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Almirante Octavio Ferraz Brochado de Almeida

Nascido dia 8 de Maio de 1919, na cidade de Socorro, no interior de São Paulo, foi batizado simplesmente pelo nome de 'Octavio', por seus pais, Francisco Brochado de Almeida e Lucilla Gomes Ferraz. Octavio era o nono filho deste casal.

Nesta época, o Sr. Francisco, um imigrante Português, bondoso e honesto, trabalhava em seu empório de "secos e molhados", e era conhecido em Socorro como o "Chico da Serra".

Vô Chico e sua família mudou-se para Campinas, em 1921, onde mais tarde viria a se tornar o representante exclusivo dos ingleses nas compras de café, em todo Brasil.

Dona Lucilla tornou-se membro da Igreja Presbiteriana Central de Campinas, tendo conhecido o Evangelho por intermédio de seu filho Mario, nos tempos dos Revs. Miguel Rizzo e José Borges dos Santos Junior e levava seus filhos para a Escola Dominical. Octavio, com 8 anos, conheceu a Família Kerr do Rev. William e Aurora de Campos.

Pouco poderia imaginar o Sr. Francisco, que seu filho Octavio, um dia, viria a ser um Homem de grande valor em seu país.

Octavio, que gostava de ir a Igreja, tornou-se amigo de Samuel e Neander irmãos de Nydia. Na Revolução de 1932, ajudou com outros adolescentes da Igreja, no "Café do Soldado" um trabalho de acolhimento e apoio aos soldados, idealizado pelo Rev. Borges. Foi grande admirador do Rev. William C. Kerr, lembrando a nós, seus filhos, sempre, de suas relevantes lições em seus sermões, que muito apreciava.

Octavio estudou as primeiras letras no antigo "3º Grupo Escolar", e depois foi estudar no Colégio Estadual Culto à Ciência, aonde pôde cultivar e desfrutar mais da amizade inseparável com os Kerr que lá estudavam também.

Como vocês devem se lembrar de ter ouvido contar, papai foi um grande nadador, testemunhado por muitos. Seu largo tórax, vinha dos muitos exercícios e competições que participou, quando jovem, em Campinas, organizando campeonatos nos Clubes Fonte de São Paulo, Regatas e Tenis Club. Tal era sua fama, tanto pelo bom desempenho na natação como nos Shows de Aquanautas que organizava, que tais eventos atraiam público e eram divulgados na midia. Nessa época era conhecido pelo pseudônimo de "Rinchas Kaya".

Entrou para a Escola Naval em 1937. Neste tempo de estudante no Rio de Janeiro, freqüentou a Igreja Presbiteriana do Rio, hoje conhecida como a Catedral Presbiteriana, e admirava os seus pastores e seus sermões: Rev. Matatias Gomes dos Santos e Rev. Amantino Vassão.

Em 1943, Octavio, já Oficial da Marinha, como gostava de recordar, "criou coragem, encheu o peito" e foi até Campinas pedir a mão de Nydia em Casamento, pois já estavam namorando desde 1942. Octavio e Nydia tiveram seus quatro filhos em Campinas, mas moraram a maior parte do tempo da carreira de Octavio no Rio, aonde a família freqüentou a Igreja Presbiteriana do Riachuelo, enquanto morando no Grajaú, e depois, quando mudaram para o Leblon, a I. P. de Copacabana onde Octavio foi Presbítero por 11 anos e deu aula de Escola Dominical junto com Nydia por vários anos.

Entre suas múltiplas atividades, na Marinha do Brasil, o Nosso Marinheiro serviu no Rio de Janeiro, no Mato Grosso, em Salvador e em Brasília. Fez cursos nos Estados Unidos e viajou por muitos outros países. Embarcou em muitos navios, como oficial e como Comandante, sendo o mais "querido", o Navio Escola Guanabara, hoje pertencendo a Marinha Portuguesa com o nome de Sagres, mas perpetuado na lembrança de muitos de nós no grande painel de azulejos de sua casa em Campinas. Criou o Serviço de Inteligência da Marinha, dirigiu Escolas, como a de Aprendizes-Marinheiros em Salvador e a de Marinha Mercante no Rio, esta como vice diretor. Participou da Segunda Grande Guerra Mundial (1942-1945) tendo recebido Medalha de Honra por tal participação. Escolhido oficial da Marinha do Brasil para representá-la em vários convites de forças aliadas de outros países e da ONU.

Em 1966 foi promovido a Vice-Almirante, quando entrou para o quadro da Reserva. Em 1967, deixou o Rio de Janeiro, com a família, para a preferida paisagem das Campinas da "Cidade das Andorinhas", como gostava de relembrar. A terra que todos nós nos sentimos tão ligados, tanto aos parentes e irmãos na fé, como a casa que construiu no fim de sua carreira, como às saudades do passado e no coração de infância de todos nós da família. Papai sempre nos disse que nossa casa, em Campinas, foi uma das primeiras do Bairro Jardim Guanabara a ser construída, e acrescentava com certo orgulho, "bem em frente ao Seminário Presbiteriano"!

Em 1979, enquanto trabalhava numa Cooperativa de Café em Barão Geraldo foi convidado pelo então Ministro da Marinha, Almirante Maximiano da Fonseca, seu colega de turma para voltar à ativa e dirigir em Brasília a Diretoria do Pessoal Civil da Marinha. Octavio serviu por 6 anos mais. Entre as principais honras recebidas, Octavio foi agraciado com 10 medalhas, sendo a mais importante a Medalha de Serviços de Guerra com 3 estrelas de prata por mais de 3 anos de guerra no mar, sua favorita, cuja miniatura ele sempre usava na lapela de seus paletós. Ao todo foram mais de 40 anos de serviço ativo na Marinha.

Nos anos em Campinas, podemos todos nos lembrar do Alm. Brochado na Igreja: seus anos como Presbítero, como professor de Escola Dominical, como jogador de basketball do time dos "adultos"; e o Octavio brincalhão e alegre que era. Octavio cantava no Coro da Igreja, regido por sua esposa. Ele tinha uma voz distinta na parte dos baixos e durante as festividades de Natal,cantava o solo de Noite de Paz, em russo, língua que ele estudou na Marinha americana.

Octavio tinha muitos parentes e amigos de sua geração nesta Igreja. Suas famílias permanecem amigas de sua esposa e filhos até os dias de hoje.

Octavio tinha uma fé inabalável. Várias vezes, em suas aulas de Escola Dominical,para jovens, na I. P. do Jardim Guanabara, costumava dizer que sabia a Bíblia de cor, afinal ela poderia ser resumida em um único versículo: João 3.16. É lógico que papai não descartava nada da Bíblia, nenhum dos milhares de ensinamentos e promessas, mas sua fé era tal e tamanha que bastava essa promessa de Deus para ele já se considerar salvo, filho e gozando da Vida Eterna com Deus nosso Pai.

Finalmente, com orgulho, podemos dizer que papai, para nós, foi um grande exemplo de homem de Deus, levando Deus a sério, SEMPRE! E, com conforto, podemos repetir a verdadeira síntese que define bem TODOS os seus ensinamentos, nos seus muitos e bons dizeres, SEMPRE aconselhando a levarmos tudo a Deus em oração e, frisando isso, que a Bíblia diz: "Orai sem cessar". Que a resposta para tudo é a oração e, no mais, confiar em Deus.

Nosso Marinheiro fez sua última viagem. A MELHOR DE TODAS! AO ENCONTRO DO SEU SENHOR, na manhãzinha do domingo 29 de dezembro de 2002.


(Texto escrito por Nydia e filhos: Marcia, Marcus, Octavio e Flavio)


Cara Sra. Nydia: Se a Sra. é Nydia Kerr e pelo texto concluo que sim, deve se lemrar de minha mae, Sylvina Bonilha Homrich, a qual se referia muito à sua pessoa e aos bons tempos de Campinas, em minha infância e adolescência. Moro na Alemanha atualmente e por acaso, abrí esta página sobre o falecimento de seu marido. Gostei de ler a biografia dêle e as palavras de vocês sobre a sua vida, principalmente nestes tempos turbulentos nos quais todos vivemos. Abracos, _ . Sonia Bonilha Homrich-von Koss .19/09/2003

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