não se trata mais de charis. Quando empregado para denotar determinada atitude ou ação de Deus para com o homem, faz então parte da própria essência da  questão é que o mérito humano seja totalmente excluído. A misericórdia perdoa; a graça justifica. A  Bíblia ensina claramente a graça de Deus  (e.g.  Rm 3:24; Ef 2:8-10; Tt 2:11,12). O  caminho para o céu não atravessa uma ponte de pedágio,  e, sim, uma ponte livre, a saber, a graça não merecida de Deus,  em Cristo Jesus.

 

AZEITE - Nome que se dá ao óleo tirado de azeitonas, as quais são produzidas pelas oliveiras. Era usado na alimentação (1Rs 17:12), para curar ferimentos (Lc 10:34), para passar no corpo como cosmético  (Sl 104:15), para iluminação (Mt 25:4), para a unção de enfermos (Tg 5:14) e de hóspedes (Lc 7:46). Era por intermédio da unção com azeite que pessoas eram separadas para serviços especiais, tais como reis (1Sm 10:1; profetas (1Rs 19:15-16) e sacerdotes (Êx 28:41).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

BABILÔNIA - No original babil, "confusão". Na Bíblia, este é o nome de uma região e sua capital (cf. Gn 10:10; 2Rs 20:12, na BLH). A cidade foi construída na margem esquerda do rio Eufrates, onde agora se localiza o Iraque. O texto sagrado de Gn 11:1-9 conta-nos como a construção de uma enorme torre ali iniciada, não foi concluída, porque Deus confundiu a língua falada pelos seus construtores. Figuradamente, "Babilônia" é símbolo da Roma pagã e apóstata (1Pe 5:13; Ap 14:8; 16:19; 17:5).

 

BACIA DE BRONZE - Entre  o  Altar do Holocausto e o Santuário,  estava  a Bacia de Bronze, cheia de água. Dela, só os sacerdotes podiam  se aproximar, e isto faziam diariamente. Os israelitas comuns,  só podiam  ir até o Altar do Holocausto. Aqui temos uma  simbologia também maravilhosa: diz a Palavra de Deus que nós não somos  do povo comum; somos sacerdotes (1Pe 2:5,9; Ap 1:5,6). A Bacia  de Bronze continha água (Êx  30:17-21). Como todos sabemos, a água serve para lavar e é, por extensão, símbolo da lavagem pela Palavra (Jo 15:3; Ef 5:26). Enquanto o sangue  (o Altar) fala da Expiação, a água (a Bacia) fala da purificação  (1Jo 5:6). No Tabernáculo, a Bacia de Bronze apontava para a neces­sidade da purificação diária (Êx 30:19). Lembremo-nos agora do texto de Jo 13:8. Por  que será que Jesus quis lavar os pés dos Seus discípulos? Ele mesmo explica, dizendo a Pedro: "...se Eu não te lavar os pés, não tens parte  comigo..."  (Jo 13:8b). Não é suficiente que tenhamos  parte nEle; é preciso que tenham também parte com Ele, isto é, é preciso que vivamos em Comunhão com Ele. Obviamente, para termos comu­nhão com Ele, precisamos andar na Luz (1Jo 1:7) e confiar na atu­ação do Advogado (1Jo 2:1,2). Quanto à medida da Bacia de Bronze, a Bíblia não nos dá qualquer informação. Isto também serve de simbolismo, pois  de­monstra que a graça e a misericórdia de Deus não têm fim (Sl  30:5 na ARA; Sl 103:11; Lm 3:22). Outro  fato simbólico de alcance, é a origem  da  Bacia de Bronze. A Bíblia nos informa que ela foi fundida dos espelhos das mulheres (Êx 38:8). Qual o objetivo de um espelho? Obviamente, que os objetivos principais são enxergar-se a si mesmo, avaliar e contemplar-mo-nos  a nós mesmos. Isto demonstra que o crente  não deve  se contentar em simplesmente ter sido feito  nova  criatura mediante o sacrifício do Filho Unigênito de Deus, mas deve procurar estar diariamente em íntima comunhão com o Senhor, por meio do Espírito Santo que em nós habita.

 

BAIXA CRÍTICA - Em contraste com a Alta Crítica, a tarefa da Baixa Crítica, também conhecida como Crítica Textual é analisar os inúmeros manuscritos conhecidos das Escrituras, bem como suas incontáveis variantes, com o propósito de se chegar o mais próximo possível da tradução exata dos textos bíblicos. Ao contrário da Alta Crítica, a Crítica Textual tem sido um maravilhoso instrumento para descobertas que têm fortalecido a cada dia a defesa da inspiração plenária das Escrituras, bem como sua conservação e transmissão miraculosas. Ela é chamada "baixa", não por ser inferior à "alta", mas meramente para diferenciá-las.

 

BANQUEIRO - Termo utilizado desde os tempos bíblicos para identificar aquela pessoa que recebia depósito de dinheiro, pagando juros. Esse dinheiro era emprestado a juros mais altos ou empregado em negócios (cf. Mt 25:27). Nos tempos antigos as pessoas enterravam o dinheiro (Js 7:21) ou davam a um vizinho para guardar (Êx 22:7).

 

BANQUETE - Título como era conhecida aquela refeição solene em que tomam parte muitos convidados (Gn 19:3; Lc 5:29). Havia banquetes em várias ocasiões, como, por exemplo, quando se celebravam casamentos, na ocasião de desmamar o herdeiro, nas reuniões de despedida, no tempo da Tosquia, etc. Quase sempre, os banquetes eram embelezados por cantores e dançarinos.

 

BARBA - Vocábulo que designa o cabelo do rosto do homem. Entre os povos orientais, especialmente entre os semitas, a barba crescida era sinal de dignidade e virilidade. Quando em ocasião de tristeza ou pranto, os israelitas arrancavam cabelos da barba ou a rapavam em sinal de dor (Ed 9:3; Jr 41:5)

 

BÁRBARO ­- Originário do grego barbaros, palavra de derivação incerta. Este termo era usado pelos gregos para se referirem a qualquer indivíduo cuja fala era estrangeira. Era também usado no para designar qualquer estrangeiro ignorante do idioma e da cultura grega ou greco-romana. O NT usa este termo em At 28:2 e Cl 3:11).

 

BEBIDA FORTE - Bebida alcoólica resultante de fermentação e que pode embriagar. A bebida mencionada em Is 5:22 era feita de cevada, misturada com especiarias. A bebida destilada (tipo aguardente, rum, etc.), de elevado teor alcoólico, não era conhecida nos tempos bíblicos.

 

BEIJO - Ato de tocar com os lábios em alguém ou alguma coisa. Era sinal de amor (Ct 1:2). O beijo no rosto era um modo de saudar usado no Oriente desde os tempos dos Patriarcas, entre pessoas do mesmo sexo e, em ocasiões especiais, entre pessoas de sexo diferente. Pais e mães beijavam os filhos; os filhos beijavam os pais; irmãos, entre si; amigos e companheiros, entre si. Os antigos cristãos se saudavam com o beijo de irmão, também conhecido como "ósculo santo" (Rm 16:16; 1Pe 5:14).

 

BÍBLIA - Do grego biblos, "livro" ou biblion, "livrinhos". Este é o nome pelo qual é conhecida a coleção dos Escritos considerados pela Igreja Cristã como inspirados por Deus. Em realidade, a Bíblia não é simplesmente um livro; é O Livro. Uma Biblioteca, escrita durante dezesseis séculos por mais de quarenta pessoas, a maioria das quais nunca se conheceu. Possui 66 livros, divididos em duas grandes partes, chamadas "Antigo" e "Novo" Testamentos. O AT possui 39 livros, distribuídos em cinco grupos: Lei, Históricos, Poéticos, Profetas Maiores e Profetas Menores. O NT, com seus 27 livros, também se divide em cinco partes: Evangelhos, Histórico, Epístolas Paulinas, Epístolas Gerais e Profético. O AT foi escrito em hebraico, com pequenas porções em aramaico. O NT foi escrito em grego, com provável exceção para o Evangelho Segundo Mateus, que segundo alguns estudiosos tenha sido escrito originalmente em aramaico.

 

BIBLIOLOGIA - Vocábulo de origem grega, biblos, "Bíblia" e logia, "estudo", "dissertação". Isto é, Bibliologia, é o estudo das Escrituras. Dentro deste campo de pesquisa, estuda-se a inspiração plenária das Escrituras, a formação do cânon, os livros bíblicos e suas características, assim como as grandes divisões das Escrituras, autoria dos livros bíblicos e uma imensa gama de assuntos correlatos.

 

BIBLIOMANCIA - Trata-se de expediente bastante comum em nossos dias. Conforme o próprio nome indica, Bibliomancia (do grego biblos, "Bíblia" e manteia, "adivinhação"), é uma forma velada de adivinhação. Com base em uma Hermenêutica falha, dizem "consultar" o Senhor, como fazia Davi (e.g. 1Sm 23:4), abrindo a Bíblia ao acaso, a fim de obter resposta para determinada pergunta. No entanto, se esquecem que vivemos na Dispensação do Espírito, Aquele que nos faz saber todas as coisas e nos revela toda a verdade (cf. Jo 14:26; 16:13). Ademais, costuma-se praticar Bibliomancia, acerca de assuntos sobre os quais a Bíblia trata de forma ampla e completa. Ver o verbete Consultar.

 

BODE EXPIATÓRIO - Nome que se dava ao bode que era solto para o deserto no Dia da Expiação. Era ele um sinal visível e simbólico de que os pecados do povo tinham sido esquecidos e perdoados (Lv 16:5-28).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CABALA - Termo hebraico, kabel, "receber". Isto é, tradições transmitidas e aceitas. A Cabala é o conhecimento místico esotérico do Judaísmo, baseado na interpretação oculta da Bíblia, à qual foram adicionados elementos de outras religiões e sistemas. A Cabala teve começo na Palestina; mas foi na Babilônia, durante o período de 550 a 1000 d.C., que experimentou seu primeiro, sistemático e substancial desenvolvimento. O próximo período de desenvolvimento cabalístico deu-se no início do século XVI. Seu principal centro, foi em Safede, na Palestina. No seu desenvolvimento, a Cabala caiu em vários absurdos. Cada palavra da Bíblia, escrita em hebraico, que eles pensavam ser a língua do próprio Deus, bem como cada letra, e mesmo cada sinal vocálico e todas as suas possíveis permutas, combinações, eram consideras questões que encerravam profundos mistérios. A Bíblia era interpretada não apenas literalmente, mas também alegórica, homilética e anagogicamente, com a esperança de desvendar sentidos ocultos. As palavras passaram a ser interpretadas, de acordo com seus valores numéricos, numa pseudociência chamada Gematria.

 

CABEÇA - Originário do hebraico, onde existem várias palavras correlatas, o termo cabeça, é de origem grega, kephale, vocábulo usado setenta e quatro vezes no NT. Este termo inclui, tanto o crânio, que abriga o cérebro, como também o rosto. Na Antigüidade, alguns acreditavam que a cabeça era a sede da inteligência, enquanto outros defendiam a idéia de que essa função era atribuída ao coração; isto é, o coração seria a "sede das emoções" (cf. Gn 3:15; Sl 3:3). Em sentido figurado, cabeça pode significar "chefe" (cf. Ef 4:15; 5:23). "Ter a cabeça exaltada" quer dizer "vencer" (cf. Sl 27:6). "Inclinar a cabeça" diante de alguém, simboliza "humildade" ou "reverência" (cf. Gn 24:26; Êx 4:31). "Cobrir a cabeça", representava "tristeza" (cf. 2Sm 15:30). Pôr cinza ou pó sobre a cabeça, indica "consternação" e "tristeza" (cf. Js 7:6; Jó 2:12). "Rapar a cabeça" também era sinal de "tristeza" (cf. Jó 1:20) ou de "voto" (cf. Nm 6:9; At 18:18). "Impor as mãos" sobre a cabeça de alguém, era sinal de transmissão de alguma bênção (cf. 2Sm 13:19; Jr 2:37), como o "Batismo com o Espírito Santo" (cf. At 19:6) ou de investidura num Ministério específico (e.g. At 6:6; At 13:3; 1Tm 4:14; 5:22) ou para ministrar a cura no Nome do Senhor Jesus (cf. Mc 16:18) Sacudir a cabeça, era gesto de zombaria, incredulidade ou consternação (cf. Is 37:22; Sl 22:7; Mt 27:39). Metaforicamente falando, Jesus é a Cabeça da Igreja (cf. Ef 5:23; 4:15; Cl 1:18)

 

CALDÉIA - Nome de um Distrito, ao sul da Babilônia, que posteriormente, veio a designar a Babilônia inteira, o que ocorreu durante o Império neobabilônico de Nabucodonosor II (605-562 a.C.). Nesta ocasião, seu território se estendia desde a pequena aldeia murada de Hite, à margem direita do Eufrates, até o Golfo Pérsico. Nos tempos bíblicos era uma região muito fértil (Jr 51:35).

 

CALENDÁRIO - Nome que se dá ao sistema de divisão do tempo do ano civil. Os 12 meses do ano judaico, iniciavam com cada lua nova e seguiam assim: 1) abibe (Êx 13:4) ou nisã (Ne 2:1), de meados de março a meados de abril; 2) zive (1Rs 6:1), abril-maio; 3) sivã (Et 8:9), maio-junho; 4) tamuz, junho-julho; 5) abe, julho-agosto; 6) elul (Ne 6:15), agosto-setembro; 7) ethanim ou tisri (1Rs 8:2), setembro-outubro; 8) bul ou marquesvã (1Rs 6:38), outubro-novembro; 9) quisleu (Ne 1:1), novembro-dezembro; 10) tebete (Et 2:16), dezembro-janeiro; 11) sebate (Zc 1:7), janeiro-fevereiro; 12) adar (Ed 6:15), fevereiro-março. Como os meses judaicos eram meses lunares, portanto, de vinte e oito dias, a cada três anos, acrescia-se um 13º mês, para ajuste de Calendário, chamado Ve-Adar, ou seja, "segundo adar".

 

CAMINHO, CAMINHO DO SENHOR - Segundo se depreende, este termo tornou-se costumeiro para designar o Cristianismo (cf. At 19:9; 22:4), em que é apresentado o "Caminho da Vida", sem dúvida, uma designação antiqüíssima, antes de tornar-se comum o termo cristão, usado pela primeira vez em sentido de escárnio, em Antioquia da Síria (At 11:26).

 

CANDELABRO DE OURO - Também chamado de "Castiçal de Ouro" (Êx 25:31-40). É também chamado "Menorah". Dentro do Santo Lugar, o Candelabro era a primeira coisa que se podia ver. Ele era símbolo da presença de Jesus, pois Ele é Luz (Jo 9:5). O Candelabro era de ouro puro. Não era uma simples peça fundida, mas forjada a martelo por um hábil ourives,  partindo-se de um talento de ouro. Para chegar a se transformar naquele mara­vilhoso Candelabro, o ouro foi sendo continuamente golpeado.  As­sim  foi com o Senhor Jesus: foi golpeado com os duros golpes  do juízo de Deus, que se destinava ao homem (Is 53:5). A haste e os seis braços do Candelabro eram uma só peça maciça. Davam suporte a sete lâmpadas de azeite, as quais forneciam  a luz naquela escuridão. As lâmpadas eram cheias de  azeite de  oliva,  o qual é uma figura do Espírito Santo (Zc  4:1-6).  O mesmo se passa com os crentes que estão intimamente ligados com o Senhor Jesus Cristo: eles se tornam luz (Mt 5:14). Encontramos ainda a ordem de Nm 8:3: as lâmpadas deviam ser colocadas de maneira que iluminassem defronte do Candelabro, a sua haste, que representa Cristo. Isto nos mostra da necessida­de  de sermos luz não para nossa glória própria, mas para glória de Deus. A  função do sacerdote em relação ao Candelabro também possui grande simbolismo, pois a parte queimada do pavio não dava luz e ele devia então remover a sujeira. Assim também é em nossas vidas: precisamos remover tudo aquilo de ruim que porventura  e­xistir em nós, a fim de que a nossa luz brilhe diante dos homens!

 

CÂNON - O termo Cânon, vem do heb. kaneh, que foi vertido para o grego como kanon. Originalmente, este termo denotava uma "vara de medir", tendo em vista o desconhecimento do sistema decimal. Mais tarde, passou a designar o conjunto dos livros divinamente inspirados.

 

CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO - O processo de canonização, de qualquer coleção de livros sagrados, é um processo histórico que necessita de séculos para ser completado. São esmagadoras e irrefutáveis as evidências a favor dessa verdade. Esse processo histórico contou diretamente com a assistência do Espírito Santo de Deus, que ao longo dos séculos dotou os rabinos judaicos para reconhecerem os livros divinamente inspirados e refutarem os apócrifos e pseudepígrafos. A Igreja Evangélica reconhece como canônicos, apenas os livros do AT escritos em hebraico, com raras passagens em aramaico. Já o Romanismo, inclui no seu "cânon" outros livros, aos quais chamam "deuterocanônicos", num total de sete, elevando o número de livros para o AT para 46. Para os judeus e os evangélicos, o cânon do AT não possui divergências, uma vez que as Bíblias utilizados pelos evangélicos não foram traduzidas da Septuaginta, mas sim, do Texto Massorético, constando de 39 livros.

 

CÂNON DO NOVO TESTAMENTO - Nenhum  dos livros que compõem o NT  foi  aceito  como canônico antes da Epístola aos Romanos, pois quando se fizeram as primeiras declarações sobre o “cânon” neotestamentário, a Epístola aos Romanos sempre foi incluída, e isto nos pronunciamentos de grupos ou pessoas ortodoxas ou heréticas. A passagem de 2Pe 3:15-17, que cita o trecho de Rm 2:4, chama-o de “escrituras”, sendo esse o mais antigo pronunciamento que temos sobre a canonização de qualquer dos livros do NT. Por conseguinte, pode-se dizer que a Epístola aos Romanos aparece em primeiro lugar no “cânon” do NT. Outrossim, essa epístola foi escrita antes de qualquer dos evangelhos, com a possível exceção exclusiva do evangelho de Marcos, ainda que, na ordem cronológica, isto é, na ordem da escrita, a Epístola aos Romanos apareça no sexto lugar entre os escritos de Paulo. Márcion, aquele antiqüíssimo herege (150 d.C.), incluía a Epístola aos Romanos em seu cânon, e esse pronunciamento levou outros Pais da Igreja a fazerem seus respectivos pronunciamentos. Todos esses Pais da Igreja, sem qualquer exceção, dentre os que se preocuparam com esse problema, também incluíram a Epístola aos Romanos em seus respectivos “cânones”. Os “cânones” mais antigos (pertencentes ao século II d.C.) incluíam cerca de dez das epístolas de Paulo, bem como os quatro Evangelhos, ou seja, os mais antigos livros do Novo Testamento, num total de cerca de catorze livros. Mas alguns estudiosos supõem que o próprio Márcion não preparou o “cânon” de sua época, mas antes, aceitou tão somente a opinião corrente da Igreja de seus dias. Se assim realmente sucedeu, então talvez possamos fazer retroceder o mais primitivo “cânon” neotestamentário para 125 d.C. mais ou menos. Escritores anteriores, que não contavam com qualquer “cânon” formal, mesmo assim demonstraram respeito e conhecimento por diversas das epístolas de Paulo, incluindo a epístola aos Romanos. Entre estes podemos citar Clemente de Roma (95 d.C.), Inácio de Antioquia (110 d.C.) e Policarpo de Esmirna (110 ou 130 d.C.). Inácio de Antioquia (martirizado em cerca de 110 d.C.), escreveu várias epístolas às Igrejas, como também uma endereçada a Policarpo, e esses escritos sobreviveram como uma “coleção”. Cabe-nos o direito, portanto, de suspeitar que muitos crentes, daquela época primitiva, possuíam várias coleções das epístolas de Paulo. Além disso, é extremamente improvável que qualquer coleção de epístolas de autoria de outrem tenha precedido a coleção dos escritos do apóstolo dos gentios. E, assim sendo, podemos supor que, pelo fim do primeiro século da era cristã, alguma forma de coleção já fora feita, tendo sido esse o mais primitivo “cânon” do NT, o qual, sem a menor sombra de dúvida, incluía a Epístola aos Romanos. A primeira dessas coleções consistia de dez dessas epístolas paulinas, conforme eram aceitas por Márcion, e, subseqüentemente, por outros Pais da Igreja. A ordem escrita por Márcion era a seguinte: Gálatas, 1 e 2 Coríntios, Romanos,  1 e 2 Tessalonicenses, Efésios, Colossenses, Filemon e Filipenses. E isso nos mostra quais as epístolas formadoras do mais primitivo “cânon”. Já a lista muratoriana, feita posteriormente, pertencente cerca de 200 d.C., apresenta uma ordem diferente, a saber: 1 e 2 Coríntios, Efésios, Filipenses, Colossenses, Gálatas, 1 e 2 Tessalonicenses, Romanos e Filemon. Com esse número e com essa ordem de epístolas paulinas, Tertuliano (cerca de 200 d.C.), parece concordar. Os elementos hereges, que admitiam a canonicidade da epístola aos Romanos, além de Márcion, foram os seguintes: os ofitas, Basilides, Valentino, Heracleon e Ptolomeu, Taciano. Crentes de séculos posteriores, que igualmente aceitavam a Epístola aos Romanos como canônica, foram: as Igrejas de Viena e Lions, Atenágoras e Teófilo de Antioquia. A lista final dos livros integrantes do NT, somente foi oficializado no Concílio de Cartago, em 397 d.C., embora já estivessem sido utilizados na maioria das Igrejas, mesmo antes de oficializado

 

CÂNTICO DOS DEGRAUS - Também chamados de "Cânticos Graduais". Título que ocorre em 15 Salmos na versão ARC (do 120 ao 134). Não se sabe com exatidão o que esse título quer dizer. Ao que tudo indica, esses salmos eram cantados pelo povo, quando "subiam" a Jerusalém para as Festas Anuais. Ou ainda, eram cantados, enquanto os judeus devotos subiam as escadas do Templo de Jerusalém. Seguramente, os Cânticos Graduais possuem um valor escatológico muito mais profundo do que possa parecer à primeira vista.

 

CARNAL - Termo de origem grega, sarkikos. Seus principais significados são: "carnal", "natureza carnal". O termo era usado para designar algo não governado através do Espírito de Deus, bem como algo relacionado com a depravação, com a natureza humana decaída. Por fim, "carnal" é o termo usado para expressar o que pertence à natureza humana deixada à vontade de seus pensamentos e desejos em contraste com os pensamentos e desejos espirituais, que vêm de Deus. Quando não está sujeito a Deus, o ser humano tem inclinação para o pecado. O salvo pode ser "carnal" ou "espiritual" (1Co 2:14-3:1; 1Pe 2:11). Algumas coisas que a natureza humana produz são mencionadas em Gl 5:19-21; o que o Espírito produz é referido nos em Gl 5:22,23.

 

CASA - No hebraico, beth. Construção em que pessoas moram. Na Palestina as casas eram feitas de pedra. Os pobres viviam às vezes em cavernas. As pessoas errantes, que se deslocavam em busca de alimentos e de pastagens para os seus rebanhos, viviam em barracas feitas com peles de cabra ou de camelo (Gn 4:20). No litoral do mar Mediterrâneo construíam-se casas de barro. O teto era feito de palha e barro.

 

CASAMENTO - Instituição divina pela qual um homem e uma mulher se unem por amor numa comunhão social e legal com o propósito de estabelecerem uma família (Gn 1:27-28; 2:18-24). É permanente e só pode ser dissolvido pela morte (Rm 7:2-3) ou, excepcionalmente, pelo divórcio (Mt 19:3-9).

 

CASTIGO - Termo usado para denotar um sofrimento imposto a quem é culpado (Pv 11:21). Os pais castigam os filhos (Pv 19:18). Os tribunais condenam os culpados (Rm 13:4). Deus castiga (Hb 10:29-31). Os condenados eram castigados com açoites (Dt 25:2-3) e (ou) jogados na prisão, que era chamada calabouço (At 16:19-24). A Lei de Moisés previa a pena de morte para vários crimes (Ex 21:12-17,22-23; 22:18-20; Dt 22:20-25). Os judeus apedrejavam; os romanos cortavam a cabeça ou crucificavam.

 

CATIVEIRO - Situação dos israelitas quando os moradores do Reino do Norte (Israel) foram derrotados e levados como prisioneiros para a Assíria em 722 a.C. (2Rs 17:6; 18:11), e os moradores do Reino do Sul (Judá) foram derrotados e levados como prisioneiros para a Babilônia em 586 a.C. (Jr 52:24-30). Este termo também pode servir para designar o lugar onde alguém fica como prisioneiro (Ap 13:10).

 

CÉDULA - Originalmente, o termo deriva-se do grego cheirographon, uma letra, que a pessoa escreveu com sua própria mão; uma nota escrita à mão na qual reconhece um valor em dinheiro que alguém depositou em sua mão ou que lhe foi emprestado, a ser devolvido no momento designado. Tal termo está relacionado com grapho, cujos principais significados são: "escrever", "lavrar um documento", " emitir compromisso escrito". Em Cl 2:14, Paulo usa tal termo para expressar um dos aspectos da Obra Redentora de Cristo: ele "riscou", "anulou", "liquidou" a cédula de dívida que nos era contrária, ou seja, a cédula de nossa dívida, cravando-a na Cruz.

 

CÉSAR - Título aplicado à uma família romana, da qual Caio Júlio César foi o membro mais famoso. Com o passar do tempo, "César" se tornou o título oficial dos imperadores romanos (Lc 20:25). No NT, menciona-se quatro césares: Augusto, Tibério, Cláudio e Nero.

 

CHAMAR - Verbo usado nas Escrituras, para expressar o ato de convidar pessoas para que aceitem a salvação realizada por meio de Jesus Cristo (Gl 1:6). Essa é uma decisão tomada por Deus, desde a eternidade. Exteriormente esse convite é comunicado às pessoas através da mensagem de Deus e interiormente, pela ação do Espírito Santo, que cria a fé salvadora. Também pode expressar o ato de convocar certas pessoas para que se dediquem a trabalhos especiais no Reino de Deus (Rm 1:1). Também essa convocação é uma decisão divina, tomada desde a eternidade (Is 49:1,5; Jr 1:5; Gl 1:15).

 

CHIFRE - Termo de origem hebraica, qeren, originário de qaran: "chifre", "chifre, como projeções no altar", "chifre, como instrumento musical". No grego, o termo é keras, "um chifre", "uma extremidade projetando uma forma como um chifre". Uma ponta dura e curva, que aparece na fronte de alguns animais (Ap 17:3). O chifre era usado para conter líquidos e também servia como corneta (Js 6:4).  Num sentido metafórico, "chifre" é símbolo de força, coragem, poder e autoridade (Zc 1:18,19).

 

CIDADES DE REFÚGIO - Nome que se dava a seis cidades, nas quais podiam se refugiar e permanecer aqueles que cometessem um homicídio sem tê-lo premeditado. O texto a seguir demonstra bem a utilização das Cidades de Refúgio: "Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo... Quando passardes o Jordão à terra de Canaã, fazei com que vos estejam à mão cidades que vos sirvam de cidades de refúgio, para que ali se acolha o homicida que ferir a alguma alma por erro... Três destas cidades dareis daquém do Jordão, e três destas cidades dareis na terra de Canaã; cidades de refúgio serão. Serão de refúgio estas seis cidades para os filhos de Israel, e para o estrangeiro, e para o que se hospedar no meio deles, para que ali se acolha aquele que ferir a alguma pessoa por erro. Porém, se a ferir com instrumento de ferro, e morrer, homicida é; certamente o homicida morrerá. Ou, se a ferir com pedra à mão, de que possa morrer, e ela morrer, homicida é; certamente o homicida morrerá. Ou, se a ferir com instrumento de madeira que tiver na mão, de que possa morrer, e ela morrer, homicida é; certamente morrerá o homicida. O vingador do sangue matará o homicida: encontrando-o, matá-lo-á. Se também a empurrar com ódio, ou com intento lançar contra ele alguma coisa, e morrer; ou por inimizade a ferir com a sua mão e morrer certamente morrerá o feridor; homicida é; o vingador do sangue, encontrando o homicida, o matará. Porém, se a empurrar de improviso, sem inimizade, ou contra ela lançar algum instrumento sem desígnio; ou sobre ela fizer cair alguma pedra sem o ver, de que possa morrer, e ela morrer, e ele não era seu inimigo nem procurava o seu mal, então, a congregação julgará entre o feridor e o vingador do sangue, segundo estas leis. E a congregação livrará o homicida da mão do vingador do sangue, e a congregação o fará voltar à cidade do seu refúgio onde se tinha acolhido; e ali ficará até à morte do sumo sacerdote, a quem ungiram com o santo óleo. Porém, se de alguma maneira o homicida sair dos termos da cidade do seu refúgio, onde se tinha acolhido, e o vingador do sangue o achar fora dos termos da cidade do seu refúgio, se o vingador do sangue matar o homicida, não será culpado do sangue. Pois deve ficar na cidade do seu refúgio, até à morte do sumo sacerdote; mas, depois da morte do sumo sacerdote, o homicida voltará à terra da sua possessão. E estas coisas vos serão por estatuto de direito a vossas gerações, em todas as vossas habitações. Todo aquele que ferir a alguma pessoa, conforme o dito das testemunhas, matarão o homicida; mas uma só testemunha não testemunhará contra alguém para que morra, e não tomareis expiação pela vida do homicida, que culpado está de morte; antes, certamente morrerá. Também não tomareis expiação por aquele que se acolher à cidade do seu refúgio, para tornar a habitar na terra, até à morte do sumo sacerdote. Assim, não profanareis a terra em que estais; porque o sangue faz profanar a terra; e nenhuma expiação se fará pela terra por causa do sangue que se derramar nela, senão com o sangue daquele que o derramou. Não contaminareis, pois, a terra na qual vós habitareis, no meio da qual eu habitarei; pois eu, o Senhor, habito no meio dos filhos de Israel." (Nm 35:9-34).

 

CIRCUNCISÃO - Termo grego, peritome. Trata-se de uma cerimônia religiosa na qual é cortada a pele, chamada prepúcio, que cobre a ponta do órgão sexual masculino. Todas as crianças israelitas eram circuncidadas ao oitavo dia após o seu nascimento. Era um sinal visível da Aliança que Deus fez com o povo de Israel (cf. Gn 17:9-14). Algumas vezes, o termo era usado de forma metafórica para designar os israelitas (Gl 2:8; Cl 4:11, na BLH). Outras vezes, o termo pode significar a "circuncisão espiritual", que resulta numa nova natureza, a qual é livre do poder das paixões carnais e obediente a Deus (Jr 4:4; Rm 2:29; Cl 2:11; Fp 3:3).

 

CIÚME - No original grego zeloo. Primariamente, o termo ciúme denota disposição ou atitude que não tolera a infidelidade. É neste sentido, que a Bíblia afirma que Deus é um "Deus zeloso", pois Ele exige que os Seus seguidores adorem somente a Ele (Tg 4:5). No entanto, ciúme pode também denotar uma disposição de suspeitar da fidelidade da pessoa amada. Esse tipo de ciúme é doentio e só faz mal (cf. Ct 8:6; 1Co 13:4).

 

CÓDEX - Termo de origem latina, "tronco", "casca" ou "tábua". Esse vocábulo foi atribuído ao sistema de agrupamento de escritos em forma de folhas empilhadas e amarradas, semelhantes aos nossos modernos "livros", em substituição ao antigo sistema de "rolos" ou "pergaminhos". Este termo também é utilizado para identificar uma enorme variedade de manuscritos originais, tanto do Antigo, quanto do Novo Testamento, sendo os mais conhecidos, o Sinaiticus, o Vaticanus, o Alexandrinus e o Ephraemi-Rescriptus.

 

COLUNA - Termo originário do grego stulos. Originalmente, significa um pilar; uma coluna; um suporte ou apoio. Este era o vocábulo usado para denotar uma pedra que servia para marcar um lugar sagrado ou para conservar a lembrança de alguma pessoa ou de algum acontecimento (Gn 28:18). Também servia como testemunha entre duas partes (Gn 31:52). Também era usada para designar uma peça usada na arquitetura para sustentar coberturas (cf. Êx 26:32). No sentido metafórico, coluna indica "apoio" (Gl 2:9; 1Tm 3:15).

 

COMIDA - Na Bíblia este termo denota tudo aquilo que é ingerido para sustentar o corpo e mantê-lo vivo. Em geral os judeus serviam duas refeições ao dia. Seu cardápio era composto por verduras e frutas (Nm 11:5; Dt 23:24), peixe (Ne 13:16), carne (Lv 11), mel (Pv 24:13), leite, manteiga e queijo (Dt 32:14; Jó 10:10), tudo ingerido junto com pão de farinha de trigo, de centeio, ou de cevada (Êx 29:2; Jo 6:9).

 

COMUNHÃO - Termo de origem grega, koinonia, cujos significados básicos são: companheirismo, comunhão, comunicação, participação em comum, relacionamento. O termo é utilizado para denotar uma associação com uma pessoa, envolvendo amizade com ela e incluindo participação nos seus sentimentos, nas suas experiências e na sua vivência (1Co 1:9; 10:16; 2Co 13:13; Fp 2:1; 3:10; 1Jo 1:3,6,7). Também pode indicar um relacionamento que envolve propósitos e atividades comuns; uma espécie de parceria (At 2:42; 2Co 6:14).

 

CONCUBINA - Vocábulo usado para designar uma moça, usualmente pobre, que um homem de posses comprava dos seus pais, ou aceitava como pagamento de dívidas, ou tomava como prisioneira de guerra. A concubina tinha direito a casa, comida e relações sexuais com o dono, que era considerado seu marido. Ela ficava em posição inferior à da esposa, porém não era olhada com desprezo pelos outros, tendo em vista que nos tempos do AT a lei tolerava a poligamia (Gn 25).

 

CONCUPISCÊNCIA - Palavra de origem grega, epithumia. Seus significados básicos, são: luxúria, concupiscência, desejo, desejo do que é proibido. Trata-se de uma forte e continuada vontade ou desejo de fazer ou de ter o que Deus não quer que façamos ou tenhamos (Rm 7:8).

 

CONFESSAR - Verbo de origem grega, homologeo. Seus significados básico são: "confessar", "professar", "prometer", "não negar", "declarar abertamente". O verbo expressa a idéia de declarar o que se crê ou sabe. A pessoa confessa os seus pecados (Sl 32:5) e afirma que crê em Deus poderoso e Salvador (Rm 10:9-10).

 

CONFISSÃO POSITIVA - Ao abordamos acerca da "confissão positiva", automaticamente estaremos nos referindo, querendo ou não, à "Teologia da Prosperidade". No entanto, se o leitor desejar maiores informações sobre esta última, poderá consultar o verbete "Teologia da Prosperidade", constante do presente Dicionário. Embora muitos não aceitem a proposição desta verdade, a "Confissão Positiva" é uma heresia. Por que heresia? Porque defende e propaga ensinos contrários ao que as Escrituras  Sagradas ensinam. Por exemplo, a Teologia de Deus e a Antropologia apregoados pela Confissão Positiva, não se harmonizam com o ensino bíblico. Embora alguns tentem negar o vínculo, a Confissão Positiva tem sua origem nos ensinos de Finéias Parkhust (1806-1866). Finéias era um curandeiro que havia desenvolvido a prática da hipnose e ensinava a inexistência da matéria, do sofrimento, do pecado e da enfermidade. Foi com estas idéias, que ele fundou o Novo Pensamento e ficou conhecido como o guru da Ciência da Mente. A influência desse "novo pensamento" deu forças à Mary Baker Eddy, que fundou, em 1879, a Igreja da Ciência Cristã. No entanto, considera-se o "pai" da Confissão Positiva, Essek William Kenyon, que foi o primeiro a pregar e a escrever sobre ela, além de ter sido o primeiro a pregar estas mensagens no rádio, em 1931. Suas idéias foram despertadas pela influência de Finéias; mesmo assim, ele é reconhecido como o "pai" da Confissão Positiva, que se identifica com a Teologia da Prosperidade,  Palavra da Fé ou Movimento da Fé. Entretanto, a grande publicidade que essas idéias possuem hoje, se deve a Kenneth Erwin Hagin, pois foi ele quem fez com que ganhassem formas e influência, se utilizando dos meios de comunicação e fazendo que elas penetrassem nas lares e nas Igrejas. Num exame superficial, parece-nos que estas idéias possuem embasamento bíblico, em virtude do número enorme de versículos que figuram em seus escritos. Mas, numa análise mais aprofundada, pode-se perceber que tudo que produzem, tem como base os escritos místicos e recheados de empirismo de Hagin, mas não as Escrituras. E diga-se de passagem, Hagin é hábil em basear-se em textos fora dos seus contextos, torcendo o que a Bíblia diz. Com base no que dissemos, as inúmeras eisegeses podem ser exemplificadas no absurdo de reduzirem Deus à categoria dos homens e elevarem os homens à categoria de Deus. Chegam a afirmar que você precisa ter a fé de Deus para poder fazer milagres, pois segundo dizem, a fé foi a substância que Deus usou para criar o Universo. Hagin afirma ainda que na oração não se deve pedir, pois o verbo “pedir” de Jo 14:13,14 deve ser traduzido por "exigir". Assim, eles concluem que o cristão deve exigir o que deseja. Ou como dizem, "determinar"; e Deus fará. São ainda dualistas, maniqueístas e animistas.

 

CONGREGAÇÃO - Este é o termo usado para designar Israel como povo ou nação. No hebraico, aparece o vocábulo kahal, que denota a multidão inteira de qualquer  povo, unido  pelos vínculos de uma sociedade, e constituindo uma  república ou estado. Em sua significação ordinária, o termo pode  ser definido como uma assembléia ou convocação do povo de Israel. Na famosa versão da Bíblia para os judeus de fala  grega,  a Septuaginta, o termo foi traduzido por ekklesia, no sentido usual do hebraico  kahal. O termo congregação, ainda pode ser usado para denotar o povo reunido, especialmente para fins religiosos (cf. 1Rs 8:14; Hb 10:25).

 

CONHECER - Verbo de origem grega, ginosko. Suas acepções básicas alcançam uma enorme gama de significados, tais como: "saber", "entender", "perceber", "ter conhecimento de". Quando o verbo conhecer é usado como metáfora, trata-se de um hebraísmo, cujo sentido é ter relações sexuais entre um homem e uma mulher.

 

CONJURAR - Verbo grego, diamarturomai. Seus principais significados, são: "testemunhar", "afirmar solenemente". É usado na Bíblia em 2Tm4:1, com o sentido de "implorar". Em 1Sm 14:24, tem o sentido de "ligar-se a alguém por juramento". Já em Is 47:11, o sentido é "afastar".

 

CONSAGRAR - No grego, este verbo aparece como proskartereo. Dentre as suas várias utilizações, este verbo pode ser usado para designar o ato por meio do qual se dedica uma pessoa ou uma coisa ao serviço de Deus (Êx 29:1-37; Lv 8; Ez 44:29). Pode também expressar o dedicar-se ao serviço do Senhor (2Cr 29:31). Ou ainda, pode designar o ato de dedicar-se a Deus, de santificar-se para Ele (At 6:4).

 

CONSOLADOR - O vocábulo grego parakletos é formado da preposição para, "ao lado de" e kletos, "chamados". Equivale aos vocábulos "consolador" e "advogado",. É um dos títulos do Espírito Santo (Jo 14:26), também aplicado ao Senhor Jesus (1Jo 2:1).

 

CONSULTAR - Este verbo é bastante amplo nas páginas da Bíblia. Em primeiro lugar, costuma-se utilizá-lo com o sentido de pedir conselho ou opinião (e.g. Os 4:12; Gl 1:16). Também costuma ser usado com o sentido de examinar antes de decidir (e.g. Sl 71:10; At 27:39).  Mas, infelizmente, este verbo está intimamente relacionado com uma prática bastante comum em nossos dias, a Bibliomancia (do grego biblos, "Bíblia" e manteia, "adivinhação"); ou seja, é uma forma velada de adivinhação. Com falta de base hermenêutica, afirmam "consultar" o Senhor, como fazia Davi (e.g. 1Sm 23:4), abrindo a Bíblia ao acaso, a fim de obter resposta para determinada pergunta, esquecendo-se que vivemos na Dispensação do Espírito, Aquele que nos faz saber todas as coisas e nos revela toda a verdade (cf. Jo 14:26; 16:13). Outro fato sério, é que se tornou comum "consultar" (ou seja, praticar Bibliomancia), acerca de assuntos sobre os quais a Bíblia trata amplamente.

 

CONTAMINAR - Trata-se de um verbo grego relacionado com o culto e a fé, miaino, "sujar", "manchar", "poluir". Este verbo é usado para denotar o ato de tornar-se impuro por ter tocado em alguma coisa, animal ou pessoa impura (Lv 11:43). Também pode ser usado para expressar o ato de tornar-se impuro moral e espiritualmente por ter cometido pecado (Mc 7:15-23; Hb 12:15).

 

CORAÇÃO - Do grego, kardia, coração, aquele órgão no corpo animal que é o centro da circulação do sangue (Êx 28:29), e conseqüentemente foi considerado como o assento da vida física.Também denota o centro de toda a vida física e espiritual. Na Bíblia, o coração é considerado como o centro dos pensamentos, das paixões (1Sm 1:8), dos desejos, da vontade (Sl 119:2) dos apetites, dos afetos, dos propósitos, da compreensão, da inteligência (Gn 6:5) e do caráter (Lc 6:45).

 

CORDEIRO - Do grego amnos, "cordeiro". Este vocábulo é usado para designar um filhote ainda novo da ovelha; um carneirinho. Sua carne servia de alimento e era usada nos sacrifícios levíticos (Êx 29:39). O Senhor Jesus é claramente apresentado na Bíblia, como o "Cordeiro de Deus" que haveria de tirar o pecado do mundo (Jo 1:29).

 

CORINTO - Cidade da Grécia, cheia de pecado e corrupção, destruída pelos romanos em 146 a.C. e reconstruída em 46 d.C. "Coríntio" era sinônimo de "imoral", "depravado". Em Corinto havia um templo dedicado ao culto de Afrodite, deusa do amor. Nesse templo havia mil prostitutas cultuais, que atraíam adoradores de todo o mundo antigo. Em Corinto Paulo fundou uma igreja (At 18:1-18).

 

COROA - Vocábulo de origem grega, stephanos, "uma coroa", "uma marca real", "uma marca de grau elevado". O mesmo termo servia para designar a grinalda ou guirlanda que eram determinados como um prêmio para vencedores em jogos públicos. Os atletas vencedores recebiam coroas feitas de ramos e flores (1Co 9:25). Metaforicamente, o termo coroa está relacionado com a bem-aventurança eterna que será dada como um prêmio a todos os genuínos servos de Deus.

 

CORPO DE CRISTO - Designação figurada da Igreja do Senhor Jesus e seus membros (cf. 1Co 12:12-31; Ef 4:16; 5:30). Para maiores e mais amplas informações, gentileza verificar o verbete Igreja.

 

CORRUPÇÃO - Do grego phthora, termo que significa "corrupção", "destruição", "perecível". Também pode denotar o ato de corromper, a depravação (Ed 9:11; Tg 1:27; 2Pe1:4) ou apodrecimento (Sl 16:10; 1Co 15:50). No uso cristão, corrupção é um termo usado para denotar, também, decadência moral.

 

COSMOGONIA - Este vocábulo bem dos termos gregos kosmos, "mundo" e gignesthai, "nascer". Ou seja, Cosmogonia é o termo usado para designar as teorias ou inquirições acerca da origem ou do nascimento do mundo ou do Universo. Assim, qualquer teoria que se proponha a explicar a origem do Universo, entra na área da Cosmogonia. A narrativa bíblica da criação é a mais antiga e confiável Cosmogonia.

 

COSMOLÓGICO, ARGUMENTO - Trata-se de um dos argumentos racionais acerca da existência de Deus. A exemplo dos demais, este argumento também tem sido apresentado de várias formas. Em geral,  encerra a idéia de que tudo no mundo deve ter uma  causa primária ou razão de ser. Emanuel Kant, filósofo alemão,  indicou que se  tudo que existe tem uma razão de ser, isto deve  ter um ponto de origem em Deus. Assim sendo, deve haver um Agente Único que equilibra e harmoniza em Si todas as coisas.

 

COSTUME - Vocábulo originário do grego, ethos, "costume", "maneira", "prescrição", "rito", "hábito" (Jr 10:3; At 16:21). O termo também é usado no sentido figurado, para expressar o período menstrual (cf. 18:11).

 

CREDOS - Palavra de origem latina, que significa "eu creio". Os Credos são os resumos ou confissões de fé oriundos dos primeiros concílios da Igreja, nos quais as grandes questões cristológicas foram solucionadas e as heresias definitivamente anatematizadas. Os Credos são, por assim dizer, verdadeiros resumos de fé. Os Credos universalmente aceitos pela Ortodoxia, são em número de cinco: 1) o Credo dos Apóstolos; 2) o Credo de Cesaréia; 3) o Credo de Nicéia; 4) o Credo Niceno; e 5) o Credo de Atanásio. 

 

CRENTE - Termo usado para designar aquele que crê no Evangelho e que teve uma experiência pessoal, marcante e transformadora em sua vida (cf. At 16:1). O termo também pode denotar, nos tempos do AT, aquele que "cria" na Promessa (cf.Gl 3:8-9).

 

CRISTOLOGIA - Do grego Cristos, "Cristo" e logia, "estudo", "dissertação", "tratado". Ou seja, Cristologia, é o Estudo da Pessoa e da Obra de Cristo. No âmbito deste estudo, muitas outras informações são abordadas, tais como a pré-existência de Cristo, as Revelações do Messias no AT, a Encarnação do Verbo, a Humanidade Perfeita e Real, a Divindade Plena de Cristo, Suas Obras, Sua Pessoa, Seu caráter, bem como seu Tríplice Ministério (Profeta, Sacerdote e Rei).

 

CRUZ - Trata-se de um antigo instrumento de tortura e morte, formado por duas vigas, uma atravessada na outra, em que eram pregados ou amarrados os condenados. As cruzes eram de três feitios: em forma de xis (X), ou de maiúsculo (T), ou de sinal de somar (+), sendo que a viga mais longa é que ficava enterrada (Mc 15:30). No sentido metafórico, "cruz" representam os nossos problemas, nossas angústias, desilusões e decepções.

 

CULPA - Trata-se da violação da lei, por intermédio da qual a pessoa se torna merecedora de castigo (Jó 13:26; 1Ts 3:13). A Bíblia demonstra que toda a Humanidade é achada culpada diante do Senhor (Rm 3:9-20), sendo que existem gradações de culpabilidade (Lc 12:47-48).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

DEÍSMO - Termo aplicado para designar o pensamento daqueles que admitem a existência de Deus, contudo rejeitam por completo a Sua revelação à humanidade. Para o Deísmo,  Deus não possui atributos morais nem intelectuais, sendo até duvidoso que Ele tenha influído na criação do universo. Noutras palavras, o Deísmo  é a religião natural baseada no raciocínio  puramente humano. Para os deístas, Deus não exerce qualquer influência ou controle na História, como um todo, ou de uma pessoa, individualmente. O Livro do Apocalipse é o maior tratado contra o Deísmo, pois mostra que Deus é o Senhor da História.

 

DESARRAIGAR - Verbo que significa "arrancar pela raiz". Observemos o que diz Dt 28:63: "E será que, assim como o Senhor se deleitava em vós, para fazer-vos o bem e multiplicar-vos, assim o Senhor se deleitará em destruir-vos e consumir-vos; e sereis desarraigados da terra na qual estais entrando para a possuirdes".

 

DESPENSEIRO - Termo usado para designar a pessoa encarregada da despensa (cf. Gn 43:16). Metaforicamente, os cristãos são administradores dos "seus" dons (cf. 1Pe 4:10). Outrossim, o Obreiro é responsável por cuidar das coisas de Deus (cf. 1Co 4:1; Tt 1:7).

 

DETERMINISMO - Uma das mais consoladoras doutrinas das Escrituras, é a Predestinação. Sua essência repousa no fato de que Deus tem um  plano  geral e original para o mundo, e que  Seus  propósitos jamais serão frustrados. Entretanto, precisamos tomar cuidado para que a nossa compreensão acerca da Predestinação, não dê lugar à uma idéia fatalista ou de uma espécie de manipulação da parte de Deus das escolhas do  homem, pois isto o rebaixaria à posição de um fantoche, sem  poder  de escolha nem vontade. A predestinação nunca predetermina as  escolhas de Deus no que concerne ao Seu relacionamento com as  inclinações,  necessidades e escolhas dos homens. Sabendo de todas  as possibilidades futuras, bem como os corações dos homens, Deus fez um plano dos Seus atos: atos estes que resultarão em Sua maior glória, na salvação do maior número de pecadores, e que  contribuirão  com o desenvolvimento da mais perfeita  obediência  de Seus servos (Rm 8:28,29). Assim sendo, para que possamos compreender a Predestinação, é mister que estabeleçamos a distinção entre Predestinação e Fatalismo. Fatalismo é uma  crença herética que atribui as ações e escolhas do homem ao "determinismo" de Deus. Ou melhor, Deus decide o que o homem será e fará. Mediante o planejamento predeterminado por Deus (a Predestinação), a salvação é oferecida a todas as pessoas e é possível a todos quantos buscam a Deus (At 17:26,27). Por causa  desta provisão,  nenhuma pessoa poderá, em qualquer tempo, acusar  Deus de não lhe ter dado oportunidade para crer e se salvar (Rm 1:20). Deus  não apenas planeja uma maneira de todos os  povos conhecerem  a salvação, como também tem um plano para  ajudar  os crentes a progredirem na sua vida espiritual. "Também os  predestinou para serem conforme a imagem de Seu Filho" (Rm 8:29).  Este plano, no entanto, depende da disposição do crente em  corresponder em obediência a Deus (Jr 15:19). Deus "nos predestinou para Ele, para a adoção  de  filhos, por meio de Jesus Cristo" (Ef 1:5). Fomos "predestinados... a fim de sermos para o louvor da Sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo" (Ef 1:11,12).

 

DEUS, O NOME DE - Um dos grandes equívocos quanto à Pessoa de Deus, está diretamente relacionado com o Seu Nome. Muitos crêem que Adonai, El Shaddai, Elohim e outros, sejam nomes de Deus. No entanto, Deus, tem um único Nome. Para comprovação desta nossa afirmação, é mister que apresentemos uma análise exaustiva  acerca do Título Divino utilizado em Gn 1:1. Em primeiro lugar, queremos demonstrar de forma clara e inequívoca o grande erro que se encontra na confusão entre o Nome de Deus e Seus Títulos. Vamos iniciar analisando a utilização de "nomes  divinos" por parte dos próprios judeus, embora seja por demais irônico que exatamente  eles, que foram justamente os primeiros a adotar a  concepção da  Unidade de Deus, tenham aposto a Ele um número  surpreendente de designações. Este fato, inclusive, tem sido objeto de várias especulações, tanto por parte de historiadores bíblicos, de filólogos  e mesmo de antropólogos culturais. Entretanto, costuma-se concluir que todas essas discussões "...resultaram de  conclusões pouco firmes e em escassos esclarecimentos. A hipótese mais razoável, possivelmente, é de que cada um dos inúmeros nomes de  Deus que  aparece na Bíblia representa, meramente, um atributo  físico ou moral dEle, expresso em termos humanos." Em linhas gerais, alguns eruditos judeus costumam afirmar  que Deus tenha dito a Moisés: "Quando estou julgando a  raça humana, chamo-me Elohim. Quando combato os que praticam  o mal, chamo-me Sabaot. Quando relembro os pecados do homem, chamo-me El Shadai. Quando me apiedo do mundo, chamo-me YHWH." (Nathan Ausubel. Enciclopédia Judaica, Vol. 5, p. 232). Essa  aparente "confusão" mesmo por parte do povo da Bíblia, possui uma razão histórico-cultural. Deus havia estabelecido: "Não  tomarás o Nome do Senhor teu Deus em vão; porque  o Senhor não terá por inocente o que tomar o Seu Nome em vão."  (Êx 20:7). Dessa palavra do Senhor, adveio uma extrema reverência do judeu  para com o Nome YHWH, o Nome Próprio de nosso Deus.  Essa reverência era tamanha, que o Nome veio a ser pronunciado em  raríssimas ocasiões. Desta forma, para não correrem o risco de cair em desobediência  ao mandamento de Êx 20:7, o  Nome  era sempre substituído por adon, "Senhor" ou adonai, "meu Senhor", esses, por sua vez, notadamente, títulos. Também com relação à leitura e cópia do texto sagrado, haviam cuidados especiais. Em relação à cópia,  é  curioso o fato de que era reservada uma pena  de ouro apenas  para escrever o Nome. O Nome de Deus, para os copistas  e os judeus em geral, é um Tetragrama que eles consideram impronun­ciável (inefável). Desta forma, optava-se por Títulos e não  pelo Nome, pois este estava revestido de extremado respeito. Não obstante, por mais insignificante que isto possa parecer,  a confusão existente entre o Nome e os Títulos,  trouxe sérios problemas de ordem teológica. O principal desses problemas é aquilo que é chamado de "Hipótese Documentária", ou "Teoria dos Múltiplos Documentos", pois  um  dos principais alicerces dessa teoria, ainda chamada de teoria J.E.D.P(S), argumenta que distintos "nomes divinos" identificam diferentes autores ou editores do Pentateuco. Na auto-revelação de Deus, Ele próprio disse: "...este é o Meu Nome..." (Êx 3:15). Está claro, pois o Senhor  não disse: "...este é um dos meus nomes...". Muito pelo contrário. Ele  uti­lizou um pronome demonstrativo a fim de enfatizar a Revelação de Seu Único Nome. Aliás, a Bíblia em parte alguma fala sobre nomes diferentes  aplicados  a Deus. Deus só tem um Nome:  YHWH,  Javé, (Yahweh) ou Jeová. Com exceção deste, os outros "nomes" não passam de títulos  ou descrições.

 

DEZ MANDAMENTOS - Também conhecidos como As Tábuas da Lei e Decálogo (do grego, deka, "dez"  e logos, "palavra". Este é o nome dos preceitos dados por Deus a Moisés, em duas placas de pedra, para orientar a vida das pessoas (Êx 20:1-17; 34:28; Dt 5:6-21). Na primeira tábua (ou placa) há quatro mandamentos, os quais tratam dos deveres das pessoas para com Deus; na segunda há seis mandamentos, que tratam dos deveres que temos para com as outras pessoas. Todos os mandamentos se repetem no NT, menos o quarto, que trata do dia de descanso. Jesus resumiu os dez mandamentos em dois (cf. Mt 22:34-40).

 

DIÁSPORA - Diáspora é uma palavra de origem grega, equivalente ao heb.  golah.  O termo  inclui  os movimentos voluntários de emigração  de  judeus para outras terras, mas também se refere às colônias judaicas que resultaram de guerras, exílios e aprisionamentos de "filho do pai" ou "filho de Abas", que Pilatos colocou como escolha alternativa com Jesus para o povo, tinha "Jesus" como seu primeiro  nome. Essa posição foi defendida por Orígenes e é  con­firmada  por muitas cópias do NT que chegaram até nós.  Devido  a dificuldades  da conexão do nome, existentes desde os primórdios do Cristianismo, alguns manuscritos muito antigos e valiosos, suprimem este nome no texto de Mt 27:16-17. Assim, a  maioria dos manuscritos suprimem definitivamente o nome "Jesus" de Barrabás. Alguns outros  exemplos de alterações com  a tradição original podem ser suspeitados como prováveis numa série de trechos  do  NT, onde a tradição combinada já não registra  o  nome "Jesus".  O motivo aqui é claramente a profunda reverência  para com o Nome de Jesus; pensa-se que o Nome não deve ser permitido para  qualquer outro a não ser "Jesus" o Autor e Consumador da nossa fé. Pode-se observar neste aspecto de reverência para com o Nome de Jesus, um elemento tomado por empréstimo do judaísmo  em relação a reverência ao Nome de Jeová (obviamente, guardadas  as proporções). Esta reverência se tornou muito mais enfática, pelo fato de que dentro de pouquíssimo tempo, passou-se a verificar uma relevância quase que geral, da parte dos cristãos, de continuar a empregá-lo  como nome secular, relevância essa que perdura  até nossos dias, com raríssimas exceções. Não menos significativo, porque em substituição ao Nome "Jesus", passou-se a  utilizar a forma veterotestamentária, dando origem a uma utilidade não mais ou menos generalizada através  dos nomes Josué e Jason (gr. Iason).Conforme Mt 1:21 e o texto paralelo de Lc 1:31, o nome de  Jesus foi determinado por instruções celestiais dadas ao  pai ( a versão de Mateus) ou mãe (posição lucana).  Concomitantemente à revelação do Nome, descreve-se a tarefa futura do  Filho de  Maria, na qual explica-se, etimologicamente,  o significado: "Ele salvará o Seu povo dos pecados deles", determinando assim, a gloriosa missâo do Verbo Encarnado de Deus.

 

DICOTOMIA - Termo com o qual se denomina a concepção de que existem apenas dois elementos essenciais na constituição do homem: o  corpo, formado  do pó, e a alma, que é o princípio da vida tanto  humana como animal. Contém ela duas substâncias: uma é a alma que  sente e recorda, e a outra é o espírito que tem consciência e possui  o conhecimento de Deus. Os dicotomistas assemelham a vida do  homem à do bruto, diferindo a do homem apenas por ser de ordem  superior. Assim sendo, o espírito não é uma entidade distinta da  alma, mas um aspecto ou desdobramento desta.

 

DÍZIMO - Nome que se dá à décima parte, tanto das colheitas como dos animais, que os israelitas ofereciam a Deus (cf. Lv 27:30-32; Hb 7:1-10). O dízimo era usado para o sustento dos levitas (Nm 18:21-24), dos estrangeiros, dos órfãos e das viúvas (Dt 14:28-29). Ao contrário do que muitos grupos advogam, o dízimo é anterior à Lei, conforme Gn 14:18-20).

 

DOCETISMO - A palavra "Docetismo", vem do termo grego dokeo, "parecer". Essa palavra passou a ser utilizada para designar uma seita herética  surgida dentro do Gnosticismo. Ora, é  possível  alguém ser docético sem ser gnóstico, mas uma vez que o Gnosticismo possuía  suas características docéticas os dois termos acabaram  por se tornar quase inseparáveis. A  referência inicial do Docetismo é ao  suposto  corpo utilizado  pelo poder angelical ("aeon"). Esse corpo é  por  eles definido como uma sombra ou um fantasma, uma espécie de representação teatral, mas não um verdadeiro corpo humano. Isto posto,  o Docetismo  negava  a humanidade de Cristo, uma vez  que  para  os gnósticos a matéria era mesmo o princípio do mal, pelo que nenhum ser elevado divino se envolveria com ela. Portanto, Cristo  parecia estar envolvido na matéria, mas não o estava de fato. O Docetismo  é uma maneira simplista de buscar solução para o  problema cristológico: plenamente Deus, totalmente Homem. Alguns  gnósticos defendiam a posição  da  "possessão", uma  espécie de "meio-docetismo", semelhante ao Adopcionismo. Pensavam que o  Logos  (ou algum aeon angelical) teria vindo possuir temporariamente  o corpo humano de Jesus, por ocasião de Seu batismo,  abandonando-O quando da Crucificação. Portanto, apesar de que este corpo  era realmente humano, teria sido apenas um  instrumento,  mas não especificamente uma dimensão da realidade do Logos. Esta  posição era uma espécie de meio-termo, que não chegava ao verdadeiro Docetismo ensinado por Basilides. Muitos gnósticos posteriores optaram pela doutrina docética franca. O  Docetismo foi ferrenhamente combatido por  Inácio  e Irineu, que desmascararam suas diversas manifestações. Tertuliano escreveu  cinco tratados contra Márcion. Conforme  estaremos  demonstrando  no  item acerca de Jesus nas tradições  islâmicas,  o islamismo parece ter retido certa forma de Docetismo, ao referir-se a Cristo. A seção de 1Jo 4:1-3 descreve o "Docetismo" dos gnósticos,  combatendo-o enfaticamente. Pelo menos outras cinco  passagens  neotestamentárias  combatem essa heresia,  demonstrando  a realidade da essência humana do Senhor Jesus Cristo: 2Co 1:5;  Fp 3:10; 1Pe 1:3; 4:13 e, especialmente 1Pe 4:1, que diz: "Ora pois, já que Cristo padeceu por nós na carne, armai-vos também com este pensamento, que Aquele que padeceu na carne já cessou do pecado".

 

DOMINGO - No latim, o termo é dominus dei, ou seja, "dia do Senhor". Trata-se do primeiro dia da semana, no qual se comemora a ressurreição de Jesus (cf. Jo 20:1-25). Após a ascensão de Jesus, os cristãos se reuniam tanto no sétimo dia da semana (sábado) como no primeiro (domingo), mas aos poucos o domingo se tornou o dia especial de serviço ao Senhor (At 20:7; 1Co 16:2; Ap 1:10). Quanto à alegação dos "sabatistas", de que o dia do Senhor tenha sido alterado por Constantino, absolutamente não procede. Na realidade, o que Constantino fez, foi oficializar o primeiro dia da semana como dia de descanso para os soldados e funcionários do Império, sendo que o costume de adotar o primeiro dia da semana como dia especialmente consagrado ao serviço do Senhor, data das primeiras décadas do Cristianismo, conforme demonstrado acima.

 

DONS ESPIRITUAIS - Também conhecidos como "dons do Espírito". O termo "dom", que ocorre em 1Co 12, vem do  gr. charisma, no singular e charismata, no plural. Comumente se fala em "dons espirituais" num sentido e propósito estranhos aos que lhes são atribuídos no NT. Um dos erros mais comuns, consiste em se imaginar que se trata de dons "naturais"; outro erro bastante comum, é pensar que os dons sejam distribuídos como uma espécie de "troféu" de bom comportamento ou "medalha de ouro" por serviços prestados ao Reino. Mas, então, poderia surgir a pergunta lógica: Para quê ou por que nos são concedidos os dons espirituais? A resposta é simples e óbvia: os dons espirituais são distribuídos pelo Senhor Jesus, como: adorno (cf. 1Co 14:24,25), provisão (cf. 1Co 12:7) e capacitação. No contexto de 1Co 12:8-11, Paulo alista nove dons espirituais, quais sejam: 1) palavra da sabedoria (gr. logos sofias),  habilidade de compreender e transmitir as coisas mais profundas do Espírito de Deus, de compreender e transmitir os mistérios cristãos, como também a capacidade de transmitir a outros esse conhecimento (cf. Rm 11:33). Também está relacionado com a capacitação para aplicar a sabedoria de Deus em situações específicas e circunstâncias particulares; 2) palavra da ciência ou do conhecimento (gr. logos gnoseos), comumente conhecido como "revelação". É capacitação de Deus trazendo ao conhecimento coisas antes não conhecidas. É um conhecimento que não é fruto da observação, nem da intuição ou da razão, mas de nível espiritual (eg. Jo 4:18,19; At 16:28,29; comp. com Jo 14:12 e 1Co 14:30). Este dom pode operar em conjunto com o de profecia; 3) (gr. pistis), que não é aquela comumente conhecida como "fé salvadora", mas sim uma fé sobrenatural especial, comunicada pelo Espírito Santo, capacitando o crente a realizar coisas extraordinárias e milagrosas. É a fé que remove montanhas (cf. 1Co 13:2) e que, freqüentemente opera em conjunto com outras manifestações do Espírito, tais como curas e milagres (cf. Jo 14:12); 4) dons de curas (gr. charismata iamaton), observando que ocorre no plural, pois assim como existem especialidades médicas (pediatria, geriatria, obstetrícia, ortopedia, etc.), Deus ministeria pessoas específicas para curar doenças específicas. Esses dons são concedidos à Igreja para restauração da saúde física, por meios divinos e sobrenaturais (cf. Mt 4:23-25; Jo 14:12; At 3:6-8; 4:30; 19:12; Hb 13:8); 5) operações de milagres ou maravilhas (gr. energemata dunameon), caso também onde o dom é mencionado no plural, que em uma tradução livre, seria "operações portentosas". Trata-se de atos sobrenaturais de poder, que intervêm na natureza, a fim de que o Nome de Deus seja glorificado, Satanás seja vencido e os homens sejam convencidos; 6) profecia (gr. profeteia), dom que jamais pode ser confundido com o dom ministerial de Profeta, pois nem todo aquele que "profetiza" é "Profeta". A profecia pode ser definida como aquela manifestação espontânea do Espírito que tem por objetivo capacitar o crente a transmitir uma palavra ou uma revelação, diretamente sob o impulso e o mover do Espírito de Deus, visando edificação, exortação ou consolação (cf. 1Co 14:3); 7) discernimento de espíritos (gr. diakriseis pneumaton), dom especialmente necessário à Igreja contemporânea, tendo em vista a recomendação expressa de João (cf. 1Jo 4:1), que a cada dia torna-se cada vez mais necessária à Igreja. Trata-se de uma dotação especial dada pelo Espírito, para o portador do dom discernir e julgar corretamente as profecias e as manifestações espirituais; 8) variedade de línguas (gr. gene glosson), cuja idéia não é de línguas como dom de oração em linguagem não vernacular (cf. Rm 8:26; 1Co 14:2,14,15; Ef 6:18). O que se está enfocando é o dom de línguas ou de variedade de línguas, através do qual o crente é edificado (sem interpretação) ou, preferencialmente, toda Igreja é edificada, havendo quem interprete; e 9) interpretação de línguas (gr. hermeneia glosson), que ao contrário do que muitos pensam, não é tradução. Trata-se da capacidade concedida pelo Espírito, para o portador desse dom compreender e transmitir o significado de uma mensagem proferida em línguas, provendo assim edificação para o Corpo de Cristo. A recomendação bíblica é de que quem "fala" (veja bem: "fala" e não "ora") em línguas, deve orar para que possa interpretá-las (cf. 1Co 14:13).

 

DONS MINISTERIAIS - Para definir Dons Ministeriais, precisamos nos valer de Ef 4:11: "E Ele mesmo (Jesus) deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores". Aqui, os Dons Ministeriais são alistados por Paulo sob orientação do Espírito Santo. É curioso observar que o Novo Testamento Grego possui palavras distintas para definir "Dons Ministeriais" e "Dons Espirituais". Para dons "espirituais", charisma (singular) ou charismata (plural); para dons "ministeriais" doma (singular) ou domatos (plural). Uma clara distinção entre esses "dons", pode ser observado em At 21:8-10, o qual cita Filipe, o Evangelista (ou seja, um doma), que tinha quatro filhas donzelas que profetizavam (ou seja, possuíam dom (charisma) de profecia (gr. profeteia), que também menciona Ágabo que era um profeta (gr. profetes). Uma possível argumentação que poderia surgir contra esta verdade, seria a afirmação de que devido a uma questão cultural, Lucas não mencionou as quatro filhas de Ágabo como "profetizas". No entanto, o mesmo Lucas menciona uma mulher chamada Ana, chamando-a "profetiza" (Lc 2:36). Em síntese, um doma, é uma pessoa que o próprio Senhor Jesus doa, presenteia, concede à Sua Igreja, com objetivos específicos, com o fim de aperfeiçoar os santos, para realização da Obra do Ministério, para edificação do Corpo de Cristo (cf. Ef 4:12). Em outras palavras, um doma é um presente de Deus! Os Dons Ministeriais, segundo o propósito do próprio Jesus, existem a fim de servirem como termômetro, como uma espécie de regulagem do exercício dos dons espirituais "para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente" (cf. Ef 4:14). Em outras palavras, sem o exercício pleno dos Dons Ministeriais, a Igreja poderia cair em um caos doutrinário e pragmático, criando assim uma terra fértil para as investidas das portas do hades.

 

DUALISMO - Termo originário da língua latina, dualis, que significa "que contém dois". É usado para expressar os princípios opostos da mente e da matéria. O Dualismo é uma teoria concernente aos tipos fundamentais que estão divididos em substâncias individuais, as classificações morais ou as entidades. No âmbito da Religião é um sistema que afirma a existência de duas forças opostas, o bem e o mal. No entanto, o Dualismo crê que nenhuma destas forças será vitoriosa. Este foi o sistema adotado pelo Zoroastrismo. Como se pode observar, o Dualismo é uma espécie de Deísmo amalgamado com o Henoteísmo e o Maniqueísmo.

 

ECLESIOLOGIA - Termo de origem grega, ekklesia, "igreja" e logia, "estudo", "tratado", "dissertação". Ou seja, Eclesiologia é o estudo da Doutrina da Igreja. É o estudo do fundamento da Igreja, das suas características, seus propósitos, seus oficiais, suas Ordenanças, bem como os princípios bíblicos que devem nortear a sua atuação. Nas Escrituras, a Doutrina da Igreja (Eclesiologia),  se reveste  de tanta importância quanto às demais nela tratadas. A vocação e missão da Igreja têm alcance imensurável. Suas  origens se  ocultam na eternidade passada, enquanto que a sua  missão  no presente tem a capacidade de alterar a rotina tanto do Céu quanto do próprio Inferno. Há, pois, grande recompensa no estudo e  compreensão dessa doutrina.

 

ECLETICISMO - Palavra de origem grega: ek, "fora" e lego, "selecionar". Ou seja, "selecionar dentre outros". Este termo diz respeito àquela atitude que leva um homem a selecionar suas idéias, analisando fontes as mais variadas, com o propósito de ficar com o seu próprio sistema ou coleção de conceitos aprovados. Neste processo, é feita a tentativa para harmonizar a seleção. A maioria dos sistemas, tanto da Filosofia quanto da Teologia, na verdade, são sistemas ecléticos, embora seus proponentes não o admitam. Entretanto, alguns sistemas, são mais obviamente ecléticos do que outros. Em última análise, o Ecleticismo é aquele sistema que procura aproveitar o que há de melhor em todos os demais, buscando viver em harmonia e tolerância com as divergências. Esta, aliás, foi a recomendação de Paulo em 1Ts 5:21-22: "Julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal" (ARA). Duas palavras gregas são predominantes neste texto. A primeira delas é dokimazo, termo que pode significar "discernir", "examinar", "testar", "examinar a genuinidade de", "reconhecer como genuíno depois de exame". Isto significa que devemos examinar a genuinidade das doutrinas, de forma minuciosa. A outra palavra é katecho, que significa "segurar", "manter", "deter para si", "reter", "manter seguro", "adquirir posse". Ou seja, ser eclético, significa analisar, investigar, estudar, esquadrinhar ensinos os mais diversos, mas reter para si, apenas aquilo que se harmoniza com o ensino claro, objetivo, sério e equilibrado de toda a Palavra de Deus.

 

EISEGESE - Outro termo grego:  eis, "para dentro" e agein, "explicar". Isto é, Eisegese é exatamente o oposto  de  Exegese. Enquanto Exegese significa extrair do texto o  que  de fato  possui, Eisegese por sua vez significa colocar no  texto  o que  ele não possui. Ou, em outras palavras,  Eisegese  significa ler  no texto aquilo que alguém quer encontrar ali, mas  que,  na realidade, não se encontra no mesmo, ou, então, significa distorcer um texto para adaptá-lo às próprias idéias do intérprete. Em suma, enquanto a Exegese é séria, a Eisegese não passa de um  engano.

 

EMANUEL - Um dos Títulos do Messias. Formado pelas palavras hebraicas imanu, "conosco" e el, forma abreviada do Título genérico de Deus, Elohim. Este seria o nome da criança que iria nascer pela promessa que Deus fez ao rei Acaz por meio do profeta Isaías. Esse nome indicava que Deus estaria presente no meio do seu povo (Is 7:13-14). Essa profecia se cumpriu parcialmente com o nascimento de Ezequias e de modo completo, com o nascimento de Jesus Cristo (Mt 1:23), o Verdadeiro Deus no meio de nós.

 

EMBAIXADOR - Termo originário do verbo grego presbeuo, "ser um embaixador", "agir como um embaixador". Sua origem é o substantivo presbuteros, "mais velho", "de idade", "um ancião". O embaixador é um representante de um país em outro país, agindo e falando em nome do governante do país de origem. Ele é um construtor de pontes. Alguém que trabalha em prol da manutenção e aprofundamento dos relacionamentos entre as partes. Neste sentido, Paulo afirma que todos somos "embaixadores" do Reino dos Céus (cf. 2Co 5:20; Ef 6:20). Ou seja, nossa principal função é levar os homens à compreensão do perdão incondicional de Deus em Cristo Jesus.

 

EMPIRISMO - A palavra portuguesa empirismo  deriva-se do grego empeiria, que quer dizer "experiência", "teste". A forma adjetiva é empeiro que significa "experiente". Como a própria expressão sugere, o empirismo enfatiza a "experiência". Lamentavelmente, uma enorme porção das Igrejas do Brasil estão intimamente relacionadas e dependentes do empirismo, em detrimento do estudo comprometido da Palavra de Deus. Sentir ou não, ver ou não, experimentar ou não, jamais poderá alterar nossa fé, pois segundo as Escrituras, "... não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas" (2Co 4:18, na ARC). Afinal de contas, a fé é "... a certeza de coisas que se esperam, é a convicção de fatos que se não vêem" (Hb 11:1, na ARA)

 

ENCANTAMENTO - Trata-se de uma forma de magia em se faz feitiço contra alguém ou alguma coisa; corresponde ao termo português "despacho", "macumba" (Nm 23:23). Era prática proibida a Israel (Dt 18:11). Em seus primórdios, o Encantamento era um desejo envolto em fortes emoções, expresso por meio de palavras "mágicas". Com o passar do tempo, passou-se a adotar a prática de "amuletos", isto é, de objetos materiais quaisquer, que supostamente seriam eficazes na obtenção de certos benefícios.

 

ENFEITE - Termo que designa um objeto usado para melhorar a aparência das pessoas (Jr 2:32, na ARC). Nos tempos bíblicos os homens usavam turbante na cabeça e nos dedos usavam anéis (Lc 15:22). No pescoço penduravam o seu selo (Gn 38:18). Saul, além da coroa, usava um bracelete (2Sm 1:10). Os sacerdotes usavam roupas e adornos especiais (Êx 28). As mulheres usavam turbante, anéis, colares no pescoço, correntinhas nos tornozelos, pulseiras, brincos nas orelhas e no nariz, fita na testa e véu cobrindo o rosto. Os exageros chegaram a tal nível, que o profeta Isaías (3:16-24).

 

ENTERRO - Cortejo fúnebre (cf. Lc 7:12) e colocação do corpo de um morto na sepultura. O cadáver dos ricos era perfumado com especiarias (Mt 26:12) e enrolado em faixas(Jo 11:44). Parentes, amigos, pranteadores e carpideiras choravam junto com a família (Mc 5:38).

 

ESCATOLOGIA - Estudo dos eventos  que  estão para acontecer, segundo a Bíblia. O termo Escatologia,  deriva-se do  grego  eschatos, "último" e logia, "tratado", "estudo  de  um conjunto de idéias". Em síntese: Escatologia é o estudo das últimas coisas. Os fatos ou eventos que estão acontecendo e que vão acontecer, são parte do eterno plano divino através dos  séculos. Veja-se,  a  título de exemplo os textos a seguir:  Ef  3:11;  Is 46:10; 2Rs 19:25; entre outros. Desta forma, em Escatologia, estudamos parte  desse  plano, principalmente  "as  cousas que brevemente devem  acontecer"  (Ap 1:1).

 

ESCOLASTICISMO - Termo de origem latina scholasticus, que significa "conferencista". O equivalente grego é schole, que originalmente significava "lazer", veio a significar "escola"; isto é, um lugar onde as pessoas têm lazer suficiente para se devotarem aos estudos. Historicamente, porém, o vocábulo Escolasticismo denota o ensino das Escolas Eclesiásticas, fundadas por Carlos Magno, no século VIII d.C. Estas escolas foram fundadas, a fim de restabelecer a erudição cristã, que sofrera um declínio, devido à invasão da Gália. Num sentido mais amplo, Escolasticismo refere-se ao longo período da erudição ocidental, que foi dominada pela Igreja, intensamente controlada pela Teologia e pela Filosofia, desde o século IX até o século XV d.C. Todos aqueles que estavam relacionados com o Escolasticismo, são conhecidos na História como "escolásticos".

 

ESCRAVO - Trata-se de pessoa que não tem liberdade por estar debaixo do domínio de outrem. Nos tempos bíblicos havia escravidão em toda parte. Entre os israelitas os escravos eram bem tratados e tinham a oportunidade de comprar a sua liberdade (Êx 21:5; Lv 25:47-55). Um israelita podia chegar a ser escravo por não poder pagar as suas dívidas (Lv 25:39), por haver roubado e não poder restituir o que roubou (Êx 22:2-3) ou por ter nascido de pais escravos (Êx 21:4). A mensagem do amor de Cristo fez com que a escravidão acabasse nos países cristãos (Ef 6:5-9; Gl 3:28).

 

ESPECIARIA - Título para designar qualquer coisa de cheiro agradável, especialmente planta, usada para dar mais sabor aos alimentos ou bebidas. O cravo, a canela, a pimenta são as especiarias mais conhecidas (Is 39:2; Ap 18:13).

 

ESPíRITO (DO HOMEM) - Em  geral, os escritores bíblicos, especialmente os do AT, não se preocuparam em distinguir o espírito da alma ou  vice-versa. A distinção hoje conhecida, é decorrente da Revelação progressiva de Deus no NT. Os textos de Nm 16:22 e Nm 27:16, nos informam que Deus é o Criador do espírito humano, e que Deus o fez de forma individual. Ele está na parte interior da natureza do homem, e é  capaz de renovação e de desenvolvimento. O espírito é a sede da  imagem de  Deus no homem, imagem perdida com a queda, mas que  pode  ser restabelecida por Jesus Cristo (1Co 15:49; 2Co 3:18; Cl 3:10). O  espírito é âmago e a fonte da vida humana,  enquanto que a alma possui esta vida e lhe dá expressão por meio do corpo. Assim  o espírito é a alma encarnada, ou um espírito  humano  que recebe expressão mediante o corpo. A alma sobrevive à morte, porque o espírito a dota de capacidade; por isso a alma e o espírito são inseparáveis. É  o espírito humano que distingue o homem  das  demais coisas  criadas. Por exemplo, os irracionais possuem  vida  comum (Gn 1:20), mas não possuem espírito como o homem tem. O  espírito é o canal através do qual o homem pode  conhecer  a  Deus e as coisas relativas ao seu domínio  (1Co  2:11; 14:2;  Ef 1:17; 4:23). Assim, quando o Espírito Santo de Deus  Se torna  residente no espírito do homem, torna-Se centro de  adoração,  de oração, cântico, bênção e serviço (Jo 4:23,24;  Rm  1:9;  1Co 14:15; Fp 1:27). O espírito humano, representando a natureza suprema  do homem,  rege a qualidade de seu caráter. Por exemplo, se o  homem permitir que o orgulho o domine, ele tem um "espírito altivo" (Pv 16:18). Conforme as influências respectivas que o dominem, o  homem  pode  ter  um  espírito perverso  (Is  19:14),  rebelde  (Sl 106:33),  de escravidão (Rm 8:15), de inveja (Nm 5:14).  Assim  é que o homem deve guardar o seu espírito (Pv 3:23), dominar o  seu espírito (Ez 18:31) e confiar em Deus para transformar o seu  espírito (Ez 11:19). Quando as paixões más dominam a alma da pessoa, o espírito  é destronado. Ou seja, o homem passa a ser vítima  dos  seu próprios  maus sentimentos e apetites naturais. A este  homem,  a Bíblia  chama de "carnal". O espírito já NÃO domina mais, e  essa condição  é descrita na Bíblia como um estado de morte. É  assim, que  surge  a  necessidade de um "espírito novo"  (Sl  51:10;  Ez 18:31). Somente Deus, que originalmente deu vida ao homem, poderá soprar novamente na alma do homem, influindo nova vida espiritual nela. A este ato a Bíblia chama de "regeneração" (Jo 3:8; 20:22), assunto  largamente analisado quando do estudo de Soterologia  (a Doutrina da Salvação). Quando  assim acontece, o espírito do  homem  novamente ocupa  lugar de destaque em busca da perfeição estabelecida  pelo Senhor Deus, e o homem chega a ser "espiritual".

 

ESPIRITUALIDADE DE DEUS, A - Jesus disse que "Deus é Espírito" (Jo 4:24). Deus  é Espírito com personalidade plena.  Ele  pensa, sente  e  fala,  podendo assim  ter comunhão direta  com  Suas criaturas feitas à Sua imagem. Sendo Espírito, Deus não está  sujeito às limitações, às quais estão sujeitos os homens. Sua Pessoa não Se compõe de nenhum elemento  material, e, portanto, não está sujeita às condições da existência natural. Não pode Ele ser visto com os olhos naturais nem apreendido pelos sentidos humanos. Este ensino não implica em que Deus tenha uma existência indefinida e irreal, pois Jesus Se referiu à "forma de Deus" (Jo 5:37; Fp 2:6). Deus é uma Pessoa real, mas de natureza tão infinita que não se pode descrevê-lO plenamente. Deus é insondável e inescrutável. O patriarca Jó perguntou certa vez: "Porventura... penetrarás até à perfeição do Todo-Poderoso?"  (Jó 11:7). A nossa resposta só pode  ser: "Não temos com que tirar, o poço é fundo", usando a resposta da mulher samaritana (Jo 4:11).

 

ESSÊNIOS - Nome de uma seita religiosa existente no tempo de Cristo. Eram mais ou menos quatro mil homens que seguiam com muito rigor a lei de Moisés. Alguns moravam em cidades, mas a maioria vivia em comunidades, no deserto de En-Gedi. Os essênios não são mencionados na Bíblia.

 

EUCARISTIA - Do grego eucharisteo, cujo significado primordial é "dar graças", "ação de graças". Designação que os católicos e alguns evangélicos dão à Ceia do Senhor. O verbo grego aparece na narrativa da Ceia (dando graças - Mt 26:27).

 

EUTIQUIANISMO - Eutiquianismo  é  o termo utilizado para  descrever  as idéias  cristológias heréticas defendidas por Eutiques ou  Eutíquio (cerca de 450 d.C.). Eutiques era arquimandrita (Na Igreja Oriental, um  arquimandrita  era  o chefe de um ou mais mosteiros. O  título  era dado  também aos padres celibatários distinguidos de um  mosteiro fora de Constantinopla na primeira metade do século V d.C.).  Eutiques gozava não apenas de grande influência, mas também de  importantes  amizades, como por exemplo com Crisáfio, importante  e influente clérigo daqueles dias. Eutiques era homem de pouca competência teológica, partidário do falecido Cirilo de  Alexandria. Eutiques,  pois, veio a se tornar conhecido por seu apoio  às  idéias chamadas, coletivamente, Eutiquianismo. Eutiques  dizia que Cristo era de duas naturezas  antes da Encarnação, mas que passara a ser de uma única natureza após a mesma. Segundo ele, entretanto, a Humanidade de Cristo não era da mesma essência que a nossa. O Eutiquianismo negava, pois, tanto a dupla  natureza de Cristo como a Sua devida Humanidade,  dando  a entender com isto que defendia a idéia de que o próprio Deus pôde ser tentado, sofrer e morrer. Eutiques  foi acusado de heresia pelo bispo Eusébio  de Doriléia. Flaviano interveio com grande relutância, evidentemente consciente  dos problemas que poderiam levantar. Entretanto,  num sínodo local em Constantinopla, em novembro de 448 d.C., Eutiques foi  examinado e condenado como heresiarca. Sua heresia pode  ser resumida  na seguinte declaração a ele atribuída:  "Confesso  que nosso Senhor era de duas naturezas antes da união (isto é, a  encarnação, mas de uma só natureza depois dela." A idéia eutiquianista foi finalmente declarada herética quando do Concílio de Calcedônia (451 d.C.) e Eutiques foi  Então desligado de suas funções. Entretanto,  as idéias do Eutiquianismo  continuaram  a receber apoio na Igreja Egípcia e reapareceram na moderna heresia chamada  monofisismo ("monofisismo" (do grego, mónos,  "único"  e phúsis, "natureza"), é o vocábulo utilizado para descrever o  ensino  que afirma que Cristo possui uma única  natureza  composta, sem qualquer distinção entre o divino e o humano), defendida  pelos  jacobitas sírios, pelas igrejas cópticas, abissínia e  armênia.

 

EVANGELISTA - Primariamente, este vocábulo refere-se aos escritores de cada um dos Evangelhos. Trata-se de termo originário do grego euangelistas. São aquelas pessoas levantadas por Deus para a Obra do Ministério no que concerne à pregação do Evangelho, no poder do Espírito Santo. A Igreja que não souber identificar e valorizar os seus Evangelistas, poderá experimentar a inércia, tornando-se completamente estática, sem nenhum crescimento e indiferente à obra missionária. A importância do Evangelista, pode ser medida pelas palavras de Paulo aos Romanos (Rm 10:17): "De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus." E ainda pela gravidade da indagação que ele mesmo havia feito em Rm 10:14: "Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?".

 

EVOLUCIONISMO - Quanto  tratamos de estudar sobre a criação  do  homem, fatalmente  estaremos nos vendo na necessidade de enfocar a  respeito  da Teoria da Evolução, pois conforme poderemos  verificar, essa doutrina choca de frente com o ensino bíblico acerca da origem do universo e do próprio homem.         A  Bíblia ensina claramente a doutrina de  uma  criação especial,  ou seja, que Deus criou cada criatura "conforme a  sua espécie". Isto quer dizer que cada criatura, seja homem ou  mesmo os animais, foram criados como os conhecemos hoje. Apesar da visão criacionista, no decorrer dos séculos, mais principalmente no século passado, vãs filosofias, falsos ensinos e teorias meramente humanas têm procurado lançar dúvida sobre o  relato bíblico da criação. Entre essas, destaca-se  a  Teoria Evolucionista, concebida e largamente difundida pelo  naturalista inglês  Charles Darwin (1809-1882). Não obstante Darwin antes  de morrer,  tenha abandonado esta teoria, ainda hoje ela é muito  aceita, principalmente nos meios acadêmicos.

 

EXEGESE - O termo Exegese vem do grego, ex, "fora" ou "para fora" e  agein,  "guiar", ou seja, "liderar" ou "explicar".  A palavra portuguesa Exegese é usada para indicar "narrativa",  "tradução" ou "interpretação". Exegese, portanto, e a arte e ciência   de explicar e comentar um texto  segundo a Hermenêutica e os cânones da crítica. Sendo a Bíblia um Livro de tão ampla difusão, em países de culturas tão diversas da  palestiniana, em tempos tão afastados daqueles em que  foram escritas  as  suas várias partes, que se  requer um cuidado especial não só de tradução, mas especialmente de comentário e explicação. Este imperativo evidente determinou a criação e o desenvolvimento da Exegese como ciência. Dentro  do contexto teológico, a ênfase recai  sobre  a interpretação de modos formais de explicação que podem ser  aplicados a algum texto, a fim de compreender o seu sentido. Na  linguagem  técnica, a Exegese aponta para a interpretação de  alguma passagem  literária específica, ao mesmo tempo em que os  princípios gerais aplicados em tais interpretações, são chamados Hermenêutica.  Ou seja, os princípios  de interpretação são denominados Hermenêutica e à interpretação propriamente dita, chamamos Exegese. Ou seja, para se chegar a uma  Exegese, faz-se necessário a utilização de recursos hermenêuticos.

 

EXPIAÇÃO - No hebraico, o termo "expiação" é kaphar. Segundo a definição dos estudiosos, significa "cobrir". Este conceito está descrito em textos como Sl 32:1 e 85:2, no texto hebraico. Além disto, a palavra "expiação" é definida  como: "aplacar", "apaziguar", "perdoar", "purificar", pacificar", "reconciliar por". Também está relacionado com a idéia de se reconciliar antigos inimigos. O sangue do sacrifício cobre ou paga pela transgressão que separava as partes, que agora são reconciliadas (e.g. Rm 5:10). Para uma melhor compreensão da Expiação, veja o verbete "Dia da Expiação".

 

EXPIAÇÃO, DIA DA - O Dia da Expiação era o celebrado no décimo dia do sétimo mês judaico, Ethanim. Seguia um rígido padrão de eventos. Era o único dia no ano em que alguém podia entrar no Santo dos Santos (veja Hb 9:7). Qualquer infringência às regras tinha como penalidade a morte. A título de exemplo do perigo que isto envolvia, leia Lv 10:1, quando os filhos de Arão foram mortos no lugar Santo por usarem um fogo não autorizado em seus incensários. E isso se deu no Santo Lugar; imagine no Santíssimo! Em virtude deste fato, o Senhor prescreveu detalhes, para evitar reincidências desse fato (Lv 16:2). Alguns eruditos são da opinião de que este seja a razão das "campainhas" que faziam parte do vestuário do sumo sacerdote (cf. Êx 28:31-35). Outros advogam a idéia de que, ao entrar no Santíssimo, o sumo sacerdote era envolvido numa corda, para o caso de entrar ali em pecado e morrer. Neste caso, a corda serviria para puxá-lo, sem necessidade de entrar. Esta entrada solene acontecia apenas uma vez ao ano. Duas vezes, neste dia especial, o sumo sacerdote entrava com o sangue de um sacrifício. Primeiramente, ele entrava pelos seus próprios pecados, e, em seguida, pelos pecados do povo. Levava  o  sangue de touros e bodes, e espargia o sangue sobre o propiciatório. Eram ritos que apontavam para o Sacrifício Perfeito de Cristo (Hb 3:1; 4:15,16). Um fato que não podemos esquecer, é que segundo a prescrição bíblica, era preciso derramamento de sangue, pois "sem derramamento de sangue não há remissão" (cf. Hb 9:22). O Dia da Expiação foi instituído para se lidar com os dois aspectos do pecado: a penalidade e a culpa. Em primeiro lugar, há uma penalidade para a qual um pagamento precisa ser feito (Ez 18:20; Rm 6:23). Em segundo lugar, há a culpa e a memória, que também precisam ser resolvidas. Na Antiga Aliança, no Dia da Expiação, o sumo sacerdote Arão deveria oferecer o touro como sua própria oferta pelo pecado, para fazer expiação por si próprio (cf. Lv 16:6). Ele precisava espargir o sangue deste touro sobre o Propiciatório, no Santo dos Santos para si próprio antes de entrar pelos pecados da nação (cf. Lv 16:14,15; 17:11; Hb 9:7). Com relação à questão da culpa, veja Hb 9:14: "Quanto mais o sangue de Cristo... purificará e limpará as vossas consciências...?" É maravilhoso sabermos que os nossos pecados podem ser perdoados porque um sacrifício de sangue foi feito para pagar pelos nossos pecados. No entanto, precisamos também saber que os nossos pecados estão esquecidos, de forma a não vivermos sob o pesado fardo da culpa, da vergonha, e da condenação, que são resultantes de nossos pecados (cf. 1Jo 3:21).

 

FEITIÇARIA - Do grego pharmakeia, que pode significar "feitiçaria" ou "artes mágicas". Trata-se da designação usada para denotar uma forma de magia, na qual se usam certos atos e palavras e a invocação de espíritos ou demônios a fim de prever o futuro ou controlar pessoas ou acontecimentos. É prática proibida na Bíblia (e.g.1Sm 15:23; Gl 5:20).

 

FILACTÉRIO - Termo que se utiliza para designar uma tira em que se escreviam certos textos da Lei, usada na fronte ou nos braços (Mt 23:5). O filactério usado na fronte continha quatro compartimentos. Em cada um deles se colocava uma passagem da Bíblia (Êx 13:2-10; 13:11-17; Dt 6:4-9; 11:13-21). Os filactérios eram usados nas horas de oração da manhã.

 

GABRIEL - Vocábulo hebraico formado por geber, "varão" e El, forma abreviada de Elohim, "Deus"; portanto, "homem de  Deus". Embora um grande número de pessoas o considerem como um "Arcanjo", em parte alguma das Escrituras encontramos qualquer vestígio desta possibilidade. No  AT,  Gabriel aparece apenas em Daniel, e  ali  como mensageiro  celestial  que surge na forma de um homem  (Dn  8:16; 9:21). Suas funções são: revelar o futuro ao interpretar uma  visão  (Dn 8:17), e dar entendimento e sabedoria ao próprio  Daniel (Dn 9:22). No NT, Gabriel surge somente na narrativa de Lucas  que descreve o nascimento de Cristo. Ali, ele é o mensageiro  angelical  que anuncia grandes eventos: o nascimento de João (Lc  1:11-20) e de Jesus (Lc 1:26-38). Outro fato de relevância é que Gabriel é apresentado como aquele que "assiste diante de Deus" (Lc 1:19). Destes casos, conclui-se  que Gabriel  é o portador das grandes mensagens divinas  aos  homens. Portanto, Gabriel é o "anjo mensageiro" e Miguel o "anjo guerreiro".

 

GNOSTICISMO - A palavra "Gnosticismo", vem do termo grego gignoskein, "saber",  referindo-se a um movimento que se dizia portador de um genuíno e maior conhecimento, por meio do qual, segundo seus  adeptos criam, poderia ser obtida a salvação. Assim como as religiões misteriosas dos gregos, o Gnosticismo  reivindicava  possuir uma sabedoria esotérica, que era restrita aos "iniciados". Segundo eles, os homens pertenceriam a três classes ou categorias: a) os  hílicos, isto é, os "presos à matéria", estando sempre sujeitos  ao mal, às astúcias de Satanás, às influências do reino das  trevas, incapazes  de receber a redenção; b) os psíquicos, ou seja,  aqueles que estariam sujeitos a uma redenção inferior por meio da fé,  na qual incluíam os profetas do A.T., os homens bons de toda  sorte, porém  todos destituídos da glorificação mais elevada, que  seria reservada  aos; e c) pneumáticos, que seriam os homens  verdadeiramente "espirituais", ou seja, eles próprios, aos quais se destinava  os paroxismos da glória ou a redenção máxima, a "gnosis" ou  "conhecimento"  de  cujo termo deriva a palavra  Gnosticismo. Quanto à Pessoa de Jesus Cristo, os gnósticos acreditavam  que Ele não era o Verbo Encarnado, mas apenas um  dentre  os muitos "aeons" ou encarnações angelicais. Antes, seria um  "aeon"  que  participava,  em parte, da essência divina e  dos  atributos divinos. Seria um dentre os muitos salvadores ou pequenos deuses, mas  em  sentido algum seria divino como Deus é  divino.  Segundo eles, o fato de que os "aeons" podiam ter contato com a matéria, que  para  eles era o princípio mesmo do  mal,   demonstrava  que Cristo  não seria um "aeon" muito elevado, pois criam que  nenhum "aeon", muito menos o Verbo divino (a primeira emanação  divina), poderia encarnar-se, pois isto envolveria corrupção do mal.  Conforme Saturnino, um dos expoentes do Gnosticismo ao lado de  Marcion, Jesus Cristo "...não nasceu, não teve corpo nem forma,  mas foi visto em forma humana em aparência. O Deus dos judeus, segundo  ele,  era um dos sete anjos... Cristo veio para  aniquilar  o Deus dos judeus e para salvar os que nele acreditassem..." Os gnósticos também negavam a validade da Expiação pelo Sangue  de Jesus. Segundo eles, Jesus teria recebido  esse  poder por  ocasião do Seu batismo, mas este O abandonara quando de  Sua crucificação. Por este motivo, não criam também que a morte  de Jesus tenha sido o elemento essencial de Sua missão.  Para eles,  Cristo  veio "por meio da água" (o batismo), mas  não  por meio do sangue (a expiação na cruz). As descrições sobre o Gnosticismo, em Colossenses e nas Epístolas Gerais, nos fornecem boa compreensão sobre a maneira de pensar  dos mestres gnósticos, que tinham penetrado nas  fileiras cristãs. Nesse sistema, Jesus  era, pois, relegado a uma posição de mera Emanação  dentre inúmeras outras, e Paulo enfaticamente  demonstra  em seus escritos que Ele É a pleroma, isto é, a "inteira  plenitude" de Deus. Oito livros do N.T. combatem o Gnosticismo que assediou a Igreja pelo espaço de 150 anos: as três Epístolas de João,  Colossenses, Judas, e algumas passagens de Efésios, do Evangelho de João e do Apocalipse.

 

GRAÇA - Vocábulo de origem grega, charis. Trata-se de um atributo natural de Deus, que é demonstrado em Seus atos para com Suas criaturas. Ele é a "própria Graça", mais amável e adorável. Portanto, Graça, trata-se de um caráter expressivo relacionado com a própria natureza de Deus. No  contexto  da doutrina da salvação, a  graça  divina deve  ser abordada sob duplo aspecto: 1) como favor imerecido  da parte de Deus para com todos os pecadores, indistintamente; e  2) como  poder restringidor do pecado, operante na Reconciliação  do homem com Deus, e na santificação do crente. Não  se deve confundir a graça de Deus como  "obrigação moral"  divina a constrangê-lO a fazer alguma coisa  contrária  à Sua  natureza santa. Nada, a não ser o amor e a  misericórdia  de Deus, poderá ser estabelecido e aceito como lei,  constrangendo-O a  arrancar o pecador do estado no qual se encontra (cf. Jo 1:16).

 

 

 

 

 

 

 

 

HAMARTIOLOGIA - Termo originário da língua grega hamartia, "pecado" e logia, "estudo", "dissertação". Uma vez que as   Escrituras   Sagradas   destacam   dois   grandes princípios  morais mediadores do comportamento do homem em relação a Deus: a santidade e o pecado, estes princípios precisam ser alvos de nossa mais acurada investigação. Assim sendo, a Hamartiologia se ocupa de estudar a Doutrina do Pecado em todos os seus aspectos. Uma vez que na esfera moral, a santidade corresponde ao bem, e o pecado corresponde ao mal, todos os demais princípios ou qualidades morais podem ser classificados de maneira a se identificarem com a santidade e o bem, ou com o pecado e o mal. Por essa razão, a Hamartiologia recebe atenção especial dentro da Bíblia, pois analisa o pecado: sua origem, suas causas e conseqüências, bem como sua natureza essencial.

 

HEBRAÍSMOS - Termo usado para designar certas expressões aparentemente obscuras, que ocorrem em  nossas traduções da Bíblia, que originalmente foi escrita  em hebraico e em grego. Para melhor compreensão, veja os exemplos:  1) era um costume judaico, chamar a uma pessoa, filho da coisa que de um modo especial a caracterizava; por exemplo, ao homem pacífico e bem disposto se chamava filho da  paz; ao iluminado e entendido filho da luz; aos desobedientes,  filhos da desobediência, etc. (e.g. Lc 10:6; Ef 2:2; 5:6; e 5:8); 2) as  comparações eram expressas às  vezes,  mediante negociações, como, por exemplo, ao dizer Jesus: "Qualquer que a Mim  me receber, não recebe a Mim, mas Ao que Me enviou" (Mc 9:37); o  que equivale  à nossa maneira de dizer: "o que me recebe,  não  recebe somente a mim,  mas também ao que me enviou". Outro exemplo: "...não mentiste  (somente) aos homens, mas a Deus (At 5:4). Veja ainda Ef 6:12. Outra variação de hebraísmo, é o fato de se valer do nome dos pais  para denotar  seus  descendentes, como, por exemplo, ao  dizer-se em Gn 9:25:  "Maldito seja Canaã", em lugar dos descendentes de  Canaã (claro, com exceção dos descendentes justos).  Muitas vezes usa-se  também o nome de Jacó ou Israel para  designar  os israelitas, isto é, os descendentes de Israel (cf. Gn 49:7; Sl 14:7; 1Rs 18:17,18).

 

HEBREU - Designação que se aplica a Abraão e aos seus descendentes (Êx 3:18). É sinônimo de israelita. A primeira pessoa a ser chamada de "hebreu" foi Abraão (Gn 14:13). Há três explicações para a origem dessa palavra: a) deriva-se de Habiru; b) vem de Héber; c) origina-se da raiz hebraica que quer dizer "atravessar", isto é, o morador do leste do Eufrates referindo-se ao morador de Canaã, que havia "atravessado para o outro lado" daquele rio.

 

HERESIA - A palavra portuguesa heresia, deriva-se do vocábulo grego, hairesis, "escolha",  "tomar para si mesmo"). Este termo é usado para referir-se a um grupo  de  pessoas, que tendo aceitado uma má ou errônea doutrina, deram origem a  uma "seita", ou uma "facção". Quase sempre, o surgimento de uma heresia é devido a uma falsa interpretação de determinados versículos bíblicos, isolados dos contextos nos quais estão inseridos. Obviamente, existe um número vastíssimo de Heresias. Neste Dicionário, você poderá conhecer algumas dessas Heresias, consultados os verbetes .

                       

HERMENÊUTICA - A  palavra "Hermenêutica", vem do grego  hermeneutikos, que significa "interpretação", ou "arte de interpretar". Hermeneutes significa "intérprete". Essa palavra deriva-se do nome de Hermes, que era tido como o mensageiro divino  e intérprete dos deuses, o deus da eloqüência,  que os gregos chamavam de Mercúrio. Desta forma, então, podemos definir a Hermenêutica como a ciência das leis e  princípios  da interpretação  e  explanação. Em relação aos estudos  bíblicos  e teológicos  o principal aspecto desse estudo diz respeito à  compreensão das Escrituras Sagradas, e por que meios essa  compreensão deve ser atingida. A Hermenêutica deve ser estudada,  logicamente, antes da Exegese, a qual vale-se dos princípios  hermenêuticos em suas investigações e conclusões.

 

HIERÓGLIFO - Nome que se dá a figura que servia como letra na escrita dos antigos egípcios.Nessa escrita eram usadas umas 700 figuras ou sinais diferentes. Cada figura ou sinal era uma expressão não-fonética de realidades, situações, histórias, eventos, epopéias, etc.

 

HINO - Poesia musicada usada nas reuniões de adoração a Deus e na devoção particular. O livro dos Salmos era o hinário de Israel e da Igreja cristã. O hino cantado após a ceia (Mt 26:30) foi o Halel (Sl 113-118). Lucas registra quatro hinos cristãos, os hinos do Advento, conhecidos pelos seus títulos em latim: o Magnificat ("engrandece" - Lc 1:46-55); o Benedictus ("bendito" - Lc 1:68-79); o Nunc Dimittis ("agora despedes" - Lc 2:29-32); e o Gloria in Excelsis ("glória nas alturas" - Lc 2:14). Há citações de hinos, aparentemente, em Ef 5:14, Fp 2:6-11, 1Tm 1:17; 3:16; 6:16; 2Tm 4:18.

 

HISTÓRICO, ARGUMENTO - Trata-se de outro dos argumentos racionais da existência de Deus. Sua exposição é a seguinte: entre todos os povos e tribos da terra é comum a evidência de que o  homem é um ser potencialmente religioso. Sendo universal este fenômeno, isto é parte constitutiva do homem. E se a natureza  do homem tende à prática religiosa, isto só encontra explicação em um  Ser superior que originou uma tal natureza que sempre  indica ao homem esse Ser superior. É aqui que milhões de pessoas, por ignorarem o único e verdadeiro Deus se entregam à prática de religiões as mais exóticas e estranhas. É o anseio da alma  na busca  do  Criador que ela ignora, por dele ter se  afastado  (Rm 1:20-33).

 

HOLOCAUSTO - Tipo de sacrifício no qual a vítima era completamente queimada em sinal de que o ofertante se dedicava completamente a Deus (Êx 29:18; Hb 10:6).

 

HOMEM - O  vocábulo  português "homem" (gr. antropos),  vem  do latim  homo,  palavra que na opinião de alguns  eruditos  vem  de "humus",  terra. No hebraico, a língua original do AT, encontramos adam, nome dado ao primeiro homem, Adão, vocábulo  que pode ser traduzido como "aquele que tirou sua  vida  da adamah",  ou seja, da terra. Esta interpretação parece  razoável, principalmente quando a analisamos à luz da sentença divina  proferida contra o homem, após sua queda: "...tu és pó e ao pó  tornarás" (Gn 3:19).

           

HOMEM, CORPO DO - Das  três  entidades constitutivas do homem, o  corpo  é aquele  do  qual a Bíblia menos fala. No entanto, sabemos  que  o corpo  humano é o instrumento, o tabernáculo (habitação  temporária), a oficina do espírito, a bainha da alma. Ele é o meio  pelo qual  o espírito se manifesta e age no mundo visível e  material. Pelo  corpo o homem pode ver, sentir e apalpar o que está ao  seu redor. As  impressões vêm do mundo exterior pelo corpo,  porém elas    têm significação quando reconhecidas e  atendidas  pelo espírito.  Diante disto, se pode entender que o espírito é o agente,  enquanto que o corpo é a agência. A Bíblia chama o corpo do homem de "casa", "tabernáculo" e "templo" (1Co 6:19; 2Co 5:1-4). No  entanto,  as Escrituras Sagradas não  apresentam  o corpo  do homem em termos negativos. Pelo contrário, em toda  a parte,  a  Bíblia trata do corpo do homem como obra das  mãos  de Deus, que deverá ser apresentado a Deus (Rm 12:1) e que deve  ser usado para a glória de Deus (1Co 6:20). Uma coisa de suma  importância  a ser observada é o seguinte: porque o livro de  Levítico trata  de forma tão acentuada de leis que governam a vida  física dos  israelitas?  Obviamente, para ensiná-los que o  corpo,  como instrumento da alma e do espírito, deve conservar-se forte e santo. Evidentemente,  o corpo é terreno (1Co 15:47),  e  como tal, um corpo de humilhação (Fp 3:21), sujeito a enfermidades e à morte (1Co 15:53), de maneira que gememos por um corpo celestial (2Co 5:2). Mas, na vinda de Cristo, o mesmo poder que vivificou a alma,  transformará o corpo, completando assim a Redenção do  homem.  E a garantia de que essa mudança ocorrerá é o Espírito  que nele habita (Rm 8:11; 1Co 5:5).

 

HOMILÉTICA - Podemos definir a Homilética como a ciência que se ocupa da pregação cristã. Esse termo vem da língua grega he homilia. O verbo grego homilein era usado pelos gregos sofistas para expressar o sentido de “relacionar-se”, “conversar”. He homilia designa especialmente no NT o “estar juntos”, o “relacionar-se”, e, nos primeiros séculos da era cristã, o termo passou a ser usado para denominar a “arte de pregar sermão”. Daí deriva o sentido do termo “homilética” e suas formas de expressão. A tarefa, pois, da Homilética, não se limita apenas a princípios teóricos, mas concentra-se principalmente no sentido prático. Entre os gregos, era chamado Retórica; entre os romanos, Oratória.

 

HONRA - Termo originário do latim honoris. São quatro as suas principais utilizações nas páginas da Bíblia. Em primeiro lugar, era usado para expressar o respeito próprio que resulta em um bom nome e na estima pública (Pv 3:35; Rm 2:7). Também poderia dizer respeito à uma homenagem às qualidades de alguém (Et 6:3; Rm 13:7). Também pode significar salário (cf. 1Tm 5:17, na ARC), sendo que foi deste termo que se originou o vocábulo honorário. Finalmente, honra pode estar relacionado com preferência, estimando aos outros acima de nós mesmos (Rm 12:10). 

 

HORAS - Termo usado para designar as frações de tempo que correspondem à vigésima quarta parte de um dia. A palavra "dia" (heb. yom), nas Escrituras, indica o período em que a terra é iluminada pelo sol: é o dia claro. Mas pode indicar também o dia completo, de vinte e quatro horas. O "dia claro" dos judeus, em contraste com a noite, era dividido em 12 horas, as quais eram contadas desde o nascer até o pôr-do-sol (cf. Jo 11:9). Assim sendo, em Mt 20:1-10, "terceira hora", corresponde a nove horas da manhã; "sexta hora", ao meio-dia; "nona hora", às três da tarde; e "décima primeira", às cinco da tarde. Em At 23:23 a "terceira hora da noite" corresponde às nove da noiite. No entendimento judaico, o dia completo, de 24 horas, ia de um pôr-do-sol ao outro. Os judeus dividiam as horas da noite em três vigílias de quatro horas cada uma (Lc 12:38). Os romanos, por sua vez, contavam quatro vigílias de três horas cada (Mt 14:25).

 

IGREJA - A palavra Igreja é de origem grega, formada pela preposição: ek, "para fora" e o substantivo kletos "chamados", ou seja "chamados para fora". Noutras  palavras,  o verbo grego ekkaleo, significa chamar à parte, um  corpo escolhido e separado duma grande massa de gente. No  uso clássico, ekklesia designa uma   assembléia legal,  em uma cidade grega, convocada por um arauto, formada  de todos  os que possuíam o direito de cidadania para tratar de  assuntos   públicos,   ou   seja,  uma   espécie   de   "assembléia legislativa".  Na famosa versão da Bíblia para os judeus de fala  grega,  a Septuaginta, o termo ekklesia é a tradução usual do  termo hebraico  kahal, que denota a multidão inteira de qualquer  povo, unido  pelos vínculos de uma sociedade, e constituindo uma  república ou estado. Em sua significação ordinária, o termo pode  ser definido como uma assembléia ou convocação do povo de Israel. O  termo ekklesia aparece no NT cerca  de 115 vezes. Destas, três se referem à congregação hebraica do  Senhor (kahal), três outras vezes se referem à assembléia grega;  e 110 vezes, à Igreja Cristã. No NT, o termo ekklesia designa uma assembléia específica e local de crentes (Mt 16:18), organizados para cultuar o Senhor, para o ensino das doutrinas, ordenanças e disciplina do Evangelho,  unidos sob um pacto especial com Cristo e entre si. Também denota a totalidade do Corpo dos escolhidos nos Céus e na terra (Mt 18:17); ou seja, todos quantos foram alcançados pela graça de Deus, que os faz membros do Reino Eterno de Cristo. A Igreja pode  existir independentemente  de  ter ou não uma forma vista  pelos  homens, pois ela é tanto visível (militante), quanto invisível (triunfante). A Igreja invisível se compõe de todos os que estão unidos  a Cristo.  É um organismo  eterno. Os seus membros são conhecidos por Deus, ainda que não seja  possível serem conhecidos totalmente pela vista humana. A  Igreja visível compõe-se de todos os  que  professam estarem unidos a Cristo; aqueles que têm os seus nomes  arrolados nos  livros de registro das suas respectivas congregações. Não  é sem  certo  constrangimento que afirmamos que muitas  vezes  pode ocorrer da pessoa ter seu nome arrolado entre os membros da Igreja visível, sem contudo tê-lo escrito no Livro da Vida do Cordeiro.

 

IMAGEM E SEMELHANÇA - Segundo o ensino claro das Escrituras Sagradas, o homem foi criado segundo um Tipo Divino. Sua criação difere totalmente dos demais seres vivos, sobre os quais lemos que Deus  os criou  "segundo a sua espécie" (cf. Gn 1:25). Ou seja, eles  possuem formas  tipicamente próprias de suas espécies. No entanto, com relação à criação do homem foi diferente, pois Deus disse:  "Façamos o  homem à nossa imagem, conforme a nossa  semelhança..." (cf. Gn 1:26).  Imagem (heb. selem) e semelhança (heb. demut) são expressões completamente diferentes e com significados especiais. Mas, o que vem a ser exatamente "imagem e semelhança"? O homem como "imagem de Deus", é um ser racional e  moralmente  responsável. Como "semelhança de Deus", ele  se  parece com o Criador em sua natureza mental. No entanto, dizer que o homem foi criado "semelhança de Deus", não é a mesma coisa que dizer que o homem foi criado exata e  absolutamente igual a Deus. Primeiro, porque o homem  foi feito  corpo visível e palpável, enquanto que "Deus  é  Espírito" (cf.  Jo  4:24). Segundo, porque homem algum pode alcançar  e  se tornar  detentor  em  si mesmo da  absoluta  perfeição  do  Todo-Poderoso.  Quanto  a este particular, pergunta  o  patriarca  Jó: "Porventura alcançarás os caminhos de Deus ou chegarás à  perfeição do Todo-Poderoso?" (Jó 11:7). Somente Jesus Cristo, o segundo Adão, possui em Si mesmo  o resplendor da glória e a expressão exata de Deus (Hb  1:3). Só  Ele  é  em Si mesmo a "...imagem do  Deus  invisível..."  (Cl 1:15).

 

IMPOSTO - Contribuição obrigatória em dinheiro que os governos exigem de pessoas ou instituições e que usam para o bem público (1Rs 12). Os Selêucidas e os Romanos cobravam impostos dos judeus (Mt 17:24-27; 22:15-21; Rm 13:7).

 

INIQÜIDADE - Termo de origem hebraica, avon, “culpa”, “iniqüidade”, correspondendo ao grego adikia. No grego, o termo dikaios, que também pode significar "justo", "reto", é usado em relação ao Senhor Jesus Cristo e Seu caráter santo (cf. 1Jo 2:1). Portanto, iniqüidade é "falta de integridade", "inobservância das leis divinas", "afastamento dos propósitos de Deus", "culpa", "defeito", "reprovação divina". Trata-se da falta de retidão moral, da falta de conformidade com os propósitos de Deus e uma rebeldia contra os princípios de Sua Palavra.

 

ISLAMISMO ­- O Islamismo surgiu a partir das experiência místicas de Maomé  (570-632 d.C.). Maomé encontrava-se numa caverna, fora  de Meca,  (610 d.c.), num local chamado Hira. Subitamente,  uma  voz foi claramente ouvida por ele, que dizia: "Lê em nome de teu  Senhor,  que te criou". Maomé era analfabeto, porém essa  voz  soou como se fossem sinos que reverberaram e logo foi identificada com a voz da anjo Gabriel. A seguir, Maomé teve várias  experiências místicas e assim nascia o Islamismo, com os que aceitaram as suas revelações  e sua autoridade, oito no total, no seu primeiro  ano de  missão. No terceiro ano, somavam-se vinte. Atualmente,  conta com trezentos milhões de adeptos e tem-se mostrado fortaleza  desafiadora   para  o  Evangelho  de  Cristo.  Oremos  pelo   mundo islâmico! A Teologia Islâmica está baseada no Alcorão (árabe  qura),  o Livro Sagrado do Islamismo, tido como eterna  palavra  de Deus que o anjo Gabriel teria entregado a Maomé, em 622 d.C. Acerca  da Pessoa de Deus (Alá), o Islamismo  ensina  o monoteísmo  absoluto, não admitindo absolutamente a  doutrina  da Trindade. O mundo islâmico tem se constituído num grande  desafio missionário  para a Igreja do último século do  segundo  milênio. Naturalmente,  esse desafio é corroborado por questões  de  ordem cultural, mas o maior agravante é a questão teológica. Desta forma,  optamos por deixar para este último item do presente  trabalho,  para uma breve, mas concisa exposição sobre a visão  que  o Senhor Jesus Cristo desfruta nas tradições islâmicas. Nos  escritos  islâmicos, Jesus é chamado de  `Isa  ibn Maryam,  ou seja, "Jesus, filho de Maria", ao que  usualmente  acrescentam  Al Masih, "o Cristo". Nesses escritos, três  questões são destacadas: o nascimento e os poderes miraculosos de Jesus; a vida ascética exemplar de Jesus; e Seu papel escatológico no  esquema religioso das coisas. Naturalmente,  essas tradições islâmicas  pertencem  ao Alcorão.  No  Alcorão, Jesus aparece apenas como um  ser  humano, isto é, totalmente destituído de divindade. No Islamismo,  chamar alguém de Deus ou afirmar-se que Deus teve um Filho é a pior  heresia e blasfêmia. No entanto, o Alcorão apresenta Jesus como  um homem  sobre o qual repousava grande porção do Espírito de  Deus. Jesus aparece ali como "o porta-voz do Injil" (evangelho). Assim, uma  boa porção do Novo Testamento foi incluída no  Alcorão  como material digno de fé e de ser posto em prática. Jesus é considerado pelo Islamismo como a maior figura, depois do último e maior de todos os profetas históricos,  o  penúltimo  de uma série de grandes reveladores, da qual Maomé  é  o último.  Jesus é retratado como Quem foi elevado aos céus, em  um momento  de crise sem ter sofrido a crucificação. Seu  nascimento virginal não é negado, tornando-se elemento de peso nas tradições islâmicas.  Adornos tomados por empréstimo de apócrifos  do  Novo Testamento fazem parte desta documentação. Nas  tradições islâmicas existem elementos  por  demais curiosos. Por exemplo, elas contam como Jesus foi capaz de tingir vestes  com dez cores diferentes de tintas, mergulhando-as em  um único tanque. Em um outro relato, Jesus é apresentado a transformar  um  grupo de crianças inconvenientes em suínos,  para  então ordenar  que  os porcos se fossem da Sua presença!  Compare  este relato com o relato canônico de Mt 19:14. Finalizando,  podemos resumir dizendo que a  figura  do Senhor  Jesus  Cristo não goza de uma visão  uniforme  dentro  do Islamismo. Nas tradições islâmicas, Ele é apresentando "...  como uma poderosa figura escatológica que haverá de vindicar a fé  dos muçulmanos,  tornando-a a fé suprema entre todas as religiões  do mundo..."  No entanto, alguns movimentos dentro do Islamismo  têm pregado  que Jesus foi sepultado em Casemira como um homem de  avançada idade. Quanto  ao  pecado, no Islamismo há os  pecados  graves (kabira) e os pecados leves (saghira). Há um pecado  imperdoável, shirk,  que  segundo eles, é o pecado da heresia  de  associar-se alguém a Deus. Esse é o fator de maior dificuldade para  penetração da fé em Cristo Jesus, O Filho Unigênito de Deus. Sobre  a salvação, o islamismo é  essencialmente  auto-soterista.

 

 

 

 

JEJUM - Prática bastante conhecida nas Escrituras, que consiste em deixar de se alimentar por um certo período de tempo (e.g. 1Rs 21:9). Como prática religiosa, deve ser voluntário, exigindo pureza de vida (cf. Is 58:3-7), excluindo qualquer forma de ostentação ou publicidade (Mt 6:16-18). Segundo se observa no NT, em ocasiões ou situações especiais, a Igreja, seguindo o modelo judaico, era convocada para jejuar (e.g. At 13:2-3; 14:23).

 

JUDAÍSMO - Nome pelo qual é conhecido o sistema religioso praticado pelos judeus (Gl 1:13-14). Seus ensinamentos procedem do AT, de tradições orais antigas e do Talmude. O conjunto de seus ensinamentos e práticas começou a formar-se no período do Cativeiro, desenvolvendo-se completamente no Período Intertestamentário.

 

JUDAIZANTE - Termo usado para designar um judeu-cristão do primeiro século do Cristianismo, que insistia na necessidade da observâncias dos preceitos judaicos, em especial, a Circuncisão. Embora o termo "judaizante" não ocorra no NT, as atividades deles são mencionadas em vários lugares (e.g. At 15).

 

JUSTIÇA - Na língua grega, dike. É um dos atributos morais de Deus através do qual, ao tratar com as pessoas, Deus age de acordo com as normas e exigências da perfeição de Sua própria natureza (Sl119:142). Por isso Deus castiga tanto os incrédulos (Dt 33:21; Sl 96:13), como o Seu próprio povo (Sl 50:5-7; Is 28:17). E exatamente por Sua justiça, Ele exerce o Direito com imparcialidade. Costuma-se definir justiça, ainda, como o ato pelo qual Deus, em Sua graça e em conformidade com a Sua Aliança, selada com o sofrimento, morte e ressurreição de Cristo, perdoa as pessoas fracas, perdidas e sem justiça própria, aceitando-as através da fé (Rm 3:21-26;1Co 1:30;2Co 5:21). Ainda podemos compreender o termo justiça como a qualidade que leva os cristãos agirem corretamente de acordo com os mandamentos de Deus (Mq 6:8; Rm 6:13,19).

 

JUSTIFICAÇÃO - O termo Justificação é também conhecido como "absolvição divina". Justificação é um termo jurídico que descreve aquele aspecto particular da salvação que consiste em libertação da culpa e penalidade de pecado. É o aspecto legal da salvação ante Deus como Legislador. É aquele aspecto no qual o crente se torna tão perfeito quanto se ele nunca tivesse pecado (cf. Rm 8:33,34). Podemos entender de forma mais ampla o que é Justificação, analisando Dt 25:1: "Quando houver contenda entre alguns, e vierem a juízo para que os juízes os julguem, ao justo justificarão e ao injusto condenarão." Aqui está claro que nenhuma melhoria moral é incluída. Os juízes não faziam melhor qualquer pessoa, mas declaravam o que era certo aos olhos da lei. Um tribunal humano ou juiz podem fazer  justiça, justificando o inocente; no entanto, Deus mantém justiça e aumenta a graça, justificando o descrente: "Mas, àquele que não pratica, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça." (Rm 4:5). Portanto, Justificação é aquele aspecto da Salvação através da qual somos declarados justos.

 

KOINÉ - Trata-se do terceiro período da história da língua grega. Era a língua comum falada e escrita nos tempos do NT, nos países da parte oriental do Mediterrâneo. Possuía vinte e quatro letras. Dos vinte e sete livros do NT, vinte e cinco, foram escritos em grego koiné. O koiné possui certa semelhança com o grego moderno.

LOGOS - O termo grego logos tem o sentido básico de "razão", "palavra", "fala", discurso",  "definição", "princípio". É também o nome que se aplica à Doutrina do Verbo Pré-existente. Esta doutrina tem desempenhado um importante papel  na história da Filosofia e da Teologia. Ela tem atuado como uma espécie de "ponte" entre elas, no tocante a especulações acerca de como o poder divino manifesta-se no cosmos e no mundo dos homens. O NT aproveitou alguns elementos da antiga idéia filosófica do Logos  para explicar certos aspectos da doutrina do Filho de Deus e Seu  ofício messiânico. Depois de passar por algumas modificações favoráveis no neoplatonismo e no judaísmo helenista, foi possível o seu aproveitamento no NT. Influenciado tanto  pelo AT como pelo pensamento helênico, Filo de Alexandria (até 50 d.C.), um dos mais importantes eruditos judeus helenistas, fez uso freqüente do termo Logos, ao qual deu um significado altamente desenvolvido e um lugar central no esquema teológico. Algumas vezes Filo se referia à impersonalidade do  Lo­gos como se fosse a essência imaterial da mente de Deus, de  onde teria procedido o plano e o padrão da criação. Algumas vezes ele falou pessoalmente sobre o "Logos" como o Anjo do Senhor. Outro  fato relevante em relação a Filo, é que em seus escritos, o Logos aparece com uma função remidora, tornando-se  o meio  que leva os homens a uma natureza espiritual mais  elevada. Por este motivo, pode-se delinear neste fato uma grande aproxima­ção da doutrina do Logos com o Evangelho de João.

 

LOGOS, A DOUTRINA DO - Os indícios mais antigos sobre a Doutrina do "Logos" se encontram nos escritos de Heráclito (600 a.C.). Embora seja  verdadeiro  que a palavra "Logos" em si jamais foi usada por ele,  o sentido da palavra realmente foi expresso nos seus escritos. No AT a Palavra é a sabedoria personificada (João 28:12; Pv 8:9). Também no AT, a Palavra é o Anjo de Jeová. Algumas  vezes  esse mensageiro é distinguido do próprio Deus, e  de  outras vezes  é  uma alusão ao próprio Deus (Gn  16:7-13;  32:24-28;  Os 12:4,5; Ml 3:1, entre outros). Assim, podemos concluir que no contexto do AT a doutrina do "Logos" está  em evidência, embora não desenvolvido como  um conceito filosófico, como na Grécia. Sempre  que  estivermos lidando com a Doutrina do Logos, fatalmente nos depararemos com o glorioso e todo-especial texto bíblico de Jo 1:1-18. Este texto é tido como prólogo introdutório do  Evangelho  de João e tem toda a aparência de haver sido um poema ou um hino cristão primitivo, com comentários entremeados, nos quais  o estilo é a prosa. Alguns eruditos asseveram que se este  trecho for novamente traduzido ao aramaico o poema poderia ser restaurado, onde poderá se verificar onze parelhas paralelas de versos. Outros, reputam este prólogo do Evangelho de João, como adaptação de um hino de louvor à sabedoria. Segundo os  eruditos que desposam esta postura, pode-se captar neste texto a linguagem utilizada em Provérbios e nos livros apócrifos de  Sabedoria  de Salomão e Eclesiástico. Sem importar qual destas duas teorias expressa a verdade,  ou se existe ainda alguma(s) outra(s) teoria(s),  mesmo  que ainda não tenha sido descrita e possa se aproximar mais da verdade,  o  fato é que parece claramente verdadeiro que  a  reputação deste trecho como um hino ou poema, seja verdadeiro. Na verdade, o  que nos interessa aqui, é sabermos que o prólogo do  Evangelho de João é uma abertura, cujo tema é o Logos de Deus, preexistente, encarnado, rejeitado e, no entanto, aquele que revela Deus aos seres inteligentes.

 

 

MAGO - A  palavra  "mago" ocorre várias vezes no  AT  (e.g.  Êx 7:11;  Jr 39:8,13 - Rabe-Mague) e duas vez no NT, onde  os  magos chegaram a Belém (Mt 2:1,7,16). O nome de Elimas é traduzido  por "mágico" na ARA e "encantador" na ARC (At 13:6-8). Em Is 14:12, estrela da manhã refere-se a Vênus e  daí, figuradamente,  a Satanás. Os magos de Nabucodonosor  presumem-se ter sido astrólogos, como também os magos egípcios antes deles.

 

MANIQUEÍSMO - Ao contrário do que muitos pensam, o Maniqueísmo não é uma seita herética, uma vez que seu fundador, Mani, foi um sábio persa, considerado o último dos gnósticos. Em realidade, Mani fundou uma Religião, no século III d.C., que chegou a rivalizar-se contra o Cristianismo. Segundo a crença maniqueísta, Deus é um Deus Teísta; Ele Se revela aos homens. Criam que Mani era o instrumento especial dessa Revelação, sendo ele o prometido "paracleto". Ainda criam, que Deus teria Se revelado mediante a mensagem espiritual de servos escolhidos como Buda, Zoroastro e Jesus; mas Mani seria o último e maior desses servos de Deus. Os eleitos entre os seguidores, ou seja, aqueles que aderem à fé de forma séria, seriam os ascetas, que se abstêm de carne, de qualquer ato de morte, até mesmo de animais e plantas, e que nunca mantêm relações sexuais. Ainda segundo o Maniqueísmo, haveriam duas raízes em existência, separadas, em conflito e irreconciliáveis, Uma dessas, é a luz, que resulta no reino da paz e da bondade, que possuía um "dirigente", a quem chamavam "diretor dos espíritos". A outra raiz, seriam as trevas, o reino de turbulência e maldade, e seu governador e seus espíritos, são seres maliciosos e maus. Este último reino controlaria a matéria, pelo que Mani o considerava por este motivo é tão mundano, quanto diabólico. Deus é eterno, mas Satanás (o contra-Deus), foi produzido por elementos tenebrosos. Originalmente esses dois reinos existiam separados. Mas, finalmente, entraram em choque. Como se pode observar, o Maniqueísmo é uma Religião que reúne elementos do Judaísmo, Cristianismo, Budismo, Dualismo e Gnosticismo.

 

MATERIALISMO - Termo utilizado para designar a idéia de que a única realidade é a  matéria. O homem seria meramente um animal, por isso mesmo não é responsável por suas atitudes e atos. Os materialistas ensinam que  os diferentes tipos  de comportamentos físicos e psíquicos humanos são  simplesmente movimentos da matéria. Por conseguinte, o homem não tem  de quê nem a Quem prestar contas. Ora, se o homem, a obra máxima da criação divina, não é aquilo que a Bíblia diz ser, todos os perenes  valores expressos nas Escrituras, inclusive os relacionados com a existência de Deus, são nulos.

 

METÁFORA, METAFORICAMENTE - A Metáfora é um dos mais ricos e essenciais recursos da arte de escrever. A Bíblia está recheada de Metáforas, as quais, por sua vez, fazem parte das chamadas Figuras de Linguagem. Trata-se da transferência de um termo para outro campo semântico, por uma comparação subentendida. Ou ainda, da substituição de um termo por outro equivalente e mais compreensível. Alguns exemplos de Metáforas na Bíblia: "Cabeça da Igreja"; "Seio de Abraão"; "Filho da Perdição"; "Espinho na Carne".

 

MILÊNIO - O termo Milênio,  vem do latim mille, mil e annus, ano. Isto  é, mil anos. O termo grego chiliasma, também é  usado  para aludir ao "milênio". Milênio é o termo que designa o período de tempo compreendido entre o  aprisionamento  de Satanás e a sua última Revolta,  a Batalha de Gogue e Magogue. Será um  período  marcado  pela paz e pelo Governo perfeito de Jesus, assinalando o começo da  7ª e última dispensação. Esse  período  de mil anos de Governo de  Jesus  Cristo ainda  não é o princípio de um mundo novo, mas tão-somente o  fim de  um mundo antigo. Haverá um Governo perfeito durante  o  reino milenar de Cristo e seus santos; mas não haverá um mundo  perfeito. No  seu aspecto mais abrangente, o Milênio terá os  seguintes propósitos: a) fazer convergir em Cristo todas as coisas, isto é, toda criação (Ef 1:10); b) estabelecer a justiça e a paz na terra, eliminando toda rebelião contra Deus (1Co 15:24-28); c) fazer convergir nele (isto é, no Milênio), todas as alianças da Bíblia (Ef 1:10); d) fazer Israel ocupar toda a terra que lhe pertence e fazê-lo cabeça das nações (Gn 15:18; 1Cr 16:15-18; Is 11:10); e e) cumprir as profecias a respeito do Messias (Dn 9:24).

 

MINISTÉRIO - Entre outras informações, o Dicionário da Língua Portuguesa nos diz que Ministério é "trabalho ou serviço na Igreja". Biblicamente, entendemos que todo serviço cristão que se desempenha de modo contínuo é um Ministério. Desde a liderança até tarefas operacionais permanentes. Um trabalho eventual não pode ser assim considerado. Eis aí um fator que serve até para diferenciar ministérios e dons espirituais. Existem quatro termos gregos que se relacionam ao vocábulo "ministro" e "ministério". São eles: huperetai, leitourgos, sunergon e diakonos.

 

MISTICISMO  - O termo básico grego é mustes, ou seja, "iniciados nos mistérios", cuja origem é o vocábulo grego musterion, que significa "mistério", "rito secreto" ou "doutrina secreta". No sentido positivo, Misticismo infunde na religião o senso do "sagrado", conferindo vida aos dogmas mortos e outorgando a luz, mesmo sem definições verbais. Neste sentido positivo, envolve quatro estágios comuns: 1) o despertamento; 2) a expurgação; 3) a iluminação; e 4) a unificação com a Divina Presença. Num sentido negativo, é o método de aproximar-se de Deus, que é transcendental, negando o mundo, com sua linguagem e características. Ou ainda pode ser definido como o conjunto de normas e práticas que têm por objetivo alcançar uma comunhão direta com Deus. Daí advém a grande problemática que envolve o Misticismo: os místicos podem ser induzidos a abandonar a Bíblia e se valer apenas de suas "experiências". Em nossos dias, o Misticismo tem ganhado fôlego, principalmente pela enorme influência dos neo-pentencostais, que minimizam a importância da Bíblia, dando-lhe uma interpretação particular, empírica e eisegética. No Neo-pentecostalismo, as figuras, os objetos e os símbolos se transformam em “amuletos”, em imitação das práticas pagãs. Assim, adotam-se costumes estranhos, tais como: fitinhas no braço; medalhinhas de símbolos bíblicos; unção de portas, janelas carros; cêrca de sal ao redor da casa para impedir a entrada de maus espíritos; água abençoada; óleos "ungidos", etc.

 

MONARQUIANISMO - A palavra "Monarquianismo" vem do termo grego monarchia,  isto é, o governo exercido por um único indivíduo. Dentro  da Teologia,  o termo é utilizado para descrever a doutrina de  Deus como  único  regente de tudo, o poder único que é  originador  de todas  as  coisas. Assim, o Monarquianismo negava  basicamente  o conceito trinitário da Divindade, pois sustentava que a  doutrina da Trindade se opunha à fé no Deus único. Seus defensores se opunham à idéia da economia da salvação. Era-lhes difícil perceber a distinção  entre a idéia trinitária e as afirmações   triteístas. Em linhas gerais, podemos distinguir dois tipos de  Monarquianismo: a) Monarquianismo Dinâmico: o primeiro defensor desta forma de Monarquianismo foi Teódoto, chamado "o curtidor" de Bizâncio. Homem de cultura,  havia  sido,  afirma-se, discípulo dos "alógoi". Por volta  de  190 d.C. transferiu-se para Roma, passando a ensinar que Jesus era um homem,  nascido  da Virgem, de vida santa, sobre Quem  descera  o Cristo  divino  (ou Espírito Santo) por Ocasião de  Seu  batismo. Alguns dos seguidores de Teódoto negavam a Jesus qualquer direito de ser chamado divino, mas outros afirmavam que Ele havia Se tornado divino, em certo sentido, na Sua ressurreição. Em suma, tanto Teódoto, quanto os demais  expoentes do Monarquianismo Dinâmico, como Paulo de Samósata, bispo de  Antioquia entre 260 e 272 d.C., negavam qualquer princípio-do-Filho na  Trindade, e, em conseqüência, rejeitavam a própria  idéia  da Triunidade em Deus. b) Monarquianismo Modalista: A história responsabiliza Noeto de Esmirna e seus  discípulos Práxeas e Epígono como os primeiros e principais divulgadores dessa heresia. Noeto rejeitava a idéia da Trindade. Ensinava:  "Cristo era o próprio Pai, e o próprio Pai nasceu,  viveu  e morreu." Para Noeto, apenas o Pai é Deus, e embora oculto à vista dos  homens, manifestou-Se e Se fez conhecer segundo o Seu  beneplácito.  Para  ressaltar a unidade de Deus, Noeto  afirmava  que Deus não está sujeito à morte, mas pode nascer e morrer, se assim o  desejar. Segundo o Monarquianismo Modalista, o Pai e  o  Filho não  são apenas da mesma essência; são também o mesmo  Deus  como nomes diferentes. Com referência a este Práxeas, Tertuliano,  já então montanista e defensor da Cristologia do Logos, disse: "Práxeas  fez  duas obras do demônio em Roma: expulsou a  profecia  e introduziu a heresia". Assim, podemos concluir que o Monarquianismo Modalista favorecia um  monoteísmo cristão  não-complicado, onde o Pai é enfatizado como a fonte  da Deidade, de onde o Filho e o Espírito Santo derivariam a Sua própria deidade, mesmo quando essa derivação é concebida como  eterna, e também lógica, e não cronológica.

 

MORAL, ARGUMENTO - Termo que designa outro dos argumentos racionais da existência de Deus. Como os demais argumentos, também  tem  diversas formas de expressão. Usando este argumento, Kant partiu do raciocínio que deduz a existência de um Supremo Legislador e Juiz, com absoluto  direito de governar e corrigir o homem.  Esse filósofo era da opinião de que este argumento era superior a todos os demais.  No intuito de provar a existência de Deus, ele recorria  a tal argumento. A Teologia moderna utiliza o mesmo argumento afirmando que o reconhecimento por parte do homem de um bem supremo e o  seu anseio por uma moral superior indicam a existência  de um Deus que pode converter esse ideal em realidade.

 

MORDOMIA - O vocábulo mordomia vem do grego oikonomia, que primariamente pode significar "dispensação". Num sentido mais amplo, está relacionado com a "administração de uma casa ou de negócios domésticos"; também está relacionado com "a administração da propriedade de outrem". O termo grego oikonomos está diretamente relacionado com "mordomo", "o gerente de uma casa ou de negócios domésticos", "o gerente de uma fazenda". Num sentido metafórico, os apóstolos, os doutores, os pastores, os bispos e todos os oficiais da Igreja exercem uma espécie de "mordomia" (cf. 1Co 4:1,2; 1Pe 4:10). Mas todos nós, em realidade, somos mordomos, pois cuidamos das coisas que pertencem ao Senhor, inclusive nossas próprias vidas (Dt 32:9; Sl 24:1). Devido à conotação depreciativa deste termo no português, é comum substituí-lo por "economia".

 

MORMONISMO - Movimento que se autodenomina "Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias". Trata-se de uma seita herética, cujas origens remontam ao século XIX. Seu fundador foi Joseph Smith Jr., norte-americano nascido em  23/12/1805 e falecido em 1844, num cárcere. Sua mocidade foi marcada pela indolência, sendo influenciado pelo misticismo de sua mãe, que afirmava possuir revelações de Deus. Smith, desde seus 15 anos afirmava ter começado a ter visões de Deus. Ele alegava que em 1820, viu o Pai e Seu Filho Jesus Cristo, tendo lhes perguntado qual a religião verdadeira e como resposta, ele teria ouvido que todas as Igrejas haviam se apostado e que seus Credos eram abomináveis. Daí surgiu o Mormonismo. Existe ainda outra versão que diz afirma que Smith, aos 17 anos, recebeu uma visita de um anjo chamado Moroni, que lhe dava uma missão de desenterrar algumas placas de ouro, nas quais continha a base do livro dos Mórmons. Assim, em 6 de abril de 1830, Smith e mais cinco de seus amigos fundaram a "Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias", pois acreditavam que as demais Igrejas não possuíam as revelações que eles possuíam. Aí nascia uma das mais perigosas seitas heréticas dos últimos tempos. Alguns erros doutrinários graves: 1) os mórmons dizem crer que a Bíblia é a Palavra de Deus, mas somente quando bem traduzida; no entanto, crêem que o livro de Mórmon é a Palavra de Deus sem restrições; 2) afirmam que como o homem é, Deus foi; como Deus é, o homem poderá vir a ser; ou seja, negam o poder sem limites de Deus, bem como a Trindade;  3) afirmam que existem três deuses; e que o Pai e o Filho possuem carne e osso, mas o Espírito Santo, não; 4) pregam um Jesus diferente (veja 2Co 11:4), afirmando que Ele foi polígamo e que foi criado pelo Pai e pela mãe celestial, e que Lúcifer é irmão de Jesus. São tantos os absurdos dessa heresia, que desejamos citar apenas mais um: os mórmons acreditam que a Divindade seja uma família composta por Deus e Suas esposas, Seus filhos (Jesus e Satanás), e Suas noras, genros e netos.

 

MOVIMENTO PENTECOSTAL - Este Movimento   nasceu nos EUA, em Topeka, Kansas, na escola bíblica dirigida por Charles Parham, que reconheceu o dom de línguas como sinal do Batismo do Espírito Santo, embora hajam registros de experiências pentecostais na Armênia, no final do século XIX. Em 1906 em Los Angeles, o movimento iniciava-se num templo Metodista. Sendo que depois se expandiu por diversos países chegando ao Brasil. A princípio, a ênfase desse Movimento recaiu sobre o perfeccionismo metodista, a possessão e o uso de dons espirituais e a santificação. Com algumas variações, estas foram as ênfases mais importantes do Movimento Pentecostal. Enfatiza-se o "livre arbítrio", em contraste com o "determinismo". De modo geral, o Arminianismo é favorecido, fazendo contraste com o Calvinismo, embora hajam muitas denominações pentecostais que tendem para o Calvinismo ou o adotam totalmente. A maior qualidade deste Movimento, é a sua ênfase sobre a necessidade da renovação espiritual, através das genuínas experiências com o Espírito Santo. Seus maiores defeitos são o fanatismo, o legalismo e o exclusivismo, que felizmente não predomina em todos os arraiais pentecostais.

NECROMANCIA - Termo formado de dois vocábulos gregos, nekros, "morto" e manteia, "adivinhação", "presságio". Ou seja, Necromancia é uma forma de magia através da qual se procura revelar o futuro e obter conhecimentos ocultos por meio de consulta a pessoas mortas (1Sm 28:8). Segundo a informação de Is 8:19 e 29:4, era expediente comum os necromantes enganarem seus clientes através de mudança da voz.

 

NEO-PENTECOSTALISMO - Nome aplicado a um Movimento surgido dentro do Movimento Pentecostal. Suas origens remontam aos meados do século XX. É difícil identificar exatamente seus fundadores, pois, na realidade, o Neo-Pentecostalismo é um conjunto de idéias e conceitos os mais variados, que foram surgindo (ou ressurgindo) e tomando formas completamente heterogêneas. Infelizmente, no âmbito do Neo-pentecostalismo existem grandes desvios doutrinários. Coisas absurdas e até inimagináveis são realizadas, em nome do "Espírito Santo", ao Qual são atribuídas práticas que se distanciam do ensino bíblico e da ortodoxia. Embora surgido dentro do Movimento Pentecostal, os neo-pentecostais diferem e muito dos pentecostais clássicos, que valorizam adequadamente as Escrituras. Firmados num princípio de "liberdade", uma das características dos neo-pentecostais é a criação de inúmeros grupos, cada um com suas próprias doutrinas. Um dos fatores que contribuiu definitivamente para as inúmeras distorções do Neo-pentecostalismo, é o fato de seu envolvimento com heresias, tais como: Movimento de Fé, Confissão Positiva, Teologia da Prosperidade, Palavra da fé, Maldição hereditária, entre outras. Dentre as principais distorções dos neo-pentecostais, podemos citar: misticismo; abandono ou distorção das Escrituras; anti-intelectualismo; ênfase no empírico; animismo; dualismo; ênfase na bênção de Deus e não no Deus da bênção; falta de vida de compromisso. Um excelente (não exclusivo) método para avaliar o nível de envolvimento de um grupo com o neo-pentecostalismo, é observar, a princípio, três fatores: 1) Que lugar ocupa o estudo sério das Escrituras? 2) Que tratamento o grupo dá aos hinários tradicionais, sem dúvida, uma grande herança da ortodoxia? 3) Que nível de comprometimento sério com o Senhor Jesus é apresentado e vivido por seus líderes?

 

NESTORIANISMO - O Nestorianismo deve sua existência à pessoa de  Nestório (ou Nestor), patriarca de Constantinopla entre 428 e 431  d.C. Nestório havia sido discípulo de Diodoro, embora ele próprio  parece  atribuir o seu discipulado a Teodoro de Mopsuéstica que  ilustrava a união das duas naturezas em Cristo com a união  conjugal.  Assim, preferiram o termo conjunção, em vez  de  "união", termo que representa perfeitamente a opinião nestoriana e justifica sua inadmissibilidade. Nestório foi monge e presbítero de Antioquia, altamente respeitado como pregador, tendo se tornado patriarca em 428.  Seu ponto  de vista dogmático equacionava-se essencialmente com o  da escola de Antioquia. Não admitia, porém, houvesse em Cristo  duas pessoas  - idéia que foi acusado de esposar. "Com um só  e  mesmo nome, Cristo, designamos ao mesmo tempo duas naturezas... Os característicos essenciais da natureza da divindade e na humanidade distinguem-se  desde  toda a eternidade". É provável  que  o  seu maior afastamento do conceito grego de salvação, então  corrente, seja  visível  em expressões como a seguinte: "Deus, o  Verbo,  é também chamado Cristo, porque tem sempre conjunção com Cristo.  E é impossível a Deus, o Verbo, fazer algo sem a humanidade, porque tudo está planejado segundo uma íntima conjunção, e não segundo a deificação da humanidade". Nestório dava ênfase na realidade e na plenitude do humano e do divino no Senhor dos cristãos, bem  como na união da vontade entre eles. Contrário a Nestório, vindo a se tornar seu mais  acirrado adversário, era Cirilo, patriarca de Alexandria. Cirilo acusou Nestório de ensinar uma dupla personalidade em Cristo,  sendo Nestório, pois, condenado no sínodo romano de agosto de 430 d.C., cuja condenação foi ratificada no sínodo de Alexandria. O terceiro  Concílio de Éfeso, realizado em 431, aprovou  as  condenações contra Nestório, e assim, Nestório foi deposto, morrendo em  obscuridade  em  444 d.C. Entretanto, a controvérsia  nestoriana  não morreu  com ele, pois seus discípulos continuaram frisando o  que ele ensinara.

 

NICOLAÍTAS - No grego, este vocábulo significa "dominadores do povo". Era uma heresia de natureza libertina e uma doutrina perniciosa, a qual João chama de "profundezas de Satanás" (Ap 2:24). Essa heresia, sob o pretexto de que é necessário maltratar a carne, fomentava a imoralidade e excluía todo caráter de impureza e de fornicação. Irineu e Clemente de Alexandria, afirmavam que o mestre e cabeça dessa heresia foi Nicolau, um dos sete diáconos ordenados pelos Apóstolos (At 6:5). Segundo alguns, após ser repreendido pelos Apóstolos, Nicolau acabou seus dias dedicando-se à uma vida ascética e de oração.

 

NOVO NASCIMENTO - Termo usado como sinônimo de Regeneração. Vem do grego palin, "de novo" e genesia, "nascimento". Ou seja, nascimento de novo. Regeneração, portanto, é o ato  soberano  e misericordioso  de Deus, através do qual o pecador que  se  volta para Cristo é feito nova criatura (2Co 5:17). A importância do Novo Nascimento pode ser observada por meio de duas grandes verdades: sem ele, não há acesso à família de Deus e sem ele  não existe meio de haver acesso ao Reino de Deus (cf. Jo 1:12; 3:5). A Regeneração ou novo nascimento  é  a porta de entrada ao reino de Deus. Cristo salientou a importância dessa Doutrina, nas  palavras que usou em Jo 3:3-5. Novo nascimento não é o batismo, nem  decorre dele, nem está relacionado com ele. O batismo é para novos nascidos, mas ele não produz o novo nascimento (ver At  8:13,14,18-23; 10:44-48; 11:12-14; 1Co 1:14; 4:15). Também não é reforma; não é um passo externo, natural, para a frente, um "mudar de religião", "passar  a  crente" (cf. Jo 3:3-6). Assim sendo, podemos concluir que Novo Nascimento é uma geração espiritual (2Pe 1:4). Somos gerados, não da vontade da carne, mas do Espírito  (Jo 1:13). Novo Nascimento, ainda é uma  revivificação espiritual (veja Ef 2:1,5,6), uma vez que a situação do homem não regenerado é de morte espiritual. Novo Nascimento é também uma  transladação espiritual, ou seja, uma mudança de lado. Veja Cl 1:13 e Jo 5:24. Em último lugar, é uma criação  espiritual. Ou, em outras palavras, a regeneração é um ato sobrenatural da parte de Deus (Ef 2:10).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

OBRAS DA CARNE - Esta expressão denota comportamentos claramente opostos ao "fruto do espírito". São atitudes, sentimentos e desejos que entristecem o Espírito de Deus. Paulo os alista em Gl 5:19-21: 1) porneia, termo grego que expressa a idéia de "prostituição", "relações sexuais ilícitas", "adultério", "fornicação", "homossexualidade", "lesbianismo", "relacionamento com animais"; 2) akatharsia, "senso moral impuro", "motivos impuros", "impureza", "impureza sexual", "ausência de senso moral", "impureza de propósitos", "luxúria", "que vive de motivos impuros"; 3) aselgeia, combinação de a (alfa), como partícula negativa, "não" e selges, "continente", adquirindo vários significados, tais como: "lascívia", "luxúria desenfreada",  "impudicícia", "insolência", "imundícia", "licenciosidades", e, finalmente "procedimento escandaloso contra a decência pública, como palavras vis, movimentos corpóreos indecentes, gestos familiares sexuais entre homens e mulheres";  4) eidololatreia, "idolatria", "adoração de falsos deuses"; 5) pharmakeia, "feitiçaria", "uso ou administração de drogas", "artes mágicas"; 6) echthra, "ódio", "inimizade", "causa de inimizade"; 7) eris, "discussão", "debate", "contenção", "disputa"; 8) zelos, "ciúme", "emulação", "excitação de mente", "zelo", "zelo punitivo", "uma rivalidade invejosa e contenciosa"; 9) thumos, "ira", "ferocidade", "indignação"; 10) eritheia, "discussão", "contenda", "discórdia"; 11) dichostasia, "divisão", "sedição", "dissensão"; 12) hairesis, "heresia", "seita", "escolha", "tomar para si próprio"; 13) phthonos, "inveja", "incitado por inveja"; 14) phonos, "assassinato", "homicício"; 15) methe, "embriaguez" "intoxicação", relacionado com kraipale, "o desvario e a dor de cabeça causadas pela bebedeira em excesso"; 16) komos, termo que denota uma procissão noturna de bêbados, acompanhada de vandalismo, que após a ceia, sai pelas ruas com tochas e música em honra a Baco (o deus dos prazeres e dos vinhos) ou alguma outra deidade qualquer, fazendo aquilo que hodiernamente chamamos de "baderna". Tais são a malignidade e os danos causados pelas obras da carne, que no final do verso vinte e um Paulo declara: "... os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus".

 

ONTOLÓGICO, ARGUMENTO - Nome pelo qual é conhecido um dos argumentos racionais quanto à existência de Deus. Tem sido apresentado de diversas formas, por diferentes pensadores. Em sua mais refinada forma, foi apresentado por Anselmo, teólogo e filósofo agostinista italiano. Seu argumento é  que o homem tem imanente em si a idéia  de  um ser absolutamente perfeito. Este argumento admite que existe na mente do próprio  homem o conhecimento básico da existência  de Deus, posto lá pelo próprio Criador.

 

ORDENANÇAS - Nome como são chamados os ritos do Batismo e Ceia do Senhor. Como o próprio nome indica, são "ordens" do Senhor Jesus à Sua Igreja. Em algumas Igrejas, são chamadas "Sacramentos" (do latim, sacramentum, "nota promissória, "juramento"). No romanismo, existem sete ritos assim denominados, incluindo-se aí o Batismo e a Ceia. Na visão romanista, a idéia contida no Sacramento é a de um compromisso formal de Deus de que através de determinado ato Ele derrame de Sua graça. Ou seja, os Sacramentos seriam "veículos de graças", como um tubo condutor de água ou coisa semelhante. No entanto, ao instituir as Ordenanças, o Senhor deu-nos "ordens". Assim, quando participamos da celebração da  Ceia do  Senhor, somos edificados, sim, mas isto não significa  que  o ato em si tenha efeitos místicos, como pretendem alguns. A  Ceia, possui significado simbólico, ou seja, ela é a recordação daquilo que o  Senhor Jesus realizou por nós na Cruz. Com relação ao Batismo, por exemplo,  a concepção sacramental afirma que ele é veículo  de  graça que limpa o homem do pecado original. No entanto, o ensino bíblico  é de que o Batismo é uma demonstração pública daquilo que  ocorreu interiormente no homem ao ser feito nova criatura.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PÃES ASMOS - Nome de uma Festa dos judeus. Sua instituição encontra-se em Lv 23:6-11. Era realizada entre o décimo quinto e o vigésimo segundo dia do mês de Abibe. Nenhum pão preparado com fermento deveria ser comido. Todo fermento deveria ser retirado das casas. Este uso dos pães asmos retratava a pressa com que Israel saiu do Egito. Eles não tiveram tempo para fazer pão levedado. Levava muito tempo para o fermento subir e eles estavam partindo às pressas. Prova disto, é que eles dormiram com os pés calçados (cf. Êx 12:11). No meio da noite, Israel teve permissão para partir. As mulheres empacotaram a massa não levedada que ainda se encontrava nas amassadeiras, e Israel partiu às pressas (cf. Êx 12:8-11,14-20, 31-39). Esta foi a comida básica deles durante aquela emocionante época de viagem, saindo do Egito, atravessando as águas do Mar Vermelho, e entrando no deserto. Deus os havia prevenido a misturarem a massa sem fermento a fim de que ela não ficasse velha durante aquele período crítico de partida (Êxodo). O aspecto profético da Festa dos Pães Asmos é que ela retrata o sepultamento de Jesus. Assim como a Festa da Páscoa ilustrava a Sua morte na Cruz, assim também a observância dos Pães Asmos ilustrava o Seu sepultamento. A razão histórica óbvia para a Festa dos Pães Asmos é que foi exigido que Israel comesse pão sem fermento. Isto se deve ao fato de que o fermento é um símbolo da malícia e da maldade (cf. 1Co 5:7,8).

 

PÃES DA PROPOSIÇÃO, OS - Em frente do Candelabro, para a banda do norte, à direita de quem entrava no Santo Lugar, estava a Mesa de Ouro  com os doze pães da proposição. A Mesa também simboliza o Senhor  Je­sus.  Do mesmo modo como a mesa continha doze pães (simbolizando cada uma das doze tribos de Yahweh), na presente dispensação Je­sus é o Pão que alimenta nossa fome espiritual (Jo 6:35,48). Os doze pães representavam especificamente as doze tri­bos  do Senhor. No entanto, quando as dez tribos do  norte foram levadas cativas  para a Assíria, ficando apenas duas tribos  no país, continuou a haver doze pães sobre a mesa. Isto também  é de grande simbolismo, pois aponta para a necessidade de compreender­mos  a unidade do Corpo de Cristo, mesmo que nossa  eclesiologia, nosso "ministério" não seja o mesmo, pois somos um (Jo 17:21-23; Rm 12:4,5; 1Co 12:12-27; Ef 4:3-6). Os  pães que estavam sobre a Mesa eram trocados a cada sábado, quando então eram comidos pelos sacerdotes. O pão da Mesa de Ouro era alimento para os sacerdotes. Foi Deus mesmo Quem ordenou assim. Assim deve ser a vida do cristão: alimentar-se  sem­pre de  Cristo em íntima comunhão com Ele. Alimentar-se  dEle  é estar ocupado com Ele por Sua Palavra, absorvê-lO e  desfrutá-lO; é isso que dá crescimento ao crente!

 

PAIS APOSTÓLICOS - Também conhecidos entre os evangélicos como Pais da Igreja e entre os romanistas, como Padres da Igreja. Quando estudamos o período das grandes perseguições que assolaram a Igreja  Cristã, jamais podemos nos deixar levar pela impressão de que foi um período marcado apenas por lutas e perseguições, por heresias e heresiarcas, por concílios e credos, mas precisamos entender que esse foi também um período marcado por homens que deixaram de forma indelével sua contribuição para a ortodoxia. Trata-se de vários líderes cristãos, a maioria deles vivendo do final do século I d.C. até meados do século segundo, que deram suas vidas em testemunho de Seu Senhor. Verdadeiros homens de Deus. O primeiro deles foi Policarpo, que viveu de 69 a 156 d.C., era discípulo do Apóstolo João e bispo de Esmirna. Na perseguição ordenada pelo Imperador, foi preso e levado à presença do Governador. Ofereceram-lhe a liberdade, se amaldiçoasse a Cristo, mas ele respondeu: “Oitenta e sete anos faz que sirvo a Cristo e Ele só me tem feito bem; como poderia eu, agora, amaldiçoá-lO, sendo Ele meu Senhor e Salvador?” Foi queimado vivo. Inácio, bispo de Antioquia, viveu de 67 a 110 d.C., portanto contemporâneo de Policarpo, também era discípulo do Apóstolo João. Quando o Imperador Trajano  visitou Antioquia, mandou prendê-lo; ele mesmo presidiu o julgamento e sentenciou que Inácio fosse lançado às feras em Roma. De viagem para esta cidade, escreveu uma carta aos cristãos romanos, pedindo-lhes que não tentassem conseguir o seu perdão; ansiava ter a honra de morrer pelo seu Senhor, dizendo: “As feras atirem-se com avidez sobre mim. Se elas não se dispuserem a isto, eu as provocarei. Vinde, multidões de feras; vinde, lacerai-me, estraçalhai-me, quebrai-me os ossos, triturai-me os membros; vinde, cruéis torturas do demônio; deixai-me apenas que eu me una a Cristo.” Foi martirizado, regozijando-se nisso. Papias, que viveu cerca de 70 a 155 d.C., foi outro discípulo de João. Era bispo de Hierápolis (a uns 160 km a leste de Éfeso). Pode ter conhecido pessoalmente a Filipe, que segundo uma tradição morreu eu Hierápolis. Escreveu um livro: “Interpretações dos Discursos do Senhor”, onde diz que se empenhou em inquirir dos presbíteros as palavras exatas de Jesus. Sofreu martírio em Pérgamo mais ou menos no tempo de Policarpo. Papias, Inácio e Policarpo formam o elo de ligação entre a era apostólica e a posterior.  Justino, o Mártir (100-167 d.C.). Nasceu em Neápolis, antiga Siquém, mais ou menos quando João morreu. Estudou filosofia. Quando moço, assistiu a muita perseguição movida aos cristãos. Converteu-se. Viajou vestido num manto de filósofo, procurando ganhar pessoas para Cristo. Escreveu uma defesa do Cristianismo, que endereçou ao Imperador. Um dos homens mais competentes do seu tempo. Morreu mártir em Roma. Mostrando o crescimento do Cristianismo, disse que já no seu tempo não havia “raça de homens que não fizesse orações em Nome de Jesus”. Irineu, 130-200, criou-se em Esmirna. Discípulo de Policarpo e Papias. Viajou muito. Veio a ser bispo de Lyon, na Gália. Notável, principalmente por causa de seus livros contra os gnósticos. Morreu mártir. Orígenes, 185-254, considerado o homem mais ilustre da Igreja Antiga. Muito viajado, escreveu muitos volumes, empregando às vezes até vinte copistas! Dois terços do Novo Testamento estão citados nos seus livros. Viveu em Alexandria, onde seu pai, Leônidas sofreu martírio. Depois na Palestina, onde morreu em conseqüência de ter sido preso e torturado, no governo de Décio. Tertuliano (160-220 d.C.), chamado “Pai do Cristianismo latino”, era advogado romano, pagão. Depois de convertido, tornou-se proeminente defensor do Cristianismo. Eusébio, que viveu entre 264 e 340 d.C., é chamado Pai da História da Igreja. Era bispo de Cesaréia, ao tempo da conversão de Constantino; teve muita influência justo a este; escreveu uma “História Eclesiástica”, que narra a História da Igreja desde Cristo até o Concílio de Nicéia. João Crisóstomo, 345-407, era chamado “o boca de ouro”, por ser orador inigualável, sendo tido como o maior pregador nos seus dias. Suas pregações eram expositivas. Nasceu em Antioquia, veio a ser Patriarca de Constantinopla. Como reformador, caiu no desagrado do rei, foi banido e faleceu no exílio. Jerônimo (340-420) era o mais ilustre dos Pais Latinos; educou-se em Roma; viveu muitos anos em Belém; traduziu a Bíblia para o latim, na sua famosa tradução chamada “Vulgata”, ainda hoje a Bíblia autorizada da Igreja Romana. Agostinho, bispo de Hipona (que viveu entre 345 a 430), foi o grande teólogo da Igreja Primitiva. Mais do que outro, moldou as doutrinas da Idade Média. Depois do apóstolo Paulo, Agostinho é considerado o maior teólogo da Igreja. Sua mãe, Mônica, orou por sua conversão durante trinta e oito anos! Influenciado por seu testemunho e pelo testemunho de Ambrósio de Milão, Agostinho se converteu ao Cristianismo ao estudar as epístolas paulinas.

 

PALESTINA - O nome "Palestina" figura por quatro vezes na Bíblia: Êx 15:13; Is 14:29,31; Jl 3:4. Essa designação geográfica deriva-se dos filisteus (paleste), um povo não semita, proveniente da região do Mar Egeu que veio a estabelecer-se em grande número ao longo das planícies costeiras do Mediterrâneo Oriental, durante o reinado de Ramsés III, do Egito (cerca de 1190 a.C.). Essa região mais tarde veio a ser conhecida com o nome de Filístia (Jl 3:14), pelo que esses dois termos, Palestina e Filístia, sem dúvida, são cognatos. O nome mais antigo dessa região era Terra de Canaã. Esse último nome parece derivar-se do vocábulo hurriano que significa “pertencente à terra da púrpura vermelha”. Outro nome eminentemente bíblico é Terra Santa (Zc 2:10).

 

PANTEÍSMO - Termo formado de dois vocábulos gregos: pan, "tudo" e Théos, "Deus". Para o Panteísmo, no Universo, Deus é tudo e  tudo é Deus. Deus não é só parte do Universo, Ele seria o próprio Universo. O Hinduísmo é adepto deste falso ensino. O erro filosófico e religioso do Panteísmo é confundir o Criador com a criação.

 

páscoa - Termo de origem heb. pessach, cujo significado é passagem ou passar por cima: "... é a Páscoa do Senhor" (Êx 12:11), "porque o Senhor passará para ferir os egípcios..." (Êx 12:23), "É o sacrifício da Páscoa ao Senhor que passou por cima das casas dos filhos de Israel..." (Êx 12:27). A Festa começa com a morte de um cordeiro como oferta pelo pecado (cf. Êx 12:2,6), no dia 14 de Abibe (cf. Êx 13:4; Lv 23:5), que significa espigas verdes. Durante o exílio foi substituído pelo nome babilônico Nisã (Ne 2:1), que significa começo ou abertura. Corresponde, em nosso calendário moderno a março-abril. Sua instituição encontra-se em Êx 12:2,3,6,7,12,13. "Este mesmo mês vos será o princípio dos meses..." (Êx.12:2). Quatrocentos anos antes, "Jeová disse a Abraão: Saibas de certo, que escravizados serão os teus descendentes numa terra estrangeira, e servi-los-ão e afligi-los-ão quatrocentos anos. Mas eu julgarei a gente à qual servirão  e depois sairão com grande riqueza "  (Gn. 15:13,14). A Páscoa possui quatro grandes significados: 1) libertação para Israel. Os quatro séculos de trevas haviam terminado. É um antítipo de nossa libertação da escravidão do pecado, de "...nossa grande salvação" (Hb. 2:3); 2) libertação do Pecado. Assim como a Páscoa foi o fim da escravidão, do sofrimento e da pobreza para os filhos de Israel, da mesma forma, quando nos voltamos para o nosso Cordeiro Pascal, Cristo, temos também um novo começo (cf. 2Co 5:17); 3) salvação da Família. "...Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro... para cada casa" (Êx 12:3). É bom que não percamos de mente que  uma das propostas de Faraó era exatamente que os israelitas poderiam ir, mas sem os seus filhos! (cf. Êx 10:8-11); 4) Jesus o Nosso Cordeiro Pascal. Havia uma conjunto de prescrições em Êx 12:6, todas cumpridas em Jesus.

 

PASTOR - Na Bíblia, "pastor" pode ser alguém que,  literalmente, cuida  de ovelhas. A forma singular acha-se no AT somente  em  Jr 17:16.  A  forma plural aparece por dezessete  vezes,  dentre  os quais  os trechos de Jr 2:8; 3:15; 10:21; 23:1,2 servem de  exemplo.  Na língua hebraica, o termo correspondente é raah,  baseada na idéia de "cuidar dos rebanhos", "dar pasto". Já no NT, o termo grego correspondente é poimen, um substantivo que figura  somente em  Ef  4:11, onde o pastor aparece como alguém que  Deus  deu  à Igreja como um dom. Jesus é o principal Pastor, segundo ser vê no Evangelho de João, capítulo dez; e todos os demais  pastores são subpastores. Uma palavra grega cognata é poimanate, que  significa "pastoreai", "dai pasto" (1Pe 5:2). Esse pastoreio espiritual deve incluir um ensino sério, além do trabalho de cuidar das ovelhas, em todos os sentidos. Jesus é chamado de "o grande  Pastor" em Hb 13:20. Pedro, por sua vez, chamou-O de "Pastor e Bispo (Supervisor) das vossas almas" (1Pe 2:25). Assim, os bons  pastores são imitadores dAquele, e da parte dEle recebem sua  inspiração  e  orientação. Ele é o Bom Pastor que deu a Sua  vida  pelas suas ovelhas (cf. Jo 10:2,11,14,16).

 

PASTORES E DOUTORES - No grego, poimenas, "provedores de pasto"  kai  "e"  didaskalous "ensinadores". São aquelas pessoas levantadas por Deus, que dirigem a congregação local e cuidam das suas necessidades espirituais. Além disto, compete-lhes cuidar da sã doutrina, refutar as heresias, ensinar a Palavra de Deus e dirigir a congregação local. Pastores são Ministros que cuidam do rebanho, tendo como modelo Jesus o Bom Pastor (Jo 10:11-16). Como Doutor e atalaia, uma das funções primordiais do Pastor é zelar por suas ovelhas de forma que todo "vento de doutrina" seja refutada (cf. Ef 4:14) e todo crente seja admoestado a "lutar pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos" (cf. Jd 3). Os pastores como domatos (ou seja, como Dons Ministeriais), são os legítimos representantes de Deus no que tange à disciplina e utilização dos dons espirituais, conforme o claro ensino de Paulo em Ef 4:11-16.

 

PECADO - O conceito do pecado abrange toda a gama de fracassos humanos, desde a transgressão de um único mandamento, até a ruína da totalidade da existência de uma pessoa. A palavra mais generalizada para “pecado” é hamartia, que, juntamente com seus cognatos, designa transgressões contra a moralidade, as leis, os homens ou os deuses. Adikia e seus cognatos, abrangem uma área mais especializada, que pertence ao mundo jurídico; como antônimo de justiça, denota a “iniqüidade”, a “injustiça”  e “atos ímpios”. Por  conseguinte, o  termo “pecado” vem do grego hamartia, onde pode significar também “transgressão”. No grego clássico hamartia encontra-se com o significado de “errar”, “errar o alvo”, desde os tempos homéricos. O conceito grego do erro possui orientação intelectual. O resultado de hamartia é considerado hamartema, “fracasso”, “erro”. Na Septuaginta, hamartia e o termo correlato adikia, são as palavras utilizadas para traduzir especialmente o termo hebraico hatta’t, “pecado” e avon, “culpa”, “iniqüidade”.

 

pecado imperdoável - Expressão que denota um aspecto horrível do pecado. Diferentes passagens da Bíblia falam de um pecado que não é perdoado, sendo impossível a mudança de coração depois de alguém o haver cometido, e pelo qual não se deve orar (cf. 12:31- leia com atenção). Também a análise de Mc 3:29 é importante para compreensão do pecado imperdoável. Esse pecado, consiste pois, na rejeição consciente, maliciosa e voluntária da evidência e convicção do testemunho do Espírito Santo, com respeito à graça de Deus manifesta em Cristo Jesus. Não consiste simplesmente em duvidar da verdade manifesta em e por Cristo, nem em negá-la, mas sim em contradizê-la. Ao cometer este pecado,  o homem voluntária, maliciosa e tencionalmente atribui à influência de Satanás aquilo que reconhecidamente é Obra de Deus. Este pecado é, pois, um deliberado ultraje ao Espírito Santo; uma declaração audaz de que o Espírito Santo é um espírito maligno; que a verdade é mentira e que Cristo é Satanás. É isto inclusive que sugere o termo blasfêmia, na língua grega, que tanto pode significar blasfêmia, quanto calúnia ou injúria. Esse pecado é imperdoável, não porque sua gravidade supere os méritos e a eficácia da Obra de Cristo realizada na cruz do Calvário, ou porque ele foge aos limites do poder restaurador do Espírito Santo. O pecado de blasfêmia contra o Espírito Santo é tão grave que aquele que o tem cometido, rapidamente manifesta um desafiante ódio a Deus. A Bíblia ensina de maneira implícita que somente o crente está sujeito à blasfêmia contra o Espírito Santo (cf. Hb 6:4-6). Em atenção ao fato de que a este pecado nunca segue o arrependimento, é possível assegurar que aqueles que julgam tê-lo cometido e se entristecem por isso, e desejam as orações de outros para o perdão, na verdade nunca o cometeram. É o Espírito Santo Quem conduz o homem ao arrependimento; ora, se alguém tivesse pecado contra Ele, é óbvio que Ele não levaria esse alguém ao arrependimento, se o perdão completo não fosse atingido.

 

pecado original - Expressão usada para designar a condição pecaminosa em que nasce o homem. É chamado desta forma, porque se deriva de Adão, está presente na vida de cada indivíduo desde o momento de seu nascimento e porque é a raiz interna de todos os pecados atuais que maculam a vida do homem. No entanto, deve ser evitar o erro de se pensar que o termo “pecado original” implica em que este pecado faça parte da constituição original da natureza humana. Sempre houve divergências quanto à definição deste pecado. No entanto, embora os Pais da Igreja Primitiva não se tenham dedicado ao labor de escrever o suficiente sobre o pecado original, contudo, segundo os Pais da Igreja Grega, há uma corrupção física na raça humana proveniente de Adão, porém, isto não envolve culpa. Na Igreja latina, porém, apareceu uma tendência diferente através de Tertuliano, que segundo alguns teólogos, foi o homem que depois de Paulo, o apóstolo, teve maior senso a respeito de pecado. Tertuliano considerou o pecado original uma infecção hereditária. Ambrósio, outro famoso Pai da Igreja Latina, foi além de Tertuliano na questão do pecado original e o descreveu como um estado, e fez uma distinção entre a corrupção inata e a resultante culpa do homem. Porém, foi através do talento e do espírito de estudo de Agostinho que a doutrina do pecado original alcançou um total desenvolvimento. Segundo ele, a natureza do pecador, tanto física como moralmente, está de toda corrompida por causa do pecado de Adão, de tal maneira que o homem não consegue fazer outra coisa senão pecar. Os reformadores, de modo geral, estiveram de acordo com Agostinho. Somente Calvino diferia dele, principalmente em dois pontos: 1) que o pecado original não é algo completamente negativo, uma vez que esse pecado, segundo ele, dá lugar à eleição de Deus; e 2) que esse pecado está limitado à natureza sensível do homem.

 

PENTATEUCO - Do grego, penta, "cinco" e teuchos, "rolos". Esta é a designação que a Septuaginta aplicou aos cinco primeiros livros do AT. Os judeus, o chamam torah "a Lei". A Teologia ortodoxa e conservadora atribui a Moisés a autoria destes livros. Seu conteúdo abrange desde a criação do mundo, até a morte de Moisés, que provavelmente foi registrada por Josué.

 

PENTECOSTES, FESTA DE - O termo Pentecostes aparece na Septuaginta, traduzindo o termo hebraico hamishshïm yom. No grego, temos pentekonta hemeras. A Festa de Pentecostes foi instituída em Lv 23:15-17. Outro texto que descreve a Festa de Pentecostes é Dt 16:9-12. Essa Festa possui um aspecto profético vastíssimo, que foi cumprido em Atos (At 2:1,4). "Contareis cinqüenta dias... e aí então apresentareis uma nova oferta de manjares ao Senhor". (Lv 23:16). A nova oferta de manjares retratava profeticamente aquele pequeno grupo reunido do Cenáculo - aqueles cento e vinte discípulos dedicados que estavam esperando pela promessa do Pai sobre a qual Jesus havia falado. Eles eram totalmente consagrados a Jesus e estavam esperando pelo que Ele lhes havia prometido. Jesus disse que seriam batizados no Espírito Santo (At 1:4,5,14). Eles eram aqueles poucos que se consagraram e que de fato se comprometeram com Jesus Cristo como Seu Senhor e que haviam sacrificado as suas próprias ambições de maneira a poderem fazer parte dos propósitos de Cristo. Eram semelhantes à voluntária e nova oferta de manjares. Eles se reuniram de comum acordo (gr. koinonia) apresentando-se livremente ao Senhor, preparados para pagarem o preço da identificação com Jesus.

 

PERDÃO - O termo perdão, vem do grego aphiemi, que possui uma ampla gama de significados, tais como: desconsiderar; partir; não discutir; deixar de lado; perdoar uma dívida; aproximar-se; deixar para trás; agir de forma que o errado possa aproximar-se. Isto significa que o Perdão verdadeiro é o completo abandono de ressentimento, de amargura e de desejo de vingança em relação a um ofensor. Para que o perdão seja completo, o ofensor deve confessar-se arrependido, dispondo-se a reparar a falta cometida. O resultado do perdão é o restabelecimento da amizade entre as partes. Deus perdoa os nossos pecados porque Jesus pagou por eles (Cl 1:14; 3:13, na BLH); e é dito pelas Escrituras, que de nossos pecados, "... porque perdoarei a sua maldade e nunca mais me lembrarei dos seus pecados." (Jr 31:34c, na ARC). Outro fato de relevância, é que Deus nos perdoa à medida em que nós perdoamos os que nos ofendem (Mt 6:12).

 

PERSONALIDADE DE DEUS, A - O ensino de que Deus é um ser pessoal, contrapõe-se  ao ensino  panteísta, segundo o qual Deus é tudo e tudo é Deus;  que Deus é o Universo e o Universo é Deus; que Ele não existe independentemente daquilo que se alega ser Sua criação. Pode-se definir personalidade como existência dotada de autoconsciência  e do poder de autodeterminação, ou  ainda  como existência dotada de sentimentos, inteligência e vontade. Não se deve, portanto, confundir personalidade com corporalidade ou existência  corporal material, composta de cabeça, tronco e mem­bros, tratando-se do homem. Corretamente definida, a personalidade abrange as propriedades e qualidades coletivas que caracteri­zam a existência pessoal e a distinguem da existência impessoal e da vida normal. A personalidade, portanto, representa a soma  to­tal das características necessárias para descrever o que é um ser pessoal. O nome é uma das mais fortes evidências da personalidade de um ser. Ao revelar-Se a Moisés, Deus revela Seu Nome  (cf. Êx 3:14). A personalidade de Deus pode ser provada não só pelo que Ele é, mas também pelo que Ele faz e pelos sentimentos que lhE são comuns. Deste modo, a personalidade de Deus pode ser pro­vada: a) pelos pronomes pessoais empregados para distingui-lo (e.g. Jo 17:3; Sl 116:1,2); b) pelas características e propriedades de personalida­de  que lhe são atribuídas (e.g. Gn 6:6; Dt 6:15; 1Rs  11:9; Pv 6:16; Ap 3:19); e c) pelas relações que Ele mantém com o Universo e  com os homens (Gn 1:1; Mt 10:29,30; Rm 8:28; Gl 3:26; Hb 1:3).

 

PLEROMA - Termo grego pleroma, "plenitude". Uma das mais profundas e complexas Doutrinas da Cristologia. Trata-se da Doutrina da plenitude da Divindade presente em Cristo: "Porque nEle habita corporalmente, toda a plenitude  da Divindade." (Cl 2:9). Em todo o NT, pleroma aparece dezessete vezes, sendo que em Cl encontra-se e em 1:19 e 2:19. Esse termo era largamente utilizado pelos  Gnósticos. Para eles, Pleroma representava a totalidade das "emanações" de Deus, dentre as quais incluíam os seres vivos. Criam ainda que as  emanações mais elevadas seriam as várias  gradações  de ordens  angelicais. Segundo esta concepção, cada um desses  seres compartilhava  uma partícula da Divindade, sendo uma tênue  manifestação  de Deus, uma partícula da Natureza Divina total. Desta forma, o Espírito de Deus usou Paulo para valer-se do mesmo termo; porém, num sentido totalmente diferente e completamente divorciado do  sentido gnóstico. Para Paulo, Cristo possui a Natureza  inteira  de Deus e não apenas uma partícula dela. Segundo ele, todos os atributos  e manifestações da Divindade estavam concentrados "em  uma pessoa".   Aquilo que os gnósticos distribuíam entre  tantas  ordens, Paulo atribuía somente a Cristo. Toda a plenitude de Deus  habitava corporalmente em uma única pessoa, Cristo, que  é maior do que todas as supostas emanações  de  todos os seres angelicais juntas. Desta forma, a aplicação de Paulo se  constitui  em uma  poderosíssima  declaração da Divindade de Jesus  Cristo.  Estas declarações são paralelas às de Hb 1:3, que afirma, entre outras coisas, que Jesus é o  "resplendor" da glória de Deus e a "expressa imagem" da Sua Pessoa. Também, um paralelo com a doutrina do Logos (Jo 1:1). Paulo diz que "habita corporalmente". A primeira dessas duas  palavras,  katoikeo, significa "habitar permanentemente" ou "fixar residência" (claro contraste com paroikeo e skeno, que  significam "residir temporariamente"). "Corporalmente", é importante  ressaltar que no original grego é somatikos, que significa "de forma corpórea", "pertencente ao corpo" ou "de modo corpóreo".

 

PNEUMATOLOGIA - Do grego, pneuma, "espírito" e logia, "estudo", "dissertação". Este termo é usado para definir a Doutrina do Espírito Santo, dentro da qual se estuda a Pessoa, a Obra, os Atributos, os Títulos, as Características e outros assuntos relacionados à Terceira Pessoa da Trindade.

 

PORTAS DO INFERNO - Expressão metafórica extraída do grego pulai, comumente traduzido como "porta", ou, mais especificamente, "portão". Metaforicamente, a expressão "portas do hades" tem o significado de um "quartel-general" das hostes infernais, que constante e ferrenhamente lutam contra a Igreja. Tal expressão está relacionada com o fato de que as cidades eram fortificadas e suas "portas" simbolizavam os sistemas jurídico e governante da cidade (e.g. Gn 19:1; Êx 21:6; Lm 5:14; Mc 1:33).

 

PÓS-MILENISMO - Título usado para designar a posição adotada por aqueles que crêem que o Milênio (termo latino, mille, "mil" e annus, "ano"; ou seja, mil anos, equivalente ao termo grego chiliasma) será obtido por intermédio do poder do crescimento do Evangelho, até se chegar à "idade áurea". Segundo esta visão, o Milênio será um período de 1000 anos de paz e justiça na terra, e depois disso acontecerão a segunda vinda de Cristo, a ressurreição dos mortos, o juízo final e a vida eterna.

 

PREDESTINAÇÃO - Uma das mais consoladoras doutrinas da Bíblia, cuja essência repousa no fato de que Deus tem um  plano  geral e original para o mundo, e que  Seus  propósitos jamais serão frustrados. Se a analisarmos de modo negativo, certamente que a Predestinação não é uma manipulação da parte de Deus das escolhas do  homem.  Isto  o rebaixaria à posição de um fantoche, sem  poder  de escolha nem vontade. A Predestinação nunca predetermina as escolhas de Deus no que concerne ao Seu relacionamento com as  inclinações,  necessidades e escolhas dos homens. Sabendo de todas  as possibilidades futuras, em virtude de Sua presciência, bem como os corações dos homens, em virtude de Sua onisciência, Deus teceu um plano dos Seus atos: atos estes que resultarão em maior glória para o Seu Nome, na salvação do maior número de pecadores, e que  contribuirão  com o desenvolvimento da mais perfeita  obediência  de Seus servos (Rm 8:28,29). A  fim de entender a Predestinação, é necessário  distinguir  entre Predestinação e Fatalismo. Fatalismo é a crença que atribui as ações e escolhas do homem ao "determinismo" de Deus. Ou melhor, Deus decide o que o homem será e fará. Mediante o planejamento predeterminado por Deus (a Predestinação), a salvação é oferecida a todas as pessoas e é possível a todos quantos buscam a Deus (At 17:26,27). Por causa  desta provisão,  nenhuma pessoa poderá, em qualquer tempo, acusar Deus de não lhe ter dado oportunidade para crer e se salvar (Rm 1:20). Deus  não apenas planeja uma maneira de todos os  povos conhecerem  a salvação, como também tem um plano para  ajudar  os crentes a progredirem na sua vida espiritual (Rm 8:29).  Este plano, no entanto, depende da disposição do crente em  corresponder em obediência a Deus (Jr 15:19). Deus  "nos predestinou para Ele, para a adoção  de  filhos, por meio de Jesus Cristo" (Ef 1:5). Fomos "predestinados... a fim de sermos para o louvor da Sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo" (Ef 1:11,12). Se não houvesse chance de salvação para todos os que crerem, fica difícil entender as palavras de Jesus: "E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura." (Mc 16:15).

 

PRÉ-MILENISMO - Este é o título que se aplica à uma outra visão acerca do Milênio (período de tempo compreendido entre o  aprisionamento de Satanás e a sua última Revolta,  a Batalha de Gogue e Magogue, quando Satanás estará preso e Cristo reinará sobre as nações), termo que vem do latim mille, "mil" e annus, "ano"; ou seja, mil anos, equivalente ao termo grego chiliasma. De acordo com a visão pré-milenista, a segunda vinda de Cristo vai acontecer antes do seu reinado de mil anos na terra, junto com os salvos que participarem da primeira ressurreição. Depois desse período literal de mil anos, acontecerá a segunda ressurreição, o juízo final e a vida eterna. Para melhores esclarecimentos, gentileza consultar os verbetes Milênio, Amilenismo e Pós-Milenismo.

 

PRIMÍCIAS, FESTA DAS - No hebraico, a palavra "primícias" é habicurim. A Festa das Primícias era comemorada três dias e três noites depois da Páscoa (Lv 23:12), quando as primícias da terra eram ofertadas ao Senhor, e quarenta e nove dias antes do Pentecostes. Deus requeria apenas um molho de cevada. A Festa das Primícias é também designada "... festa das segas dos primeiros frutos" (Êx 23:16). O fermento é considerado pelas Escrituras como tipo da presença da impureza e do mal (Êx 12:15,19; 13:17; Lv 12:11: Dt 16:4; Mt 16:6,12; Mc 8:15; Lc 12:1; 1Co 5:6-9; Gl 5:9) e era proibido nas Festas da Páscoa e dos Pães Asmos. Assim, os dois pães levedados que eram movidos, na Festa das Primícias, representam Israel e os gentios formando a Igreja, divina e perfeita pelo lado de Seu Senhor e imperfeita por parte de seus membros (Mt 13:33). A Festa das Primícias retrata e prediz a ressurreição de Cristo. Na Palestina, a colheita principal é feita durante o sétimo mês judaico, Ethanim. As primícias se referem exatamente àquela parte da colheita que amadurece antes dos demais grãos, no mês de Abib. Até o ano 70 d.C., quanto o Templo foi destruído, este trigo precoce era colhido, reunido num feixe, e apresentado no Templo como "primícias". Os sacerdotes moviam diante do Senhor como uma "oferta movida". Aqueles primeiros grãos eram como que uma "previsão" de toda colheita que somente ocorreria no mês de Ethanim. Jesus disse: "Na verdade, na verdade vos digo, que se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, produz muito fruto" (Jo 12:24). O propósito de se plantar uma saca de arroz no solo é o de se ver esta semente multiplicando-se em milhões de outras sementes (grãos de arroz), exatamente iguais aos que foram plantados. Em Sua morte e sepultamento, Jesus foi "plantado" como uma semente. Jesus não somente ressuscitaria dos mortos, mas seria uma  primícia da ressurreição principal que virá nos últimos dias também ressuscitaria dos mortos (veja Ap 20:4-6).

 

PROFETA - No grego, profetas. São pessoas levantadas, preparadas e comissionadas por Deus para admoestar, exortar, animar, consolar e edificar (cf. At 2:14-36; 3:12-26; 1Co 12:5; 14:3). Foi isso que fez Pedro no dia de Pentecostes e que, segundo o Apóstolo Paulo, deveria continuar acontecendo no seio da Igreja de Cristo. O Profeta é aquele que fala em Nome de Deus, com uma mensagem de Deus, vernacular ou não (nesse caso, acompanhada de interpretação para que todos sejam edificados, cf. 1Co 14:29). Segundo a Bíblia, sua mensagem não é infalível, pois nos recomenda expressamente que "julguemos" as profecias (não os profetas): 1Co 14:29; 1Ts 5:20,21. Um fato importante a se observar, é que o Ministério Profético pode ou não vir acompanhado do carisma de línguas; no entanto, o fato de alguém falar línguas ou mesmo profetizar não significa que esse alguém seja profeta. Profeta é doma, uma pessoa-dom; profecia, um charisma, um dom espiritual.

 

PROPICIATÓRIO, O - O Propiciatório (heb. kapporeth) era a tampa da Arca da Aliança, uma sólida chapa de ouro. O sentido básico do termo Pro­piciatório é "lugar onde Deus nos é propício" ou "Trono da Misericórdia". Ali habitava Aque­le que era três vezes Santo (heb. kadosh), O Onipotente (Is 6:3). Esse  Trono, deveria ser, na verdade, um trono de juízo.  A  Lei, transgredida  por Israel, jazia debaixo dele. Deus  habitava  no meio  de um povo pecador. De fato, devido à Sua  Santidade,  Ele deveria  tê-lo destruído, eliminando-o para sempre. Mas, uma  vez por ano, o sumo-sacerdote espargia sangue nesse lugar. Esse  san­gue falava, em antecipação, do Sacrifício perfeito. Por meio desse sangue, este trono de juízo tornou-se num trono de graça, trono de misericórdia (Rm 3:24,25).

 

PSEUDEPÍGRAFOS - Do grego pseudepigraphos, "escritos falsos", com o significado de "falsa autoria". Designação de livros religiosos, judeus ou cristãos, não-pertencentes ao Cânon, escritos entre 200 a.C. e 200 d.C. por autores anônimos ou por autores que, para forçar a aceitação da obra, usavam como pseudônimo (nome falso) o nome de algum personagem bíblico. A literatura pseudepigráfica é abundante. Pseudepígrafos do AT: Apocalipse de Baruque, Assunção de Moisés, Carta de Aristéias, 3 e 4Esdras, Livro de Enoque, Livro dos Jubileus, 3 e 4Macabeus, Oração de Manassés, Oráculos Sibilinos, Salmos de Salomão, Testamento dos Doze Patriarcas, Vida de Adão e Eva, entre outros. Pseudepígrafos do NT: Apocalipse de Maria, Atos de Pedro e Paulo, Carta aos Laodicenses, Evangelho dos Doze Apóstolos, Evangelho da Infância de Jesus, Evangelho de Pedro, Pseudo-evangelho de Mateus, Evangelho de Tiago, entre outros. A estes livros, os católicos chamam de "apócrifos".

 

PURITANISMO - Nome como é conhecido um movimento religioso do século  XVI, dentro do protestantismo inglês, cujo propósito primordial era o de "purificar" a Igreja Anglicana de formas católico-romanas. Eles tornaram-se conhecidos  como  "separatistas"  ou como   "não-separatistas",  dependendo de sua atitude para com a Igreja Anglicana. Foi um dos ramos do puritanismo que deu origem ao  mo­vimento Batista.

 

QUERUBINS ­- Na língua hebraica, temos keruhbim, plural de kerub. No  grego cheroub. Trata-se de uma palavra de etimologia incerta. No AT esses seres são apresentados como  simbólicos  e celestiais. No livro de Gênesis, tinham a incumbência de  guardar o caminho para a árvore da vida, no jardim do Éden (Gn 3:24). Uma função semelhante foi creditada aos dois Querubins dourados, postos em  cada extremidade do propiciatório (a tampa que cobria a  arca no santíssimo lugar: Êx 25:18-22; Hb 9:5), onde simbolicamente  protegiam os objetos guardados na arca, e proviam,  com  suas asas  estendidas, um pedestal visível para o trono  invisível  de Javé (veja Sl 80:1 e 99:1, para entender essa figura). No livro de  Ezequiel (Ez 10), o trono-carruagem de Deus,  que  continuava sustentado por Querubins, tornava-se móvel. Também foram bordados Querubins nas cortinas e véus do Tabernáculo, bem como estampados nas paredes do Templo (Êx 26:31; 2Cr 3:7). Tem sido objeto de críticas acirradas, o fato de que os povos  vizinhos de Israel possuíam criaturas  aladas  simbólicas. Especialmente  os  heteus popularizaram os grifos, criaturas altamente complicadas com corpo de leão, cabeça e asas de águia  e com a aparência geral semelhante à de uma esfinge. Por estes  motivos,  alguns críticos têm conjeturado que Israel tenha  tomado esse  costume por empréstimo desses povos vizinhos.  No  entanto, fica bastante claro que a situação é inversa: os povos vizinhos é que deturparam a simbologia israelita, adaptando-a às suas  crendices.  Exemplo disto, é a conhecida "Epopéia de Gilgamesh",  uma história babilônica do dilúvio, obviamente tomada por  empréstimo do relato bíblico.

 

 

RABDOMANCIA  - Do grego rabdos, "vara", "bordão" e manteia, "adivinhação". Trata-se do nome que se aplica à forma de adivinhação que se faz por meio de varetas ou setas, que depois de serem lançadas ao ar e caírem, suas posições são observadas, a fim de definirem os referidos presságios (cf. Ez 21:21). A versão Reina-Valera (espanhola), assim traduz Ez 21:21: "Porque el rey de Babilonia se paró en una encrucijada, al principio de dos caminos, para tomar adivinación: acicaló saetas, consultó en ídolos, miró el hígado".

 

RECONCILIAÇÃO - O  substantivo "Reconciliação", é a tradução  do  termo grego  katallage,  que significa "uma mudança completa  tanto  no viver  como no agir". Possui sua origem no verbo katallasso,  que por  sua vez é composto de allaso, "alterar", "trocar"  (derivado de allos, "outro"). Em seu sentido mais lato, a palavra  reconciliação quer dizer essencialmente "troca", "permuta". Consiste  na mudança  da  relação de hostilidade que pode existir  entre  dois indivíduos, passando eles a serem amigos entre si. Na sua utilização no grego clássico, katallasso  geralmente denota a restauração do entendimento original entre as pessoas depois da hostilidade ou do desagrado. A  idéia da palavra "reconciliação", conforme sugere  o termo, é contemplado por toda a extensão das Escrituras Sagradas, onde  verificamos  a existência de quatro  importantes  passagens neotestamentárias  que tratam sobre a obra de Cristo sob a  ótica da reconciliação, quais sejam: Rm 5:10-21; 2Co 5:18-21; Ef  2:11-22 e Cl 1:19-23.

 

 

 

 

SABELIANISMO - O Sabelianismo foi um movimento religioso herético  organizado por Sabélio. Sabélio foi o líder mais notável da escola modalista. Dos começos de sua vida pouco se sabe, mas sabe-se que em 215 d.C. já estava ensinando em Roma. Em essência, seu  pensamento  teológico era igual ao de Noeto. A única diferença  estava no fato de ser muito mais bem estruturado, notadamente por dar  a devida atenção ao Espírito Santo, tanto quanto o Filho. Segundo ele, Pai, Filho e Espírito Santo são um só e o mesmo. São os três nomes do Deus único que se manifesta de formas diferentes, segundo as circunstâncias. Enquanto Pai, é o legislador do AT; enquanto Filho, é encarnado; e enquanto Espírito  Santo, é o inspirador dos Apóstolos. No entanto, é o mesmo e único Deus que assim aparece nessas relações sucessivas e transitórias, exatamente como se pode atribuir a um mesmo indivíduo títulos  diferentes segundo os diversos papeis que represente; por exemplo: um único  homem pode ser neto, sobrinho, filho, pai, esposo,  primo, tio, pastor, etc... Para Sabélio, o Trinitarianismo parecia  apenas uma forma velada de triteísmo, ou seja, de politeísmo. Sabélio propunha uma analogia da Trindade,  tomando-se por base o sol: o sol é uma só substância, mas com três  manifestações distintas: luz, calor e globo solar. Assim, segundo  Sabélio,  o  calor é análogo ao Espírito; a luz, ao Filho; o  Pai  no entanto  é  representado pela verdadeira substância, ou  seja,  o globo solar. Embora  tenha sido logo excomungado em  Roma,  granjeou numerosos seguidores no Oriente, especialmente no Egito e na  Líbia.   

 

SANTIFICAÇÃO - Uma das mais tremendas verdades bíblicas, que Deus usou Paulo para escrever acerca dela, é a morte e o sepultamento de nossa antiga natureza pecaminosa (cf. 6:4). Da mesma forma que os filhos de Israel entraram no Mar Vermelho, com pães não levedados para sustentá-los em sua nova vida sob a liderança de Moisés, assim também acontece conosco em Cristo (cf. 1Co 10:1,2). Isto significa que quando temos uma experiência pessoal com o Senhor, somos feitos novas criaturas (cf. 2Co 5:17). Desta forma, somos declarados posicionalmente "santos". No entanto, existe um aspecto pessoal e progressivo da santificação, que precisa ser buscado por cada crente, individual e pessoalmente. Precisamos aprender a lidar com qualquer malícia ou maldade em nós. Precisamos nos purificar destas coisas, entregando-nos à retidão, e não ao pecado (cf. Rm 12:2). Era isto que Paulo pregava aos Coríntios, pois eles possuíam muita fé e muitos dons do Espírito, mas estavam sendo corrompidos pela iniqüidade da cidade. Este não era um problema apenas da Igreja de Corinto. Onde quer que hajam pessoas, haverá também problemas com os seus pecados. No entanto, há um caminho para a vitória! Um caminho, ao longo do qual as pessoas podem se elevar e se libertar do poder e da prática habitual do pecado. Estes problemas de pecado, chamados "obras da carne", não devem ser considerados como correntes inevitáveis e inconquistáveis pelo fato de sermos humanos. Há uma maneira de lidarmos com a nossa "natureza carnal", com as nossas "concupiscências da carne". Neste momento, três aspectos precisam ser analisados. Em primeiro lugar, precisamos compreender que não expulsamos as obras da carne como se fossem obras de demônios. Alguns gostariam de pensar que poderíamos resolver o problema de todos os nossos maus hábitos e mal caráter, fazendo com que alguém expulse os demônios de nós. Em segundo lugar, a resposta de Deus para as nossas obras da carne requer que compreendamos mais claramente o que aconteceu com Jesus no Calvário, pois o Calvário expõe a punição de Deus pelo pecado. Em terceiro lugar, temos que ver o pecado como Deus o vê: algo detestável. Temos que compreender que Deus poderia lidar com as obras da carne somente de uma maneira. Ele tinha que julgar o pecado e matar a natureza adâmica pecaminosa. Ele tinha que matar a natureza pecaminosa em nós. O Apóstolo Paulo compreendia isto (cf. Gl 2:20). O Calvário não significa apenas a morte para Jesus. Significa também a morte ao pecado para todos os que colocam a sua confiança nEle. O Calvário lida com o nosso velho ego (cf. Rm 6:6,7). Quando vemos e sabemos que já morremos com Cristo no Calvário, podemos ter a confiante expectativa de experimentarmos Rm 6:11! De fato, o verso 11 não pode acontecer em nossas vidas, até  que de fato tenhamos compreendido e implementado o verso 6! O aperfeiçoamento da santidade somente acontece quando desenvolvemos o mesmo ódio pelo pecado e o mesmo amor pela retidão que Deus tem.

 

SANTO DOS SANTOS, O - Também chamado "Santíssimo Lugar". Era o lugar central do Tabernáculo. A medida desse lugar é uma medida perfeita: 10 x 10  x 10 côvados (ou seja, 5 x 5 x 5 metros). Ali tudo era  de ouro. Detrás  do último véu, estava a Arca, o Trono de Deus.  O  lugar onde Deus habitava. Ali, habitava Deus numa luz ofuscante e inacessível.  No entanto, uma nuvem escura cobria o Propiciatório e envolvia essa luz, o que é explicado em Êx 33:20. Na presente dispensação, é glorioso saber de nossa nova posição. Os que pertencem a Cristo, agora podem contemplar a gló­ria do Senhor com os rostos desvendados! (2Co 3:18).

 

SANTO LUGAR - A Casa era construída de madeira. Grandes tábuas. Cada uma com 10 côvados de altura (5 metros) e 1,5 côvados de  largura (75  cm) (Êx 26:16). No total, são 48 tábuas dessa  medida.  Elas eram de acácia ou de sitim, a mesma madeira que fora utilizada no Altar. Assim como no Altar, a madeira, brotada da terra, fala-nos do fato de que Jesus foi Verdadeiro Homem, nascido na terra. No entanto, as tábuas eram revestidas de ouro. Obviamente, foi necessário uma quantidade tremenda de ouro. Pela provisão divina, os israelitas tinham ouro em grande  quantidade, pois além de outros tesouros, os egípcios também lhes deram muito ouro (Êx 12:35,36). O ouro é símbolo da glória celestial, da glória  de  Deus. Assim, temos que o ouro simboliza a Divindade de Cristo (Jo 1:1; 10:30) e a madeira, Sua Humanidade (1Tm 3:16). Nós cristãos, também nos assemelhamos a essas tábuas de madeira, pelo fato de que enquanto estamos aqui na terra continuamos sendo humanos, mas revestidos de ouro, isto é, da  imortalidade que nos foi outorgada em e por Cristo Jesus. A Bíblia afirma que  todo crente, todo filho de Deus, é revestido da  justiça de Deus (2Co 5:21). Veja também Is 61:10. Nos dias do povo de Israel, eram essas tábuas revestidas de ouro que formavam as paredes do Tabernáculo. Era aqui que Deus habitava. Depois, na plenitude dos tempos (Gl 4:4), veio à Terra o Filho de Deus. Então, Deus habitou nEle, no Senhor Jesus. Veja o que diz a Palavra em Cl 1:19! Outro fato de destaque que queremos ressaltar é que na presente dispensação,  em que Cristo foi recebido no  céu, cada crente é uma casa, um templo no qual Deus, o Espírito Santo habita (1Co 6:19). Deus também habita na Igreja (2Co 6:16). No Tabernáculo,  essas tábuas eram colocadas uma ao lado da outra,  e  assim formavam  a habitação de Deus na terra. Isto também  possui  um grande simbolismo, pois Deus tem uma morada na terra hoje: a  Sua Igreja. Portanto, é propósito de Deus que todos os crentes juntos,  bem ajustados, formem a Casa onde Deus habita hoje.  Agora, Ele não mais habita numa casa material de ouro, ou num Templo  de pedra como nos dias de Salomão. O  texto de 1Tm 3:15 nos diz que a Casa de Deus é a Igreja do Deus Vivo. Ef 2:22 diz que somos edificados "para habitação de Deus no Espírito". Lembremos que Jesus afirmou que  Ele mesmo edificaria a Sua Igreja (Mt 16:18). Em continuidade, o au­tor  de Hebreus (3:6), diz que esta casa "somos nós".  Ou seja, todos  os crentes em Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo,  todos os verdadeiros filhos de Deus (Jo 1:12), formam juntos a Igreja de Cristo. Estes, conforme 1Pe 2:5, como pedras que vivem, são  edificados casa espiritual e sacerdócio santo.

 

SEPTUAGINTA - Também chamada "Tradução dos Setenta" ou LXX. Trata-se da famosa tradução do AT  hebraico  feita para o grego, em Alexandria, onde havia muitos judeus que falavam grego. Segundo a tradição, essa tradução foi encomendada por Ptolomeu Filadelfo (285-247 a.C) a 70 judeus, hábeis lingüistas, que foram mandados de Jerusalém ao Egito. Chamou-se Septuaginta,  devido ao número de tradutores que a começaram.

 

SERAFINS - Termo de origem hebraica, saraph, cuja origem exata  e  significação têm sido alvo de disputas entre os eruditos. Provavelmente, deriva-se da raiz hebraica saraph, cujo  significado é "queimar", o que daria a idéia de que os Serafins  são anjos rebrilhantes, uma vez que essa raiz também pode  significar "consumir com fogo", mas também "rebrilhar" e "refletir". A única menção a esses seres celestiais nas páginas das Escrituras  Sagradas fica no livro de Isaías (Is 6). Aparecem  associados com os Querubins na tarefa de  resguardar  o trono  divino.  Os seres vistos por Isaías tinham  forma  humana e possuíam seis asas (Is 6:2). Estavam postos  acima  do trono  de Deus (Is 6:2a), o que parece indicar que sejam  líderes na adoração ao Senhor. Uma dessas criaturas entoava um refrão que Isaías registra nas palavras: "Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos;  a terra inteira está cheia da Sua glória"  (Is  6:3). Tão vigorosa era esta adoração, que é dito que o limiar do Templo divino se abalava e o santo lugar ficava cheio de fumaça. Assim, ao que parece, os Serafins  constituem uma ordem de seres  angélicos  responsáveis por certas funções de vigilância e adoração. No entanto, são criaturas morais distintas, e não apenas projeções da  imaginação  ou personificação de animais. Suas qualidades morais  eram empregadas exclusivamente no serviço de Deus.

 

SOTEROLOGIA - Termo originário do grego soteria,  "salvação" e logia, "estudo", "tratado". Portanto, Soterologia (ou Soteriologia) é o estudo da salvação. Nesta área de estudos, incluem-se vários aspectos, tendo em vista o fato de que a salvação é extremamente abrangente. Em geral, no campo da Soterologia, estuda-se a provisão da salvação, os lados divino e humano da  salvação, o novo nascimento, a reconciliação, a redenção, a expiação, a justificação, dentre outros.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

TABERNÁCULOS, FESTA DOS - Sua instituição está relatada em Lv 23:34. Durante a Festa dos Tabernáculos, abrigos (ou tendas) temporários, feitos com galhos de árvores, eram montados nos telhados planos ou nas ruas. Talvez a melhor descrição desta Festa seja a de Ne 8:14-17. Esta Festa lembrava a Israel do tempo em que habitara em tendas no deserto. Esta Festa também era chamada de "Festa da Colheita" (cf. Êx 23:16). Para nós que estamos agora vivendo nos últimos dias, isto é muito importante. É preciso que nos lembremos daquilo que Jesus disse: "A colheita é o fim do mundo" (Mt 13:39). Isto sugere claramente que Tabernáculos representa o cumprimento ou a grande conclusão que Deus planeja para a história humana segundo o que sabemos. E esta será uma época de uma grande colheita. Tão grande que não conseguiremos contê-la nos métodos tradicionais usados nas gerações passadas. No NT, o correspondente bíblico da Festa dos Tabernáculos é o Milênio. Enquanto Tabernáculos relembra a redenção do Egito (cf. Lv 23:43), também aponta para o descanso do reino para Israel depois do seu reajuntamento e restauração, quando, então, a Festa se tornará novamente um memorial, e, não somente para Israel, mas para todas as nações (cf. Ed 4:4; Zc 14:16-21; Ap 21:3). O cerne desta Festa é a presença de Deus entre os homens, trazendo luz e repouso eterno (cf. Ap 21:3,4). Por esta causa Cristo nasceu (cf. Jo 1:14). É bom lembrar que o verbo que ocorre aqui na língua grega é skenô, correspondente ao hebraico miskhan, "habitação temporária". Portanto, podemos concluir que não foi por mero acaso que Jesus recebeu o título Emanuel (no heb. Imanu, "conosco" e El, "Deus"): Deus Conosco.

 

TALMUDE - Nome originário da língua hebraica, cujo significado é "aprender", "estudar". É este o título que se dá à coleção de escritos dos judeus, contendo explicações e tradições referentes à Lei de Moisés. Ele é uma coletânea de preceitos rabínicos, de decisões legais e comentários sobre a lei mosaica. Atribui-se aos Fariseus as anotações iniciais que deram origem ao Talmude. Há fortes indícios de que a composição do Talmude teve início no final do último século antes de Cristo. Estas anotações, com o passar do tempo, deram origem a duas formas distintas, conhecidos como Mishnah (um comentário verbal, contínuo e completo que procura explicar a Lei de Moisés) e Midrash (uma coletânea de pouca precisão, de comentários de cunho lexicográfico e morfológico do hebraico e do aramaico).

 

TEÍSMO - Vocábulo de origem grega, theós, "Deus". Termo surgido na Inglaterra, no século XVII, quando foi usado em contraste com o ateísmo. Doutrina que contrasta com o ateísmo, bem como o deísmo. Segundo a crença teísta, Deus criou todas as coisas, mas não apenas as criou; Ele as sustenta, abençoa, protege, zela, cuida. Deus é um ser pessoal, com atributos e natureza definidos e revelados em Sua Palavra. O Teísmo crê na Soberania de Deus sobre o Homem e sobre a História do Homem. O livro bíblico que demonstra de forma mais clara a verdade do Teísmo, é o Apocalipse.

 

TELEOLÓGICO, ARGUMENTO - Trata-se de outro dos argumentos racionais da existência de Deus. É praticamente uma extensão do Argumento Cosmológico. Ele mostra que o mundo ao ser considerado sob qualquer aspecto revela inteligência, ordem e propósito, denotando assim a existência  de um ser sumamente sábio. Por exemplo, o homem para  viver,  consome  o ar, do qual retira todo o oxigênio, resultando disso o dióxido de carbono, inútil ao ser humano. As plantas, por sua vez, consomem o dióxido como elemento essencial, e produzem daí o oxigênio, que será novamente consumido pelo homem.

 

TENTAÇÃO - No original grego, o termo usado para tentação é peirasmos, que ocorre vinte vezes no NT. A idéia fornecida por este vocábulo abrange uma ampla gama de significados, tais como: "teste", "tentação", "tentativa", "provação", "teste da fidelidade do homem", "teste da virtude", "tentação, despertada dos desejos ou das circunstâncias externas", "estado mental pelo qual somos provocados para pecar", "tentação interna para pecar",  dentre outros. Há vários tipos de tentações. Há as tentações (no sentido de "testes", "provações") que vêm de Deus, obviamente não para infundir qualquer tendência para o que pecaminoso (cf. Tg 1:13), mas ordenando coisas duras e desagradáveis para nossa natureza, como no caso de Abraão em relação ao oferecimento de Isaque. Também existem as tentações de origem satânica, tais como as induções mentais mentirosas incitando ao mal, à luxúria, à concupiscência, à vingança, ou sugestionando pensamentos duros e blasfemos de Deus,  enchendo de dúvidas e medos. Há as tentações do mundo que surgem da pobreza ou da riqueza, das luxúrias, da sede de poder. E ainda, as tentações dos nossos próprios corações corruptos, em razão da natureza humana degenerada.

 

TEOFANIA - O termo Teofania, vem  do  grego theophnaia, que por sua vez é uma palavra composta por dois vocábulos, também   gregos: Théos, "Deus" e  phanei,  "aparecer". Isto é, Teofania é o termo utilizado para descrever alguma manifestação visível de Deus, na forma que Ele quiser. Alguns  eruditos,  definem Teofania como uma manifestação de Deus  aparecendo, seja em forma humana, seja através de fenômenos da natureza gran­diosos e impressionantes. Em sua essência, Teofania é um termo teológico que serve para indicar qualquer manifestação temporária  e normalmente visível de Deus. Por conseguinte, é preciso se distinguir de forma enfática que há uma grande diferença entre a Teofania (que  é uma manifestação temporária) e a Encarnação (que é uma manifestação permanente), uma vez que muitas das Teofanias do AT eram manifestações de Jesus pré-encarnado.

 

TEOLOGIA - Termo formado de duas palavras gregas; théos, "Deus" e logia, "estudo", "dissertação", tratado". Com base nesta informação etimológica, muitas têm sido as definições de Teologia. Nós a definimos como a Ciência que trata do conhecimento de Deus e de Suas relações com o Universo e o Homem. Nós a consideramos "ciência" (cf. o gr. sophia), pois este termo possui uma gama muito grande de significados, tais como: sabedoria; inteligência; conhecimento variado de asuntos humanos e divinos; conhecimento e prática dos requisitos de uma vida de comunhão vertical e horizontal. É óbvio que a Teologia não se propõe a dissecar  o ser de Deus, mas a apresentá-lO ao nível  da  compreensão humana. É evidente que Deus, como um Ser eterno, onisciente, onipotente,  onipresente, santo e transcendente, jamais poderia ser  aquilatado  na Sua plenitude  pelo homem, cuja capacidade é tão limitada  em si mesma.  Se  a Bíblia diz que os céus, nem os céus dos  céus podem conter a Deus (cf. 1Rs 8:27), como que a nossa ínfima compreensão seria capaz de aquilatá-lO? Comece por onde começar a nossa pesqui­sa  do Ser divino, ela sempre esbarrará na declaração de Jesus  à mulher samaritana: "Deus é Espírito..."(Jo 4:24). No entanto, a Teologia se propõe a apresentar de forma sistematizada aquilo que Deus quis revelar-nos acerca de Si mesmo e acerca de nós, obra de Suas mãos (Dt 29:29).

 

TETRAGRAMA SAGRADO - Esta é a designação do nome que se dá às quatro  letras que  formam o infalível Nome de Deus, Yahweh, ou seja  YHWH. Esse Nome nunca foi e nunca é pronunciado pelos judeus,  embora suas vogais tenham sido emprestadas dos nomes Adonai e Elohim. Os copistas, ao escreverem O Nome, valiam-se de canetas de ouro. O Nome (ou Tetragramaton) era escrito, mas não era lido, devido à preocupação exacerbada em relação ao estabelecido em Ex 20:7.

 

TRICOTOMIA - Este é o termo utilizado para designar a interpretação de que o homem compõe-se de três partes, ou elementos essenciais, quais sejam: o espírito, a  alma e o corpo (1Ts 5:23). O corpo (gr. soma) é a  matéria  da sua constituição; a alma (heb. nephesh, gr. psyche) é o princípio da vida animal que o homem possui em comum com os irracionais.  A ela  pertencem  o entendimento, a emoção e a  sensibilidade,  que terminam  com  a morte. O espírito (heb. ruah, gr. pneuma),  é  o princípio do homem racional e da vida imortal. Possui razão, vontade e consciência, e se estende à eternidade, após a morte  biológica, ou seja, após a morte do corpo.

 

TROMBETA, A ÚLTIMA - Segundo preceituado em Lv 23:24, no primeiro dia do sétimo mês deveria ser observado um dia total de descanso. Aliás, esta era a principal característica daquiela Festa: ela é um tempo de descanso. Jesus nos ensina que desde a queda de Adão e Eva, Deus não tem descansado. Ele está trabalhando para salvar e libertar (cf. Jo 5:17). A Bíblia nos informa que Moisés tentou levar os israelitas que ele havia tirado do Egito através do Jordão, para introduzi-los na terra prometida, o lugar de descanso. No entanto, Hb 4:8,9, diz que esse descanso nunca se concretizou nos dias de Moisés, nem de Josué. Na verdade... pelo fato de Israel não ter obtido a promessa, ela ainda permanece para nós hoje em dia (cf. Hb 4:9-11). Esta afirmação no NT, declara que este descanso sabático, ainda está para acontecer. Em outras palavras, nos dias do NT, isto ainda não foi cumprido. A Era da Igreja já tem agora quase dois mil anos. Cremos, pois, que estamos bem próximos do toque das Trombetas. Na Bíblia, a trombeta possui um grande simbolismo, pois ela podia significar uma mensagem de advertência (cf. Is 58:1; Ez 33:4) ou uma mensagem de mobilização (Nm 10:1-10; 1Co 14:8). A Festa das Trombetas será cumprida quando a Era da igreja estiver terminando. Ap 10:5-7 declara: "Não haverá mais demora, mas nos dias em que o sétimo anjo deverá tocar a sua trombeta, o mistério de Deus será cumprido, como Ele anunciou aos Seus servos, os profetas". Como Paulo afirmou: "Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados" (1Co 15:52).

 

TROMBETAS, FESTA DAS - Festa muito expressiva do ponto de vista profético, celebrada no primeiro dia do sétimo mês (Ethanim), cuja instituição se encontra em Lv 23:24,25. Com base em At 2:1 e Gl 4:4, podemos compreender que Deus tem datas específicas em Seu Calendário. Algumas palavras proféticas estão simplesmente aguardando o seu cumprimento há milhares de anos. Elas não podem acontecer até a hora programada pelo Senhor da História. Das sete Festas anuais, Trombetas, Expiação e Tabernáculos ainda aguardam o seu cumprimento profético, o que somente ocorrerá no tempo designado para elas. Não obstante, a época em que estamos vivendo agora, é, muito provavelmente, esta plenitude dos tempos. A Festa das Trombetas marcava o início da terceira e grande época de Festas observadas por Israel. Ela vinha na época da terceira, última e maior das colheitas. Embora houvesse uma pequeníssima colheita nas Primícias e uma colheita de primavera maior durante o Pentecostes, a maior delas, porém, acontecia no fim do verão. Era apropriadamente chamada de "a colheita" (cf. Êx 34:22). Isto é de grande  significado para nós, que estamos fazendo a Obra do Senhor. Jesus nos disse que a "... colheita é o fim do mundo" (Mt 13:39). Assim sendo, podemos ter a expectativa de que mais pessoas respondam ao Evangelho na época das Trombetas do que em qualquer outra época da história do mundo. Sinceramente temos motivos para crer que estamos entrando agora nesta época.

           

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

UNICISMO - Nome de uma doutrina herética, cujas origens remontam ao final do século II d.C. Presos ao monoteísmo judaico, alguns cristãos consideravam difícil crer na doutrina trinitária, mas não queriam abrir mão da Divindade de Jesus. Então, para resolver a questão, concluíram: Há um só Deus, o Pai; e se Jesus é Deus, logo, ele é o Pai. Como a Bíblia também fala no Espírito Santo, e O apresenta como Deus, então Jesus também é o Espírito Santo. Negando a doutrina da Trindade, que afirma que em Deus há três pessoas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, distintos um do outro, mas com uma mesma essência, diziam que em Deus havia uma única pessoa: Jesus. Ele é o Pai, o Filho e o Espírito Santo. São três modos que utilizou a fim de Se revelar a humanidade. No AT, revelou-Se como Pai. Na Encarnação, como o Filho, e no Pentecostes como o Espírito Santo. Esta heresia é também conhecida como Patripassionismo (o Pai sofreu), Modalismo (de modo) ou Sabelianismo (de Sabélio, principal defensor dessa heresia). Foi rechaçada pela Igreja por volta do ano 262 d.C. No entanto, foi ressuscitada numa reunião em Arroyo Seco, próximo a Los Angeles, Califórnia, EUA, em 1913, quando R.E. McAlister pregou um sermão afirmando que os apóstolos não batizavam em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Depois de ouvir tal pregação, John G. Scheppe anunciou ter recebido uma “revelação” da parte de Deus sobre a verdade do batismo em nome de Jesus. A partir daí, passou a ensinar que as pessoas teriam de ser batizadas em nome de Jesus e que a doutrina da Trindade era antibíblica. Afirmou que o batismo tem que ser somente em nome de Jesus. No Brasil essa corrente é representada pelos seguintes grupos: Igreja A Voz da Verdade, Igreja Pentecostal Unida do Brasil, Tabernáculo da Fé, entre outras.

 

VERBO - Termo que aparece em nossas versões, em Jo 1:1, por exemplo, como sinônimo de Logos. Trata-se de uma referência óbvia às palavras iniciais da Torá, palavras estas que descrevem a criação original. Segundo  se pode depreender de uma análise mais atenta, mesmo que menos pro­funda,  essas  palavras se encaixam perfeitamente na linguagem de Gn 1:1. Essa alusão a Gênesis se torna ainda mais patente, quando atentamos  para o fato de que o judeu estava familiarizado com  a linguagem inicial da Bíblia: "bereshit", isto é, como "No  princípio". Alguns eruditos opinam que este texto é uma simples  menção à criação original, sem referir-se à eternidade do Logos. Entretan­to, um fato relevante acerca da eternidade do Logos, é este versículo de Jo 1:1 não dizer "No princípio o Logos se tornou,  foi criado", mas sim que dizer que ele já era. Assim sendo, mesmo que essa frase nada mais fosse do que uma alusão ao ponto, no  tempo em  que ocorreu a criação operada por Deus, já encontramos ali  o "Logos" em existência. A palavra que era usada no original grego, arche (prin­cípio), era utilizada com o propósito de fazer referência à geração primária ou ao surgimento de todas as coisas e ainda que esse vocábulo tenha sido usado desta maneira em Jo 1:1, não há indicação alguma de que isso queira dizer que o "Logos"  teve  começo nessa ocasião; pelo contrário, Ele é visto como já em existência quando tudo veio a existir do nada. Em suma: asseverar-se que o Logos estava no princípio, é, sobretudo, afirmar que no princípio Ele já existia.

 

 

 

 

 

 

BIBLIOGRAFIA

 

Na compilação da presente obra, além das Versões Almeida Revista e Corrigida, Almeida Revista e Atualizada, as quais usei para consultas dos textos bíblicos citados, também pude contar com a contribuição das seguintes obras:

 

 

ASSIS, Lázaro Soares de. Jesus Cristo - Preexistência, Revelação, Encarnação, Divindade... Tese de doutoramento.  Faculdade de Teologia Filadélfia, 1996.

ASSIS, Lázaro Soares de. As Festas de Israel. Apostila. Ipatinga, 2000.

BRASIL, Sociedade Bíblica do. Bíblia Online. Versão 2.0, São Paulo, 1999.

CHAMPLIN, Russel N. & BENTES, João Marques. Enciclopédia  de  Bíblia Teologia e Filosofia (6 volumes).   São Paulo,  Associação Religiosa Editora e Distribuidora Candeia, 1991.

TAYLOR, William Carey. Dicionário do Novo Testamento Grego. 8ª edição, Rio de Janeiro, JUERP, 1986.

 

 

SOBRE O AUTOR

Lázaro Soares de Assis, o autor da presente obra, serve ao Senhor como Ministro do Evangelho. É membro da Ordem dos Ministros Evangélicos do Brasil (OMEB), da Ordem dos Teólogos do Brasil (OTEB), da Ordem dos Teólogos da América Latina (OTEAL) e do Conselho Nacional de Pastores do Brasil (CNPB). Deus tem lhe concedido a bênção de realizar preleções e palestras em Igrejas de várias denominações em vários estados brasileiros. É Fundador e Diretor da FATEM - Faculdade de Teologia Monte Moriá. Casado com Avelina Ambrósio Pereira Soares de Assis há dezenove anos, e pai de cinco filhos: Avelina, Suzana, Lázaro Filho, Ebenézer e Quemuel.

 

FORMAÇÃO BÍBLICO-TEOLÓGICA - Com o intuito de dirimir quaisquer dúvidas que possam surgir,  desejamos tornar conhecido a formação teológica do autor: Bacharelado em Teologia, Filosofia Cristã e em Educação Religiosa; Mestrado em Teologia, Doutorado em Teologia, Ciências da Religião, Filosofia da Religião e em Divindade.

Sua maior aspiração e seu mais profundo desejo é contribuir para com a edificação do Corpo de Cristo através de um ministério de ensino e receber o "muito bem" dAquele que o tirou das trevas para Sua maravilhosa luz. 

 

OUTRAS OBRAS (APENAS EM APOSTILAS)

1)  A CARNE E SUAS OBRAS, UM DESAFIO DE TODOS NÓS;

2) JESUS CRISTO, PREEXISTÊNCIA, REVELAÇÃO... (TESE DE DOUTORAMENTO);

3) COLEÇÃO ESTUDOS - VOL. I (O Estado intermediário; A Família do Senhor Jesus, As Indulgências);

4) COLEÇÃO ESTUDOS - VOL. II (Os Dons Ministeriais - um presente para o Corpo de Cristo);

5) COLEÇÃO ESTUDOS - VOL. III (Judas, a Epístola da Atualidade);

6) COLEÇÃO ESTUDOS - VOL. IV (Como Jesus Edifica Sua Igreja);

7) COLEÇÃO ESTUDOS - VOL. V (Natal?! Que "negócio" é este?)

8) ALÉM DE MAIS DE 100 TÍTULOS, DOS MAIS VARIADOS ASSUNTOS.

 

CONHEÇA A FATEM

o que é FATEM?

FATEM, é a sigla adotada para a Faculdade de Teologia Monte Moriá. Esse é o título de uma instituição teológica de nível superior, cristocêntrica, ortodoxa, de orientação pentecostal, fundada pelo Rev. Dr. Lázaro Soares de Assis. Uma escola de Teologia que possui em seu Corpo Docente professores com formação a nível de licenciatura, bacharelado, mestrado e doutorado em Teologia e áreas afins.

essa Escola tem amparo legal?

Sim, temos amparo legal. A FATEM possui fundamentação legal no Decreto-Lei 1.051/69, consolidado no princípio de separação entre a Igreja e o Estado.

QUAL A validade dos Cursos da FATEM?

Esta, é uma excelente pergunta! No Brasil, o ensino teológico tem tratamento especial, a exemplo do que ocorre com o ensino militar. Ou seja, seu funcionamento não depende de autorização especial do Estado e seus diplomas não são registrados no MEC (Parecer 286/81). Tais cursos são ditos "livres", não necessitando de prévia autorização para funcionamento, nem de posterior reconhecimento do Conselho de Educação competente. São considerados "legais", quando se enquadram na legislação pertinente, mas nunca são considerados "oficiais". Com as disposições inseridas no sistema educacional brasileiro por meio da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e dispositivos afins, especialmente o Parecer CEC 241/99, aprovado em 15 de Março de 1999, o Conselho Nacional da Educação abre jurisprudência para o reconhecimento dos cursos de teologia. Ou seja, passa a ser possível que uma escola de Teologia seja credenciada pelo MEC, desde que se enquadre nos parâmetros legalmente estabelecidos. Somente a partir deste  credenciamento, é que os seus diplomas podem ser registrados no MEC, sendo que é necessário ressaltar que o Parecer vislumbra a oportunidade para que as instituições teológicas iniciem, apenas, o seu processo de regulamentação junto ao MEC. Um detalhe muito importante é que o Parecer, pode ou não, tornar-se Resolução ou Portaria. No entanto, o referido Parecer torna viável a abertura do processo ao possível reconhecimento ao curso de Teologia.

os Cursos da FATEM têm registro no MEC?

Não, a resposta é não. Nosso propósito, não é formar profissionais da Teologia, mesmo porque no contexto cultural e legal brasileiro, Teólogo não é considerado como uma profissão regulamentada. O propósito da FATEM e o motivo de sua existência, estão intimamente relacionados com o desejo do Senhor Jesus Cristo, expresso em Jo 17:17: "Pai, santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade", em conformidade com o desejo do grande apóstolo Paulo em 2Tm 2:15: "Procura apresentar-te diante de Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade". Ou seja, a FATEM existe para servir de instrumento de edificação do Corpo de Cristo e para capacitação de Obreiros para a Seara do Mestre.

para que servem os diplomas da FATEM?

Ao concluir satisfatoriamente qualquer Curso da FATEM, você receberá um Diploma legal (ou seja, um diploma amparado por Lei), que comprovará sua conclusão de determinado Curso. Em primeiro lugar, servirá para comprovar junto ao Corpo de Cristo e à Comunidade na qual você está inserido, que após várias e desafiadoras atividades, você foi considerado APROVADO no nível de ensino teológico concluído. Servirá também, para comprovar que você estudou Teologia numa Escola séria, profundamente comprometida com a Palavra de Deus e com a herança da ortodoxia, onde as disciplinas teológicas são tratadas dentro de uma sistematização mundialmente reconhecida. Outrossim, seu Diploma servirá para comprovar que você estudou numa Escola que existe há quase uma década, onde a Teologia tem sido tratada como uma ciência séria, numa perspectiva de se unir graça e conhecimento. Finalmente, o seu Diploma poderá ainda redundar em vantagens para você, pois a jurisprudência do Conselho Federal de Educação tem sido no sentido de declarar-lhes a equivalência, de acordo com regras amplas e flexíveis. É o que se pode depreender da leitura da Lei de 1821/53, do Decreto 34.330/53, dos Pareceres do CFE, nº 279-64 (doc. 31,p.69 ) e n.º 884/65 (doc.92, p. 60 ) e n.º 3174/77 (doc. 204, p.17), dentre outros. Assim sendo, ao final do Curso, os alunos considerados APROVADOS receberão um Diploma registrado na Secretaria da FATEM, conforme preceituam os dispositivos legais pertinentes, 

Quais Cursos são ministrados pela FATEM?

Atualmente, ministramos os seguinte cursos:

a) Básico em Teologia – este Curso é composto por 20 matérias, com duração prevista de seis meses a dois anos. Pode ser ministrado a qualquer pessoa alfabetizada. Neste Curso, o aluno somente poderá optar por estudar por meio de apostilas, desenvolvendo as atividades propostas e as respectivas avaliações;

b) Graduação em Teologia – composto por 30 matérias, com duração prevista de um a três anos, ministrado a portadores de diploma de 1º grau. Neste nível de estudos, o aluno poderá optar por estudar em apostilas ou bateria de questões.

c) Bacharelado em Teologia – composto por 40 matérias e uma Monografia, com duração prevista de dois a quatro anos, ministrado a portadores de diploma de 2º grau. No caso deste Curso, o aluno deverá estudar as matérias iniciais de maneira apostilada, podendo optar por estudar o restante das disciplinas da forma que melhor se adaptar à sua realidade.

d) Bacharelado em Teologia Pastoral – Este Curso é composto por 40 matérias e uma Monografia, com duração prevista de dois a quatro anos, ministrado a portadores de diploma de 2º grau. É um Curso que destina-se a preparar especificamente Pastores e Evangelistas para a Obra do Senhor, em virtude das disciplinas que o integram. A exemplo dos Cursos anteriores, o aluno deverá estudar as matérias iniciais de maneira apostilada, podendo optar em estudar o restante das disciplinas da forma que escolher.

e) Bacharelado em Filosofia Cristã - Curso composto por 40 matérias e uma Monografia, com duração prevista de dois a quatro anos, ministrado a portadores de diploma de 2º grau. A exemplo do Curso anterior, o aluno deverá estudar as matérias iniciais de maneira apostilada, podendo optar em estudar o restante das disciplinas da forma que melhor lhe parecer.

f) Mestrado em Teologia – composto por 12 matérias e Dissertação, com duração de um ano, ministrado a portador de Diploma de Bacharelado ou equivalente. Este Curso somente será ministrado através de questões propostas, acompanhadas de atividades peculiares a cada disciplina.

 

Se houver interesse, contate-nos:

 

Por carta:        FATEM

Rua Orlandina Sathler, 58 - Centro

36985-000 - CHALÉ/MG

 

Por telefone:    (33)3345-1308 e (33)3345-1320 (horário comercial)

 

Pela Internet:   Acessando nosso site:

                   http://www.fmoria.hpg.com.br

 

Por e-mail:       fmoria@hpg.com.br

                   lsassis@aol.com.br

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

DICIONÁRIO TEOLÓGICO BRASILEIRO

 

Demóstenes dizia muito bem, quando afirmava que conhecimento começa com definição.

Isto significa que todo aquele que ensina ou todo aquele que estuda, precisa se lembrar disto e ter cuidado para definir bem as Doutrinas Bíblicas. A Bíblia abunda em palavras de tremenda importância e nós devemos exercitar muito cuidado definindo estas palavras.

            Por mais desagradável que possa parecer, precisamos reconhecer que, infelizmente, nossa Igrejas estão cheias de líderes com pouco ou sem nenhum conhecimento bíblico-teológico.

Muitas vezes, são Igrejas pequenas; mas, nem sempre. Algumas vezes, são líderes de grandes rebanhos; pessoas investidas no Ministério Pastoral. São "pastores" (gr. poimanate), ou seja, provedores de pasto! No entanto, eles mesmos estão morrendo de inanição, padecendo de fome, ou, pelo menos, evidenciando desnutrição bíblico-teológica de avançado grau.

            Este livro, não se propõe a ser um "mantra", uma palavra mágica para solucionar tal problema. Na realidade, este livro é um desafio para que "conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor..." (Os 6:3). É também um eco ao apelo de Paulo à Timóteo (2Tm 2:15).

            Ao adquiri-lo, seus problemas não serão resolvidos num "passe de mágica". Mas, com absoluta certeza, ele pode ser uma ferramenta útil para você começar a cavar, neste vasto território chamado Palavra de Deus.

 

 

Lázaro Soares de Assis é Ministro do Evangelho. Possui formação em nível de Bacharelado, Mestrado e Doutorado em Teologia, além de ser Doutor em Divindade e PhD em Ciências e Filosofia da Religião.

.