Suzana/G.Bissau/África
Timóteo / Avanilde _ família Bachmann e Luzinete
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Informações de Timóteo / Avanilde _ família Bachmann ver : www.uniaonet.com/bachmann.htm

Associação Missionária_para Difusão do Evangelho _ AMIDE :
Luzinete _ : Notícias Nete julho 3 Aug 2006 Queridos mantenedores e intercessores, graça e paz! Porque quantas são promessas de Deus, tantas têm nele o sim...(e) o amém. (2 Co. 1.20) Amados e mui queridos irmãos, muitas vezes nós lutamos contra tribulações e adversidades, e não nos damos conta de que existem grandes riquezas guardadas nesta simples promessa para nós. Ficamos enclausurados no castelo da dúvida, chegando até ao desespero e esquecemos que temos a chave da promessa "eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos." É assim que me senti nestes últimos dias. Desde que cheguei tenho lidado com doenças. Primeiro a malária e o excesso de medicamentos. Com as dores que sentia, confesso que pensei que ia partir. Mas glória a Deus que sempre nos conduz em triunfo! Contudo, meus irmãos a guerra não acabou. Nosso inimigo não me dá trégua. Eu valorizo muitas coisas nesse mundo. Não são objetos, são pessoas. Amo minha família, meus amigos, minha igreja... e agora peço mais um pouco de paciência, amados. Muitos não tiverem a benção de ter uma familia, mas eu tenho uma familia maravilhosa... amo cada um dos meus irmãos. Somos quatorze. Tenho uma irmã, mais nova que eu, seu nome é Rute. Ela é casada com o Gilmar e tem um filhinho de três anos, o Gabriel. Rute está muito doente, tem hepatite autoimune. Os medicos dizem que não tem cura. Os remédios que ela tem tomado são muitos fortes, causam depressão e fadiga. Eles só amenizam a dor, mas não curam.. Outros dizem que ela poderá ter cirrose, que precisará fazer hemodialise... as noticias chegam fragmentadas... li algumas coisas na internet, mas fiquei mais confusa ainda. Meus irmãos, tenham paciência comigo e orem pela minha familia. Também tenho um irmão que desapareceu (Humberto) e meus pais me disseram que não tem notícias dele. Meu coração está tão triste, meus irmãos. Eu sei que não posso fazer nada daqui e mesmo se estivesse no Brasil, mas confio no Deus que tudo pode. E sei que vocês também creêm, por isso conto com vocês. Orem também pelos meus irmãos Osvaldo e Yamim. Preciso de vocês meus irmãos. Primeiro satanás tentou me desmotivar com as doenças, agora ele está atacando terrivelmente a minha familia. Mas eu sei em quem tenho crido! Eu sei. Juntem-se comigo em oração. Eu sou tão grata por ter vocês, por saber que oram por mim e se identificam comigo. Sou grata pelas oraçoes que fizeram por mim, eu não posso recompensá-los, mas eu tenho um Deus GRANDE E PODEROSO e poderá recompensá-los. Quanto ao trabalho estou feliz com o discipulado; as moças pouco a pouco têm correspondido aos estudos bíblicos, glória a Deus por isso. Agora, estou responsável pelos Levitas - equipe de louvor. Na verdade, são quase todos os jovens que estão envolvidos. Por isso, estamos oferecendo um seminário de louvor pra identificarmos aqueles que têm o dom ou vocação pra música. Na escala de quinta-feira ministro estudo bíblico para a igreja junto com o Pr. Timóteo. No tempo das chuvas aqui, que vai de julho até setembro, precisamos aproveitar o tempo disponível da igreja. Nesse tempo, eles estão na lavoura, então, todo tempinho é precioso. Gostaria de compartilhar um pedido de oração. Temos aqui um rapaz por nome Alexandre. Está completamente possesso por satanás. Fica pela aldeia falando palavrões, xigando ou batendo nas crianças. Uma delas ele quase matou. Quebrou as janelas do hospital e vem tentando destruir escolas e casas. Em casa, mordeu a bochecha do pai. Estamos fazendo uma campanha de jejum e oração por ele. Já foi pregado o evangelho a ele na sua própria língua, mas ele disse que não está preparado pra receber a Cristo. No entanto, a população está sob tensão constante. O objetivo do nosso jejum e oração está baseado no que Jesus nos ensinou "certas castas de demônios só saem com jejum e oração." Também queremos ir na casa dos seus pais pra falar-lhes do evangelho. Eles o tem levado a balobas (centro de macumba) e derramado sangue aos demônios por ele. O pai do Alexandre é um feiticeiro e de acordo com o Pr. Tim, não dianta nada nós oramos por ele e ao mesmo tempo ele ser levado pra consultar os demônios. Eu concordo plenamente. Pois quem pratica a eucaristia e vai ao terreiro de macumba, ou é fanático por folclore ou nunca leu os evangelhos. Mas, me contem de vocês, como estão? E a igreja, vai bem? Tenho orado pra que Deus encha os vossos corações com a chama missionária e vocês posssam incendiar a igreja com os sonhos de Deus: todo o joelho se dobrando e toda a língua confessando que só Jesus é o Senhor para glória de Deus Pai. Fica aqui a minha gratidão pelas suas vidas. Sei que vocês têm me abençoado muito. Que Deus os abençoe ricamente no vosso ministério. Nete.


Circular de agosto 29 Aug 2006 Suzana, agosto de 2006.
"Eu nunca fui eloqüente." Ex. 4.10 Queridos irmãos, graça e paz! Não há nada mais desonroso pra Deus ou mais perigoso pra nós do que a falsa humildade. Quando nos recusamos em ocupar uma posição que Deus, em sua graça, nos atribui, alegando não possuir determinadas virtudes ou qualidades, não estamos demonstrando humildade. O fato é que, se pudéssemos nos convencer de que possuímos tais virtudes e qualidades, nós nos consideraríamos capazes para aceitar o encargo. Se Moisés, por exemplo, tivesse a eloqüência que julgava necessário para a tarefa que Deus lhe dava, provavelmente se disporia a ir. A pergunta é: que medida de eloqüência lhe seria necessária pra capacitá-lo aquela missão? Reposta: sem Deus, nem toda eloqüência deste mundo adiantaria. Com Deus, um simples gago seria um excelente negociador. Assim, penso que a incredulidade não é humildade, mas um tremendo orgulho. O incrédulo não quer acreditar em Deus por não ver em si mesmo uma base pra crer. Isso é o cúmulo da presunção. Eu tenho caído nesse erro muitas vezes. É que vejo que a tarefa aqui entre os Felupe fica cada dia mais difícil. Quase que impossível. Me pego, muitas vezes pensando, que não sirvo, não tenho as qualificações para tantos desafios. Um dia desses, chorei muito. Vou compartilhar, assim vocês poderão orar com inteligência comigo. Depois de estar com as moças todo esse tempo estudando com elas sobre quem é Jesus, seus ensinos, sua vida , morte e ressurreição, descobri que do muito que eu falava, elas pouco entendiam. Como estou fazendo a pesquisa etnolingüística pra fundamentar melhor a escola bilíngüe, descobri que a nossa maneira de perguntar, de pensar, de formular perguntas, de resolver problemas do cotidiano é totalmente diferente daqui. Não que eu queria trazer pra cá a minha cultura, mas é que a "ficha" só veio cair agora. Que fazer? Recomeçar. Reconhecer que cada ser humano em si, tenha ele a forma de pensar analítica ou global, tem o direito a informação e formação, tem o direito de ouvir as boas novas do Evangelho de forma contextualizada. Ai esta o "X" da questão. Preciso parar um pouco e buscar a melhor forma de contextualizar a mensagem. Viver Jesus enquanto descubro a melhor forma de estudar com ele(a)s a Palavra. Há quem diga, pela repetição. Mas, pra isso preciso descartar a idéia de que cada ser humano é um ser critico, pensante, criativo, construtor do seu próprio pensamento, agente da sua construção? Bem, amados, vocês estão comigo nessa árdua tarefa. Ajudem-me em oração para que eu descubra, através da convivência e pesquisa, a melhor forma de ensinar-lhes a Palavra de Deus de tal forma que haja mudança de vida. Quanto ao mais, tudo vai de acordo o planejado e Deus, na sua infinita graça, tem nos abençoado. Minha gratidão - ao Deus Supremo e Imortal, por contar comigo pra ser cooperadora da sua obra, por me fazer perseverar em tempos de crise e, muitas vezes, me dado livramento nas horas de dificuldades; - pela família do Pastor Timóteo e pela nossa unidade em Cristo; - pelos irmãos daqui de Suzana que tem sede de crescer no Senhor Cristo; - pelos mantenedores e intercessores que não cessam de orar por mim; - pela minha família e amigos que tem me fortalecido com as suas palavras de motivação e orações; - pela minha igreja e pastores que tem me abençoado mesmo de longe; Pedidos de oração - por minha saúde; - por minha família nos Brasil, temos tido alguns problemas; - pelo trabalho com as moças Antedjói, Anuna, Zinha, Abene e Bea; - por unidade na nossa equipe; - pelos meus mantenedores e intercessores; - pela Beti que tem me auxiliado muito enquanto estou aqui; - pela minha adaptação nesta nova cultura; - pra que eu possa superar a solidão. No anexo encontram-se algumas fotos. Em Cristo Nete

Amados, abaixo seguem algumas fotos do povo Felup.


Esta é a foto de um homem Felupe. Eles sobem na palmeira geralmente pra tirar o cabafe, extrair vinho e colher o chebem, o que no Brasil se faz óleo de dendê.


Umas das casas da aldeia.

 
No sábado fomos visitar a aldeia Felupe com as moças pra conhecermos melhor os moradores.

 
Aqui temos uma baloba (estão espalhados por muitos lugares na aldeia. Cada uma tem uma finalidade) - lugar onde os balobeiros (feiticeiros) derramam sangue aos irãs (demônios)

 

Este é o bombulon. Um tronco oco, sagrado, tocado somente pelos homens. Há um tipo de linguagem quando tocado que qualquer Felupe sabe quem está tocando e o que quer comunicar.

Alguma discoteca no Brasil se parece com esta? Pois é, aqui os jovens vêm dançar , de acordo com eles: se divertir. Porém, com a chegada das drogas aqui na aldeia, e a influência daqueles que foram pro exterior e voltaram, está se tornando um centro de prostituição. E esta não é a única!

 

Este é um velório, se posso chamar assim de uma mulher de idade. Mas não com apenas 80 anos. Ela é a mulher mais ´grande´ que faleceu estes dias. Tinha mais ou menos 120 anos! Eu penso que quando morre uma pessoa assim, morre uma biblioteca! No enterro dela a festa foi bastante comemorada com vinho e as mulheres usavam na dança muitas armas como espirngada a flechas. Simbolizava o quanto ela foi guerreira por viver tanto tempo! Aqui eles geralmente põem quem está sendo velado numa cadeira pra que receba as homenagens sentado, mas por ser tão velha não houve possibilidade.

 

Vejam as mulheres. Elas estavam se preparando pra dançar ao redor da falecida. Quando um velho morre, há muita festa que dura muitos dias. Mas quando uma criança morre, há lamento.

 

 

Ao lado, temos um felupe tirando chebém.

 

Outra baloba de sacrifício.

Algumas mulheres de Suzana vindo do mato, local de trabalho. Eu não consigo nem mover o tronco que aquela senhora está na cabeça!

 

 Esta é a feira. Não se assustem! Aqui a gente compra o que precisa pra comer. Tem de tudo, de peixe frito a pão e tudo assim no chão, exposta a tudo que você pode imaginar. Só a graça mesmo!

 

Este é o carro que geralmente viajo quando vou a Bissau. Quando você entra, não sabe se será a última viagem. Assim, entregamos a vida a Deus e graças a Deus geralmente chegamos. Não quero gerar emocionalismo, é a mais pura verdade. Ele deveria comportar 18 pessoas. Geralmente encontram-se trinta lá dentro. Não me pergunte como, venha ver por você mesmo!

Veja a próxima foto.

 

Pra quem entende de carro, esse já estaria detido há muito tempo. Ele não tem nada no painel que poderia orientar o motorista. Até a ligação é direta. Aqui, como diz Paulo, somos entregue a morte todos os dias!

  

 

Esta balsa serve pra atravessar o rio Cacheu São Vicente a Bissau.

Às vezes, ela está tão lotada que dá medo. Você encontrará de tudo la dentro, de pessoas, carros a animais de todas as espécies, até mesmo aqueles que você não pode ver.

 

Aqui estou eu dentro da balsa pela graça de Deus. Confesso que sempre que entro nela entrego minha vida a Deus. Eu não sei nadar e se colocar colete salva vidas eu seria motivos de muitas risadas! Eu até que queria entrar no circo, mas Deus me chamou pra algo mais excelente, mas não deixo ser “espetáculo pra o mundo.”

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Não sei se vocês receberam esta foto quando eu pedir pra orar por este menino, o Mamadu. Isto é um tumor no olho. Eu soube dele lã em Gabu e as missionárias da Jocum queriam enviá-lo pra Espanha. Mas como a resposta da ONG de lá demorou ela perdeu o contato com a família. Quando foram buscá-lo ele tinha sido morto. Eles fazem isso porque acreditam que ele deve ser um demônio ou feiticeiro. Assim, se a mãe dele tiver outro filho, também será sacrificado por acreditarem que ele voltara a reencarnar. Nessas horas você quer ser cem, ser mil. Pra poder ajudar de alguma forma.

 

 

 

Aqui esta a equipe AMIDE-África em Ziguinchor reunida pra orar, rever alvos, fortalecer-se mutuamente. Foram três dias abençoados. Faltou VOCÊ!

 

 

Vocês estão orando pelo Alexandre?

É este rapaz do meio. Ali estão o Timóteo e o Tino falando a ele de Jesus na sua própria língua, mas ele disse que não está preparado. Vive atormentado por Satanás da mesma forma que o endemoninhado de Gadara. Você já orou por ele hoje?


Aqui temos a missionária nancy dando um seminario sobre adoração no curso que tivemos de Levitas.

 

Foi um tempo muito gostoso!

 

Depois do seminario, programamos um delicioso encontro com os jovens da igreja no funda da minha casa. Cozinhamos ao ar livre...

O cardapio? Nosso tradicional arroz com peixe!

E nao precisamos lavar pratos a não ser vinte e oito colheres e três bacias!

 

Aqui temos a equipe limpando os peixes, enquanto acima temos a outra acima preparando o arroz.

 

 

Comemos e no final acabou em chuva, mas nao estragou a festa!

 

 

Com Jesus, é só alegria! Os jovens estão dançando uma musica que diz: quando nos juntamos com os irmãos, nao devemos esquecer de adorar ao Deus vivo!

 

Realmente estamos felizes por ter um Deus como o nosso!

Mas este garoto esta chorando.

Precisamos pedir perdão a Deus por orar pelo mundo com os olhos secos!

 

 

Que Deus nos perdoe!

 

 

 

Nete



Bissau, junho de 2007.
 
 
 
“E certamente estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”Mt. 28: 20b
 
Amados (as),
 
            Quando estava no seminário aprendi com meus professores que o lugar mais seguro para minha vida era “estar no centro da vontade de Deus”. Esse ensinamento está gravado em meu coração e sempre me ajuda nos momentos de dificuldade. Aqui em Bissau tem sido assim também.
 
Como vocês já estão sabendo esses últimos dias não foram fáceis. No dia 19/05 vim para Bissau comprar suprimentos para o mês de junho e também para participar do encontro de missionários brasileiros servindo em Guiné. No dia de retornar para a aldeia (20/05) não acordei muito bem. Sentia-me muito enjoada e minha cabeça parecia que iria explodir. Tomei um dorflex (como de costume) e fui para a Igreja Evangélica Nacional. Os cultos africanos são sempre muito animados. Eles cantam e dançam mais de doze canções e depois sentam-se para 1h ou mais de pregação. Eu gosto muito, mas naquele dia não conseguia me concentrar. Todo o meu corpo estava doendo e não conseguia ficar de pé por muito tempo. Quando o culto acabou, avisei a Miss. Nete e ao Pr. Tonie que não me sentia bem e eles me levaram para casa.
 
Chegando lá descansei um pouco. O termômetro marcava 39º de febre. Os sintomas eram de uma virose forte misturada com dengue - e realmente eu pensei estar com alguma virose. Passadas mais ou menos uma hora estava refriada e tossia muito. Foi aí que a Miss. Nete desconfiou que eu estava com malária. E me levou para fazer análise.
 
Irmãos (ãs), quando cheguei no laboratório de análises pensei: “Se eu der o meu braço para esta enfermeira, sairei daqui pior do que entrei”. O laboratório parecia um açougue de periferia. Tinha manchas de sangue pra todo lado. Manchas no chão, na parede, nas cadeiras, etc. A mesa onde estavam as seringas e os tubos era uma daquelas mesas antigas de bar (de ferro, lembra?). A maca tinha acabado de sair de um brechó (era o que parecia). Além de laborartório a sala servia de depósito para o som do bar ao lado e a enfermeira apertou meu braço com uma luva cirúrgica velha. Ainda bem que a seringa  era descartável. Acreditem, eu não estou exagerando, mas tudo bem. Como dizem os guineenses “jitu ka ten” (não tem outro jeito).
 
Depois de uma hora recebi o resultado do exame que acusava febre tifoíde e paludismo. O médico me deu a receita e fomos para a base da Missão. Nete achava que deveríamos voltar para a aldeia, pois lá eu me recuperaria melhor. Concordei com ela. O que me desanimava era saber que iríamos enfrentar dois carros lotados e uma canoa debaixo de um calor de quase 40º e com febre alta. Mas, ainda assim preferi retornar para a tabanka por causa da tranquilidade que ela oferece.
 
Chegamos na tabanka de São Domingos às 14h. Tomamos a moto e partimos em direção a aldeia de Suzana. Estava feliz por faltar apenas duas horas pra chegar em casa, mas não sabia o que nos esperava. Apenas trinta minutos depois de sairmos de São Domingos, o pneu trazeiro da moto furou e nós caímos. Foi tudo tão rápido que nem vimos o que aconteceu direito. Estávamos viajando a 30km/h e a moto derrapou e caiu em cima das nossas pernas. Queimei a pantorilha e Nete machucou o joelho. Na hora do acidente só pensamos em erguer a moto e lavar as feridas por causa das bactérias e da poeira, mas depois do susto é que nos damos conta que estávamos no meio do nada. Naquele horário seria muito dificil passar um carro de transporte, e mesmo que passasse certamente estaria lotado. Oramos e pedimos a Deus que nos ajudasse.
 
Quando estávamos arrastando a moto até uma sombra passou um homem de bicicleta e nos disse que a 10 minutos dali tinha numa tabanka um homem que poderia concertar o pneu. Pedimos que ele o chamasse, mas ao retornar ele nos avisou que o homem havia se mudado para o Senegal.
 
Já estávamos sem orientação quando avistamos ao longe um carro de transporte (aquele tipo Kombi que falei na carta anterior). Nete me persuadiu a ir no carro para avisar ao Miss. Timóteo (nosso líder) que viesse buscá-la, mas como já prevíamos o carro estava cheio. O condutor disse que não tinha mais lugar, até que uma senhora , vendo a nossa situação, colocou suas bagagens no colo e me ofereceu o lugar no pneu que estava no chão entre os bancos. Prontamente aceitei! Nete?! Ficaria na estrada por três horas e meia esperando o socorro do Miss. Timóteo.
 
Cheguei em Suzana às 16h e avisei ao Pr. Timóteo o que acontecera e como Nete ficara na estrada. Ele imediatamente foi buscá-la. Eu estava fraca, não comia desde às 8h, mas não conseguia parar de pensar em Nete sozinha naquela estrada, debaixo de um calor escaldante, sem comida e sem água. Contudo, é interessante como Deus nos surpreende. Louvado seja o seu nome para sempre. Mesmo em momentos de crise, o melhor lugar do mundo, o lugar mais seguro é no centro da vontade de Deus. Quando Nete chegou às 19:30h me contou que quando os moradores de uma aldeia próxima souberam do ocorrido, mandaram um rapaizinho ir buscá-la. Ao chegar lá eles lhe ofereceram comida, água e banho e lhe acalmaram dizendo que se o socorro não chegasse a tempo, ela dormiria ali com eles porque agora eram irmãos.
 
Queridos (as), nesse momento lembrei-me de uma das aulas do Profº Leonardo quando ministrava para a minha turma de seminário, o texto de Marcos 10: 29,30: “ Tornou Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de mim e do evangelho, que não receba cem vezes tanto, já no presente, em casa, irmãos e irmãs, mães, pais, filhos e campos, com perseguições, e no mundo por vir a vida eterna”. Aleluia! Vale a pena seguir a Jesus mesmo em meio às dificuldades. Ele nos faz habitar em família mesmo em terra estranha.
 
Ainda no Brasil, a esposa do Pr. Ricardo da Igreja Batista Filadélfia em Porto Seguro-Ba, me disse que eu estava indo para uma terra estranha, mas que eu não seria estranha nessa terra. Como Deus é lindo! Moama tinha razão. Deus usou as Missionárias católicas de uma maneira maravilhosa. Quando elas souberam o que nos havia acontecido e como eu estava doente, imeditamente foram nos visitar e nos ofereceram gratuitamente, da sua farmácia particular, medicamentos, vitaminas e curativos. Irmãos (ãs), orem pelas Irmãs Joanina, Ruth e Socorro, elas têm sido instrumentos de Deus em nossas vidas. Depois de uma semana de tratamento os sintomas não cessaram. Continuei a sentir dores fortes em todo corpo, na região dos olhos, na cabeça e na barriga. Além de febre alta, enjôo, sonolência (por vezes insônia), diarréia e tosse seca.  Nete também começou a sentir os sintomas de paludismo e amebíase. Novamente contemplamos o cuidado do Senhor através dessas freiras. Veio à Missão Católica um médico cubano para trazer medicamentos e auxílio às Irmãs. De forma muito carinhosa a Irmã Ruth mandou que fossemos até lá para que ele nos examinasse e disse-lhe que éramos suas amigas pessoais. Assim, depois de me examinar ele descobriu que ao invés de estar melhorando meu quadro estava piorando. Como o médico de Bissau não me orientou sobre a dieta alimentar eu estava comendo muito doce para proteger o fígado do remédio para a malária, mas por outro lado, a bactéria da febre tifóide se alimenta basicamente de açucar e eu a fortaleci. Por conta disso, ela alojou-se no duodeno causando-me mais problemas.
 
Ele medicou-me, mudou minha dieta, me deu novas receitas e me orientou a fazer reposição de cálcio por atestar que os meus ossos estavam fragilizados (a bactéria da febre tifóide suga todas as nossas vitaminas). Novamente Irmã Ruth presenteou-me com todos os medicamentos e as vitaminas, igualmente a Nete que confirmou estar com malária e amebíase. É assim que Deus faz!
 
Por mais cuidados que tenhamos é quase que inevitável ficar imune a essas doenças. É como estar na chuva e não querer se molhar, “mas em todas essas coisas somos mais do que vencedores”!
 
Nesse momento, escrevo com garnde alegria e regozijo-me pelos feitos maravilhosos do Senhor. Como fui fortalecida ao saber que todos estavam orando por mim! Fui informada que os meus colegas do seminário, professores, pastores e amigos estavam clamando ao Senhor pela minha vida. Ciana me contou como a Igreja Batista Filadélfia não cessa de orar. Mirian me disse que os irmãos da Batista Luz do Iguape (até as crianças) também intercedem por mim e constantemente colocam-me diante do altar do Mestre. Meu pai recebeu inúmeras ligações de amigos de João Pessoa, Brasília, Porto Seguro, desejando saber notícias e os irmãos de Brasília (Amide e Igreja Nova Vida) e de São Paulo, oraram também. Tia Arlinda me disse que ficou assustada quando abriu sua caixa de e-mails. Ela cupou-me por tê-la deixado horas no computador copiando as mensagens para mim. Rsrs.
 
Amigos (as), como me senti amada por Deus e por vocês. Ver como Deus, meu Amado Senhor, mobilizou tanta gente para orar por mim. E ver também como todos vocês se colocaram diante d’Ele para serem canais de bençãos em minha vida é como bálsamo para o coração e como mel ao paladar.
 
Estou cheia! Meus armazéns estão superlotados da alegria de saber que não estou só. Saber que a minha dor é a dor de todos vocês! Que a minha luta é a luta de todos nós! E a minha vitória é a vossa!
 
Que o Amor de Deus os enriqueça com todas as bençãos celestiais em Cristo Jesus. E que Ele vos conceda cem vezes mais, no presente, e na glória a vida eterna.
 
 
 
No Amor do Calvário e com o coração cheio do gozo do Espírito,
 
Miss_Suzy

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