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ESTUDOS MISSIONÁRIOS

Índice .
1_ Introdução a Missões
2 _ Religiões do Mundo .
3 _ "RESPIRANDO MISSÕES" ( Ronaldo Lidório)
4_ Moravianos .
5_ DOIS SÉCULOS DE MISSÕES MODERNAS

6_ EXPANSÃO DO REINO DE DEUS
7_ Cidades e Questões Urbanas

8_ A Importância do Cuidado Pastoral para a Realização da Terefa Missionária
9_ EVANGELIZAÇÃO DOS POVOS CIGANOS
10_ O Evangelista .
11. A Batalha Espiritual
12.  Apost.G.E.vencendo a batalha.
13.  Chamado Para Oração Pessoal
14.  Armadura do Cristão
15.  Resistindo ao Diabo
( 08/08/07)
16. A GRANDE COMISSÃO
17. Cuidado Pastoral com o Missionário
18. COMO ELABORAR UM ESTUDO BÍBLICO INDUTIVO 
19. PROFISSIONAIS EM MISSÕES
20. RESGATANDO A SUBMISSÃO (09/08/07)


Jogo de Transparências
1 _ Introdução a Missões
 
1. Quais as Religiões Predominantes?
 
Despertando o Interesse: Quem pode citar o nome das 3 maiores religões do mundo?  (Cristianismo, Islamismo, Hinduismo).  Agora, para cada uma dessas religiões você pode dizer o nome de um país em que essa religião é a religião predominante (onde a maioria das pessoas do país se dizem adeptos dessa religião)?  Agora, vamos olhar no mapa para ver  o mundo e suas religiões predominantes.
 
Destaques: Interessante como os países formam blocos quase contínuos quando visto pelo prisma da “religião.” Os países mais ricos são de que cor (religião)? 
 
Aplicação: Certo ou Errado ... O Brasil é um país cristão?  Tecnicamente certo, no sentido de que a maioria dos brasileiros se diz cristã.  Claro, muitos são apenas cristãos nominais; não levam Deus a sério em suas vidas.  Você já desobriu a diferença em sua vida?
 
2. A Religião Que Mais Cresce?
Despertando o Interesse: O mundo não é estático.  Grandes mudanças acontecem, às vezes repentinamente.  Por exemplo, antigamente o grande centro do cristianismo era o norte da África.  Hoje, essa região é dominada por qual religião?  Hoje, qual é a religião predominante no Canadá?  Agora, a surpresa.  (Mostrando o mapa) Qual a religião que mais cresce hoje no Canadá?  O islamismo!!
 
Destaques: Qual a religião que mais cresce no Brasil?  (os “não-religiosos”)  A Líbia é um país muçulmano, mas qual a religião que mais cresce lá? (Cristianismo)  A China é o país mais populoso do mundo.  Qual a religião que mais cresce na China? (Cristianismo)  Você percebeu alguma coisa que a Bolívia, o Paraguai e o Chile têm em comum? (Islamismo é a religião que mais cresce nesses 3 países.)
 
Aplicação: Como cristãos não podemos ficar acomodados.  Se estivermos mornos, como diz Ap. 3, as conseqüências podem ser sérias.
 
 
3. Onde Vivem Os Cristãos Evangélicos?
Despertando o Interesse: Se você resolvesse visitar o país que hoje possui o maior número de cristãos evangélicos, você compraria uma passagem aérea para qual país?  (Mostre o mapa)
 
Destaques: Os países em amarelo possuem mais de 10 milhões de crentes.  Quais os nomes de alguns desses países: EUA, Brasil, Nigéria e a China.  O grande milagre deste século: o incrível crescimento da igreja chinesa!!  O governo comunista mandou que os missionários saíssem do país, aprisionou os pastores, mas o Espírito de Deus fez verdadeiros milagres!
 
Aplicação: Será que em nossas vidas dependemos demais das pessoas, e não o suficiente do Senhor?
 
4. Quê Porcentagem São Cristãos Evangélicos?
 
Despertando o Interesse: Em alguns países os evangélicos não são apenas numerosos, mas já atingiram uma grande porcentagem da população, sobre o qual exercem uma influência significativa. 
 
Destaques: Vamos percorrer continente por continente e citar o nome dos países com mais de 20% de evangélicos (representados em amarelo).
América do Norte: EUA; América Central: Guatemala; América do Sul: nenhum!; África: Nigéria, República Centroafricana,  Uganda, Ruanda, Quênia, Zâmbia, Zimbabue; Ásia: Papua Nova Guiné e Nova Zelândia.
 
Aplicação: Focalizamos os países mais claros (com os maiores índices de evangélicos).  Mas, e os países mais escuros (menores índices).  Alguns não atingem nem 1% de evangélicos!  Qual a nossa responsabilidade?
 
 
5. Quais os Países Que Mais Enviam Missionários?
Despertando o Interesse: Cristãos que levam Deus a sério, levam a sério também sua última Ordem, a Grande Comissão: Ide e fazei discípulos de todas as nações.  Quais os países que mais enviam missionários?
 
Destaques: Antigamente os países da Europa enviavam a maioria dos missionários.  Depois “passaram o bastão” para os EUA.  Hoje, os EUA continua sendo o país que mais envia missionários.  Mas, olha a surpresa na Ásia: a Índia.  A Índia envia muitos missionários dentro de seu país (aos povos não alcançados dentro da Índia).  Na Ásia quem mais envia missionários fora de seu país é a Coréia do Sul.  E na América do Sul, qual o país que mais envia missionários evangélicos? (Brasil).  No continente africano, há bastante fogo missionário na África do Sul, Nigéria, Zaire e Quênia.
 
Aplicação: Hoje o Espírito de Deus está soprando sobre os países mais ao sul da linha do equador, países da Ásia, África e América Latina.  Onde o Espírito move corações ele também desperta o zelo missionário.  E no seu coração?  Existe o desejo de levar a mensagem do evangelho para aqueles que nunca ouviram?
 
6. Qual é a Proporção da População por Missionário?
Despertando o Interesse:  Alguns países recebem muitos missionários; outros poucos.  Cite algumas razões porque um país poderia ter poucos missionários. (Condições físicas difíceis, hostilidades, resistência do povo, restrições do governo, falta de obreiros dispostos, falta de sustento para obreiros dispostos)
 
Destaques:  Quais os países do Norte da África e Oriente Médio com poucos obreiros?  (Todos!)  Por quê?  (Restrições do governo)  Qual o país da Ásia com menos missionários? (China)  Por quê? (Restrições do governo)
 
Aplicação:  Se os governos não dão vistos para missionários, o quê podemos fazer?  (1)  O NT nos orienta a orar pelos governantes (1 Tm 2.1-2) (2) Hoje, muitos estão usando sua profissão para entrar como missionários em páises onde não são dados vistos para missionários.  Você já ouviu falar no termo “fazedor de tenda”?  O que significa?  De onde veio? (Durante um período o Apóstolo Paulo usou sua profissão, fazedor de tendas, para alcançar um povo.)  Podemos fazer isso ainda hoje.
 
7. Numero de Povos Em Cada País
Despertando o Interesse: O Português não é a única língua falada no Brasil.  Há outras línguas faladas por grandes grupos de imigrantes (Pode citar uma?) e por nossas tribos indígenas.  Na maioria dos países do mundo é assim.  Existe um país com sua língua oficial, mas dentro desse país existem vários povos etnolingüísticos que falam outras línguas.
 
Destaques:  Este mapa é bem interessante  Ele mostra o número de povos dentro de cada país.  Quais os países da América do Sul que possuem mais povos?  (Brasil e Peru)  Qual o país da África que possui mais povos? (Nigéria)  Quais os países da Ásia que possui\em mais povos? (Indonésia e Papua Nova Guiné)  Nota: Papua Nova Guiné possui mais de 800 povos e é o país do mundo que possui mais povos dentro de seu território nacional.
 
Aplicação: Muitas vezes os povos dentro de um determinado país não entendem a língua oficial de seu país. Por isso, temos que elaborar nossas estratégias missionárias com base em povos e não apenas em países.  Na Bíblia a palavra “nação” significa ‘povo’.  Na Grande Comissão Jesus nos ordena a fazer discípulos de todos os “povos” (etnias) do mundo.  A Bíblia dá uma ênfase muito forte em alcançar os povos do mundo.  E vendo este mapa, percebemos que há muitos!!

8. Número de Povos Que Não Ouviram
Despertando o Interesse: Pensando no grande número de povos etnolingüísticos do mundo (quase 12.000 que falam mais de 6.000 línguas diferentes), a grande questão é a seguinte: Quantos povos ainda não ouviram o evangelho?  Ou, quantos povos tem na sua maioria pessoas que nunca ouviram o evangelho?  Este último mapa vai nos mostrar.
 
Destaques: Nos países em amalero há poucos que nunca ouviram. No Brasil há muitos, provavelmente mais de 100.  Mas há países que possuem literalmente centenas de povos que nunca ouviram.  Olhando no mapa, quem pode citar o nome de um desses países? (China, Índia, Indonésia, Sudão, Nigéria)
 
Aplicação: Se você fosse escolher  um lugar do mundo para mandar um missionário, para que país você mandaria?  Você estaria disposto a ser esse missionário?

2 _ Religiões do Mundo .

 (SALMOS Cap: 16:1-2 e 5)   GUARDA-ME, ó Deus, porque em ti confio.
 A minha alma disse ao SENHOR: Tu és o meu Senhor, bem nenhum tenho além de Tí.
 O SENHOR é a porção da minha herança e do meu cálice; tu sustentas a minha sorte.

    As Religiões -        Judaísmo       Islamismo        Budismo        Hinduismo

      Judaísmo -      Religião judaica iniciou-se com a idéia do Deus Único, no primeiro livro  da Bíblia, o Gênesis.       Por volta de 1800 a.C., Abraão deixou a cidade de Ur – atual sul do Iraque e partiu com sua esposa em busca da benção de Deus: terras e descendentes. Tempos depois, os filhos dos filhos de Abraão, os israelitas, foram escravizados no Egito. E sofreram muito fazendo trabalhos forçados na fabricação de tijolos do faraó.
      Aproximadamente no ano 1200 a.C., liderados por Moisés, se libertaram da escravidão no Egito e, depois de peregrinar 40 anos no deserto,  conquistaram Canaã, a Terra Prometida. Foi nesta passagem pelo deserto que  Moisés recebeu as duas tábuas da Lei, colocadas na Arca da Aliança.   A Arca da Aliança acompanhou os judeus durante toda a travessia do deserto, como sinal “da presença do Deus Único, Vivo e Verdadeiro”, fiel a   seu povo e merecedor de toda a fidelidade.
      No ano 1000 a.c., a monarquia foi introduzida em Israel pelo rei Saul e atingiu seu ponto mais alto durante os reinados de Davi, que fortaleceu a tradição judaica, e de Salomão, que construiu o primeiro Templo de Jerusalém e nele guardou a Arca da Aliança.   Cerca de 750 a.c., as lideranças no país sofreram decadência religiosa, moral e política. Isso provocou a reação dos profetas, que atacavam a  opressão social, valorizando a justiça e os ideais éticos. O reino foi dividido em dois: Norte (Israel) e Sul (Judá) sendo Jerusalém a capital de   Judá.     O reino do norte foi destruído pelos assírios em 722 a.c., e tal destruição enfraqueceu o poder político e religioso daquela região. Pouco depois, em 587 a.c., os babilônios invadiram o reino do sul e destruíram o Templo de Jerusalém. A maior parte da população foi deportada para o exílio na Babilônia, e somente em 539 a.c., puderam retornar à sua terra.     Passaram a ser conhecidos como judeus (palavra derivada de Judá e Judéia).
      Mais tarde, em 516 a.c., o Templo de Javé foi reerguido e ampliado pelo rei Herodes. Porém, uma revolta contra os romanos, em 70 d.c., resultou novamente na destruição do Templo. O Judaísmo passou a ser centrado nas sinagogas e os       judeus se dispersaram pelo Mediterrâneo.    Nos séculos XII e XIII, o judaísmo teve grande penetração na Espanha. No entanto, durante o século XIV, os judeus foram exilados da Inglaterra e da  França e em seguida, no ano de l492, foram perseguidos e expulsos também da Espanha.   A Noruega instituiu uma lei em 1687 que negava aos judeus a permissão de entrar no país sem uma autorização. Somente no ano 1851, esta cláusula foi anulada.  A maior perseguição aos judeus ocorreu entre 1933 a 1945, na Alemanha  nazista, onde 6 milhões de judeus foram exterminados. Após a Segunda  Guerra Mundial, no ano 1948, foi proclamado o Estado de Israel.    Atualmente o número de judeus no mundo é de 14 milhões. Desse total, quase a metade vive nos Estados Unidos. Em Israel, há 5 milhões de judeus.
 
      Islamismo
     Allah é o maior!      Eu testemunho que não há divindade senão Allah (Deus)!   Eu testemunho que Maomé é o Mensageiro de Allah!    Vem para a oração, vem para o êxito!    Allah é o maior! Não há divindade senão Allah! ”    Adhan (Chamamento)
      A religião islâmica surgiu em 610 EC (era comum) com a mensagem revelada  ao profeta Maomé (Mohammad).
      O termo islam deriva da palavra “Salama” (estar em paz), e seu significado  no contexto religioso é a submissão voluntária à vontade de Deus.    Os seguidores desta religião são chamados de muçulmanos (aqueles que se  submetem a Deus).
      O calendário muçulmano iniciou-se no ano 622 da era comum, quando o profeta Maomé migrou para a cidade de Madina.
      No ano 749 EC, Bagdá se tornou a capital do mundo islâmico. Os muçulmanos conquistaram a Espanha em 749 e a religião islâmica começou a se espalhar   pela África, Ásia, Bálcãs e sudeste da Europa a partir do ano 800.
      Após o falecimento do profeta Maomé (Mohammad), seus sucessores (os  califas), passaram a liderar os muçulmanos por um grande período até o ano de 1918, quando ocorreu a queda do Império Otomano.     No período entre 998-1030 da era comum (EC), o noroeste da Índia foi conquistado por Mahmud de Ghazna. O Sudeste Asiático sofreu a influência    do Islam durante o período de 1588 a 1629, principalmente na Indonésia e  Sumatra. Em 1757, com o término da Batalha de Palssey, na Índia, o controle muçulmano diminuiu naquela região, devido à vitória britânica.  A religião islâmica continuava sua expansão. Shehu Usman Dan Fodio, levou  o Islam até a África ocidental durante o ano 1804.       Foi estabelecido um estado muçulmano no Sudão, no período de 1885 a 1898,   por Mahdi. Em 1947, o Paquistão foi criado pelos muçulmanos da Índia.  No século XX, em busca de emprego e novas oportunidades, muitos muçulmanos emigraram para a Europa. Esta emigração resultou numa grande expansão da  religião islâmica nas décadas de 80 e 90, se tornando a religião que mais  se expandiu no Ocidente durante esse período.    A maioria dos muçulmanos encontra-se no Oriente Médio, África e Ásia.
      Constituem 95% da população nos países como Afeganistão, Argélia, Bahrein, Egito, Guiné, Indonésia, Irã, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbia, Ilhas Maldiva, Mauritânia, Marrocos, Omã, Paquistão, Catar, Arábia Saudita, Senegal, Somália, Tunísia, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Iêmen.  No Cazaquistão, Tanzânia, Malásia e Moçambique, a população islâmica é de  50% a 75%. Na Índia, Rússia, Tailândia, Zâmbia, Gana, Quênia, Madagáscar,  Suriname, o percentual está entre 10% e 50%.
     Com grande concentração na África e na Ásia, o islamismo é praticado por     uma sétima parte da população mundial, se confirmando como a segunda maior    religião do planeta. No Brasil há um milhão de muçulmanos espalhados por todo o território  nacional. As maiores comunidades se encontram nas cidades de São Paulo,  Rio de Janeiro, Curitiba, Rio Grande do Sul e Foz do Iguaçu. Em todo o país existem mais de uma centena de mesquitas e salas de oração.   Só em São Paulo, capital, se encontram cerca de 10 mesquitas, incluindo a     primeira edíficada na América Latina, a mesquita Brasil na avenida do  Estado, Centro da Cidade, que começou a ser construída em 1929.
    Budismo (Japonês) -    Budismo inicialmente chegou ao Japão através da Coréia, cerca de mil anos   depois do Buda. No entanto, a prática no Budismo Japonês como hoje é   conhecido sofreu diversas influências ao longo de sua história. Sobretudo
      á partir do século VII quando várias vertentes, como a Mahayama vieram da  China. Além dessa, foram introduzidas outras formas: a Tendai, a Shingon (uma  vertente tântrica), as escolas da Terra Pura e as três maiores organizações do Zen, versão

japonesa do budismo ch’an chinês.     Em conseqüência disso muitos monges do Japão foram estudar em mosteiros   chineses, a partir do século XIII. Entre esses, o monge Nichiren, que   estabeleceu um budismo totalmente japonês, baseado na interpretação do   Sutra Lótus, texto central da escola Tendai.
      Novas escolas do Budismo -     No século passado surgiram novas formas de prática do budismo,  destacando-se em popularidade a Soka Gakhai, que originou-se da escola de  Nichiren. Essa escola enfatiza concomitantemente a reforma social e  individual.  A maioria dos japoneses é budista.
      Budismo no Japão Moderno -     O budismo no Japão passou por muitas mudanças. Entre 1868 e 1875, um       movimento conseguiu exterminar a crença nos Budas. Naquele período objetos  sagrados e diversos templos budistas foram destruídos. Só que ao contrário   do que previa o Budismo japonês ressurgiu e modernizou-se apesar das  dificuldades.
      Zen Budismo -   É provavelmente a forma de budismo japonês mais conhecida no Ocidente  especialmente através de 2 escolas que mais se destacam: a Rinzai e a Soto.   A Rinzai foi fundada por Lin-Chin. A meditação Rinzai é baseado no Koan,    que é um dito ou questão enigmáticos.      Já o Soto é baseado no Zazen que significa “sentar-se em meditação”, é uma       manifestação do estado iluminado e não uma forma de obter iluminação.

      Hinduismo
       hinduísmo nasceu entre os anos 1500 e 1200 antes da Era Comum (AEC) na  Índia.    Não se tem notícia de um fundador para esta religião, pois há muito mais   tempo da sua fundação os hindus alimentam suas crenças baseadas no ciclo
      da vida, a lei do karma.   Há uma grande variedade de religiões, seitas e filosofias de vida, com    muitos deuses, deusas, líderes e pensadores. A mais antiga filosofia do  hinduísmo é a filosofia vedanta.  Dentro dessa diversidade, no entanto, existe muita unidade no hinduísmo,     pois entre os deuses três se destacam: Brahma, o criador – Shiva, o  destruidor e Vishnu, o protetor.    E todos os deuses e toda criação fazem parte de um ser universal absoluto,  o Deus dos hindus, o adorado Brahman (não confundir com Brahma da trilogia    Brahma, Vishnu e Shiva).
      Atualmente cerca de 745 milhões de hindus se espalham pelo mundo. A    maioria vive na Índia, Indonésia, Paquistão, Birmânia, Ceilão, Malásia,  África do Sul, Estados Unidos e em outros países através das organizações   derivadas.   No Brasil, há milhares de seguidores de religiões, seitas e filosofias   hinduístas.
              A Janela 10-40 -      Mesmo entendendo que devemos pregar o Evangelho a partir de nossa       Jerusalém até os confins da terra, a SEMAP tem um alvo prioritário: a   Janela 10/40.       O que vem a ser isto?     Trata-se de um termo que define uma área geográfica do mundo localizada  entre os graus 10 e 40 da latitude Norte.   Compreende o espaço desde o Norte da África e Sul da Espanha até o Japão e  Norte das Filipinas. Quais as razões da SEMAP em priorizar esta parte do   planeta?
      1- Nesta região encontram-se os menos evangelizados do mundo; 97% do total    da população que vive nos países menos evangelizados estão na Janela  10/40.    2- Os maiores blocos religiosos do mundo concentram-se dentro deste espaço    chamado Janela 10/40: o Islamismo, o Hinduísmo e o Budismo.    3- Um dado social alarmante: 8 de cada 10 pessoas com menor renda "percapita" do mundo vivem em países circunscritos à Janela 10/40.    4- Por mais paradoxo que possa parecer, somente 8% de toda a força    missionária mundial trabalha hoje em países que fazem parte da Janela 10/40.

      Janela 10/40 - Alcançando o centro do Mundo
      É no centro do nosso mundo que vive um expressivo número de povos não   alcançados, num espaço comparado a uma janela retangular, identificado como "JANELA 10/40". Antes era conhecido como: "Cinturão de Resistência".       Essa janela se estende desde o oeste da África até o leste da Ásia, sendo 10 a 40 graus ao norte do Equador. Essa região específica, começa a ser conhecida como: "JANELA 10/40". É um  ajuntamento do mundo muçulmano, hindu e budista, onde vivem bilhões de almas empobrecidas no seu espírito.   Ao nos aproximarmos do final deste milênio, é imperativo que nossos
      recursos estejam focalizados sobre os povos que habitam a "JANELA 10/40".   Se nós estamos seriamente comprometidos em prover uma oportunidade efetiva  para que cada pessoa tenha uma experiência com a verdade do Salvador Jesus
      Cristo, não podemos ignorar as constrangedoras realidades desta região. A "JANELA 10/40" nos confronta com importantes considerações:   O significado histórico e bíblico.     Os países menos evangelizados.     O domínio de 3 blocos religiosos.     A predominância da pobreza.     O grupos etno-lingüísticos não alcançados.      As cidades (megalópolis) menos evangelizadas.      As fortalezas de Satanás estão concentradas na "JANELA 10/40".
      1. A primeira e fundamental razão porque os cristãos devem focalizar a   "JANELA 10/40" é por causa do significado bíblico e histórico dessa área.    Realmente, a Bíblia começa com a explicação que Adão e Eva foram colocados  por Deus no "coração" do que agora é a "JANELA 10/40". O plano de Deus  expresso em Gênesis 1.26, é que os seres humanos teriam domínio sobre a   terra e deveriam preenchê-la. E quando Adão e Eva pecaram perante Deus perderam seu domínio sobre a terra.O comportamento pecaminoso do homem cresceu e Deus julgou a terra com o dilúvio. Depois os homens  inutilmente vieram a estabelecer seu novo intento para dominar,  construindo a Torre de Babel. Essa obra ocorreu no "coração da "JANELA 10/40", e foi feita como uma provocação contra Deus. Novamente, Deus  estendeu Sua mão como julgamento. O resultado foi a introdução de  diferentes línguas, feitas como uma divisão de povos da terra, e assim a formação de nações.   Na "JANELA 10/40 "Há um mundo que está voltado contra Deus; Ele vendo  isso escolheu um Homem para alcançar o mundo". Podemos observar que mais   uma vez a história antiga faz menção do mesmo território que é marcado pela "JANELA 10/40", vindo do berço da civilização da Mesopotâmia,   cruzando a parte fértil do Egito. Os impérios se levantaram e caíram, isso  pelo fato do povo de Israel ter vacilado em sua relação de obediência ao governo de Deus.  Foi por isso que Cristo nasceu, viveu uma vida perfeita, morreu sacrificialmente na cruz e se ergueu triunfalmente sobre a morte. A Igreja   primitiva anunciou isto; mas foi somente após as viagens missionárias de   Paulo, que a proclamação ocorreu mais além da "JANELA 10/40".     2. A segunda razão porque devemos focalizar a "JANELA 10/40", é porque ali  vive o maior número de países não-alcançados. Esses "não-evangelizados"    são países que têm o mínimo conhecimento do Evangelho e também não tem tido oportunidade para conhecê-lo.  Isto consiste somente em 1/3 da área total da terra, mas, perto de 2/3 da  população do mundo, reside ali na "JANELA 10/40".Com um total aproximado de 3 bilhões de pessoas, a "JANELA 10/40" inclui 62 países, estados soberanos e não soberanos. Esses países com a maioria de suas terras, se encontram dentro das fronteiras da "JANELA 10/40".


Dos 50 países menos evangelizados do mundo, 37 estão dentro da "JANELA 10/40". Estes 37 países compreendem 97 % do total da população dos 50 países menos evangelizados. Tudo isso nos leva, sem dúvida, a ver que a  "JANELA 10/40" é um lugar que centraliza os menos evangelizados. Se tomamos com seriedade o chamado de pregar o Evangelho a toda criatura e
      fazermos discípulos de todos os povos, e sermos testemunhas de Jesus até o último da terra, precisamos reconhecer a prioridade de concentrarmos  nossos esforços na "JANELA 10/40". Em nenhum lugar é tão "gritante" a necessidade da verdadeira salvação, que está somente em Jesus Cristo.  3. A terceira razão por que focalizamos a "JANELA 10/40", é a presença das    três religiões de grande domínio no mundo. A maioria dos adeptos do    Islamismo, Hinduísmo e Budismo, vive na "JANELA 10/40". 4. A quarta razão para o enfoque da "JANELA 10/40" consiste, também, na enorme quantidade de pobres que ali vivem. São os "pobres dos pobres", oito de cada dez, com orçamento inferior a 500 dólares por ano, por  pessoa. Ainda que 2,4 bilhões de pessoas nestas condições vivam na "JANELA 10/40", somente 8 % dos missionários trabalham entre eles.     Bryant Myers, em seu artigo diz: "Onde estão os perdidos e os pobres?" Responde: "os pobres são os perdidos e os perdidos os pobres". Ele chegou a esta conclusão após demonstrar que a maioria dos não-alcançados vive nos países mais pobres do mundo. Quando os cristãos de 170 países se encontraram em Lausanne II  (Manila-1989), houve um grande interesse pelos materialmente pobres. Na segunda sessão de Manila, o interesse foi lembrado com a seguinte declaração: "Nós temos sido novamente confrontados com a ênfase de Lucas,  que o Evangelho é as boas novas para o pobre (Lc 4.18; 6.20; 7.22) e temos que perguntar a nós mesmos se isto não significa que a maioria da população do mundo não está destituída, sofrendo, e oprimida. Nós temos sido lembrados que na lei, nos profetas, nos livros de sabedoria e nos ensinamentos e ministério de Jesus, Deus sempre interessou-se pelos pobres materialmente e nós, como conseqüência devemos defendê-los e cuidar deles".      Cristão comprometidos não podem ignorar a realidade de que há um paralelo marcante entre os países pobres do mundo e os não evangelizados.   5. A quinta razão pela qual devemos fixar a nossa atenção na "JANELA  10/40" é porque nela se encontra o maior grupo "espiritualmente quebrado"    de megapovos etnolingüísticos (mais de 1 milhão).  De fato, mais de 90% dos indivíduos desses grupos populacionais vivem na  "JANELA 10/40".6. A sexta razão pela qual devemos focalizar a "JANELA 10/40" é porque   nela estão as maiores megalópoles não alcançadas do mundo. E isto que dizer que em cada uma delas há uma população de mais de 1 milhão de pessoas.   Em uma lista das primeiras 50 maiores cidades do mundo, todas estão na       "JANELA 10/40"! De fato, só estes dados nos levam a ver as prioridades de  investir recursos para levar o amor e a verdade de Cristo a essas cidades gigantes.  7. A sétima razão para focalizarmos a "JANELA 10/40" é que nela se inclui      as fortalezas de Satanás. Bilhões de pessoas que vivem na "JANELA 10/40",  não só estão debaixo de enfermidades, pobreza, calamidades, mas também têm  sido impossibilitadas de conhecer o poder transformador do Evangelho. Elas são um exemplo claro do que lemos em 2 Co 4.4. Nós não estamos vendo esta situação de uma maneira fatalista, temos fé que  isso pode ser revertido.     Mais para frente, neste mesmo texto, o apóstolo Paulo declara: "Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e, sim, poderosas em Deus, para  destruir fortalezas anulando sofismas"( 2 Co 10.4). Ainda que Satanás estabeleça um território de fortaleza na "JANELA 10/40",  nós não podemos conceder nem uma parcela da terra e nenhuma pessoa. O      Evangelho deve avançar!  Olhando as páginas da história, nós descobrimos uma difícil batalha espiritual, escrita pelo profeta Daniel., um fervoroso homem de oração, foi altamente estimado por Deus e pelo povo de sua geração. Numa ocasião, enquanto esperava em oração na presença de Deus, Daniel jejuou   por três semanas. (Dn 10.12) (Dn 10.13).  Essa fascinante passagem bíblica nos leva a entender a realidade da    batalha territorial nas regiões celestiais. O anjo que visitou Daniel      depois de deixar a mensagem, disse-lhe que deveria voltar para a batalha  com o reinado da Pérsia. Aparentemente essa batalha continua. A antiga  Pérsia é conhecida atualmente como Irã, e continua a ser uma fortaleza  segura por Satanás. O Irã está situado no centro da "JANELA 10/40".   George Otis Jr. concluiu que duas poderosas forças demoníacas, com grande     significado bíblico, aparecem no epicentro do mundo não alcançado: o Príncipe da Pérsia (Irã) e o espírito da Babilônia (Iraque), ambas deverão ser penetradas pelo Evangelho, para que se possa completar a Grande  Comissão. Otis, observa que isso ocorrerá na região do Jardim do Éden, onde o comando de "dominar a terra" veio originalmente. Isso é evidente, as forças de Satanás têm grande poder e irão resistir a todo intento de triunfarmos. Se nós estamos em luta no território de Satanás, nós devemos nos revestir da armadura de Deus e lutar com as armas próprias da batalha espiritual descrita em Efésios 6. Depender de outras  coisas, é total insensatez.  O alvo do Movimento AD2000 é uma Igreja para cada povo e o Evangelho para cada pessoa até o ano 2000. O foco da ação missionária da Igreja Cristã há 200 anos foi concentrado nas regiões costeiras do mundo. Um século depois, os esforços concentraram-se nas regiões interioranas dos continentes. Ao  passar dos anos, o foco foi direcionado aos grupos de pessoas e suas  etnias.   Mais recentemente, as megalópolis têm sido o ponto de concentração da ação    missionária da Igreja. Hoje quando o terceiro Milênio se aproxima, devemos  concentrar nossos esforços na "JANELA 10/40".  É claro que isso nos faz rever prioridades. Devemos encontrar a melhor maneira de inovar os caminhos para alcançar com o amor e a verdade de  Jesus Cristo os bilhões de pessoas que vivem na "JANELA 10/40". Devemos mobilizar um enorme grupo de oração para focalizar a "JANELA 10/40" com  suas súplicas intercessoras.  Contudo, isso deve ser claramente entendido que a concentração na "JANELA  10/40" não deve cessar o trabalho do Senhor ao redor do mundo. Os
      missionários devem esforçar-se na evangelização, treinamento, ajuda e implantação de Igrejas, cruzando culturas, sem nada que os impeça. Se nós estamos crendo nas Escrituras, obedecendo ao mandato de Cristo e não estamos esmorecendo em plantar Igrejas em todo lugar.      Que Deus nos encha de intrepidez, sabedoria e energia para assumirmos a nossa parte nesse grande desafio

3 _ "RESPIRANDO MISSÕES"
Ronaldo Lidório: aventuras e desbravamento pela causa de Deus.
 
Ronaldo Almeida Lidório, mineiro, 34 anos, casado com Rossana Garret Lidório, dois filhos: Viviane com 6 e Ronaldo Júnior com 4 anos, fez bacharelado em teologia, no Seminário Presbiteriano do Norte, mestrado em missiologia e doutorado em antropologia cultural, na Universidade de Londres. Filho do pastor Gedeon José Lidório, já falecido e de dona Eusa Lidório, atuante pregadora nas igrejas do País.
 
Aos 14 anos, Ronaldo foi impactado com uma pregação do seu pai, que por sinal, já havia passado a visão missionária, trabalhando numa tribo chamada Maxacali, no interior de Minas Gerais; no final do culto Ronaldo ficou de pé, fazendo todos crerem no seu chamado missionário. Desde então seu coração bate por povos não alcançados.
Depois de 8 anos em missões, num país chamado Gana na África, Ronaldo conta à Revista Candeia algumas experiências, fala de missões e dos planos futuros.
 
CANDEIA: Além do seu pai, alguém mais influenciou a sua vida para ser um missionário?
Ronaldo: Deus confirmava diariamente meu chamado e já no Seminário o Pr. Francisco Leonardo foi um forte estímulo. A obra missionária tem muitas necessidades, treinamento de lideres, tradução da palavra, assistência social. Quando saí do Seminário, casei e fui para a Missão Amem, em Belo Horizonte, havia muitas opções. Nós oramos e Deus deu paz no coração com relação a Gana. Havia 60 tribos não alcançadas, eu já tinha estado em Guine Bissau, Peru e vi que nesses lugares o número de missionários era bom, então optei por Gana.
 
CANDEIA: Missões pode ser uma escolha do homem ou é um chamado exclusivo de Deus?
Ronaldo: Eu creio que o chamado é vocacional, ministerial, ser chamado para fazer alguma coisa no mundo, agora onde fazer Deus direciona, essa direção inclusiva pode mudar várias vezes como aconteceu com Paulo.
 
CANDEIA: Então o casal de missionários chega em Gana, e aí?
Ronaldo: Passamos primeiro um ano pesquisando as tribos, para encontrarmos os Koncombas, havia muitas, Deus deu direção para essa porque era uma tribo grande, dentro de uma região fechada e na nossa apresentação fomos bem aceitos, foi quando pensei: Deve ter por aí a mão de Deus abrindo as portas.
 
CANDEIA: Houve alguma tensão na chegada, hostilidade por parte dos nativos?
Ronaldo: Sempre há esse receio, o primeiro contato tem momento de tensão, é assim na África, Ásia e também aqui no Amazonas. No caso da África, com os Koncombas e com os Chacalis, depois, foi uma aproximação lenta, armamos a barraquinha e esperamos a reação deles, não sabemos o que eles estão pensando. Apareceram a princípio 3 ou 4 jovens armados com lanças, entraram na barraca, mexeram nas coisas e foram embora. No outro dia voltaram com mais alguns adultos e levaram as nossas coisas para a aldeia, entendemos que aquilo era um convite para irmos com eles, entramos e ficamos.
 
CANDEIA: Houve algum impedimento por parte do governo de Gana?
Ronaldo: Existe um braço da ONU no norte de Gana, uma espécie de Funai, que controla a região tribal. A terra pertence a duas tribos: Gonja e Dagomba e outras cem tribos, moram dentro dessas terras e devem prestar favores e reverências aos reis das duas tribos dominadoras. A ONU regula a entrada e saída de missionários, porque existem muitos conflitos tribais, a área é de risco, como Rossana é enfermeira e eu antropólogo foi fácil, fomos visitados pela Unesco e apreciaram nosso trabalho.
 
CANDEIA: Quais as dificuldades que você enfrentou, para evangelizar povos não alcançados?
Ronaldo: A língua é a primeira barreira, depois a cultura, no caso de Gana, os homens não se relacionam com as mulheres em termos de conversação oral. Elas não podem olhar, ficar perto, tocar ou ficar mais altas que o chefe, são ofensas graves na tribo. Nos primeiros dois meses ficamos o mais quietos possíveis, só prestando atenção aos costumes. Mas eu diria que a médio e longo prazos, a maior dificuldade é o isolamento. A região das tribos fica distante mil quilômetros ou mais da cidade. Durante seis meses chove na região e ninguém pode sair nem por uma emergência, não existe nenhum meio de comunicação e o posto dos correios ou telefone ficam nessa cidade. O sentimento é insegurança, saudade, às vezes dá depressão. O que Deus fez para superar tudo isso, foi nos presentear com bons amigos Koncombas e sempre nos juntávamos para conversar, contar estórias, piadas e compartilhar nossas vidas.
 
CANDEIA: Quanto à comida, vocês tiveram que comer algo estranho, como cabeça de macaco, por exemplo?
Ronaldo: Lá eles criam galinhas, cabritos, bois, só que os animais de médio e grande porte são reservados para sacrifícios, para feitiçarias e de acordo com o costume deles é proibido comer tais animais. Agora os koncombas crentes comem sem problema, enquanto os outros ficam com água na boca. Mas quando chegamos, tivemos que comer ratos, morcegos alguns tipos de macacos pequenos, cobras, uma única vez, graças a Deus, experimentamos uma sopa de cabeça de morcego. O interessante é que em meio a uma pressão lingüística, cultural e espiritual a comida se torna fácil, logo eles dão liberdade de fazermos nossa comida.
 
CANDEIA: No contexto espiritual, os nativos têm muitos deuses, você via muita manifestação demoníaca?
Ronaldo: Os koncombas são animistas, eles crêem que esse mundo natural que vemos, é habitado e controlado por espíritos que povoam o mundo espiritual. Eles são também fetichistas, crêem, por exemplo, que os espíritos são representados por fetiches, ou seja, pedaços de madeira, rocha, coisas feitas por eles ou não, que hospedam os espíritos temporariamente e têm o domínio sobre uma família, palhoça, clã ou mesmo região. A vida dos nativos é muito opressa espiritualmente, da hora que acordam até o deitar eles são atacados pelos espíritos, que segundo eles, são todos maléficos. Eles sacrificam muitos animais e até crianças para se livrarem dos males.
 
CANDEIA: Você chegou a ver algum sacrifício humano?
Ronaldo: Não, eles fazem tudo muito escondido, nem o pessoal da tribo pode ver, geralmente o feiticeiro vai sozinho para a mata, com a criança a ser sacrificada.
 
CANDEIA: Alguns missionários que atuaram na África dizem que a manifestação demoníaca lá é tão forte, que é possível ver bruxa voar. Você teve alguma experiência assim?
Ronaldo: Não, nunca vimos nada assim, o sobrenatural demoníaco que vimos foram possessões individuais e até coletivas envolvendo uma tribo inteira, cerca de trezentas pessoas. Mas o interessante é que com a chegada da Igreja do Senhor Jesus, a ação do inimigo era inibida em cada região.
 
CANDEIA: Até que ponto as crendices dos nativos foram obstáculos para a implantação do evangelho, levando em conta o peso espiritual?
Ronaldo: Os primeiros convertidos vieram um a um com muitas barreiras e perseguições. Gastamos mais ou menos um ano para ver algum resultado. As famílias rejeitavam os parentes que se convertiam. Lembro de duas irmãs, que foram colocadas em uma jaula por 2 semanas comendo apenas uma refeição por dia, o pai era o feiticeiro da tribo, no final do prazo de jaula, ele perguntou se elas estavam arrependidas de ir à igreja. E elas responderam que podiam passar um ano ali, mas não negariam Jesus. Tempos depois, os pais delas se converteram e ouve um derramamento grande, eram tantas conversões, que nós não podíamos sair da aldeia, para administrar os novos nascidos. Quando saí da África deixei 17 igrejas entre Koncombas e Chacalis, outra tribo que alcançamos, mais de 3 mil membros adultos e 1.500 crianças, além de 4 pastores, 8 líderes. Lá não existe denominação, a igreja é de Jesus.
 
CANDEIA: Você teve problemas sérios de saúde, alguma vez pensou em desistir?
Ronaldo: Eu tive tuberculose óssea, resultado de 25 malárias. Cheguei a voltar ao Brasil para ser tratado, os médicos diziam que eu corria o risco de ficar paralítico e todos os casos de tuberculose óssea deixaram seqüelas fortes nos outros pacientes. A igreja orou comigo e nem a bengala que eu tive que usar por um período, estou precisando mais. No final de tantas malárias, eu coloquei para Deus se não era o caso de desistir daquela missão e pedi um sinal, que foi ser acometido de mais uma malária; até parei os remédios profiláticos e pela graça de Deus não tive mais nenhuma contaminação e pude terminar o tempo da missão.
 
CANDEIA: Sua família também adoeceu muito?
Ronaldo: Rossana teve duas malárias, Viviane uma e Ronaldo Júnior uma. Num desses momentos também vimos a mão de Deus. RJ teve malária cerebral e Rossana teve o discernimento de levá-lo à cidade, os médicos disseram que aquele tipo de malária matava rápido e tivemos sorte em vir a tempo para o centro hospitalar. Meu filho tinha aproximadamente dois anos e sofria demais com as dores de cabeça. Ficamos orando todo o tempo, os médicos não garantiam nada e já nos conformavam dizendo que era muito difícil o estado da criança. De um dia para o outro Ronaldo Jr. acordou e disse: “Papai! Jesus me curou”.
 
CANDEIA: É verdade que vocês foram envenenados?
Ronaldo: Toda a família, inclusive minha sogra que estava nos visitando, foi para o hospital depois de tomar a água do pote de casa. Fizemos exames e ficou comprovado que havia um tipo de veneno. Os nativos disseram que eram os espíritos expulsando os missionários, só que quando voltamos a igreja ganhou mais credibilidade.
 
CANDEIA: Você teria uma mensagem para os jovens cristãos dispostos a servir no campo missionário?
Ronaldo: Eu aprendi que Deus usa tudo aquilo que aprendemos. Portanto, se você se preparar bem, vai economizar muitos anos de trabalho, quanto mais você estudar e aprender, melhor, principalmente as 3 áreas que fazem parte do treinamento para todo missionário transcultural, que são: Antropologia Cultural, Lingüística e Missiologia Bíblica.
 
CANDEIA: Digamos que eu seja um indígena que nunca ouvi falar de Jesus, fale como você iria me conduzir ao evangelho:
Ronaldo: “Nós sabemos que aqui na nossa tribo Chacali há uma estória antiga que nossos pais contam sobre um homem que no início da criação, subiu em uma árvore e o céu era baixinho, aí ele, com uma faca, cortou um pedaço do céu para experimentar e ele descobriu que o céu era carne. O homem fez isso uma semana, 2 semanas e um certo dia ele subiu e cortou um pedaço muito grande, que ele não podia comer, e a carne estragou. Deus, que olhava para o homem, ficou muito triste e levou o céu embora, o próprio Deus se foi e ficou apenas observando de longe, não mais vivendo entre nós Chacalis. Mas, eu quero dizer que isso foi o que os nossos pais nos contaram, só que Deus não se distanciou de nós, outros homens em outros lugares do mundo nos deram uma palavra revelada, escrita que diz como nos aproximarmos de Deus, aí entra Jesus.
 
CANDEIA: A vinda de Jesus está próxima, pelo que você observa com relação ao evangelho chegar a todos os povos?
Ronaldo: Existem 2.227 povos não alcançados, os trabalhadores são poucos para a seara tão grande, mas se o homem tem uma tecnologia que joga através dos satélites imagens no mundo inteiro em segundos; Deus que criou o homem tem infinitamente mais poder. O que eu creio é que de acordo com Ap. 5 perante o trono de Deus vão estar, lavados pelo sangue do cordeiro homens de toda tribo, língua e nação.
 
CANDEIA: Sua próxima missão impossível é Amazônia?
Ronaldo: Somos chamados pela missão Amém para liderar 3 famílias missionárias que estão se preparando para ir para a Amazônia e topamos o desafio, quando esse grupo estiver amadurecido voltaremos para a África só para supervisionar e talvez treinar mais líderes. Devemos viajar no início de 2002 quando estiver concluído o mapeamento da área que iremos trabalhar.

4 _ Moravianos .
Os Moravianos foram os primeiros protestantes a colocar em prática a idéia de que a evangelizacão dos perdidos é dever de toda a igreja, e não somente de uma sociedade ou de alguns individuos.
Anteriormente, a responsabilidade pela evangelizacão havia sido lançada nos degraus dos governos, através das atividades colonizadoras.
Os Moravianos, contudo, criam que as missões são responsabilidade de toda a igreja local.
Devido ao seu profundo envolvimento, esse pequeno grupo ofereceu mais da metade dos missionários protestantes que deixaram a Europa em todo o século XVIII
De fato a história dos Moravianos antecede a Reforma.
Conhecidos originalmente como os Unitas Fratrum, ou a Unidade dos Irmãos, esses cristãos Checos foram os seguidores do mártir John Huss, um reformador antes da Reforma.
Ele foi martirizado em 06 de julho de 1415.
Após a morte de Huss, seus seguidores, experimentaram um verdadeiro ressurgimento.
Eles se reorganizaram no ano de 1457, e no tempo da Reforma havia entre 150 a 200 mil membros em quatrocentas igrejas por toda a Europa Central. Mas, no levante das guerras dos 1600, a Boêmia e Moravia (RepUblica Checa) foram dominadas por um rei católico romano, o qual desencadeou uma terrível perseguição contra os Moravianos. Foram todos espalhados e se tornaram refugiados.
Por quase cem anos procuravam fugir da perseguição.
Por causa disso formaram urna poderosa rede de cristãos clandestinos.
Quando cruzaram a fronteira da Alemanha, ouviram de um lugar conhecido como Herrnhut, uma pequena faixa de terra na propriedade de Zinzendorf, ali se estabeleceram. o trabalho dos Moravianos foi guiado por um número de características que os distinguiram.
Primeiro, eram profundamente dedicados ao Senhor Jesus Cristo e a sua causa.
Segundo, os Moravianos abriram o ministério aos leigos e a ministração as mulheres, antecipando Hudson Taylor nessa questão mais de cem anos antes;
Terceiro, criaram a estratégia missionária de fazedores de tendas.
Quarto, os Moravianos por ser pessoas sofredoras, podiam facilmente se identificar com aqueles que sofriam.
Quinto, eles se dirigiam às pessoas receptivas ao evangelho.
Sexto, eles colocavam o crescimento do Reino de Cristo acima de uma expansão denominacional.
Sétimo, a obra missionária Moraviana era regada de oração.
Alguém, certa vez, perguntou a um Moraviano o que significa ser um Moraviano.
Ele respondeu: "ser um Moraviano e promover a causa global de Cristo são a mesma coisa".
Estudo realizado pela Miss. Elisabeth Campos


5_ DOIS SÉCULOS DE MISSÕES MODERNAS
 

Introdução – A era moderna das Missões Cristãs, iniciou a partir da organização da Sociedade Missionária Batista, em 1792, e à ida de William Carey para a Ìndia por essa sociedade no mesmo ano.
 
O Pietismo e a Reforma Protestante – Algumas das raízes da própria Reforma Protestante estão nos Unitas Fratum, ou Irmãos Unidos, também progenitores do pietismo, e dos irmãos Morávios.
 
Pietismo, movimento luterano reformista alemão que surgiu entre os séculos XVII e XVIII, e dava ênfase à conversão individual, à “fé vivente”, e a gozar de seus frutos no dia-a-dia. O pietismo teve grande influência sobre o metodismo, e ambos contribuíram para o aparecimento do movimento ecumênico no século XIX.                                                                                            
Luteranismo, principal denominação protestante, iniciada com o movimento liderado por Martinho Lutero, no século XVI. Tinha como objetivo a reforma da Igreja Cristã do Ocidente. A salvação é um presente da graça soberana e a fé, a única forma para se chegar à salvação.Sem alterar demais a estrutura da missa medieval, o luteranismo estimulou a participação comunitária no culto. Ao contrário dos sacerdotes católicos romanos, o clero luterano pôde contrair matrimônio.
 
Quando Lutero pregou suas “95 Teses” na porta da Igreja de Wittenberg, os irmãos unidos possuíam 300 igrejas e 300 escolas, com total de 100 mil membros só na Moravia! Uma das acusações feitas contra Lutero era que ele era “Hussita”, seguidor de João Huss, queimado vivo em 06.07.1415 por suas “heresias” (tais como salvação só pela fé).
 
A Reforma Protestante e o Colonialismo – Apesar de todo o seu empenho evangelístico, por quase duzentos anos depois da Reforma as igrejas protestantes não fizeram quase nada quanto à tarefa missionária. Enquanto isso, a Igreja Católica Romana, através de suas ordens missionárias, os jesuítas, franciscanos e dominicanos, procurou estender as fronteiras da fé cristã.  Vários motivos são alegados por esta falta de visão missionária protestantes. Entre eles, citamos:
 
1. Os reformadores (erroneamente) acreditavam que o mandato missionário em Mateus se restringia e fora cumprido na era apostólica. Contudo, Saraiva e Carey, iniciaram, enfim, o movimento missionário moderno.
2. Os reformadores estavam preocupados com sua tarefa – a Reforma da Europa.
3. Os reformadores se encontravam em meio a uma luta política e militar em grande escala contra o catolicismo romano medieval e, conseqüentemente, não dispunham dos recursos necessários para assumir a responsabilidade de cunho global.
4. Tanto Lutero quanto Calvino criam que os príncipes eram responsáveis pela manutenção do culto público e, portanto, nem os luteranos alemães nem os calvinistas suíços tinham contatos com povos não-cristãos.
5. Os reformadores estendiam cada nervo para evangelizar, chamar e re-cristianizar, porém a tarefa de proclamar o Evangelho ao mundo inteiro não lhes correspondia. Ou seja, os reformadores não tinham uma visão missionária.
 
O fato é que as igrejas protestantes viviam acuadas e ameaçadas pelas forças católicas romanas. Era um desafio imenso só defender e consolidar a Reforma na Europa, sem penar na evangelização mundial. Durante aqueles séculos, as grandes potências marítima eram Espanha e Portugal, ambos países católicos. Chagaram a dividir o mundo entre si, com a benção papal, ob o sistema do padroado. Este fato já nos mostra que os países protestantes eram potências tão insignificantes que os países católicos nem precisavam leva-los em conta enquanto dividiam o mundo entre si.
 
Portanto , a visão missionária das igrejas protestantes só mudou quando a situação política mundial mudou.

O Pietismo e o Nascimento das Missões Modernas – Os Pietistas e os Morávios foram os primeiro a enviar Missionários Protestantes. Em 1722, um grupo de morávios perseguidos procurou refúgio nas terras do conde Nikolaus L. von Zinzendorf (1700-1760),  Alemanha, juntamente com pietista de toda espécie e de toda as origens denominacionais. Fundaram uma comunidade chamada Herrnhut e Zinzendorf o líder desse movimento e, em 1731, a comunidade enviou seus primeiros missionários.
 
Eram enviados em grupos e trabalhavam como “fazedores de tendas”, criando sua própria comunidades cristãs no estrangeiro. Além disso, fundaram uma “corrente de oração continua”, que durou mais de cem anos.
 
Jonh Wesley  após contato com o moravianos, se converteu e começou a pregar a salvação pela fé, juntamente com George Whitefield. Estes dois homens de DEUS foram usados, entre outros, para provocar o Grande Despertamento nas colônias inglesas na América do Norte e acabar com a letargia espiritual na Inglaterra daquele tempo...    e os olhos dos protestantes foram abertos à multidões sem Cristo e sem esperança.
 
Desenvolvimento no “Grande Século”  esta nova visão missionária protestante demorou a ser implantada, mesmo na Inglaterra, terra de Wesley e Whitefield. 
 
William Carey,  sapateiro, pregador leigo batista, costumava ler enquanto consertava sapatos. Passou a enfrentar problemas quando começou a levar a se´rio a Grande Comissão. Quando falou a um grupo de pastores, desafiou-os e eles disseram: “ Quando DEUS quiser converter os pagãos, ele fará sem a minha e sem a sua ajuda”. DEUS o usou para implantar a nova visão missionária e, finalmente, conseguiu convence-los a formar a Sociedade Missionária Batista, sua maior contribuição missionária   (hoje BMS, atualmente no Brasil e colaboradora da CBB) e foi nomeado seu primeiro missionário.
  Foi enviado para a Índia, traduziu a Bíblia para três línguas e ajudou em inúmeras outras traduções. WILLIAM CAREY é considerado o Pai da MISSÕES MODERNAS.
 
O avanço do Colonialismo forneceu ao crescente movimento missionário protestante a proteção e a estabilidade política de que precisava, mas muitas vezes os missionários faziam oposição à ordem estabelecida para aliar-se aos povos que procuravam alcançar com o Evangelho.
 
No final do século 19, com o surgimento do movimento missionário estudantil, começou a ser divulgada a expressão “Alcançar o mundo nesta geração”, essa conscientização missionária culminou com a Conferência  Mundial de Edimburgo, em 1910.

6_ EXPANSÃO DO REINO DE DEUS
 
 
Relatórios chegam de todos os cantos do globo. No começo apenas alguns, mas agora com mais freqüência, reforçando um ao outro com seus surpreendentes relatos de centenas, milhares, e centenas de milhares chegando à fé em Cristo, formando igrejas e espalhando sua fé recém encontrada.
 
Sudeste Asiático
Quando um coordenador de estratégia começou sua tarefa em 1993, havia somente três igrejas e 85 crentes numa população de mais de 7 milhões de almas perdidas. Quatro anos mais tarde havia mais de 550 igrejas e cerca de 55.000 crentes.
 
Norte da África
Em seu sermão semanal, um clérigo árabe muçulmano reclamou que mais de 10.000 muçulmanos que viviam nas montanhas ao redor, haviam apostatado da fé islâmica e se convertido ao Cristianismo.
 
Cidade na China
Num período de quatro anos (1993-1997), mais de 20.000 pessoas encontraram a fé em Cristo. Como resultado mais de 500 novas igrejas.
 
América Latina
Duas uniões Batistas superaram uma significativa perseguição do governo e cresceram de 235 igrejas em 1990 para mais de 3.200 em 1998.
 
Ásia Central
Um coordenador de estratégia relata: “Quase no fim de 1996, visitamos as várias igrejas da região e constatamos o número de pessoas que haviam aceito a fé em Jesus nesse ano. Quando acabamos de somar, o resultado foi de 15.000 conversões a Cristo em um ano. No ano anterior havíamos feito a estimativa de 200 crentes no total.”
 
 
Europa Ocidental
Um missionário na Europa relata: “No ano passado (1998), minha mulher e eu começamos 15 novos grupos pequenos. Ao sairmos por um periodo de seis meses para uma tarefa em outro lugar ficamos imaginando o que encontraríamos ao retornar. Foi surpreendente! Pudemos constatar pelo menos 30 novas igrejas , mas creio que esse número pode   ser até duas ou três vezes mais.”
 
Etiópia
Um missionário estrategista comentou: “Levamos 30 anos para plantar quatro igrejas neste país. Começamos 65 igrejas nos últimos nove meses.”
 
Cada região do mundo agora pulsa com algum tipo de Movimento de Plantação de Igrejas. As vezes só vemos números, mas muitas vezes eles vem acompanhados por alegres descrições como esta, recentemente recebida numa mensagem de e-mail:
 
“Todas as nossas igrejas tem pastores / líderes leigos pois, entregamos o trabalho tão depressa a eles que os missionários raramente chegam a dar dois ou tres estudos bíblicos antes que pelo menos um líder seja levantado por Deus. O novo líder parece ser salvo e chamado para liderar ao mesmo tempo. Nós o batizamos e lhe damos uma Bíblia. Depois que os novos crentes  são batizados, ficam tão entusiasmados que não conseguimos detê-los. Saem pelo país inteiro iniciando grupos de estudo bíblico. Algumas semanas mais tarde recebemos a notícia de quantos grupos foram iniciados. É a coisa mais maluca que já vimos! Não fomos nós que começamos e se quiséssemos não conseguiríamos segurá-los.”
 
Durante o período de quatro anos (1993-1997),
mais de 20.000 pessoas encontraram a fé em Cristo,
resultando em 500 novas igrejas

7_ Cidades e Questões Urbanas
 
1. Urbanização
Ur dos Caldeus … Babilônia … Sodoma e Gomorra … Jerusalém.  Desde os tempos mais antigos da Bíblia sempre houve agrupamentos grandes de pessoas que chamamos de “cidades”.  Mas nos últimos 30 anos, tem havido no mundo uma mudança extraordinária no que diz respeito às cidades: a chamada urbanização.  A urbanização é o deslocamento de grandes segmentos da população rural para centros urbanos.  As cidades estão ficando maiores, mais complexas e cada vez mais desafiadoras.
 
 Observando a transparência:  Os países em azul escuro são os que possuem o maior índice de sua população vivendo em áreas urbanas.
 
 Pergunta: Quais os países mais urbanizados da América do Sul?  (Colômbia, Argentina, Chile)
 
2. Maiores Cidades do Mundo - 1990
As cidades do mundo estão ficando cada vez maiores.
 
 Para discussão: O que é que atrai uma pessoa do campo para a cidade? (fome, miséria, status, sonhos)  Ela vem em busca do quê?  O que pode acontecer de bom em uma cidade?  O que pode acontecer de ruim em uma cidade?
 
 Observando a transparência: No mapa as maiores cidades são representadas pela estrela azul.  Quais as maiores cidades do mundo?  (São Paulo, México, Tóquio, Hong Kong, Pequim, Nova York)  As cidades que possuem uma população de 10 a15 milhões de habitantes são identificadas pelas quadradinhos verdes.  Quais são essas cidades na Américas do Norte e do Sul?  (Los Angeles, Rio de Janeiro, Buenos Aires)
 
3. Número de Cidades com Mais de 1 Milhão - 1990
Viver em uma cidade pode produzir uma realidade com terríveis desdobramentos:
· A realidade da competição
· A realidade da solidão
· A realidade de relações meramente econômico-financeiras: a pessoa passa a ser valorizada pelo que tem, não pelo que é.
 
Cidades são assim.  E cidades grandes muito mais!  (Competição mais acirrada, solidão mais acentuada, relações menos calorosas, sem falar da violência, pobreza e marginalização características dos grandes centros urbanos)
 
Observando a transparência: Quais os países que possuem o maior número de grandes centros urbanos, cidades com mais de 1 milhão de habitantes?  A igreja desses países tem um desafio todo especial.
 
4.   Cidades Portais
Durante séculos Deus produziu mudanças nas cidades do mundo por meio das orações de Seu povo.  O historiador A.T. Pierson disse certa vez: “Jamais houve um despertamento em qualquer país ou localidade que não tivesse começado com a oração comunitária.”
 
Como a oração é importante!  Por isso, em 1995 houve uma campanha de intercessão mundial (promovida pelo Movimento AD2000) em favor das cidades mais influentes do mundo: as chamadas cidades portais.  As cidades portais são cidades que possuem por seu tamanho, história, composição étnica, ou qualquer outro fator, o potencial de influenciar poderosamente outras cidades e regiões.  Se essa cidade for impactada pelo Evangelho, então o impacto será maior ainda por causa da influência especial que essa cidade portal possui.
 
Ainda hoje Deus pode impactar as cidade e fazer de cada um de nós seus companheiros de obra.  E uma das maneiras mais eficazes de fazê-lo é através da oração.
 
Observando a transparência: Na transparência observamos 4 regiões do mundo (quatro cores diferentes).  Quais regiões são essas?  (Mundo muçulmano, hindu, budista e chinês)  Você pode citar o nome de uma cidade portal de cada região?
· Mundo muçulmano: Cairo, Ancara
· Mundo hindu: Nova Deli
· Mundo budista: Bankok, Tóquio
· Mundo chinês: Pequim
 
Conclusão: Você crê que Deus tem o poder de fazer uma grande transformação em uma cidade?  E numa cidade grande?  E em uma dessas cidades portais?
 

Para maiores informações … veja os seguinte livros que fazem parte da série: Sua Cidade Para Cristo publicada pela Editora Sepal.
 
1. Espiando a Terra: Como Entender Sua Cidade (Lourenço e Estefânia Kraft)
2. Veja Sua Cidade Com Outros Olhos: Ação da Igreja na Cidade (Ariovaldo Ramos)
3. Ponha os Guerreiros Em Marcha: Como Gerar Um Movimento de Oração (Neuza Itioka, Lourenço e Estefânia Kraft)
 
Editora Sepal:  Cx Postal 2029, 01060-970 São Paulo, SP
  Tel: 011-523-2544 E-mail:
EditoraSepal@xc.org
  Internet: www.editorasepal.com.br
8_ A Importância do Cuidado Pastoral para a Realização da Terefa Missionária


Por Valdir Xavier de França
Com o advento da nova onda em missões a partir do chamado terceiro mundo, uma questão tem que ser levantada e devemos tentar respondê-la de acordo. Como podemos equilibrar a realidade do sacrifício e sofrimento em missões com a necessidade de realização pessoal e crescimento na vida missionária?
Historicamente, dentro das missões protestantes, o ideal do sacrifício e sofrimento sempre foram tidos em alta consideração e para que o indivíduo sobrevivesse era necessário ter apenas uma fé firme em Deus. Depender de si mesmo era a marca de um missionário - temperado somente pela dependência de Deus através da oração.
Biblicamente, em sua perspectiva Paulina, encontramos a essência dessa idéia que tem permeado a história de missões. Em Filipenses 4:6-7;11-13;19 Paulo fala que sua força vinha da confiança em Deus para suprir-lhe todas as coisas. Mas, mesmo assim, não é segredo para ninguém que ele teve muitas necessidades e que freqüentemente estava desanimado. Em 2 Corinthios 1:8 ele fala sobre estar debaixo de grande pressão ao ponto de desesperar da própria vida. No capítulo 11, quando descreve os perigos e abusos físico pelos quais passava diz no verso 28: "Além das coisas exteriores, há o que diariamente pesa sobre mim, o cuidado de todas as igrejas." O que podemos concluir é que ele freqüentemente estava estressado, porém a solução que ele oferece não é descanso ou ajuda profissional qualificada e sim confiar em Deus e oração. (Cf. 2Cor.1:9-11).
Creio que as palavras de Paulo são muito oportunas e nos ajudam bastante a refletir sobre a importância do cuidado pastoral para a realização da tarefa missionária. É claro que a dependência pessoal de Deus e a oração coletiva dos irmãos são sem sombra de dúvida essenciais para que o missionário fique firme em seu ministério.
O problema aqui é que essa perspectiva que tem dominado a atitude de missões no passado e ainda hoje, não contradiz o uso de profissionais da área de saúde mental e pastoral, mas que ao mesmo tempo também não encoraja o uso dos mesmos.
O atual esforço missionário de alcançar os povos não alcançados, requer obreiros fortes que estejam prontos a trabalhar em conjunto, fazer sacrifícios, se tornar vulneráveis e servir ao Senhor de todo o coração no meio de situações desafiadoras e estressantes. Mas que também requer um esforço com a mesma intensidade e compromisso de apoio, nutrir e pastorear aqueles que estão envolvidos nessa missão.
Porque é importante para a realização da tarefa missionária o cuidado pastoral, hoje? Primeiramente porque pessoas de todos os tipos são chamadas por Deus. Alguns vêm de famílias desestruturadas, outros com pouca instrução acadêmica, com problemas dos mais diferentes tipos e que precisam de ajuda afim de que possam enfrentar as dificuldades no campo. Esse processo começa ainda quando da seleção e treinamento desses candidatos. Testes psicológicos que devem ser aplicados por profissionais competentes e qualificados; Seminários sobre choque-cultural; Orientação quanto a reentrada e suas implicações tanto para a organização missionária quanto para o indivíduo; Aconselhamento matrimonial no campo e etc.
Em segundo lugar porque missionários para serem efetivos, precisam ser ouvidos por alguém neutro afim de contar-lhes suas lutas e frustrações sem medo de serem contados nas estatísticas organizacionais como rebeldes, inaptos para o trabalho ou coisa parecida. Seus dons e ministérios precisam ser usados corretamente. Muitos terminam o trabalho numa organização missionária ou nem chegam a terminar, sentido-se amargurados porque foram simplesmente usados pelo sistema. Muitas vezes esse sistema está viciado e é muito mais fácil dizer que certo missionário desistiu por não ter cumprido com suas obrigações do que admitir a incapacidade de suprir os indivíduos e suas necessidades.
Em terceiro lugar porque ajuda a prevenir problemas, oferece apoio e desenvolve pessoalmente missionários em sua carreira, além de restaurar aqueles que se tornaram incapacitados. Se desejamos manter uma força missionária mundial efetiva, precisaremos de maneira prática refletir sobre isso urgentemente dentro da comunidade missionária, em nosso país.
É difícil imaginar uma organização missionária que não esteja envolvida ativamente no bem estar mental e emocional de seus missionários. Como testemunho, até mesmo para aqueles que estão olhando de fora, temos que exercer o cuidado sobre o rebanho que Deus nos concedeu, os missionários. Pois como podemos ser fiéis ao Senhor da Seara e pedir-lhe as nações por herança, quando não cuidamos daqueles poucos que nos foram confiados.
BIBLIOGRAFIA
1.      Tucker, Ruth and Andrews, Leslie: Historical Notes on Missionary Care em Missionary Care: Counting the Cost for World Evangelization; Kelly O'Donnell, Editor
2.      Prado, Oswaldo: O Envio de Missionários a partir da América Latina: Uma Avaliação Destes Últimos Dez Anos em As Missões Latinas Rumo ao Século XXI; COMIBAM'97; 2o. Congresso Missionário Ibero-Americano; Acapulco, México
3.      McKaughan, Paul: Missionary Attrition: Defining the Problem em Too Valuable to Loose: Exploring the Causes and Cures of Missionary Attrition; William D. Taylor, Edit

9_ EVANGELIZAÇÃO DOS POVOS CIGANOS

POVO CIGANO Do gr. bizantino athínganos 1. Indivíduo de um povo nômade, provavelmente originário da Índia e emigrado em grande parte para a Europa Central, de onde se disseminou, povo esse que tem um código ético próprio e se dedica à música, vive de artesanato, de ler a sorte, barganhar cavalos, etc. Designam-se a si próprios rom, quando originários dos Bálcãs, e manuche, quando da Europa central. [Sinônimo.: boêmio, gitano; calom (bras.); judeu (MG); quico (MG e SP).] 2. Romani 3. Fig. Indivíduo boêmio, erradio, de vida incerta. 4. Negociante esperto, vivo. 5. Fig. Vendedor ambulante. Adjetivo. Esperto, vivo.
INTRODUÇÃO
1. Ciganos, povo de comunidades e muito unido, com uma herança biológica, cultural e lingüística comum. 2. Atualmente, encontra-se disperso em pequenos grupos por todo o mundo. 3. Os ciganos vivem na Europa há mais de 500 anos, porém até finais do século XVIII não se logrou identificar definitivamente sua pátria no noroeste da Índia, o que ocorreu ao descobrir-se a relação existente entre a língua cigana e os dialetos indo-europeus da tal região.
HISTÓRIA
Parece que abandonaram sua pátria original ao norte da Índia em ordas sucessivas que começaram em princípios do século V. Entretanto, as migrações mais importantes partem no século XI, provavelmente como resultado das invasões muçulmanas no subcontinente asiático. Viajaram a princípio para o oeste, atravessaram o Irã até a Ásia Menor e o Império Bizantino; dali a maioria continuou até a Europa, através da Grécia, no início do século XIV. No começo do século XVI, haviam chegado a todos os rincões do continente, inclusive a Rússia, Escandinávia, as ilhas Britânicas e a Espanha.
DISTRIBUIÇÃO ATUAL
O número total de ciganos no mundo é de vários milhões. Só na Europa calcula-se que haja entre 12 a 12,5 milhões. Os dados não são exatos porque muitos não estão registrados. As maiores concentrações se dão nos Balcãs (especialmente Romênia), Europa Central e nas repúblicas resultantes da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Existem grupos menores dispersos pela Europa Ocidental, Oriente Médio, norte da África e América.
CULTURA E COSTUMES
Devido à dispersão dos ciganos, sua cultura e organização social variam amplamente. Sem dúvida, uma das características que se sobressai em qualquer parte é seu arraigado sentido de coesão de grupo e de exclusividade, bem como o marcado caráter sagrado das tradições ciganas em contraposição às do mundo exterior.

Estimados em 50 milhões no mundo, Os ciganos dividem-se em dois grupos no Brasil: 16 mil ciganos Rom, no sul do pais, e 330 mil ciganos Kalon, no nordeste. No sul, já existem algumas igrejas evangélicas entre eles, mas no nordeste não se sabe de nenhuma.Em 1995 as Igrejas do Nordeste os adotaram, tomando assim a responsabilidade por sua evangelização. Existem mais de 1.900 ciganos convertidos a Cristo no Brasil, e que os templos evangélicos dos ciganos brasileiros estão ligado à Igreja Central Cigana que fica na França. Segundo o departamento, os ciganos estão se organizando em Igrejas Evangélicas em 36 países do mundo. Variada, mística e festiva, a cultura cigana provoca as mais variadas reações entre os não-ciganos —(gadjé) indo da admiração à perseguição. Os ciganos europeus, de um modo muito peculiar, sofreram enormes perseguições, principalmente na Idade Média, sob a acusação de bruxarias. Mais recentemente, durante a Terceira Guerra Mundial, foram mortos 1 milhão e quinhentos mil ciganos no Holocausto.

CIGANOS NO BRASIL
De acordo com a “Revista Cigano”, os Ciganos chegaram ao Brasil oficialmente em 1574. Mas de acordo com documentos portugueses tudo indica que chegaram muito tempo antes disso. A Carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei D. Manuel conta que sete homens de origem indiana acompanharam os demais tripulantes na aventura da descoberta do Novo Mundo, já nessa época os ciganos já estavam presentes em Portugal desde final do século XV. Por isso alguns historiadores acreditam que os sete homens deveriam ser ciganos. “Perseguidos e incompreendidos por terem um modo particular de vida, eram condenados a viver nas colônias portuguesas da África e no Brasil. Ou ainda pior, morriam nas galés, como escravos remadores. Depois do ano de 1574, muita outras famílias ciganas foram mandadas para o Brasil e se espalharam por todo o território, sempre mantendo suas tradições, perpetuadas até os dias de hoje”.

A IDOLATRIA DOS CIGANOS
Ao que tudo indica, depois de períodos de perseguição e de convivência pacífica, os ciganos acabaram incorporando o catolicismo em sua religiosidade, pois louvam inúmeros santos em suas slavas (festas religiosas). São devotos da sra.da conceição aparecida, da virgem sara (padroeira universal dos ciganos), e outras santas. A santa sara, padroeira universal dos ciganos, possui somente um santuário no mundo, localizado na igreja de Notre Dame de La Mer, no sul da França, numa cripta sob o altar-mór da igreja-fortaleza. A imagem dessa “santa” negra tem os braços estendidos para frente e já foi substituída algumas vezes. Todos os anos, ciganos de todas as partes do mundo peregrinam até a pequena cidade, às margens do Mar Mediterrâneo, para louvar a “santa” sara, com muitos festejos.

RITUAIS MÍSTICOS
Quando nasce um cigano, sua avó oferece a todos o pão das três fadas, para que o recém-nascido tenha sorte, saúde e prosperidade. A criança é, então banhada numa mistura de água natural, vinho, flores, metais, ervas e perfumes. A mãe sopra no ouvido do recém-nascido um nome que apenas ele conhecerá. Quando acontece a morte todos se tornam tristes e surpresos. Uma vela acesa é colocada entre as mãos do falecido, para que ele seja guiado pela luz até o lugar que ananks - o destino lhe reservou. Raio (céu) ou catrano embaixo da terra, onde ficam as almas dos condenados por arangeloudan (divindade que representa a justiça divina) entre piche e lama. Para os ciganos, é para lá que são enviados aqueles que matam ou blasfemam contra DEUS. Geralmente, os objetos mais apreciados pelo morto são colocados dentro de sua urna funerária, junto com uma moeda, para “pagar” ao canoeiro que transportará o espírito do morto até sua morada final. Existe, ainda, um ritual secreto (pomana) que é realizado alguns dias depois da morte, ma os detalhes sobre esta cerimônia não ao revelados aos não ciganos. A única coisa que se sabe é que os pratos prediletos do morto são servidos e que seu lugar à mesa é resguardado. Os ciganos têm um horóscopo próprio, lêem cartas, lêem mãos, acreditam no poder dos cristais, acreditam que o fogo tem o poder de anular as más energias e que podem ler o futuro pelo bailado mágico das suas labaredas, fazem simpatias (magia cigana), e atáe mesmo o preparo do chá cigano é tido como um ritual no qual a cigana procura estar em sintonia com os céus e atrair para si a realização dos seus desejos.

A LÍNGUA E OS GRUPOS CIGANOS
Os ciganos possuem um código próprio de honra e são regidos pela suas próprias leis. Seu tribunal (Kris Romaí) é formado por homens sábios de seu povo. Sua língua é o Romani, ou Romanês, com mais de 100 dialetos. Esta língua tem raízes nos indiomas sânscrito, armênio, rego e persa, fruto da influência sofrida pelos ciganos que viviam acampados em países que foram dominados e invadidos por estes povos. A língua cigana é de origem Indo-ariana e tem muitos dialetos falados, mas o idioma de raíz é o Punjabi antigo, ou Hindi. Com base em seus idiomas, os ciganos estão divididos em três grandes grupos. o Domari do Oriente Médio e Europa Oriental (Dom); o lomarven da Europa Central (Lom), e o Romani da Europa Ocidental (Rom). Não existe nenhuma forma universal de escrita deste idioma que seja comum a todos os grupos. Porém, a codificação do idioma vem sendo construída pela Comissão Lingüística da União de Romani Internacional, a fim de formar um dialeto padrão que universalize a comunicação entre ciganos de clãs diferentes. As primeiras descrições dos ciganos na Europa enfatizaram a pele escura e o cabelo negro (os ciganos são de origem indiana), mas devido à integração com os europeus durante séculos, hoje em dia pode ser também pele e cabelos claros. PRESENÇA EVANGÉLICA ? Ainda não existe uma igreja evangélica tipicamente cigana no nordeste, porém já existem cigano convertidos sendo discipulados por obreiros e voluntários da Igreja Cristã Evangélica do Ceará. Oremos por estes irmãos ciganos e por outros que ainda vão se juntar a eles.
Maiores informações sobre o povo Cigano:
Rosália Santos Rua Padre Pedro de Alencr, 1620 –Bl G, apto. 302 – Messejana CEP 60840-280 Fortaleza – CE Tel – 88 – 672-0575
Rosângela Alves Miranda – Caixa Postal – 19 Cep – 62200-000 Nova Russas, CE
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10_ O EVANGELISTA – anunciador das Boas Novas de salvação.

É aquele que por Amor as almas perdidas e em Obediência a Palavra de DEUS pregam o Evangelho do nosso SENHOR E SALVADOR JESUS CRISTO.

COMO DEVE SER O EVANGELISTA
1. CONVERTIDO - Lucas 22:32 mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, fortalece teus irmãos.
2. APROVADO - II Tm 2:15 “Procura apresentar-te diante de Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.”
3. EXPERIENTE - I Tm 3:6 “Não neófito, para que não se ensoberbeça e venha a cair na condenação do Diabo.”
4. CHEIO DO ESPÍRITO SANTO - Atos 1: 8 “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra.”

CINCO LEMBRETES IMPORTANTES
1.ORAR ANTES DE AGIR
2.RESISTIR O INIMIGO E ASSUMIR POSIÇÃO DE AUTORIDADE SOBRE ELE. “satanás, eu o repreendo em nome de JESUS CRISTO. Você não irá controlar meu casamento, nem meus filhos, nem meu pastor, nem esse meu irmão, nem esta cidade,....”.
3. RECEBENDO UMA CRÍTICA OU REPREENSÃO, procurar verificar se ela tem fundamento, em vez de lutar contra carne e sangue. nos arrepender e acertar tudo.
4. NUNCA PERDER A FÉ NEM ACEITAR SENTIMENTOS DE CONDENAÇÃO II Tm4:7 Combati o bom combate, acabei a carreira, [guardei a fé].
5. PRESERVAR O RELACIONAMENTO COM OS IRMÃOS À TODO CUSTO Pv 18:19 “um irmão ajudado pelo irmão é como uma cidade fortificada; é forte como os ferrolhos dum castelo.” JESUS NOS LIBERTA e nos capacita a viver como ELE deseja que vivamos. 1Jo 4:4.
Dentro de nós há o “poder de DEUS”, o ESPÍRITO SANTO que é maior do que o que há no mundo, maior do que todo o poder que o inimigo puder usar. Efésios 6:10 nos exorta a tomarmos toda a armadura de DEUS e resistir “às ciladas do diabo”. DEUS tem providenciado armas “poderosas em guerra” para nossa proteção e para nossa luta ofensiva.
Assim, podemos resistir a todo assalto contra nós e atacar o inimigo! “O SENHOR é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu DEUS, a minha fortaleza, em quem confio;o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio”. Sl. 18:2


11. A Batalha Espiritual
 
“Pois nossa luta não é contra carne e sangue, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os poderes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais da maldade nas regiões celestes. Portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, permanecer firmes. (Efésios 6.12,13)
 
O diabo existe. Os demônios também e em grande número. A verdade é que todos os cristãos acham-se engajados Numa guerra. É HORA DE APRENDER A LUTAR.
 
Alguns cristãos talvez pensem que luta espiritual é algo que afeta apenas determinadas pessoas, que por um motivo ou outro entram nela, ou missionários que trabalham em terras dominadas pelo paganismo e trevas espirituais. Sinto muito, mas tenho que dizer que tal conceito não tem fundamento, Até que gostaria de poder afirmar que todos temos condições de levar uma vida calma e tranqüila, uma verdadeira "disneylandia" espiritual, mas não é verdade. O fato é que o diabo existe mesmo; os demônios são em grande número e todos os cristãos acham-se engajados numa guerra, numa desesperadora luta de vida ou morte contra um inimigo feroz. Mas talvez alguém diga: Ah, eu não tenho nada a ver com isso; meu ministério é música; não estou preparado para esse tipo de coisa."
 
Ou é possível também que outro, equivocadamente, pense: "Bom, se eu deixar o diabo em paz, ele também me deixará." A verdade é que a guerra está sendo travada, e todos se acham envolvidos nela, quer queiram ou não, quer concordem ou não com essa tese. E ela não afeta apenas alguns cristãos, nem dura só algum tempo. Todos os cristãos estão envolvidos nela, nas 24 horas do dia, nos 7 dias da semana, e nos 365 dias do ano. Estamos engajados nessa batalha espiritual quer tenhamos consciência disso ou não. É o que a Bíblia afirma categoricamente em Efésios 6.10-18: "Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra carne ou sangue, e, sim, contra os principados e as potestades, contra os dominadores desse mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. Portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau, e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingidos-vos com a verdade, e vestindo-vos da couraça da justiça, Calçai os pés com com a preparação do evangelho da paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; Com toda oração e súplica, orando em todo o tempo no Espírito, e para isso vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos." Isso é uma séria advertência que a Bíblia faz a todos nós. Esteja constantemente alerta! Fortaleça-se! Revista-se de armadura espiritual! Você está numa batalha sangrenta! Está sendo atacado, mas não por pessoas; o ataque vem de seres invisíveis. Se você é um verdadeiro cristão, pode crer que seu nome está na “lista de inimigos do diabo”. É interessante observar que a palavra empregada aí para designar o conflito é "luta". E os mais disciplinados desportistas que existem são justamente os que praticam a luta. Em todos os outros esportes – futebol, basquete, vôlei, etc. – há um intervalo, uma parada para os atletas recuperarem o fôlego. Mas na luta, não. Assim que o lutador entra no ringue tem que estar sempre alerta, não pode abaixar a guarda nem um minuto, senão o adversário o derrubará. Por isso, precisa estar sempre no auge de sua forma física. Assim se dá com o cristão. Ele nunca pode dizer: "Quero tempo, diabo. Preciso descansar um pouco," Satanás não tira folga nos finais de semana, nem nos feriados. Ele não diminui seus ataques nem quando passamos por alguma tragédia, ou sofremos alguma perda. Pelo contrário; aí é que ele lança fogo cerrado. Ele é daqueles que nos pisam mesmo quando estamos caídos. É totalmente maligno. Para ele não existe misericórdia, nem compaixão, e ele não sabe o que significa luta limpa. Para ele também não há treino, nem aquecimento. É sempre luta, uma verdadeira guerra contra nós. É por isso que precisamos conhecer os três "erres" da batalha espiritual para que possamos fazer frente a ele.
 
Os "TRÊS ERRES" da batalha espiritual
 
Reconhecer. O primeiro é reconhecer que estamos nessa guerra. Isso já é o começo da vitória, pois conhecer as táticas do inimigo é o mesmo que estar na luz, e o diabo só opera em trevas. Ele sempre procura tirar vantagem de nossa ignorância quanto às realidades espirituais. Mas quando as entendemos bem, ele não pode mais agir como tenciona. A Bíblia ensina que precisamos estar alerta, isto é, vigiar. Temos que manter os olhos sempre em Jesus, mas também no diabo. Ela afirma que não podemos ignorar-lhe os desígnios, mas que precisamos "ficar firmes contra as ciladas do diabo". Esses inimigos contra os quais lutamos não são meras "vibrações ruins", nem "as energias negativas do universo", nem o "lado escuro da força". São seres que pensam, conversam, escutam, observam e planejam estratégias ( 2 Co 2.11; Ef 6.11). Se observarmos atentamente, descobriremos as estratégias que o inimigo aplica em nossa vida e na sociedade. Você percebe, em si mesmo, uma tendência, por exemplo, para magoar-se facilmente e sentir-se rejeitado? Ou, talvez, vez por outra, veja-se atormentado por idéias de suicídio? Ou se sinta inclinado a lançar mão desses perniciosos meios de fuga que são as drogas e a bebida? Tem a impressão de que está sempre acontecendo alguma coisa em sua família e em sua igreja que resulta em brigas? Procure identificar as estratégias do inimigo e as formas padronizadas como ele age. Vejamos o segundo "erre".
 
Rejeitar. Rejeitar é o aspecto passivo dessa luta. Assim que percebermos o que ele está querendo fazer, ignoremos deliberadamente essa atuação dele e procuremos evitá-la. Deixemo-lo de lado e passemos a adorar e exaltar ao Senhor. Rejeitemos suas tentativas de levar-nos a nos sentir magoados ou irritados. É a tática do "deixa para lá". Isso é guerra. A maneira mais rápida de se derrotar o diabo é não ligar para as influências que ele está arremessando contra nós. Vamos ao terceiro "erre".
 
Resistir. Esse é o aspecto ativo da luta espiritual. A Bíblia diz: -"Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós". Deus não irá resistir a ele por nós. Somos nós mesmo quem temos de fazer isso. Temos que nos virar para ele e dizer-lhe: "Diabo, anulo essa sua estratégia, em nome de Jesus. Faz quinze anos que você vem fazendo isso comigo, mas agora já descobri tudo, acabou".
 
É possível que ele tente repetir a estratégia mais algumas vezes, mas quando ele se convencer de que estamos convictos de nossa superioridade espiritual, irá parar (Tg 4.7, Pe 5.9).
 
Uma posição equilibrada
 
Como podemos entrar nessa batalha sem nos tornarmos "obcecados por demônios"? Temos que evitar os dois extremos. Algumas pessoas têm o hábito de atribuir tudo ao diabo, e vira e mexe dizem: "Tem um demônio nisso". Estão sempre falando em peso e opressão. Conhecem todos os espíritos e subespíritos. Mas esse tipo de mentalidade pode ser muito prejudicial. Por outro lado, existem também aqueles que não admitem que o diabo esteja agindo. Não querem nem pensar nisso. Dizem: "Não podemos dar muito "cartaz" ao diabo. Mantenhamos os olhos em Deus". É possível que tais pessoas ajam assim por Ter medo de demônios, mas pode ser também que conheçam um desses "obcecados", e não queiram tornar-se iguais a ele. Infelizmente , o simples fato de ignorarmos a existência do inimigo não acumula sua atuação. Então como adotar uma posição de equilíbrio? Não devemos achar que o diabo está por trás de tudo que acontece, mas não podemos descartar essa hipótese também. E como vamos saber se ele está ou não? Perguntando a Deus. Ele nos dirá. É isso que a Bíblia chama de "Ter discernimento". Temos que estar cientes das coisas que o diabo faz, sem nos deixarmos influenciar por sua atividade. Estar conscientes dele não nos prejudica em nada. A própria Bíblia fala muito do inimigo, mas se nos deixarmos apanhar na sutil armadilha de ser influenciados por ele, aí já estaremos com a atenção toda centralizada nele. É então que passamos a vê-lo como um ser forte e poderoso, enquanto Deus vai-se tornando cada vez mais fraco e menor para nós. É bom estarmos cientes das ações de Satanás, mas passemos mais tempo estudando a Pessoa de Deus e sua grandeza.
 
Guerra ofensiva e defensiva
 
Na batalha contra o diabo temos de enfrentá-lo de forma defensiva e ofensiva. Deus nos fornece as armas e armadura, o que significa que nos encontramos preparados tanto para atacar como para nos defender. Quem é crente já esta assim equipado. Cristo é nossa armadura, nossa justiça, salvação e verdade. Lembremo-nos de que "maior é aquele que está em nós do que aquele que está no mundo". Nós podemos ser "fortalecidos no Senhor e na força do seu poder". Portanto, diga o fraco "Eu sou forte"(2 Co 10.4 e Jl 3.10).
 
A luta defensiva se trava a nível individual. Em Efésios 6.13, lemos: "...depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis". No futebol, o papel da defesa é postar-se à frente do gol e impedir que o adversário chegue a ele. Nós não precisamos lutar para nos salvarmos nem para nos mantermos salvos. Isso é um dom da graça de Deus e Ele pode nos preservar. Mas cabe a nós defender nosso compromisso com Cristo dos ataques, mentiras, tentações e seduções que o inimigo atira contra nós. Temos que fazer a seguinte declaração: "Diabo, não arredo pé. Aqui você não passa".
Que Deus a cada dia possa nos dar Discernimento para que entendamos o que Ele tem a nos falar. Abramos os nossos corações Para que ouçamos a voz de Deus.
 
Três áreas a serem protegidas
 
A mente. O diabo gosta muito de colocar idéias em nossas mentes. Uma pessoa pode ser genuinamente nascida de novo, e ainda assim lutar com pensamentos que comprometem sua eficiência na vida cristã. Temos que lutar contra os pensamentos que não condizem com a verdade de Deus. Questione seus pensamentos. Pergunte: "Ei, pensamento, de onde que você veio?" Se a idéia for algo relacionado com orgulho, temor, incredulidade, lascívia, depressão ou condenação, precisa ser expulsa de nossa vida. E só nós podemos fazê-lo. Recusemo-nos a nos deter naquele pensamento. Entreguemos nossa mente a Deus; ponhamo-la em harmonia com a Palavra (2 Co 10.3-5).
 
O coração. No caso aqui, o "coração" quer dizer atitudes e emoções. As atitudes erradas são perigosíssimas. Efésios 4.27 nos adverte que se não resolvermos o problema das atitudes erradas, estamos dando lugar ao diabo. Atitudes de arrogância, rebeldia, rancor e contenda abrem a porta da nossa vida, nossa igreja, nossa nação e de nosso relacionamento conjugal para que o inimigo entre. O diabo só pode atuar no mundo por intermédio do pecado, do egoísmo humano. É verdade que Jesus derrotou todos os poderes demoníacos na cruz, há dois mil anos. Mas Satanás ainda atua, e o faz na medida em que as pessoas dão lugar a ele. El não só os incrédulos que viabilizam sua atuação. Os crentes também o fazem quando adotam atitudes erradas. Em Efésios 4.26 encontramos a ordem: "Não se ponha o sol sobre a vossa ira." Isso quer dizer que assim como temos o hábito de tomar banho e escovar os dentes, precisamos estar regularmente corrigindo essas atitudes erradas. É um hábito que não podemos negligenciar. Nós nos "despojamos" do velho homem e nos "revestimos" do novo. Assim o diabo fica imobilizado. Lemos em Provérbios 4.23 a seguinte orientação: "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração."
 
A língua. Nossa língua possui um enorme poder, e o diabo sabe disso. Podemos usar o poder espiritual dela para o bem ou para o mal. Da mesma boca pode sair benção ou maldição (Tg 3.10). Nossas palavras podem ser um veículo de expressão para nosso espírito, para o Espírito Santo ou para um espírito maligno. O inimigo gosta de levar-nos a expressar incredulidade, a difamar outros, a passar mexericos e pronunciar palavras sarcásticas. Muitos de nós guardamos mágoas por palavras que nos foram ditas no passado. Não permitamos que o diabo amaldiçoe outros por nosso intermédio. Pensemos antes de falar. Façamos a oração que Davi fez no Salmo 141.3: "Põe guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios."
 
Derrubando as portas do inferno
 
A guerra de ofensiva tem por alvo o mundo que nos cerca. O objetivo aí é ganhar mais terreno para o reino de Deus em nossa sociedade. No futebol, o ataque procura passar pelo adversário, chegar ao gol e marcar. Infelizmente há muitos crentes que ao entrarem nessa batalha espiritual só querem defender-se. Esforçam-se apenas para tentar manter o diabo à distância de um domingo a outro. Praticamente estão desejando que o jogo termine 0 X 0. Que jogo mais sem graça! Vamos partir para o ataque! É disso que Jesus fala em Mateus 16:18: "...edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela." Fazer a guerra ofensiva é tomar a iniciativa de atacar as portas do inferno. Se avançarmos contra elas, não resistirão, mas se não o fizermos, continuarão de pé. Precisamos usar as estratégias de oração e adoração para derrubar essas portas. O que são elas? Efésios 6:12 as identifica muito bem.
 
Os dominadores deste mundo
 
O inimigo procura ocupar posições de autoridade pois deseja governar toda a terra. As organizações humanas e suas lideranças são detentoras do poder, e por isso ele tenta assumir o controle delas. Sua principal estratégia é designar maus espíritos para atacarem todas as estruturas, para dominar o mundo por intermédio delas. Nossa sociedade é constituída de instituições que funcionam por meio de cadeias de autoridade: o casamento, a família, a igreja, as escolas, as empresas, as tribos, os clubes, os meios de comunicações, etc. Então o inimigo designa maus espíritos para atacá-las e assumir o comando delas. A autoridade é para a organização o mesmo que as muralhas das cidades antigas eram para elas: uma forma de proteção. Quando uma autoridade é exercida de forma ímpia ou perde sua força devido a rebeliões e negligência, a muralha se torna vulnerável, e o diabo pode penetrar por ela. Portanto, quando um líder exerce bem a sua liderança e um subalterno se submete a seu superior como deve, ambos estão ganhando a batalha espiritual. Em Romanos 13.1-3, Paulo dá a entender que uma boa autoridade neutraliza o avanço do inimigo. Outra forma de entrarmos nessa batalha espiritual é orar por essas instituições e por nossos líderes, colocando-nos na brecha, reparando os muros derrubados (Ez 13.3-5; 22.30).
 
Principados
 
Encontramos em Daniel 10 a informação sobre um anjo que teve de lutar nos lugares celestes com um ser chamado "príncipe do reino da Pérsia". Um pouco mais adiante, no mesmo capítulo, há a menção do "príncipe da Grécia". E se naquela época havia príncipes da Pérsia e da Grécia, hoje deve haver príncipes de Londres, Los Angeles, Tóquio e outros lugares do mundo. Na Bíblia, o termo "principado" – território governado por um príncipe – designa a organizações das hostes de Satanás em termos geográficos, de acordo com os agrupamentos humanos. É por isso que ainda hoje, vez por outra, temos notícias de países da África onde milhares de pessoas estão-se convertendo, enquanto, no outro lado da fronteira, perto deles, quase não há cristãos. Para combatermos esses principados, temos que orar pelas regiões delimitadas geograficamente, interceder pelo grupos humanos. Chamo de grupos humanos a qualquer grupamento de indivíduos com um traço em comum: crianças, velhos, refugiados, homossexuais, grupos raciais, profissionais ou nacionais. O inimigo conhece todos eles, e ataca de forma específica a cada um. Todo crente precisa conhecer um pouco a geografia. Se não, como poderemos rechaçar os ataques do diabo? Satanás não tem recebido de nós muita oposição, e assim continua sistematicamente enganando, destruindo e escravizando grupos e estruturas sociais pelas quais não oramos. E para quem muito menos pregamos. A verdade é que as portas do inferno estão prevalecendo. Temos autoridade para derrubá-las, mas primeiro é preciso identificá-las e marchar contra elas decisivamente. Temos que orar por todos esses grupos humanos e ministrar-lhes o evangelho em amor.
 
Potestades
 
Quanto mais pecarmos, maior será o domínio do inimigo sobre nós. Aliás, esse domínio varia com o tipo de mal que praticamos. Se num determinado lugar se pratica feitiçaria, o inimigo pode mandar para ele uma potestade de feitiçaria. Se numa igreja há muita contenda e divisão, ali se estabelece uma fortaleza de contenda. Essas potestades podem atuar em indivíduos, famílias, cidades ou nações, em qualquer lugar onde as pessoas permitirem sua atuação.
 
Mas Deus pode revelar-nos qual é a potestade predominante em cada situação. De posse desse conhecimento podemos usar nossa autoridade para repreendê-las em nome de Jesus e quebrar seu poderio. Às vezes podemos romper o poderio dos demônios que estavam, havia anos, influenciando uma família, uma cidade ou uma igreja. A identificação dessas potestades serve também para que aprendamos a evitar a influência delas, adotar uma atitude oposta à que elas inspiram. Se a potestade inspira ganância, por exemplo, passamos a contribuir liberalmente; se ela sugere orgulho, nós nos humilhamos. Isso é um excelente modo de derrubar fortalezas.
 
Dominadores do mundo tenebroso
 
Uma das principais táticas de Satanás é manter a mente do homem em trevas. Ele é enganador, o pai da mentira. Há milhões de indivíduos cegos espiritualmente devido à complexa rede de mentiras que ele armou: o ateísmo, a evolução, as heresias, filosofias, seitas e todas as religiões do mundo.
Por causa disso é muito importante que vivamos a verdade e preguemos o evangelho. Não podemos dissociar essa batalha espiritual da obra de evangelismo. Se quisermos acabar com as trevas, temos de acender a luz. Os crentes que fazem concessões ao pecado estão colaborando com o inimigo pois assim os incrédulo não poderão enxergar a luz da verdade. Há muitos maus espíritos por aí procurando impedir que preguemos o evangelho. É por isso que muitos salvos não o pregam. Mas nós, por meio da oração, podemos dissipar essas trevas que cercam a mente dos homens para depois mostrar-lhes a verdade em amor, da maneira mais adequada.
 
Exercitando nossa autoridade
 
E o que nós podemos fazer com relação a tudo isso? É muito simples. Quando Deus criou o homem, deu-lhe o livre arbítrio. Como parte integrante desse livre arbítrio está a autoridade sobre o planeta Terra. Lemos em Salmos 115.16, o seguinte: "A terra deu-a ele aos filhos dos homens". Então estamos de posse do maravilhoso poder de decisão. Se pecarmos, se agirmos egoisticamente, estamos dando permissão ao inimigo para agir. Mas se exercitarmos nosso livre arbítrio e a autoridade que temos no nome de Jesus, podemos expulsar o inimigo. Adão usou sua autoridade para desobedecer a Deus, e assim abriu as portas para que o inimigo atuasse na terra, por meio da humanidade. Jesus veio a o mundo para retomar a autoridade que Adão perdeu. Diz Colossenses 2.15 que Jesus "despojou" ou removeu do diabo toda a autoridade. Foi para isso que ele morreu, para destruir as obras do diabo, que, como vemos em Isaías 61, nada mais são que as conseqüências de o homem se entregar ao pecado e ao egoísmo. Após a ressurreição de Jesus, ele entregou-nos essa autoridade que reconquistara, para que a exercitássemos em seu nome. Isso significa que Deus já fez com Satanás tudo que pretendia fazer, menos aplicar-lhe a punição final. O resto é conosco. Deus nos diz: Resisti vós ao diabo. Curai vós os enfermos. Expulsai vós os demônios. Orai vós para que venha o reino de Deus e que a vontade de Deus seja feita na terra como no céu. Tudo que tu ligares na terra terá sido ligado no céu. Dou-vos poder sobre todas as potestades do inimigo (Tg 4.7; Lc 10.9,19; Mt 6.10; 16.19; Jo 20.21-23). O que Deus quer é formar um exército, mobilizar pessoas que sabem que possuem autoridade e que a exercitem. Se não nos levantarmos para expulsar o inimigo, ele continuará no controle da terra. O que ocorreu com os israelitas na terra prometida, deve ocorrer conosco: Deus lhes deu a vitória, mas eles tiveram que lutar. Nós precisamos cultivar uma forte raiva contra o inimigo; empenhar-nos numa guerra defensiva contra ele, para impedir que tenha acesso à nossa vida, e depois passar a uma tática ofensiva, e expulsá-lo de vez. Precisamos de crentes que queiram se colocar na brecha em favor das instituições, para destruir os principados, derrubar as fortalezas expulsar as trevas. Um policial tem autoridade; mas ela de nada valerá se ele se limitar a rodar o dia inteiro em sua viatura. Ele precisa exercitá-la. Nós só veremos transformações na família, na sociedade, em nossa cidade e no mundo se lutarmos por meio da oração persistente, se resistirmos ao diabo e neutralizarmos suas estratégias. E nessa batalha espiritual temos que agir de forma bem específica, definida. Busquemos a orientação e o poder do Espírito Santo para rechaçarmos os poderes das trevas e orarmos para que o reino de Deus venha ao coração dos homens.
 
      Dean Sherman
Traduzido do original Spiritual Warfare – The Last Days Ministries
 
 
 

12. A HERANÇA SE CONSTITUI “NO PORQUÊ”
 
Assim como uma pessoa vem a ser a extensão de seus pais, assim  também uma geração completa numa cidade ou nação é a extensão das gerações que a precederam. Pecados nacionais, dizem respeito aos pecados cometidos por uma comunidade ou por seus representantes.
 
Nação = etnos, raça, pessoas.
        Sempre tivemos a idéia de que o pecado fosse um assunto individual,
        porém não é bem assim, Existe a possibilidade de os pecados pertencerem a um conglomeradosocial; em muitas ocasiões, fitos em nome da “cultura”ou simplesmente porque ninguémquestiona se uma coisa que é um hábito nacional é abominável a DEUS.
 
Por exemplo, festas,carnaval, procissões,etc, muitos repetem sem questionar a origem de tal atividade.(2Sm 21:1) (Josué9:15). .O povo inteiro sofreu fome três anos e o rei Davi decidiu consultar ao SENHOR.
 
ESPÍRITOS FAMILIARES - Podemos entender que esses são os que  aderem a uma família e se transportam de geração em geração. Existe uma certa concordância sobre o fato de que algumas portas são abertas para o maligno em uma família, e por tais portas o espírito familiar  encontra seu espaço e vai modelar a família até esta reflita as características desse espírito em particular.
Essas influências malignas podem se estender a um conglomerado social e determinada região do país ou cidade ser conhecida como área de violência, outra de prostituição,etc... Vão passando de geração em geração nas famílias, a ponto de moldar o caráter ea personalidade dos seus habitantes. Em todo o país eles são conhecidos por possuírem tal característica. 
O que começou como um espírito família-geração veio a se converter na potestade territorial porque os habitantes aceitaram essa atitude e conduta apesar de ser contrária às leis de DEUS.
 
Então, podemos concluir que muitas das situações que temos vivenciado no nível físico, no nível da alma ou, ainda, no nível espiritual são resultados das ações e omissões  de nossos antepassados.
 
 
 
 
 
Tanto Neemias como Daniel nos instruem acerca da necessidade de clamar pelo perdão dos pecados de nossos pais (Neemias 1:4-7 e Dn 9:3-19).
 
O DIAGNÓSTICO  (Romanos 1:19-20)
Um dos princípios da chamada “arte da guerra” é o conhecimento que temos do inimigo. (Pv.19:18) ; ( I Co 9:26)
 
A CARTOGRAFIA ESPIRITUAL - É UMA técnica que nos propicia o equivalente à espionagem e à inteligência militar.
 
A cartografia espiritual é a maneira de discernir com precisão os poderes no reino espiritual, as estruturas no âmbito cultural e seus efeitos no campo do natural, além de ser importantíssimo para o INTERCESSOR. O mapa espiritual que se obtém por meio da cartografia é a imagem que se tira das regiões celestes.
Assim, vamos comprovar que tipos de forças estão dominando em determinado território.
O princípio básico apoiado em Rm 1:18-20 é: o visível nos revela o invisível. O que podemos ver explica o que está escondido aos nossos olhos.
 

A INTERAÇÃO ENTRE ESPIRITUAL E O NATURAL
 
O natural é somente um reflexo do espiritual e sempre existe uma conexão entre eles. Os que estão interessados no evangelismo constantemente procuram uma melhor técnica espiritual. Isaías 45:1-3, nos ajudará a perceber que DEUS revela nova informação a Seu povo de maneira que possamos ter melhor desempenho nas batalhas e obter a vitória. Podemos esperar que se
 
DEUS foi na frente de Ciro, “seu ungido”, fará o mesmo por nós. Ele endireitará o caminho, nos dará os tesouros escondidos e as riquezas encobertas (v.3) para abater as nações.
 
A POPULAÇÃO MUNDIAL CONTINUA CRESCENDO  E NOS  DEFRONTAMOS COM UM DESAFIO: três mil e seiscentos milhões de pessoas que ainda não ouviram falar do Evangelho!
 
Nosso DEUS soberano, está revelando novas e melhores estratégias para alcançarmos esses milhões na nossa geração. Temos que  enxergar a situação do mundo conforme DEUS a vê: espiritual-mente e não naturalmente.
 A cartografia espiritual = nos dá uma imagem ou fotografia espiritual da nossa situação nas regiões  celestes ( é uma arma para os intercessores). É uma visão sobrenatural que nos mostra as linhas do inimigo, seu número, suas arma e, sobretudo, a maneira de derrotá-lo;
 
 
 

A cartografia espiritual  = revela as condições por detrás das linhas do inimigo; é uma ferramenta espiritual, estratégica, sofisticada e poderosa em DEUS para ajudar a derrubar todas as fortalezas do  inimigo. (Hb1:14; Dn 10:13; Sl 91:11; Ap.12:7).
(ESPÍRITO SANTO nos revela as hostes espirituais da maldade)  pelo O
 
CONCEITO DO VALENTE  - Os evangelhos sinóticos nos fornecem três referências acerca do “valente”:
 
Mt.12:29 - Mc.3:27 - Lc.11:21-22  = valente, são pessoas que agem na terra sob o comando de atanás.(Ez 28:2e12; Dn10:13;20 Isaías 24:21 diz: “Naquele dia o SENHOR castigará, no céu, as hostes celestes, e os reis da terran, na terra”.
 
 Ë  evidente  que o diabo governa por intermédio dos reis da terra. Sem dúvida alguma por meio de uma  relação íntima que seus anjos tenebrosos têm com aquelas pessoas que escolhem se entregar a satanás.( Hitler foi um valente no seu tempo).
Há, entretanto, ocasiões nas quais DEUS  nos permite identificar diretamente a potestade ou o principado sem nenhuma pessoa intermediária.
 
Devemos sempre seguir a direção do  ESPÍRITO SANTO para discernir a atuação dos espíritos malignos.
 
O conceito do “valente” é um elemento de grande importância para a guerra espiritual e também para a cartografia espiritual,que tem como objetivo a identificação desse valente.
COMO ALGUÉM pode amarrar e vencer se não o identificou anteriormente? Além disso, a Bíblia acrescenta que quando o  valente está armado os seus bens estão seguros.
 
 
INTRUÇÕES PRÁTICAS PARA A CARTOGRAFIA ESPIRITUAL
 
A cartografia espiritual amadurecida exige um esforço coeso e dirigido para a conquista de cada território. Nossa proposta é combater essa  guerra espiritual para abrir a porta da evangelização eficaz e da mudança da atmosfera espiritual de nosso território.
 
COMO CONCRETIZAR A CARTOGRAFIA ESPIRITUAL
Levando em conta que já foi dito que considero a cartografia espiritual  uma técnica, o que faremos agora, “A INTERCESSÃO BEM INFORMADA”. Focalizaremos o espírito, alma e corpo.
 
 
 
 
 

O PLANO
 
Visão: A evangelização da nação ou da cidade.
 
Objetivos específicos:
1. Realizar cartografia espiritual até onde for possível para conhecer a situação, os planos e as estratégias do inimigo a fim de entrar na batalha com inteligência e, como resultado obter vitória no menor tempo possível e com o menor número de baixas.
2. Usar a informação recolhida para intervir na guerra espiritual com  o propósito de derrotar os “poderes”do inimigo com o fim de estabelecer o senhorio de JESUS CRISTO nesse território.
3. Se tudo transcorrer bem, a vitória espiritual acontecerá e afetará a nação por meio de um avivamento, de uma mudança e, conseqüentemente, por meio de uma restauração.
 
Procedimentos:
 
1. Começar a orar e jejuar para determinar o território que vamos  trabalhar. É importante que o território tenha um tamanho mensurável quanto ao número de pessoas que trabalhamos. Evite o risco da ambição e não deseje um território muito extenso porque, trabalhando com  muitos elementos, há o perigo de sofrermos muito desgaste e uma  eventual confusão.
 
2. Uma vez determinado o território de trabalho o próximo passo consiste em recrutar o pessoal: irmãos de bom testemunho, cheios do ESPÍRITO SANTO, de sabedoria e de fé (Atos 6:3).Nesta hora é indispensável uma advertência aos pastores, aos líderes de intercessão  e a toda pessoa que deseja participar dessa atividade quanto à necessidade de se levar uma vida de santidade diante de DEUS. Por  causa  da ignoorância nesse aspecto, tenho visto situações lamentáveis que poderiam ser evitadas
       simplesmente com um aviso de que a guerra  espiritual não é brincadeira.
 
 
 
 
 
3.Uma vez reunida a equipe de trabalho inicia-se um programa periódico de jejum e eração.
4. A partir desse momento divida a equipe em três gurpos. A divisão obedece a um critério de necessidades e de dons específicos de cada membro do grupo. Há quatro tipos de grupos:
 
* OS INTEGRANTES DO GRUPO do Fator Espiritual: são aqueles que têm especial interesse na oração, intercessores tarimbados que sabem ouvir a voz do ESPÍRITO SANTO.
 
*GENTE ESPIRITUAL: são aqueles que reconhecem o valor do sobrenatural e atentam para a direção do ESPÍRITO, seja por profecia, sonhos ou visões;
 
*OS INTEGRANTES DO GRUPO DO Fator Histórico Cultural:são aqueles que têm habilidade e inclinação pela investigação.
 
* GRUPO RELATIVO AO FATOR FÍSICO: são aqueles que especialmente têm curiosidade e intuição natural, acompanhada de muita energia. São os que literalmente percorrem o território fazendo inventários, observando as vizinhanças e muitas vezes fazendo o levantamento do mapa.
       Os três grupos de trabalho investigam os fatores históricos, físicos e espirituais do território, respectivamente.
 
FATORES HISTÓRICOS para a realização da investigação histórica, as seguintes perguntas devem ser feitas em cada cidade ou vizinhança:
 
A. Nome ou nomes: Temos de fazer uma lista ou inventário dos nomes usados no nosso território e logo responder:
-o nome tem algum significado?
-Se o nome etimológico não tiver nenhum significado, há alguma implicação  
 cultural,   
-física ou de alguma outra natureza?
-É uma bênção ou uma maldição?
-É um homem nativo, indígena ou estrangeiro?
-Refere-se aos primeiros habitantes da região?
-Há alguma relação entre o nome e a atitude de seus habitantes?
-Esses nomes têm uma relação direta com nomes de demônios ou de ocultismo?
-O nome está vinculado a alguma religião, crença ou seita local do lugar?
B.   Natureza do território:
*Este território tem características especiais que o diferenciam dos  outros?
*A população é receptiva ao evangelho ou, pelo contrário, oferece resistência?
* Há muitas ou poucas igrejas?
* As atividades de evangelismo têm fruto abundante?
*A condição social e econômica desse território é uniforme?
 
 
 

*Prepare uma lista dos problemas sociais mais comuns da vizinhança: vícios, drogas, alcoolismo, famílias abandonadas, contaminação do meio ambiente, cobiça, desemprego, exploração dos pobres, etc...
 *Há algum aspecto específico que chama nossa atenção? Por exemplo: poderíamos definir esse território ou seus habitantes com apenas uma palavra somente? Qual seria essa palavra?
 

C. História do território
 
Para este trabalho podemos fazer entrevistas, investigações do município nas bibliotecas,etc. Uma questão extremamente importante é saber quais eventos ou sucessos indicam o nascimento dessa vizinhança ou território e em que situações tudo ocorreu.
 
*Quando se originou?
*Quem ou quais foram seus fundadores?
*Qual foi o propósito original da sua fundação?
*O que podemos aprender a respeito do seu fundador?
*Qual foi a religião, as crenças, os hábitos do seu fundador? Era ou eram adoradores de ídolos?
*Têm acontecido fatos frequentemente, tais como: homicídios, vio lência, tragédias ou acidentes? Existem locais conhecidos pelos fatos que aconteceram lá, por exemplo: “a esquina da morte”.?
* Há algum fator que sugira a presença de uma maldição ou de um espírito territorial?
*Há histórias folclóricas ou de terror? São reais? Quem ou o que as originou?
*Quando e onde começa a história do cristianismo nesse lugar?
*Como começou? Foi fruto de algum fator específico?
 
A lista de perguntas de nenhuma maneira pretende ser completamente exaustiva, mas apenas o princípio.
Não esqueçamos de que o ESPÍRITO SANTO será nosso principal ajudante em tudo isso.
 
 
 

FATORES FÍSICOS:
 
Os fatores físicos referem-se a objetos materiasi significativos que encontramos no território. Parece-me que o diabo, em conseqüencia desse orgulho ilimitado, freqüentemente deixa vestígios ou pegadas por onde passa. É necessário:
 
*Fazer um estudo intensivo de todos os mapas disponíveis dessa região, os mais antigos e os mais recentes, de maneira que seja possível identificar as mudanças. Há alguma ordem de ruas em particular? Sugerem algum tipo de desenho ou padrão?
*Faça um inventário dos parques.
*Há lugares arqueológicos no território?
*Faça um inventário das estátuas e estude as suas características.
*Que tipo de instituições sobressaem no território:instituições de poder, sociais, religiosas, ou outras?
*Quantas igrejas há no território?
*Faça uma inventário dos lugares onde se adora a DEUS e dos lugares onde se adora o diabo.
*Uma pergunta extremamente importante é: Há lugares altos no território?
*Há um número exessivo de bares, centro de bruxaria, clínica de aborto, ou lojas de pornografia?
*Faça um estudo exaustivo demográfico, pois será de muito proveito.
*Estude as condições sociais e econômicas da vizinhança: crimes, violência, injustiça, orgulho, benção e maldição.
*Há centros ou terreiros de ocultismo na comunidade? Têm a sua ubiquação em algum lugar especifico?
Na Guatemala, existe uma estrada de 50Km, e no seu comprimento há todo tipo de seitas progredindo em linha reta; o culto bahai, o islã, a nova era, os bruxos, curandeiros, e outros. Uma estrada como esta sem dúvida é uma linha de poder do ocultismo, um corredor pelo qual se movem os demônios e os poderes demoníacos.
Essas linhas de poder oculto provêm da contaminhação da terra pelas maldições e invocações dos espíritos territoriais que agora estamos descobrindo.             
É de muito proveito localizá-los para reverter a maldição e convertê-las em
bênçãos.
 
FATORES   ESPIRITUAIS
 
Os fatores espirituais podem ser o mais importante de todos, porque revelam o motivo real dos sintomas expostos pela investigação histórica e física. Os chamados a trabalhar na área espiritual são os intercessores, pessoas com o dom do discernimento de espíritos e que com precisão ouvem a DEUS.
 
 
 

O grupo de  intercessores tem de se dedicar aà oração intensa com o propósito de conhecer a mente de CRISTO e receber de DEUS a descrição do status espiritual do inimigo nas regiões celestes do território definido.
Também há perguntas que os intercessores precisam  fazer a si mesmos e que ajudarão a guiar
nossas orações, mas não podem substituir o tempo valioso com DEUS em fvor do lugar em que estamos
orando.
* Os céus abertos estão no lugar?
* É fácil orar neste lugar ou porventura sentimos muita opressão?
* Há diferenças manifestas na atmosfera espiritual sobre as regiões de nosso  território? Em outras palavras, estão os lugares celestiais mais  abertos ou mais fechados sobre as distintas vizinhanças, repartições  ou comunidades da área? -    Podemos determinar com exatidão essas  divisões?
* DEUS tem revelado algum nome?
* A informação que temos revela alguma potestade, poder ou principado que possamos reconhecer?
* DEUS nos tem revelado o valente?
 

Devemos CONFIAR na obra do ESPÍRITO SANTO e no desejo que tem DEUS de revelar seus segregos a seus filhos. Precisamos de uma equipe de trabalho que sinta o verdadeiro peso da evangelização por um território específico. O resto depositamos na direção do ESPÍRITO SANTO.
 Com todos esses dados já catalogados das equipes, teremos como resultado o mapa espiritual das regiões celestes sobre o território. Agora estamos preparados para a GUERRA ESPIRITUAL.
 
Temos de lembrar que nossa batalha não é contra carne e o sangue, mas contra os poderes demoníacos que regem as pessoas. Também temos de lembrar que somos chamados para abençoar, e não para amaldiçoar.
 
 Para finalizar, lembre-se de que CRISTO JESUS já teve a vitória por nós!
 

CONCLUSÃO
No que se refere à nossa igreja, a territorialidade de espíritos é um fato. Temos estudado o tema nas Escrituras e o temos comprovado no campo da experiência.
Compreendemos que o exército maligno das regiões celestes exige adoração e serviço da parte dos seus seguidores, dá-lhes poderes malignos em proporção à sua obediência.  Quando um território é habitado por pessoas que optaram pelos demônios, a terra se contamina e esses espíritos territoriais têm o direito de permanecer ali, mantendo cativos os seus habitantes.
 
 
 
 
 
É necessário identificar o inimigo e  entrar na batalha espiritual até que se obtenha a vitória e remir o território.
 
A cartografia espiritual é um meio para identificar o inimigo. É a nossa espionagem espiritual.
A cartografia espiritual não tem fim em si mesma. Trata-se somente de uma técnica para nos dar conhecimento para desenvolvermos a guerra espiritual efetivamente.
Não há tempo a perder! Hoje é o tempo do Corpo de CRISTO se levntar no poder do ESPÍRITO SANTO e fazer um desafio aos poderes do inferno, destruindo todo sofisma, maquinação e recuperar a terra que o SENHOR DEUS nos deu por herança (Gn 48:4)
 
    
A TAREFA DA IGREJA      “Ó SENHOR, DEUS nosso, outros senhores têm tido domínio sobre nós; mas graças a ti somente é que louvamos o teu nome.”(Isaías 26:13)
 
A GUERRA ESPIRITUAL 
É necessário conhecermos os nossos inimigos e a razão de se serem como tal. Inclusive, estudamos a maneira de desarmá-los.
Agora veremos a tarefa da Igreja.
Ef. 6:18 convida-nos a “orar com toda oração...”, mostrando que há diferentes tipos de oração. Vamos fazer uso de vários deles enquanto lutamos na batalha espiritual.
 
Salientamos que lutamos nesta batalha em três áreas simultaneamente: Espírito, Alma, e Corpo. No final desta parte detalharei aquilo que considero a chave da vitória espiritual na igreja local
 

PLANO DO ESPÍRITO
 
A ORAÇÃO DE GUERRA  Ela  se desenvolve conforme escrito em Efésios 3:10, que diz: “Para que pela igreja, a multiforme sabedoria de DEUS se torne conhecida agora dos principados e potestades nos lugares celestiais” Onde está a multiforme sabedoria de DEUS ? Na Palavra de DEUS.
 
O poder está em orar a Palavra de DEUS em qualquer situação. É a PALAVRA DE DEUS que exercerá o domínio sobre o inimigo e circunstâncias, provocando uma mudança, uma transformação.
LEMBRE-SE do princípio bíblico: “Não atentando nós nas cousas que se vêem, mas nas que não se vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas”. (2Co 4:18)
 
 
 

As cousas que não se vêem são as espirituais, as que são eternas. Ainda que sejam invisíveis, são mais reais do que as que podemos ver ( o que vemos foi feito daquilo que não se via). Mas as cousas visíveis, as físicas, são chamadas pela Palavra de “temporais”, e isso quer dizer que estão sujeitas à mudanças.
 HEBREUS  11:3
Quando a igreja se der conta da tarefa de proclamar a multiforme sabedoria de DEUS, declarando a PALAVRA DE DEUS sobre uma cidade como fizeram cada um dos profetas e nosso SENHOR JESUS CRISTO (Mt 23:37-39; Lc 13:34-35), colocará em ação  o Poder de DEUS – a Palavra profética. 
 
O desejo começa no coração de DEUS. Logo que o homem recebe a visão de DEUS pelo ESPÍRITO SANTO e se encarrega de proclamar a PALAVRA, os anjos entram em ação e o inimigo não tem outra alternativa a não ser fugir.
 
Quando oramos a PALAVRA DE DEUS, estamos envolvendo os  anjos na nossa batalha. Eles “executam as suas ordens, e lhe obedecem a PALAVRA”(Sl 103:20).
 
A Batalha de Davi contra Golias é um exemplo maravilhoso. Apesar da nítida diferença entre o físico do jovem pastor de ovelhas e do gigante. Golias não confiou somente na sua força física, mas recorreu às armas espirituais.
 
 A última parte de 1Samuel 17:43 diz: “E, pelos seus deuses, amaldiçoou o filisteu a Davi”.
DAVI, por sua vez, deu um golpe de mestre, quando envolveu DEUS e seus anjos (1Sm 17:36;45-47).
 
O resultado da lida confirma o grande valor que há em se conhecer que temos dois acampamentos, dois arraiais:
 
o exército de DEUS sobre a terra;
 
e o seu exército nos céus (Gn 2:1; 32:2), (1Sm 17:50).
 
 
 
 
 
 
 
Muitas pessoas sentem a necessidade de incluir a oração em línguas nesta parte. Creio que essa sugestão está muito correta em virtude do que diz o apóstolo  Paulo:  Rm 8:26
 
Aprendi que a maneira de Ter uma atitude de militância na oração corresponde à capacidade criativa dos  líderes.
 
À medida que  o tempo passa, podemos perceber que algo que habia se mostrado como uma efetiva estratégia de oração, que havia despertado o interesse das pessoas, agora parece não ser tão bom assim e, conseqüentimente o entusiasmo e a freqüencia das pessoas ao culto de oração diminui.
 
Como é possível manter o entusiasmo e o interesse?
 
Um conselho: “é necessário que constantemente estejamos inovando. Temos de desenvolver estratégias novas e diferentes de oração de tempos em tempos. Por exemplo: da oração do “Pai nosso”à oração do  “Tabernáculo”, e assim sucessivamente.”
Umas das reuniões de oração mais efetivas que conheço é aquela que chamamos de “As sete oras de poder”. Ela consiste em Ter um grupo de irmãos e irmãs das cinco da tarde à meia –noite (continuamente); a única coisa que fazemos é orar, e o que nos une é um motivo singular ( a maioria das vezes o motivo tem sido nossa nação). É proibido Ter conversas, ler ou exercitar alguma outra atividade.
 
De fato, trancamos as portas às cinco em ponto da tarde e as abrimos novamente quando já é mais que meio-noite. É extraordinário ver as coisas que DEUS tem feito depois que começamos a ter esses momentos de oração. Se o gurpo for de cem pessoas, isto será impressionante, pois teremos a quantidade expressiva de 700 horas de oração!
 

LIGAR E DESLIGAR
 
Este tipo de oração é muito popular entre os cristãos. E  muitas vezes é tudo o que fazemos; (Mt 16:19  e  18:18
 
Muito se tem falado de  LIGAR E DESLIGAR.
Na  realidade, trata-se de termos legais, porém sinto a liberdade de agregar o verbo
 
DECLARAR. Seguindo o raciocínio anterior, o versículo ficaria da seguinte forma: “Tudo o que declarares proibido na terra será proibido no céu, e tudo o que declarares permitido na terra será permitido no céu.”
 
 
 
 
 
É exatamente nisto que consiste a chave do Reino; na habilidade outorgada por DEUS à Igreja (aos cristãos), para permitir ou proibir legalmente uma ação de índole espiritual sobre a terra.
 
Aqui se apóia o princípio da autoridade espiritual. Somos “embaixadores” (representantes) de CRISTO ( 2Co 5:20).
Gostaria de mencionar outra palavra de que fala a Bíblia amarrar: “Ou, como pode alguém entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens sem primeiro amarrá-lo, e então lhe saqueará a casa.”(Mt.12:29)
 
Vamos compartilhar brevemente a respeito do conceito do valente. Mais uma vez voltamos a essa idéia, para que enxerguemos que a Bíblia quer que amarremos o valente, para logo podermos saquear a sua casa.
 
Atente para o fato de que não é suficiente apenas amarrar o valente, mas também há o objetivo de saquear a sua casa.
 
Seu território é saqueado quando libertamos as almas dos perdidos com o poder do evangelho (2 Co 4:4 e Rm 1;16).  (Lc 11:21-22).
 
Logicamente você e eu sabemos de quem se esta falando quando diz: “um mais valente”: JESUS CRISTO.
 
Podemos observar que, enquanto Mateus usa a palavra amarrar, Lucas fala em vencer. É interessante que nos dois evangelhos o conceito é tratado como se fosse semelhante.
 
Não estou dizendo que amarrar e vencer são sinônimos, mas semelhantes. Ao amarrar o homem forte, você o vence. Porque amarrar é o termo legal  que declara proibida suas atividades, o que somente confirma o que CRISTO já fez no Calvário; (Cl 2:15).
 
Ou seja, quando o amarramos, ele é vencido (rendido, sem poder, anulado), e dessa maneira podemos saquear sua casa e dividir o despojo.
 
 
 
 
 
QUANDO SE AMARRA O VALENTE , O SEGUINTE PASSO É A CONQUISTA.
 
 
 

Quando fazemos uma cruzada em uma cidade, há um momento em que todos ficam comovidos, e o reino do diabo é amarrado. É a hora para a conquista. É o evangelismo, da salvação das almas, de recolher a colheita. (Mt.12:29).
     
 
A ORGANIZAÇÃO DA IGREJA PARA O EVANGELISMO
 
É  óbvio que o tema mais importante da igreja é o evangelismo; ele é o nosso trabalho. Este é o tema fundamental do nosso esforço na guerra espiritual.
 
Agora gostaria de trazer à tona um tema que para muitos pode ser algo simples; a necessidade de organização a fim de sermos efetivos no evangelismo e no discipulado dos novos convertidos, apesar de a minha vontade de cumprir  A GRANDE COMISSÃO ser a minha motivação.
 
 A igreja deve Ter uma estrutura que lhe permita “recolher os despojos e reparti-los, depois de saquear a casa do valente.”
 
A IGREJA NÃO TEM SIDO ATUANTE NESSE TEMA, não tem tido astúcia suficiente.
Geralmente as igrejas estão esperando que as pessoas que não conhecem a CRISTO  ‘VENHAM” e depois “aceitem  a CRISTO”  espontaneamente. É   por isso que ainda não tranformamos as nações.
 
O evangelismo não é algo espontâneo, mas fruto de um esforço bem coordenado, na qual cada membro é consciente do seu papel de “pescador de homens”, de cooperador de CRISTO (Mt 4:19, Mc 1:17; 1Co 3:9 e 2Co 6:1)
 
 
 
 
 

Não se esqueça de que há uma ordem divina para a Igreja: os  santos são os chamados para fazer o ministério, e a tarefa dos ministros é treinar, adestrar, capacitar os santos para dinamizar seus dons e cumprir o chamado do  SENHOR. (Ef 4:11-13).
 

C O N C L U S Ã O
 
A CHAVE DA VITÓRIA ESPIRITUAL NA IGREJA
Há uma estratégia que eu considero chave para se obter a otimização de nossos recursos e assegurar uma grande colheita . Trata-se da ação coordenada dos princípios aprendidos, aplicados na igreja local.
 
Em primeiro lugar, fazemos nossa própria investigação cartográfica para definir e identificar os poderes e as estruturas contra as quais temos de lutar. Feito isso, vejamos a estratégia para os diferentes cultos da igreja.
 
Compartilhamos a informação com os grupos de intercessão.
Por exemplo, se tivermos de orar contra um espírito de adultério e de fornicação, os intercessores terão  de amarrar esses espíritos, como também as fortalezas mentais, (as idéias e os poderes cósmicos que estão por detrás delas).
 
Enquanto eu prego a palavra, estarei perfeitamente sincronizado com os que estiverem orando. Nesse exempo particular, pregaria sobre a família, o matrimônio e a santidade.
    
Assim poderíamos atacar o inimigo em duas frentes de combate simultaneamente. E, por último, os ministros que trabalham em aconselhamento devem estar bem treinados e preparados para receber as pessoas. No final do culto, quando fizermos o apelo, poderão lhes ministrar a salvação, perdão dos pecados e libertação.
 
Assim cobriremos as três áreas e derrotaremos o inimigo. Há uma equipe de apoio para trabalhar no progresso dos novos convertidos e ministrar às suas  necessidades.
Logicamente, este não é o trabalho de uma pessoa só; essa é a razão de sermos um corpo bem ajustado (Ef. 4:16)
 
Que  DEUS  lhe  abençoe  grandemente  com  o  estudodesta  apostila.
            Missionária Elisabeth Macêdo Ataíde Campos
Endereço para contatos:
Rua São João Batista, nr. 57 – Jequiezinho
                   Jequié – BA   CEP – 45.200-000 - Tel : (73- 525 3089 –pela manhã)
                  Igreja Batista do Jequiezinho – Jequié-BA           Pr. Júlio de Santana
 


13. Chamado Para Oração Pessoal
 Ralph Martin
 
Jesus, cujo relacionamento com o Pai era o mais íntimo possível, e cuja comunhão era a mais ininterrupta, (exceto quando ele a sacrificou voluntariamente para provar desolação e morte por nós), estabeleceu um exemplo notável de retirar-se para passar um tempo a sós com o Pai, até mesmo noites inteiras, e orientou os seus seguidores a fazerem o mesmo. Vemos também como ele deseja que os seus seguidores permaneçam perto dele, dando-lhe apoio e amizade pessoal.
"Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, e, fechada a porta, orarás a teu Pai que está em secreto; e teu Pai que vê em secreto, te recompensará" (Mt 6:6).
"Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo?" (Mt 26:40).
A decisão de entrar num relacionamento mais profundo com ele envolve necessariamente a determinação de passar tempo regularmente, diariamente, em oração pessoal. Para a decisão ser efetiva, precisa ser concretizada em relação a tempo e lugar. De fato, escolher sabiamente o tempo e o lugar geralmente ë um processo que demora a ser satisfatoriamente concluído, e representa metade da batalha.
 
A HORA E O LUGAR CERTOS
Achar a hora certa vai exigir um pouco de reflexão e troca de idéias com as pessoas com quem moramos e trabalhamos. Geralmente, parece que o melhor é escolher um período diário para oração pessoal como uma das primeiras coisas na parte da manhã. Para alguns, porém, isto não é desejável, nem possível. Para alguns, marcar a hora de oração no período do almoço parece ser o melhor; para outros, uma hora à noite; para alguns a hora pode variar de dia para dia, mas se uma hora diária de oração não for marcada em cada um desses dias, é quase certo que isto não será uma prática regular, e talvez nem chegará a ser observada. Um corretor que conheço levanta-se bem cedo de manhã para orar; um engenheiro aeroespacial ora e lê as Escrituras na sua hora de almoço; um gerente de produção de uma firma de computadores ora depois que as crianças estão dormindo à noite.
A multiplicidade de exigências quanto ao nosso tempo e atenção é tamanha que se não estabelecermos como prioridade passar um tempo sozinho com o Senhor cada dia, o mais certo é que não o faremos. Alguns têm uma certa relutância para marcar horários porque acham que isto representa falta de espontaneidade. Mas se considerarmos qualquer outro relacionamento importante, reconheceremos que no momento em que se torna um relacionamento sério, deixa de ser espontâneo (e casual) para ser comprometido e planejado. Se duas pessoas querem ser mais do que meros conhecidos, requer-se que concordem sobre a hora e o lugar onde possam se encontrar. Se os pais de uma família em crescimento quiserem passar tempo juntos regularmente, é necessário que o marquem, que o planejem, que arranjem uma babá para ficar com as crianças. Idéias românticas sobre espontaneidade são justamente isto: românticas e irreais. Há bastante lugar para a espontaneidade dentro de um relacionamento de compromisso e com horário marcado e regular para ficarem juntos. Pode haver horários extras juntos, sem planejamento, espontâneos. Pode haver espontaneidade dentro dos horários regulares. Mas se não houver uma base de um horário regular, comprometido, não vai haver um relacionamento. Pode ser que houve uma outra época em que a multiplicidade de exigências e a sobrecarga nos sentidos não fosse como em nossos dias (e pode ser também que não houve!); mas hoje se não fizermos compromissos e garantirmos o seu cumprimento através de horários planejados, permitiremos que nossa vida seja governada por qualquer coisa que primeiro nos pegar. Geralmente não é o Senhor! Um horário que funciona é um dom do Senhor e uma expressão da sua sabedoria e amor. Tomar tempo para cuidadosamente planejar um horário para oração pessoal (como também para nossas outras responsabilidades importantes) pode produzir muito no sentido de solidificar o nosso relacionamento com o Senhor. Se o seu primeiro horário não funcionar, não desanime. Vale a pena lutar por anos para conseguir um horário certo, se for necessário, tamanha a sua importância.
Achar o lugar certo é também importante, embora não seja normalmente tão difícil quanto achar a hora certa. Deve ser um lugar onde estejamos confortáveis (nem quente e nem frio demais); um lugar sem muitas distrações; um lugar onde não seremos interrompidos; um 1ugar onde seja possível sentar-se, ficar em pé, andar ou ajoelhar-se, conforme o Espírito Santo orientar; um lugar onde se possa cantar ou dançar e não só ficar em silêncio. Se o lugar ideal não existe, arranje o melhor possível e Deus o honrará.
Por mais simples que pareçam ser as considerações de hora e lugar, a solução satisfatória destes assuntos pode resolver muitos problemas espirituais.
 
UMA ESTRUTURA SIMPLES
Alguns sentem que qualquer espécie de método tornou-se irrelevante depois que o Espírito Santo foi liberado nas suas vidas. Sentem que oração "vem naturalmente", dispensando qualquer necessidade de instrução. A maioria das pessoas, porém, apesar de experimentar uma vida renovada ou uma vida nova com Deus no Espírito Santo, encontra problemas e dúvidas na oração e não se satisfaz com o seu progresso. Metade da batalha, mas apenas metade, é regularizar um horário diário e um lugar para orar. Muitos outros problemas surgem da falta de saber como passar um tempo aproveitável em oração. A maioria das pessoas, devido ao seu temperamento ou habilidades naturais, não é capaz de seguir, e nem se interessa facilmente pelos rigorosos sistemas de meditação das gerações passadas. Com a liberação mais ampla do Espírito Santo nas vidas das pessoas, o mesmo rigor nem sempre é apropriado ou útil para elas.
Eu gostaria de sugerir um tempo de oração com uma estrutura simples que permite bastante variedade e correspondência à direção do Espírito, e ao mesmo tempo oferece suficiente forma para não deixar a pessoa perdida nos tempos de sequidão. Esse tipo de estrutura vem naturalmente para alguns, mas de maneira alguma para todos. Mesmo aqueles que já oram dessa forma espontaneamente encontrarão auxílio ao se conscientizarem do que eles estão fazendo e do porquê, tanto para se prepararem para os inevitáveis dias de provação que virão, como para aprenderem a compartilhar sua experiência e ajudar outros a alcançar uma vida constante de oração pessoal.
 
LEITURA ESPIRITUAL
Há um testemunho unânime de cristãos de todos os séculos que oração pessoal deve ser sustentada pela leitura freqüente das Escrituras e de outros livros que revelam algo de Deus e que estimulam o desejo de conhecê-lo e amá-lo mais. Leitura espiritual não é necessariamente estudo. O alvo não é saber apenas pelo desejo do saber, ou saber para poder fazer alguma coisa. Num sentido qualquer coisa pode servir para aproximar-nos de Deus, e tornou-se moda, em alguns círculos, falar sobre o jornal como nossa leitura espiritual. O jornal pode casualmente ou secundariamente desempenhar essa função, mas não é o seu propósito primordial. Ler as Escrituras em espírito de oração, ficar à escuta da palavra do Senhor, isto é leitura espiritual. Ler a biografia de um grande homem ou mulher de Deus, com o propósito primordial de aprender como servir a Deus melhor e amá-lo mais, e ser inspirado para este fim, é leitura espiritual. Ler sobre as assembléias da igreja, ou a formação de conselhos paroquiais, ou as tentativas dos estudiosos de harmonizar as narrativas divergentes da ressurreição, embora útil e importante, não é leitura espiritual no sentido que estamos usando.
Quando as pessoas falam sobre o seu "tempo de oração", muitas vezes estão referindo-se ao tempo que passam em leitura espiritual e oração juntas. Já que as duas são tão intimamente ligadas, esta é uma maneira aceitável de falar desde que tenhamos clareza, sobre como as duas funcionam juntas e qual a distinção entre elas. O perigo de associar as duas atividades sob o mesmo título de "tempo de oração", evidentemente é que torna-se possível passar a maioria do tempo lendo e pensando do que em oração. Para os nossos fins aqui, vamos aceitar a designação "tempo de oração" como referindo-se tanto à nossa leitura espiritual como à nossa oração explícita e vejamos como as duas funcionam juntas.
Um método antigo de oração e leitura espiritual consiste em ler vagarosamente e em espírito de oração uma passagem das Escrituras, dando uma pausa para deixar a oração desenvolver-se dali, e alternando assim durante todo o período de oração. A regularidade da leitura protege das distrações, e a liberdade para passar à oração, conforme o Espírito dirigir, oferece a liberação necessária. É este método de oração atuante e leitura espiritual conjuntas que muitos têm achado proveitoso e que tem produzido verdadeira santidade...
Uma outra maneira de combinar leitura espiritual com oração seria passar a primeira metade do nosso período de oração em leitura espiritual e a segunda metade em oração, ou vice-versa. Isto permitirá um desenvolvimento maior da oração através do louvor, adoração, petição, silêncio, ou o que for.
Se nosso período de oração for de meia hora, então quinze minutos podem ser dedicados à leitura espiritual, e quinze à oração. Se temos uma hora, então meia hora pode ser dedicada à leitura e meia hora à oração. Esta é uma boa regra prática, mas deve ser considerada uma orientação geral e não uma lei fixa. Alguns dias podemos passar todo o período em oração, dependendo de como o Espírito está dirigindo. Algumas pessoas podem regularmente passar menos tempo lendo do que orando. Eu questionaria a atitude de passar o tempo todo lendo a não ser em ocasiões bem raras. O perigo é fazer da leitura espiritual um substituto para a oração. Seja qual for nosso método, é imperativo que deixemos o livro e nos voltemos para ter contato direto com o Senhor. A leitura é um auxílio, não um substituto...
Não tenho a intenção de sugerir uma ordem para os diferentes elementos de oração nas nossas devoções louvor vocal primeiro, depois adoração silenciosa, etc. Mas gostaria de indicar alguns dos elementos que devem ser regularmente representados na nossa oração, não porque decidimos incluí-los, mas porque são as coisas que o Espírito sempre anseia fazer em cada um de nós.
 
LOUVOR
Freqüentemente o Espírito incita-nos ao louvor. Uma das características destacadas de um avivamento, é que libera em nós um espírito de louvor a Deus. Já ouvi inúmeras pessoas testificarem da maneira como louvaram a Deus dos seus corações pela primeira vez. Orações de louvor podem ser encontradas através das Escrituras e na liturgia dos nossos cultos, mas quão raramente são feitas do coração. Glória a Deus pela liberdade de louvá-lo! É bom louvar ao Senhor mesmo quando não sentimos vontade; os sentimentos muitas vezes virão depois que começamos a louvá-lo com a nossa vontade.
O louvor pode ser silencioso ou vocal. Freqüentemente tem sido útil para mim andar em volta do meu escritório, onde costumo orar, batendo palmas e cantando.
Ter liberdade na expressão do nosso louvor a Deus é importante; raramente será exatamente como foi no dia anterior. Creio que todo dia no nosso tempo de oração devemos ter um período para louvar ao Senhor, indiferente dos nossos sentimentos. Desconfio que haverá tempos de oração em que não faremos mais nada - nem teremos tempo para ler. Quão bom é o nosso Deus, quão bom é louvá-lo!
 
ADORAÇÃO SILENCIOSA
Às vezes depois de louvar ao Senhor, ou antes, ou no meio, podemos sentir que seria apropriado simplesmente ficar em silêncio e aperceber-se da presença do Senhor. É bom estar em silêncio diante do Senhor. Às vezes é isso que o Espírito está fazendo em nós. Tentar orar em voz alta naquele momento seria entristecê-lo. Ás vezes podemos ficar em silêncio durante todo o período de oração, não no silêncio morto da vacuidade ou do sono, mas no silêncio repleto da percepção dele.
"Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa" (Sl 62:1).
"Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus" (Sl 46:10).
Recentemente tive uma experiência que foi uma ilustração notável de como o Espírito nos dirige em certos momentos a simplesmente nos aquietar e saber que ele é Deus. Cheguei ao serviço naquela manhã sentindo-me bem mal. Tinha dor de cabeça e sentia náuseas. Eu sabia que deveria tentar manter meu horário regular de oração, porém além do meu mal-estar, o barulho de conversas animadas que vinha dos escritórios adjacentes tornava a concentração quase impossível. Por isso fui para uma sala de depósito por perto e levei uma cadeira para poder me sentar e orar. Eu estava sentindo tanta dor de cabeça que mal conseguia mantê-la ereta, e acabei me inclinando para frente e escorando minha cabeça numa caixa de papelão. Eu quase não conseguia pensar direito pelo cansaço e dor que sentia, mas de alguma forma no íntimo do meu ser tentei voltar-me para Deus e simplesmente apontar, como se fosse, na sua direção. Ao fazer isso, comecei a sentir que ele estava presente, que ele estava chegando e me enchendo. Em poucos minutos, enquanto eu permanecia totalmente quieto, cada vez mais cônscio da sua presença, sem mover-me, incapaz de pronunciar palavra, e sem forças realmente para orar, parecia que ele me confortava com seu Espírito e sua presença. Em pouco tempo a dor de cabeça e a náusea desapareceram, o cansaço se foi, e pude 1ouvá-lo com regozijo e cantar no Espírito. Isso tinha acontecido antes e tem acontecido depois, e parece ser uma das maneiras que o Senhor usa para ensinar-me a ficar quieto e em silêncio, deixando que ele seja Deus.
 
CONVICÇÃO
Ás vezes o Espírito nos fará perceber algo em nossa vida que ele quer que observemos. As vezes ele usa o nosso tempo de oração para nos conscientizar de algo que não está certo. Pode ser uma ofensa contra um irmão que precisamos acertar. Talvez seja algo fundamental que permeia nossa vida e é difícil de enxergar por estarmos tão envolvidos. Pode ser uma mudança que deve ser feita nas nossas prioridades ou no nosso horário, ou algo que deve ser mudado no nosso relacionamento com esposa, filhos ou colegas de serviço. O Espírito está lutando para produzir em nós a plenitude da nova criação e há de nos mostrar o que deve ser mudado. Temos de estar abertos a essa obra dele. De vez em quando, tome um pouco de tempo em oração para pedir-lhe que lhe mostre essas coisas e para considerar sua vida diante dele, com o auxílio da sua luz.
Há poucos anos, por exemplo, eu estava orando e comecei a sentir fortemente que deveria refletir sobre o relacionamento com a minha esposa. A área especial do relacionamento era a minha freqüente impaciência com ela. Senti que o Senhor estava mostrando-me pelo seu Espírito que eu nunca trazia edificação ou amor quando ficava impaciente naquela determinada situação, e que eu precisava decidir não reagir mais daquela forma. Isso produziu uma diferença radical na minha reação a certas situações e resultou numa verdadeira transformação. Coisas semelhantes acontecem periodicamente, e precisamos ficar alertas e ouvir quando o Senhor fala conosco dessa forma.
 
INTERCESSÃO
O Espírito nos levará a orar por necessidades nossas e de outras pessoas. Às vezes todo o período de oração será tomado com isso. Em outras ocasiões, o Espírito não nos permitirá interceder, mas nos orientará a simplesmente louvar.
Às vezes o Espírito nos revelará uma nova percepção de uma verdade cristã, algo sobre a crucificação ou a segunda vinda, ou o perdão dos pecados, ou o nosso Pai, ou sobre a sua pessoa. Pode vir da leitura, ou pode vir diretamente da oração; devemos deixar que ela venha, recebê-la, meditar sobre ela, deixar que ela nos vivifique. Verdades recebidas dessa maneira são uma obra especial do Espírito Santo e produzem maiores mudanças na nossa vida do que vários cursos teológicos sobre o assunto. O Espírito, como Jesus prometeu, nos guiará a toda verdade, e recordará e vivificará em nossas mentes o que Jesus falou. Leve essa nova verdade consigo o dia inteiro, a noite inteira, e a semana inteira; regozije-se nela, dê graças a Deus por ela, compartilhe-a com outros.
Recordo-me como, poucos meses antes do meu casamento, eu estava sentado no assoalho do meu quarto, orando, e recebi uma impressão distinta de que o Senhor estava mostrando que a minha vida daí em diante precisava ser fundamentada na união perfeita com ele e na união perfeita com a minha esposa. Ele deu-me uma percepção clara que essa seria a base para que a minha vida se tornasse frutífera. Desde então, tenho visto essa "revelação", que de fato foi o que recebi naquela experiência, produzir fruto muito bom na minha vida e ser provada como verdade absoluta.
Lembro-me também como, alguns meses antes disto, sentado no mesmo assoalho, orando e pensando sobre uma palestra que eu ia dar para alunos universitários sobre os fundamentos da mensagem cristã, o Espírito de repente começou a dar-me uma nova compreensão da Trindade "revelação" esta que tem continuado a ser muito importante na minha vida pessoal e na maneira como tenho experimentado a Deus.
Creio que o Senhor deseja revelar verdades sobre si mesmo e sobre nós para todos nós. Precisamos estar, preparados para "prestar atenção" quando o seu Espírito começa a "nos guiar a toda a verdade" (Jo 16:13).
 
REGOZIJAR-SE
Regozijar-se pode fazer parte dos elementos de oração já mencionados, particularmente do louvor, mas também pode ser uma oração distinta em si mesma. Alegrar-se com o que Deus tem feito, o que Deus está fazendo, o que Deus fará, quem ele é, e a sua misericórdia para conosco, é uma forma de oração à qual devemos nos entregar freqüentemente. Às vezes eu ando por volta do meu escritório simplesmente regozijando-me e agradecendo e louvando; outras vezes ando pelas ruas regozijando. É isso que Paulo nos ordena a fazer, não por ser uma boa idéia mas porque temos toda razão para "regozijar-nos sempre". É isso que o Espírito às vezes nos capacita a fazer de uma maneira especial na oração.
"Naquela hora exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas cousas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém sabe quem é o Filho, senão o Pai; e também ninguém sabe quem é o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar" (Lc 10:21-22).
O método de oração pessoal que estou oferecendo é muito simples. Envolve uma compreensão simples da oração e leitura, e uma estrutura razoavelmente equilibrada, embora não absoluta ou rígida, para serem usadas em conjunto; uma compreensão razoável da variedade que podemos esperar na nossa experiência de oração; e uma dependência do Espírito Santo para nos guiar quanto à duração deste período e à maneira de oração que seja melhor em cada momento. O Espírito sopra onde quer, mas é útil saber nos posicionarmos.
Ralph Martin é coordenador de "The Word of God", uma comunidade cristã interconfecional em Ann Arbor, Michigan, EUA. Ele também participa como membro do Conselho Internacional, que dirige o trabalho do Departamento Internacional da Renovação Católica Carismática em Roma.

 
14.O BOM SOLDADO DE CRISTO
(extraído do Livro Vencer o Adversário, por Mark Bubeck)
 A ARMADURA DE DEUS
 
I. O CINTURÃO DA VERDADE (Ef. 6:14a)
 A. Uso
  1. Protege contra golpes baixos (Ap 20:10)
  2. O Diabo procura destruí-lo
   a. Enganando-nos (Jo 8:44)
   b. Fazendo-nos ceder lugar a ele (Ef 4:25)
(il) O rapaz que gostava de contar mentiras. Orou a Deus para notá-las e assim teve vitória (após luta).
 
 B. Quatro fundamentos da Verdade (eles formam o cinturão da Verdade).
  1. O Senhor Jesus é a pessoa da Verdade (Jo.14:6; 1:14)
     (devemos revestir-nos dEle (Rm.13:14)
  2. A Palavra de Deus é a Palavra da Verdade (II Tm.2:15; Tg.1:18; Sl.119:42,43)
   (podemos enfrentar o futuro)
  3. O Espírito Santo é o Espírito da Verdade (Jo.14:16,17; I Cor. 2:10-12,14)
   (O Espírito é o autor da Palavra da Verdade) (II Pe.1:20,21)
  4. A Igreja é a  Coluna e Baluarte da Verdade (I Tim.3:14,15)
 
 C. A Oração deve acompanhar esta arma (Ef. 6:18)
 

II. A COURAÇA DA JUSTIÇA (Ef. 6:14b; Is. 59:15-17)
 
 A. USO
  1. Protege regiões frágeis
 (il) A vida de Josué ( Zac. 3:1-10)
  2. Derrota satanás (a justiça - Jer. 23:6)
  3. Lança os nossos pecados fora
  4. Coloca em nós a justiça de Cristo (Fp. 3:8,9)
 
 B. Nossa Atitude
  1. Revestir diariamente de Cristo (Rm.8:1)
  2. Devemos vestir a couraça da Justiça (I Tess.5;8)
   (fé e amor são atos externos da justiça)
 
 C. A Eficiência da Couraça
  1. Dá-nos confiança e coragem ( Ef. 4:24)
  2. Oferece oportunidade de repudiar a auto-justificação (Is. 64:6): “Que bom rapaz que eu sou”;
   “Oh! vejam como sou o melhor!”
  3. Dá-nos uma visão correta da batalha (Tg. 1:2-4)
  4. Leva-nos à santificação ( I Tess. 5:23,24)
   a. nunca termina ou atinge a perfeição
   b. devemos reivindicar a couraça da justiça diariamente
   c. A santificação final será na volta de Cristo ( I Jo.3:2)
(il) Devemos apropriar-nos das armas e lutar, caso não, seremos como uma jovem que ficou cansada em meio aos  ataques do Diabo.
 
III.  OS CALÇADOS DA PAZ (Ef. 6:15; Jo. 14:27)
(il) você já perdeu a paz?  Ficou perturbado por algum problema? Veja a experiência de Spurgeon:  10 mil pessoas  para ouvi-lo.  Alguém gritou fogo.  Agitação.  Sete pessoas esmagadas mortas, muitos feridos graves.  Ele  entrou em depressão.  Chorou durante muito tempo.
 
 A. A Utilidade
  1. Dá boa base
  2. Traz conforto
  3. Conduz-nos à vitória
 
 B. O Alcance da Paz
  1. Paz com Deus (Rm. 5:1)
   ( estamos perdoados e Deus se esquece de nossa vida velha e anda conosco)
  2. Paz de Deus ( Fp. 4:6,7)
   ( Em meio a situações difíceis e problemas aparentemente gigantescos).
(il) Você já se abalou com problemas e buscou a paz em tranquilizantes, sedativos, álcool, algum medicamento?
 
 C. O tranquilizante receitado por Deus
  Através da oração ( Fp. 4:6,7)
  1. Hora a sós com Deus.  ele tira a inquietação
  2. Conte-lhe suas ansiedades, problemas (desabafo)
  3. Deus acalmará seu coração
  4. Você estará pronto a enfrentar os problemas que vierem
(il) O homem que decidiu orar e jejuar por três dias por direção divina.  No 2º dia recebeu telefonema dizendo  que seus pais idosos haviam falecido.  Imediatamente sentiu tomar-se de uma paz inteiror que ultrapassava o  entendimento.  No funeral foi capaz de pregar, tal era a paz de Deus.
 
 D. A Proteção da Paz (Fp. 4:9)
(il) O menino fraco que apanhava.  1ª tentaviva: ignorar (ficava + atrevido - empurrava -o). 2ª tentativa: desafiá-lo  (apanhou dele e ficou com medo de ir à escola). 3ª tentativa: o pai (1,80m) foi com ele (o valentão fugiu em  disparada).
  1. Deus mesmo é a nossa paz
  2. Deus esmagará o Diabo
  3. Nossa obediência concede vitória (Fil 4:9)
(il) Saul falhou e foi perturbado (I Sam 15:22,23 - poupou animais amalequitas)
(il) Se formos rebeldes, seremos derrotados (I Co 10:11,12)
 
 E. Jesus Cristo - Nosa Paz
  1. Ele nos aproxima de Deus por seu sangue (Ef 2:13,14a)
  2. Devemos andar nele (obediência total)
(il) Cuidado com a falsa paz dos sistemas religiosos. Ela é momentânea e inconstante. Em Cristo sua vida tem  constância. Veja Jim Jones (910 mortos na selva da Guiana - Não havia 1 Bíblia)
 

IV. O ESCUDO DA FÉ (Ef. 6:16)
 A. Sua Proteção
  1. Protege dos dardos inflamados do maligno
  2. A Proteção é total (Sl 5:12)
   a. à frente d. acima
   b. à retaguarda e. à direita
   c. abaixo f. à esquerda
 
 B. O Escudo é Objeto da Fé (Pv 30:5)
(il) A guerrra civil no Zaire, quando ainda Congo. Moise Tshombe contratou mercenários estrangeiros para  reprimir rebeldes. Os mercenários imbatíveis, bem armados. Nativos fugiram. Um feiticeiro inventou um pó  branco. Espalhado pelo corpo protegia o nativo (seria escudo). Foram corajosos, mas foram exterminados. Sua  fé fracassou porque seu objeto não tinha poder nenhum para escudá-los.
 
 C. A Confiança no Escudo
  1. Deus pode permitir que algumas flechas passem, mas Ele nos protege a vida.
(il) Problemas e derrotas na vida. Opressões
(il) A vida de Jó (2:6)
  2. As flechas que nos atingem podem tornar-se mensageiros do amor de Deus, visando-nos refinar e     purificar (Tia 1:2-4; I Pe 1:6,7).
  3. Nossas tentações são flechas do adversário (I Co 10:13).
  4. Devemos manter nossos olhos fixos em Deus (Jr 18:6)
   “Olhar para Deus e não para o Diabo”
(il) Flechas inflamáveis, técnia antiga de ataque às fortificações. Ocupava os habitantes com o fogo e com o  inimigo.
(il) O escudo d’água de uma casa dos desfiladeiros do Sul da Califórnia no fim do verão e outono de 1978.  Incêndios não a afetavam devido a um sistema de proteção d’água que usava água da piscina.
 
 D. Apropriando-se do Escudo
  1. Como Abraão (Gn 15:1)
  2. Como Moisés (Dt 33:29)
  3. Como Davi (2 Sm 22:2,3,36)
(il) revestir-se do escudo diariamente é como colher o Maná para Israel no deserto ou vestir-se cada dia.
 
 E. Anjos Protetores
  1. São ministros para serviço (Hb 1:14)
  2. Guardam os caminhos do crente (Sl 91:11)
   (atacam os anjos caídos que vêm contra nós)
(il) A vida de Eliseu (2 Rs 6:8-17)
 
 F. O Sangue deCristo
  1. Aproxima-nos deDeus (Ef 1:7; 2:13)
  2. Derrota Satanás (Ap 12:11; Hb 2:14,15)
 

V. O CAPACETE DA SALVAÇÃO (Ef. 6:17a; Rm 12:2)
 (Protege a mente, parte vital do corpo)
 A. Alvo do Diabo:
  1. Controlar nossa mente (Gn 3:1-7; 2 Co 11:3)
  2. Manter-nos sob o domínio do Pecado (2 Tim 2:25,26)
(il) Moça inteligente, habilidosa. Casou-se; divorciou-se; estudou misticismo oriental - Hare Krishna. Perdeu 5 mil  dólares da poupança ao casar-se com um homem seguidor do misticismo oriental com o objetivo de ir para a  Índia. Viva esporadicamente com o marido. Sua criança foi tirada para ser adotada.
 
 B. Para Livrar Alguém desse Mundo
  1. Levar a pessoa a Cristo (realmente conversão)
  2. Memorização de Partes Consideráveis da Bíblia
  3. Ensino sistemático da Bíblia
  4. Instrução cuidadosa sobre o combate espiritual
 
 C. Proteção da Mente
  1. Motociclistas, corredores usam capacetes
  2. Livrar pessoas do ânimo dobre (duas mentes) (Tia 1:8)
  3. Davi pediu proteção para seu problema (Sl 86:11)
  “Se Satanás não puder controlar toda a sua mente, já ficará bastante satisfeito em tomar a parte que você lhe permitir. Ele sabe que mais tarde conseguirá mais.”
 D. Estratégias de Satanás para Controlar a Mente
  1. Ataca a mente do cristão de forma implacável e impiedosa (nunca desiste)
  2. Usa mentira (At 5:3)
  3. Tenta destruir a pessoa (Rm 8:6,7)
 
 E. Jesus Cristo - Nosso Capacete
  1. Jesus (Yeshuah no hebraico) significa salvação (Mt 1:21)
  2. Simeão mencionou Jesus como salvação (Lc 2:30)
(il) O pânico do rapaz que foi atravessar um rio de 45m e voltou na metade. Ia afogar-se, mas alguém o tirou. Era  seu salvador.
  3. Jesus nos salva, protegendo nossa mentes (Sl 119:11)
  “A melhor maneira de manter os pensamentos de Satanás do lado de fora, é manter os pensamentos de Cristo do lado de dentro”
 
 F. A Esperança Serve de Escudo para a Mente
  1. A Esperança da salvação é o capacete (I Ts 5:8,9)
(il) O jovem perdido na floresta. Tinha ordem de ir à clareira caso se perdesse. Achou-a e ficou ali em meio a neve  e escuridão que chegava, mas ele esperou confiantemente seu instrutor que o veio buscar.
  2. Tira o temor das pessoas (Hb 13:5,6)
 

IV. A ESPADA DO ESPÍRITO (Ef. 6:17a)
 A. Serve para invadir o reino de Satanás e arrancar de lá alguns de seus cativos (Mt 16:16,18,19)
(il) Você já pensou num exército poderosíssimo em defesa: coletes impenetráveis, tanques blindaod, aviões de  combate com a maior velocidade e dirigibilidade e todo armamento de defesa imaginável, porém sem uma arma  de ataque? (2 Co 10:3,4)
 
 B. Armas de Ataque
  1. Palavra de Deus
  2. Oração (At 6:3,4)
(il) Por que a espada é a última das partes da armadura?
   a. Para que não lutemos com a presunção ou temor (Jd 9)
   b. Para que não brinquemos com Satanás. A batalha é séria.
 
 C. O Poder da Palavra (Hb 4:12)
  1. Desvenda o interior da pessoa
  2. Liberta o crente de opressões e tormentos
(il) A tentação de Cristo em meio à fome, cansaço, sede:
   a. Transformar pedras em pães (Lc 4:3)
       Resposta: Não só de pão viverá o homem (Dt 8:3: Lc 4:4)
   b. Adorar a Satanás (Lc 4:5-7)
       Resposta: Só adora a Deus (Lc 4:8)
   c. Lançar-se de cima do Templo em Jerusalém (Lc 4:9-11)
       Resposta: não tentarás ao Senhor teu Deus (Dt 6:16; Lc 4:12)
OBS.: Satanás deixou o Senhor até momento oportuno (Lc 4:13). Ele vai tentar de novo.
 
 D. Diretrizes para o uso da Espada
  1. Conhecer a Palavra de Deus (2 Tim 2:15)
  2. Decorar livros da Bíblia
  3. Ter sempre por perto (Dt 6:6-9)
  4. Confiar no Espírito Santo operar com a Palavra (Gl 5:22,23)
   a. não entristecê-lO
   b. não extinguí-lO
 
 

15 - Resistindo Ao Diabo
 

“Sujeitai-vos, pois a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”.
Tiago 4:7.
 
 
 
1. Apresentação
 
A partir do momento que você, levita do Senhor, entra num grupo de louvor as suas lutas serão mais constantes, e as orações terão de aumentar. O diabo ficará mais furioso, ele não gosta de ministério nenhum, principalmente o da música. Por isso há a necessidade de um cuidado maior com o ministério de música.
 
2. O que ele faz?
 
O diabo pode não ler sua mente, mas lança pensamentos diabólicos e fará com que você pense: ele (a) canta melhor do que eu; ele (a) quer mandar em todos do grupo; não quer ministrar o louvor porque acha que o (a) outro (a) ministra melhor; vai começar a se achar menor do que aquele (a); o diabo vai gerar a divisão no meio do grupo; entre os músicos queima a fonte do teclado; a corda do violão quebra; o som está com chiado; o microfone está com microfonia, o cabo está quebrado, não se preocupe Rm 5:1, teremos paz só com Deus caso contrário, o diabo tentará de todas as formas nos separar desta paz que vem do Senhor. Mas demos graça em tudo, pois tudo há um propósito, nada é em vão.
Ele quer que você murmure e crie contenda entre os membros do grupo de louvor. Fl 2:14-15, tudo que fizermos devemos fazer sem murmurações, isso é o que o diabo quer que façamos. I Pe 5:8 vigiemos, o diabo sempre estará buscando brechas para entrar e destruir. Ele não nos deixará ministros do louvor livres, ele sempre vai procurar meios de entrar em sua vida e tragar. O leão gosta de carne e nós servos de Deus não podemos viver na carne e sim viver no espírito, sejamos ministros espirituais e não carnais. O diabo foge dos ministros que vivem de acordo com a vontade de Deus e que não se abalam por nada.
 
3. Não tome a frente
 
O diabo sempre vai por barreiras, e por isso não devemos subestimar o poder dele ou trata-lo com desrespeito, e também, Não pense que ele não pode ou que não está ativo em sua vida, buscando brechas para entrar. Ele é um ser espiritual, portanto não dorme.
Jd 1:8-9 nem o arcanjo Miguel subestimou o poder de Satanás. Disse: “O Senhor te repreenda”. Nunca se esqueça disso, não brinque com autoridade superior. I Pe 2:10-11 principalmente os ministros que seguem a carne, subestime o poder do diabo e você verá o que acontece. Não estou dizendo que você não tem poder contra ele. Você tem, mas deve estar com sua vida reta perante o Senhor e com Deus sempre à frente. O Senhor nos dá poder pra pisarmos em serpentes e escorpiões Lc 10:19. Devemos estar sempre fazendo jejum e oração. Não estamos dando glória ou honra a Satanás, porém ele é um adversário astuto e é muito mais inteligente do que nós. Não se esqueça do que Deus disse em Ez 28:12 quando criou Satanás.
Satanás foi a mais linda e inteligente criatura que Deus criou. Não podemos esperar vence-lo com a nossa pequena inteligência humana, ou entender suas táticas. Devemos permanecer totalmente dependentes do Senhor para revela-las a nós. Podemos resistir e supera-lo somente através do poder de Jesus Cristo. Por isso que muitos caem. Não deixam Jesus Cristo à frente desta peleja. II Cr 20:15. Ex 14:14 Não pense em batalhar sem o comandante, a peleja não é nossa esperemos em Deus e vejamos a glória sendo manifestada a nós. Jo 15:5 sem Deus nada podemos fazer.
Se você perceber que o diabo está penetrando, procure onde está a falha examinando-se, em seguida peça o perdão de Deus, e por ultimo expulse-o e cante louvores pela vitória concedida.
 
02- Dicas ao dirigente de louvor
 
     É com grande alegria que observamos líderes, pastores e ministros de música tendo uma grande sede por desenvolver o seu talento na obra de Deus, que é a direção do louvor congregacional. Para a glória de Deus já encontramos farto material que tratam disto, mas nem sempre foi assim. A verdade é que apenas de alguns anos para cá é que estudos tratando especificamente deste assunto vem se tornando populares.  A razão disto talvez seja a falta de importância com que a Igreja tratava os seus ministros de música ou devido à recente explosão da música gospel, pegando muitas comunidades de surpresa. De qualquer forma, deixo registrado este artigo como uma fonte de dicas que auxiliarão o amado leitor na direção do louvor congregacional.
     Bem, o primeiro tópico que quero tratar é a questão da transmissão de segurança. O dirigente de louvor deve saber transmitir segurança aos irmãos enquanto ministra. Por esta razão devem ser evitados o nervosismo, a voz tremida, o semblante amedrontado, as falas decoradas, etc. Seja natural! Se isto for difícil a você, te aconselho a ler livros sobre o assunto (falar em público) ou começar a dirigir reuniões com menor número de pessoas, como estudos bíblicos, grupos de jovens, cultos de semana, etc. É claro que muita gente exigirá tempo para perder o nervosismo, mas de qualquer maneira valerão as dicas acima.
     Outro ponto a ser tratado é a questão da técnica musical. O dirigente de louvor congregacional deve ter mínimo de musicalidade para não cantar desafinado, nem descompassar os músicos e a igreja. Acho ótimo que um ministro de música saiba tocar pelo menos um instrumento. Isto melhorará em muito a sua percepção musical e o seu metrônomo interno. É realmente difícil estar na direção do louvor sem pelo menos saber entrar na música, manter-se na afinação, cantar dentro do ritmo, etc. A solução para este problema é obviamente o estudo da teoria e prática musical, com exercícios para aperfeiçoar a voz e o ouvido.
     Um tópico que não deve ser deixado passar em branco é a preparação na Palavra. O dirigente de louvor deve saber pregar tanto na forma cantada como na falada. Se você já está envolvido nesta área a algum tempo, já deve saber que a direção do louvor exigirá um bom conhecimento bíblico. Julgo este ser tópico ser essencial, e que deve ser olhado com muito cuidado para que ninguém caia no erro de falar e cantar doutrinas erradas. Não é coerente subir num palco para dirigir um período de louvor congregacional e falar um montes de asneiras. A Palavra de Deus deve ser a base para tudo.
     A questão da expressão do ministro também deve ser colocada em pauta. É bom que o dirigente de louvor resplandeça alegria, simpatia, amor, paz, etc. Muitas vezes já participei de reuniões onde o dirigente ministrou com a cara fechada, e pareceu-me que ele deveria estar irado com alguma coisa. Isto me prejudicava e também prejudicava a igreja enquanto louvávamos a Deus. Muitas vezes também já participei de reuniões onde o dirigente estava com o semblante caído, demonstrado estar abatido e cansado. Isto fazia com que muita gente desanimasse também. Costumo dizer que o dirigente deve expressar o que a música está transmitindo. Se á alegria, se é paz, se é unidade, se é guerra, etc., depende da ocasião e do cântico.
     É necessário também que o dirigente de louvor saiba desvincular a direção do louvor das pessoas ao seu redor. Às vezes observamos pessoas dirigindo o período de louvor congregacional com medo do pastor, com medo de outros líderes, com medo de outros dirigentes, como se eles fossem avaliar o seu ministrar. Muitos ainda pensam que o sucesso do louvor dependerá das autoridades presentes, ou do avaliar dos outros irmãos. Saiba que a direção do louvor congregacional dependerá de ti e do Senhor, e da comunhão entre ambos. Não centralize suas atenções nas pessoas. Você deve estar ciente de que o louvor é para o Senhor e só. Mesmo quando você está ministrando às pessoas, você está fazendo isto por Ele e para Ele.
     Uma questão que também deve ser estudada é a crítica. Toda pessoa que está frente de uma platéia está sujeita a críticas. O dirigente de louvor deve saber filtrar as críticas construtivas e aprender a consertar os erros que comete sem perceber. Como experiência própria, várias vezes já fui exortado pela minha família quando errava na direção do louvor congregacional. Muitas destas críticas foram bênção em minha vida.      
     Erros como falar demais, falar de menos, cantar demais, expressão e semblantes caídos, volume do som, desorganização, etc., são as falhas mais comentadas. Os dirigentes devem estar preparados para ouvi-las constantemente e aprender aceitar os seus erros. Nenhum dirigente de louvor é perfeito e um pouco de humildade não faz mal a ninguém!
 
03 - Cuidado com as armadilhas – Parte 01
 
Nas Escrituras Sagradas, santidade tem o sentido de purificação e direção do homem pela obra do Espírito Santo. Muitas expressões são usadas com mesmo significado. Observe:
- Santificação é "andar na luz": "...mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado" (1 Jo 1: 7).
- Santificação é "guardar os mandamentos" de Deus: "E nisto sabemos que o conhecemos; se guardamos os seus mandamentos" (1 Jo 2:3).
- Santificação é "viver de modo digno do Senhor": "para que possais andar de maneira digna do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus,..." (Cl 1.10).
Sem dúvida alguma, a santidade é essencial para que o homem possa viver uma vida cristã e ser usado na obra de Deus. Os músicos cristãos, por exemplo, começam a receber unção para ministrar exatamente quando começam a viver em santidade e comunhão com Deus. Assim funciona em toda obra espiritual.
 
AS ARMADILHAS NA ÁREA DA MÚSICA
É fácil perceber que alguns pecados têm acompanhado a vida de muitos músicos e cantores cristãos, prejudicando a santidade e a comunhão com Deus.
Os primeiros passos para uma vida de santidade podem ser dados fugindo das obras da carne, reveladas em Gálatas 5.19,20 e 21: "...a prostituição, a impureza, a lascívia, a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as dissensões, os partidos, as invejas, as bebedices, as orgias...", e outras impurezas relatadas em 2 Co 12:20: "...contendas, invejas, iras, porfias, detrações, mexericos, orgulhos, tumultos..".
Apesar desta grande variedade de obras da carne, neste estudo vamos dar um enfoque primeiramente ao orgulho. Observe:
 
1 -O ORGULHO
 
O orgulho é o elevado conceito que alguém faz de si próprio ou amor-próprio exagerado. Este é um sentimento que todo ser humano muitas vezes esconde no coração. Dentro do ambiente da música evangélica, por exemplo, é muito fácil encontrar cristãos envaidecidos pelo conhecimento de louvor, espiritualidade, experiência musical ou por qualquer outra qualidade que possuem. Por esta razão, o pecado do orgulho é o primeiro problema colocado em pauta.
Quando a palavra orgulho é mencionada neste estudo, sua citação inclui todas as suas palavras relacionadas e sinônimas: vanglória, soberba, vaidade, presunção infundada e outras. Para iniciar esta parte, vamos partir de alguns trechos fundamentais da Palavra de Deus, seguindo suas explicações:
1.1 - CUIDADO COM A VANGLÓRIA: Gálatas 5:25,26: "Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros".
Quando o levita se deixa possuir de vanglória, ele está cometendo dois erros básicos: roubando a glória de Deus e quebrando a comunhão com os irmãos do grupo. O texto acima deixa claro que quando a pessoa deseja glória para si, ela provoca as pessoas que a rodeiam, o que acaba criando barreiras entre os membros do grupo.
No trecho acima, a Bíblia ordena que nós não nos deixemos possuir de vanglória. Podemos perceber facilmente que uma palavra está intimamente associada a este assunto: os elogios. Tenho visto que muitos músicos cristãos sobem a plataforma para ministrar, esperando ansiosamente por elogios de homens. Este sentimento de ansiosidade ataca os levitas geralmente em eventos onde um grande número de pessoas está envolvido. Todos devem esperar pelo elogio que vem do Senhor, e Ele honrará conforme o seu tempo.
1.2 - A IMPORTÂNCIA DA HUMILDADE NO CORPO: Romanos 12.16: "Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos".
A Bíblia deixa claro que os cristãos não devem tratar uma pessoa diferentemente da outra, mas devem ter o mesmo sentimentos uns para com os outros. Nesta parte do estudo devemos ressaltar a importância da humildade no corpo de Cristo. Em 1 Coríntios, o apóstolo Paulo compara a Igreja aos nossos corpos físicos, onde cada membro tem uma função especial, mas todos trabalham juntos. Ele diz: "O corpo não é um só membro, mas muitos. Se disser o pé: Porque não sou mão, não sou do corpo; nem por isso deixa de ser corpo. ...Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve". Paulo continua: "Há muitos membros, mas um só corpo. Não podem os olhos dizer a mão: Não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés" (1 Cor. 12:14-21). Paulo ainda acrescenta que até os membros do corpo que pareçam ser os mais fracos ou os menos úteis são necessários para que o corpo seja perfeito. Portanto, ninguém pode se orgulhar por algum motivo especial, porque a Palavra diz: "...condescendei com o que é humilde". Em Romanos 12:3 a 5, a Bíblia diz: "Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um. Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função, assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros,...".
1.3 - NINGUÉM JULGUE SER ALGUMA COISA: Gálatas 6:3: "Porque, se alguém julga ser alguma cousa, não sendo nada, a si mesmo se engana".
Dentro da área musical das igrejas, muitos cristãos têm sido cegados pelo orgulho musical ou espiritual. Isto acaba atrapalhando a obra de Deus. Ao contrário do que vemos por aí, ninguém deve se julgar um bom músico ou um músico espiritual, e se orgulhar nisso. A Bíblia é clara: quem alimenta este sentimento, a si mesmo se engana.
Veja um testemunho de músico. Sua história relata que ele foi tomado por um sentimento de orgulho no início de sua caminhada cristã. Como bom cantor e pianista que era, ele pensou que logo após ter aceitado Jesus, seria chamado para cantar e tocar na igreja. Passando-se algum tempo, vendo ele que isto não acontecia, disse ao seu pastor: "Eu quero trabalhar na obra de Deus! O que eu posso fazer na igreja?". O pastor sabiamente respondeu: "Pegue este desentupidor de pia e comece a trabalhar!".
A história acima serve de grande exemplo para nós. Quando uma pessoa é tomada pelo sentimento do orgulho, Deus a coloca lá embaixo. Porém quando a pessoa vive em humildade, Deus a seu tempo a honrará, como já mencionei anteriormente. Ele começa a trabalhar na vida de uma pessoa quando ele encontrar humildade no coração dela.
Todas as pessoas que desejam ser usadas por Deus, devem estar constantemente orando para que pensamentos e sentimentos soberbos não entrem em seus corações. Acredito que humildade é uma virtude agradável aos olhos de Deus e um bom início para aqueles que desejam trabalhar nesta área ministerial.
 
Continua...
 
04- Cuidado com as armadilhas – Parte 02
 

Continuando o nosso Estudo sobre como ter cuidado com as armadilhas, nesta segunda parte estaremos concluindo com os seguintes tópicos: O Show, Idolatria e Sentimentalismo, confira abaixo:
 
2 - O Show:
 
Por causa do grande crescimento da música gospel nestes últimos tempos, alguns pensamentos extra bíblicos têm afetado o verdadeiro propósito de louvor e adoração para o povo de Deus revelados nas Escrituras. É fácil perceber em muitos lugares, que o louvor a Deus está sendo transformado em show, com a finalidade de trazer prazer e entretenimento ao homem. Muitos músicos têm levado na mente um conceito errôneo da palavra inglesa gospel e tem influenciado os jovens a pensar do mesmo modo.
Antes de mais a explicações sobre o tema quero que o leitor entenda o significado da palavra show quando ela for citada nesta parte deste estudo:
1 - A palavra show deriva da língua inglesa significando apresentação. O verbo to show significa mostrar, apresentar, revelar, expor, etc. No dicionário Silveira Bueno de língua portuguesa show se define como espetáculo; apresentação musical ou teatral.
2 - Quando a palavra show for citada neste livro, ela abrangerá a apresentação musical em si e outras palavras relacionadas, tais como: contrato profissional, cachê, empresários, cobrança de ingressos, dinheiro, etc.
Creio que a música utilizada como veículo de louvor a Deus não deve ser utilizada da mesma forma que a música secular. Este é um problema que facilmente encontramos atualmente. Muitos cristãos têm profissionalizado a música evangélica atual, ganhando rios de dinheiro com isto. Por este motivo, devemos ter cuidado para não trocar gato por lebre, relembrando a parábola do joio e do trigo.
Há músicos cristãos, hoje em dia, que mudam de igreja ou equipe musical quando começam a achar que não vão ter um "futuro promissor" nela. Eu, pessoalmente, creio que a música cristã deve almejar diferentes propósitos e ter diferentes visões. Eu não posso acreditar que ela deva visar dinheiro, lucro, fama, ou qualquer outro motivo nunca citado nas Escrituras.
Algum tempo atrás, um grupo musical cristão muito conhecido foi convidado para ir a Criciúma com o fim de apresentar o seu trabalho às igrejas locais. A estadia deste grupo foi bastante divulgada em pequenos panfletos distribuídos dias antes do "show". Reflita no anúncio publicado:
GRANDE SHOW:
VENHA LOUVAR AO SENHOR
COM A BANDA XXXXX !!!
Venha participar deste grande evento onde
o pastor XXXXX estará orando por todos!!!
DIA: XX / XX / XX
VALOR DO INGRESSO: R$ 15,00
Ao ler este anúncio, comecei a me indagar sobre o primeiro problema que percebi: "Se algum irmão não tiver condições financeiras para adquirir o ingresso, ele não poderá louvar a Deus ou receber oração como os demais?".
Um outro problema é que o envolvimento com shows pode prejudicar gravemente as pessoas. Alguns anos atrás, um pastor de uma cidade vizinha contratou um famoso cantor para ele estar no estádio de futebol da cidade ministrando. O valor do cachê foi fechado em R$ 20.000,00. No dia do evento caiu uma forte chuva e pouquíssimas pessoas compareceram ao local da apresentação. No final da história este pastor teve que vender a casa para pagar o empresário do cantor. Este fato serve de exemplo para todos aqueles que estão envolvidos com a música cristã. Na hora de contatar um grupo para ministrar, questione em pensamento: "Se nós dissermos que não temos condições financeiras para pagar o cachê ao grupo, será que eles virão louvar do mesmo jeito?".
É importante que os músicos cristãos criem uma posição crítica sobre tudo o que acontece ao redor no ambiente cristão. Há muitos músicos e cantores "disfarçados" que se dizem de Deus, mas possuem alvos e propósitos extra bíblicos. A própria Bíblia nos manda vigiar, isto para que não sejamos confundidos. Em nenhuma parte das Escrituras nos deparamos com situações onde os levitas cantavam e faziam apresentações para o povo. A verdade é que todo o povo louvava a cantava ao Senhor juntamente com os diretores de música e cantores.
Podemos perceber que nos shows, as atenções não são voltadas à Deus, mas são geralmente direcionadas à banda que está no palco. Muitos ainda, vão a shows para buscar prazer ao corpo ou um divertimento diferente. Este é outro problema. No livro dos Salmos, Davi enfatiza inúmeras vezes a ordem de louvor direcionada a Deus (Sl 9.11, 18.3, 21.13, 27.6,...). "Louvai ao Senhor", "Salmodiarei ao Senhor", "Cantai ao Senhor", "Engrandecei o Seu Nome", "Celebrai com júbilo ao Senhor", etc. Percebemos que havia uma certa preocupação de Davi em conduzir o seu louvor direcionado a Deus e agradá-lo com suas músicas e poesias. Davi entendia o que era louvar a Deus e o fazia bem feito. Este é o propósito da música!
Ouvimos muitos irmãos dando "desculpas" para tocarem shows dizendo que foram chamados para trabalhar com música evangelística. Nada contra isto, mas observamos facilmente que o verdadeiro propósito de muitos é ser reconhecido pelas pessoas e não ganhar almas para Cristo. Algumas bandas procuram cantar em festas mundanas, concursos musicais e quermesses, dizendo que vão testemunhar de Jesus, porém, muitas vezes isto não acontece. Nestes casos o estilo de vida dos músicos cristãos começa a passar uma imagem ruim para a sociedade.
As pessoas devem ter em mente que, num período de louvor, todos somos o palco e Deus é o auditório. Ele está sabendo de tudo o que fazemos em cima do palco e sabe se estamos cantando com sinceridade ou não.
 
3 - A Idolatria:
 
Ao iniciar esta parte quero dar algumas explicações essenciais sobre a pessoa idólatra e a idolatria. Observe:
Idólatra = é o adorador de ídolos.
Idolatria = é o culto que é prestado aos ídolos.
Idolatrar é prestar culto a algum deus ou ídolo. Porém este deus ou ídolo não precisa necessariamente ter a forma de uma pessoa ou divindade. Algumas pessoas, por exemplo, podem tratar o dinheiro como um deus, tornando-o um objeto de culto e adoração. Outras podem colocar líderes religiosos acima de Deus, oferecendo a vida por eles. Sabendo o conceito de idolatria, muitos deverão se perguntar: O que a idolatria tem a ver com a música cristã? Vejamos abaixo:
Como todos sabem, a música cristã têm enfrentado um espantoso processo de crescimento nestes últimos anos. Podemos perceber que cantores evangélicos têm sido reconhecidos, músicas lindíssimas têm sido compostas, novos grupos de louvor têm se formado, etc. É uma verdadeira revolução! No entanto, apesar desta rápida expansão, muitos problemas têm se infiltrado na área musical das igrejas. Um destes problemas é a idolatria musical, como estudaremos a seguir.
A idolatria musical é um pecado escondido, nos corações de muitos músicos e cantores cristãos. No entanto, é extremamente fácil encontrar pessoas que são apaixonadas pela música, por instrumentos musicais ou são fãs de cantores evangélicos conhecidos.
Dependendo do caso, a idolatria musical de um levita pode abalar profundamente uma equipe de louvor, criando uma série de problemas. Quando um cristão coloca a música acima de Deus, podemos ter certeza que todo o seu grupo corre o risco de ser prejudicado. Você pode estar se perguntando como isto pode ocorrer.
Tem músicos que só participam dos cultos quando sabem que vão ministrar. Há alguns que se forem impedidos de tocar ou cantar, largam a igreja e saem dos caminhos do Senhor. A pessoa com idolatria musical dificilmente participa de orações, vigílias ou estudos bíblicos, porém sempre tem tempo para ensaiar. Para o músico idólatra, a parte mais importante do culto é quando pega o instrumento para tocar. Muitos chegam a esperar ansiosamente por este momento. Estes são exemplos de idolatria que podem causar um efeito prejudicial na área musical.
Um problema que também deve ser observado é que o músico idólatra tem a mania de profissionalizar a música cristã, tratando dela como se estivesse no mundo dos negócios. É fácil perceber o envolvimento de contratos, cachês, shows e eventos, marketing, direitos autorais e outras características mundanas que já vimos anteriormente. Esta prática acaba fazendo com que bandas gospel, shows evangélicos e até mesmo alguns ritmos se tornem objetos de adoração das pessoas. A idolatria musical acaba realmente levando os levitas a se desviarem do propósito de Deus para música.
Um outro problema sério é que a idolatria não deixa o músico se envolver tanto com a obra de Deus, ou seja, não há tempo para o trabalho da igreja. Ele, muitas vezes, é freado por um objeto de adoração que possui, tendo a possibilidade de dar pouca atenção a Deus e muita atenção à música. Podemos constatar também que o músico idólatra é raramente uma pessoa disponível para a obra. Todo o levita que age desta maneira deve ser ensinado pacientemente pelo seu líder ou pastor.
Para finalizar esta parte quero revelar que o meu objetivo com este estudo não é condenar a pessoa que gosta de música, nem ao menos esfriar o amor que as pessoas têm por ela, mas os músicos cristãos não devem coloca-la em primeiro lugar de suas vidas. Todos podem amar a música e usá-la para o louvor e a glória de Deus, porém sem tê-la como objeto de adoração. É sugestão muito boa é que os músicos compensem o tempo dado à música, com um tempo de atenção a Deus, seja orando, jejuando, adorando, ...
 
4 - O Sentimentalismo:
 
Como já sabemos, a melodia de uma música possui um certo poder de inferência sobre a mente das pessoas. Por esta razão, o sentimentalismo é uma armadilha facilmente encontrada na arte musical. Vejamos:
Quando os músicos se deixam levar pelo lado emocional, o período de louvor da igreja pode ser prejudicado pela falta de flexibilidade dos mesmos. Isto porque o sentimentalismo leva as pessoas a dar preferência apenas às coisas que lhes agradam, seja no ministrar, na escolha dos cânticos, no estilo musical, etc. As pessoas param de consultar a vontade de Deus antes de louva-lo e não olham para o público alvo como um todo. Portanto, aqui estão dois problemas sérios:
1 - O sentimentalismo faz o grupo de louvor agradar a minoria da igreja, sendo que cantam apenas um estilo musical;
2 - Muitas vezes os músicos não pedem a direção de Deus para escolher o estilo musical compatível com determinadas reuniões especiais (evangelismo, louvor e adoração, família, etc)
O sentimentalismo não acompanha somente o grupo musical. Todos sabemos que as pessoas possuem o seu lado emocional e podemos perceber que na arte musical elas demonstram isto com mais facilidade. Observe esta frases que normalmente ouvimos e que pode expressar o sentimentalismo:
-Por favor, vamos cantar a música tal. Ela é tão linda!
Muitas vezes, a pessoa que a profere nem entendeu ou meditou na mensagem que a música traz, mas ela foi tocada pela melodia.
A questão do agradar um irmão também é um problema sério na área musical. O sentimentalismo leva as pessoas a tentarem agradar um irmão através do cântico de sua preferência. Outro dia, alguém me pediu que o grupo de louvor entoasse um cântico porque o pregador daquela noite gostava muito dela. É muito comum isto acontecer na área musical da igreja.
O gosto musical humano não deve de maneira alguma estar a frente de um ministério de louvor. É fácil percebermos que muitos músicos cristãos têm seguido a linha dos cânticos favoritos. É comum ouvirmos:
-Vamos cantar esta música porque a igreja gosta muito dela!
Acredito que Deus deve ser questionado até sobre os cânticos a serem ministrados.
O sentimentalismo influencia os grupos de louvor a cantarem apenas as "músicas de sucesso" tocadas nas rádios. Muitas dessas músicas não trazem edificação, mas se tornam sucessos por terem melodias ou por serem interpretadas por cantores evangélicos conhecidos. Por outro lado, há cânticos que têm profundo conteúdo espiritual e trazem mensagens lindíssimas, mas são simples em melodia.
Como já disse anteriormente, Deus deve ser requisitado para conduzir completamente o grupo de louvor. Em outras palavras, o sentimentalismo humano não deve influenciar os músicos a ponto de atrapalhar a vontade de Deus nas situações onde Ele quer agir!
 

05- Ministrando louvor ao Senhor com a congregação
Parte 01
 
Introdução
 
Queridos irmãos levitas é com muita alegria que apresento a você uma série de estudos, onde traremos o papel do Tabernáculo como se fosse o nosso ser. Não perca estes 4 estudos que seguirão seja abençoado com estas palavras e aprenda do Senhor.
 

Como devemos liderar nossa congregação em louvor e adoração?
 
Como podemos atualmente entrar com ações de graças, louvor e adoração na presença do todo poderoso Deus? Há algum desenho que as Escrituras nos permitam seguir? Há uma forma para conduzir o povo a presença de Deus? Como ministrar louvor com a Igreja?
O Salmo 100 nos mostra um formato divino para entrar na presença de Deus.
O povo Hebreu estava acostumados a cantar quando se juntavam em Jerusalém nos dias de festa.
Eles tinham uma série de salmos que cantavam. Esses eram chamados os salmos de Ascensão, ou degraus (Salmos 120-134). Quando eles se aproximavam de Jerusalém para as festas, eles começavam a cantar antes de chegar ao templo.
Os cânticos preparavam seus corações para a adoração que eles seriam envolvidos quando chegassem no templo.
Note quando os salmos dos degraus começavam; Salmo 120:1, "Na minha angustia clamei ao Senhor e ele me ouviu". E note quando os Salmos de degraus terminam; Salmo 134:2, "Levantai as vossas mãos ao santuário, e bendizei ao Senhor". Eles começam com problemas humanos, com homens angustiados, e com dificuldades, e eles terminaram com homens na presença de Deus no santuário.
 
Focalizando em Deus
 
Cantar nos cultos nos prepara para adorar. Se as pessoas derem completamente seus corações para a liderança do Espírito Santo nas reuniões, não importa o que tenha acontecido em seu dia, não importa quão angustiado, ou problemático tenha sido o seu trabalho, você será bem sucedido na adoração a Deus.
Cântico provem unidade, unidos, os crentes a vem a presença de Deus. Por isso o trabalho do líder de louvor tem grande importância para trazer o objetivo da congregação para Deus através da música.
Podemos ver muitos exemplos desses serviço pelo salmista:
Salmo 100:1 - cantar com alegria é um fator importante para conseguir a unidade das pessoas no espírito;
No Salmo 120, as pessoas estão concentradas em angústias e problemas
No Salmo 121, já estão levantando os olhos para os montes, buscando socorro, eles não podem experimentar adoração até chegar ao tabernáculo por eles mesmos;
 
Importante para os líderes de louvor
 
Nós podemos nos envolver com muitas canções que nos deixam do lado de fora do tabernáculo, as pessoas estão prontas, mas isso não é necessariamente adoração.
O foco, o resultado final de qualquer culto de canções deve ser adoração.
O plano é trazer a congregação, trazer as pessoas à presença do Senhor. Finalizando no Santo dos Santos.
Assim nos encontramos andando através do tabernáculo.
 
Entrando na presença de Deus
 
O desenho do tabernáculo é bem descrito em Hebreus 9:1-9. Podemos ver vários itens da mobília do tabernáculo. Existe um padrão, um modelo no tabernáculo que deve ser seguido hoje. O caminho do Santo dos Santos é o caminho da adoração. Deus habita no Santo dos Santos. O tabernáculo mostra-nos um modelo para chegar ao mais santo de todos os lugares.
Vamos considerar o desenho do tabernáculo e sua mobília para mostrar como um culto de canções pode liderar as pessoas a presença de Deus para adoração.
 
Continua...
 
06- Ministrando louvor ao Senhor com a congregação
Parte 02
 

O Tabernáculo
 
O Átrio: o corpo
 
O átrio representa o corpo do homem.
O Santo lugar representa a alma do homem, composto de sua mente, sua vontade e emoções;
O Santo dos Santos, refere-se ao espírito do homem.
O átrio é utilizado para ações de graças, uma vez que é uma manifestação do corpo.
O Santo lugar refere-se a alma, assim como louvor refere-se aos elementos da alma.
Adoração é oferecida no Santo dos Santos, na presença de Deus, na presença de shekinah, e toma lugar no espírito do homem.
Quando andamos no tabernáculo, passamos por três passos necessários para a adoração divina: ações de graças, louvor e adoração.
Ações de Graça: lembramos o que Deus fez por nós no passado: fomos salvos, batizados com o Espírito Santo, milagres ministrados por Deus em nossa vida. Ações de graças podem ser realizadas com canções que declarem essas coisas, ou com declarações do povo, falando ou salmodiando ações de graças ao Senhor, levantando as mãos, ou batendo palmas. Ações de graças envolvem atos do corpo em sacrifício (Salmos 33:3; 47:1; 86:12; 89:1; 95:1; 144:9).
Começamos o sacrifício com ações de graças e nos movemos para o sacrifício de louvor. Nosso corpo é comandado a se submeter em ato de sacrifico a Deus. Romanos 12:1, "Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional." Isto acontece no átrio, é onde apresentamos nosso corpos no altar.
 
Colocando nossas vidas no altar
 
O primeiro item da mobília do átrio é o altar de bronze. Estava situado na entrada do átrio. É nesse altar que o sacerdote oferecia o sangue de animais inocentes como sacrifício. Esse é o lugar onde corpos são colocados de acordo com Romanos 12. Isso acontece quando entramos em sacrifício de ações de graças. Atualmente os corpos são colocados no altar de Deus. Estamos no nosso caminho do Santo dos Santos para adorar ao Senhor.
 
Limpando nossos corpos
 
O segundo item da mobília é o lavatório de bronze. Era uma bacia grande cheia de água. A bacia era feita de metal espelhado e quando se olhava na água, se podia ver o próprio reflexo no metal. Isso refere-se a Palavra de Deus. Indica a lavagem pela Palavra de acordo com Efésios 5:26 e Hebreus 10:22.
Devemos encontrar canções de ações de graças que relatem o poder da Palavra, que relatem o grande propósito que Deus tem para nós. Quando começamos a cantar a Palavra nós reforçamos um poder espiritual especial contra as forças que podem manchar nossos corpos.
 

Continua...
 
07- Ministrando louvor ao Senhor com a congregação
Parte 03
 

O santo lugar: a alma
 
Quando nossos corpos estão sendo trazidos em submissão, nos preparamos para dar o próximo passo de acordo com o salmo 100, indo nos átrios com louvor. A palavra usada aqui para louvor é tehillah que significa cantar halal, que é a raiz da palavra aleluia, que significa fazer um show, cantar louvor extravagantemente, celebrar com canções. É assim que vamos nos átrios do tabernáculo, vamos com um tipo extravagante e exuberante de louvor.
É importante destacar que uma vez que nos movemos para canções de louvor, podemos ficar no louvor, e não reverter para canções de gratidão. Muitos líderes de louvor inadvertidamente lideram pessoas do átrio para o santo lugar e voltam para o átrio. Devemos entender o objetivo do átrio, o santo lugar e eventualmente o Santo dos Santos.
As canções de louvor vão objetivar o caráter de Deus. Elas o exaltarão pela sua bondade. "Eu cantarei as misericórdias do Senhor para sempre. Eu cantarei." Elas focalizarão em quem Ele é e as maravilhas de Suas mãos em nossas vidas.
O louvor focaliza quem Deus é. Prepara-nos para os milagres. Nos faz crer que Deus pode fazer o que Ele já fez no passado.
 
Sacrificando nossas vontades
 
Quando vamos para o Santo lugar no tabernáculo encontramos três itens da mobília que devemos considerar. O primeiro é a mesa do banquete. No topo da mesa existem doze porções de pão. Eles estão alinhados em duas filas de seis. O pão representa a vontade do homem na personalidade humana.
Louvor vem da alma do homem. Louvor não é um ato de emoção, embora as emoções estejam envolvidas com louvor. Louvor começa com um ato de vontade. Nós decidimos colocar as vestes de louvor. Este é o sacrifício que Paulo e Silas ofereceram na prisão.
O pão é uma tipologia da vontade do homem. Quando fazemos um pão a primeira coisa que fazemos é moer o trigo. Isto é o que acontece com a vontade do homem. Quando estamos da nossa maneira na presença de Deus, devemos submeter nossa vontade a Deus. Nós devemos decidir louvar ao Senhor. Jesus disse, "minha carne (ou meu alimento) é fazer a vontade dEle que me enviou".
O próximo passo ao fazer o pão é coloca-lo no forno. Nossa vontade vai através do fogo sendo submetido completamente a vontade de Deus.
Jesus disse para o Pai no jardim do Getsemani, "não a minha vontade, mas a tua, seja feita". Isso é um ato de submissão a vontade do Santo dos Santos. Nós começamos a louvar a Deus como um ato de sacrifício não importando quão difícil sejam as provações de nossa vida, quão quente a fornalha tenha parecido. Isto nos leva ao ponto de sacrifício de louvor.
 
Iluminando nossas mentes
 
O segundo item da mobília no santo lugar é o candelabro dourado de sete lâmpadas. No topo de cada lâmpada está um vaso de óleo queimando. Este candelabro é a única forma de luz no santo lugar.
O candelabro representa a mente humana; a mente humana que é iluminada pelo fogo do Espírito Santo. Uma vez mais lembramos o que Paulo disse em Romanos 12:2. Após oferecermos nossos corpos como sacrifício vivo, então não nos conformamos mais com este mundo, mas somos transformados pela renovação de nossa mente.
Um dos grandes instrumentos que Deus usa na renovação da mente humana é o poder da oração em línguas. Depois que a vontade tem sido submetida através do sacrifício de louvor, nos encontramos fluindo através do poder da oração em línguas.
Quando começamos a cantar em espírito com a congregação, existe um poder envolvente do Espírito Santo no ato de louvor. Aí estamos no processo ativo de renovação de mentes. Nossas mentes estão sendo preparados para o ato de adoração. Nossas mentes estão sendo submetidas a liderança de Jesus Cristo. É exatamente neste ponto que as guerras espirituais são travadas.
Quando fluímos em orações de línguas, estamos dando primazia ao Espírito. Estamos entrando em guerra espiritual. Estamos começando a pensar os pensamentos de Deus. Nossas mentes estão sendo renovadas pelo Espírito Santo. As fortalezas que o inimigo tem criado em nós devem ser colocadas para fora de nós quando começamos a fluir nos pensamentos de Deus.
A oração em línguas fortalece-nos no poder das guerras espirituais. As vontades tem sido submetidas pelo sacrifício de louvor. A mente tem sido submetida para o fluir do Espírito Santo. Estamos ativamente envolvidos em reprimir imaginações. Todos os pensamentos estão sendo cativos a mente de Cristo. Assim preparamos nós mesmos para o milagre e podemos começar a esperar pela mão do todo poderoso Deus.
 
Soltando nossas emoções
 
O terceiro item da mobília do santo lugar é o altar de incenso. Sempre que o sumo sacerdote vinha ao santo lugar, ele tomava um punhado de um incenso especial e borrifava sobre o carvão no altar. Resultava em uma nuvem de fumaça perfumada que atravessava o véu que separava a presença da glória shekinah de Deus do sacerdote. As roupas do sacerdote ficavam impregnadas com a fragrância do sacrifício do incenso.
Este altar representa as emoções humanas. Quando a vontade é submetida pelo sacrifício de louvor, a mente tem sido submetida pelo Espírito Santo no fluir de orações em línguas, então existe um poder fluindo das emoções.
As emoções não ditam o louvor no santo lugar. A vontade faz isto. A mente segue submissa, e como nossas mentes tem sido submetidas ao Espírito Santo, nossas emoções dão poder e uma expressão intensa através do louvor de nossos lábios e nossos corações. É aquela verdade emocional que nos traz através do véu no ato de adoração.
Nós nunca devemos nos envergonhar de nossas emoções nesse contexto, mesmo que possam parecer muito distante da realidade humana. Isto é o altar de ouro de incenso de onde uma fragrância sacrificial sobe até a presença de Deus e o dá prazer. este é o passo final que temos antes de irmos através do véu na presença da Glória Shekinah de Deus. Incenso é muito caro. Isto fala o que o sacrifício de louvor representa na submissão da alma humana para fluir no Espírito de Deus.
 

Continua...
 
08- Ministrando louvor ao Senhor com a congregação
Parte 04
 

O lugar mais santo: o espírito
 
Os crentes nem sempre entram no Santo dos Santos. Este é o ideal para os crentes virem a presença de Deus. Algumas vezes a congregação para com ações de graças. Algumas vezes ela para no louvor, então o alto louvor toma lugar e enche o altar de incenso.
Existe algo soberano, contudo, no convite para adorar. Nós nos trazemos para o ponto onde nossos corpos e mentes tem sido submetidos, mas nós esperamos o convite divino de Deus para vir a sua presença.
Quando este convite é dado, o líder de louvor deve ser sensível a ele. Ele não deve arruinar aquele momento especial. Quando esse momento acontece, isto é eletricidade. Este é o momento agora do Espírito de Deus. A congregação deve ser ensinada a responder aquele momento, e para um mover coletivo ao convite do Senhor.
 
Na presença de Deus
 
Não há uma forma programada para o momento da adoração. É um convite do Espírito Santo e devemos estar muito sensíveis para isso.
Também deve haver uma sensibilidade quando o tempo de adoração terminar, e isso pode ser necessariamente a escolha de mais uma música para trazer o povo de volta ao átrio em preparação para a ministração da Palavra. Sensibilidade Espiritual é vital para o ministro de louvor.
Para ministrar salvação, cura, libertação durante o louvor, restauração ou qualquer coisa que o Espírito Santo ordenar de acordo com a unção específica, o líder de louvor deve escolher o momento de mais alto louvor onde a unção encontra-se forte. Aí deve conduzir a fé das pessoas aos milagres sobrenaturais de Deus.
O resultado final para todo crente deve ser a presença de Deus em adoração. Estar na presença de Deus é o maior milagre de todos.
Que nós ministros de louvor sejamos mais sensíveis ao Espírito Santo, dando a Ele o lugar devido em nossos corações, para que através de nós a sua Igreja se echa de poder e unção.
 

Fim.

16. A GRANDE COMISSÃO
Tarefa Inacabada

Evangelização mundial:

Escola de Missões Mundiais - Edem
 
Últimas palavras de JESUS na terra
Estado da Grande Comissão
Uma Igreja para cada pessoa
O Evangelho para todas as pessoas
Desafios da tarefa inacabada Earth.
Status of the Great Commission.
Challenges of the unfinished task.
 
 
Mapa de Viagem
 
 
 
1. Ultimas Palavras de JESUS na terra:
 

“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações”
 
Mat 28:19 – Uma Igreja para todos as nações.
 
nações = etnias = grupos etnicos
 
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura” Marcos 16:15
 
o Evangelho para cada pessoa
 

Uma ordem de duas faces:
 

Tendo por resultado
 

God’Adoradores de
 
    "cada tribo, lingua, nação "
 
               Ap 7:9, Hab 2:142:14
 
 
 
A Church for Every People:
 
Qual é o Estado?
 

2. Estado da Grande Comissão
 
 
 
Quantos Grupos humanos há na terra?
 

Há 16.200 Grupos humanos diferentes nos países da terra
 
 

Uma Igreja para cada Povo
 

2. Estado da Grande Comissão
 
 
 
Quantos Grupos de Pessoas são Considerados não alcançados
 
Menos-alcançados?
 
(cristãos verdadeiros menos de de 2%)
 

Uma Igreja para cada Povo
 

A Estimativa atual é que existem cerca de 6.300 Povos não alcançados:
 

2.  Estado da Grande Comissão
 
 
 
Países com o maior número
 
de Povos não Alcançados
 

Uma Igreja para cada Povo

2. Estado da Grande Comissão
 
 
 
O Evangelho para todas as Pessoas
 
Qual a situação atual?
 

2. Estado da Grande Comissão
 
 
 
Tradução da Bíblia
 

O Novo Testamento foi traduzido na língua de 80% da população do mundo.  Porém os 20% restantes, requerem mais de 5.500 novas traduções .
 

Annual Rate of Portions Translated
 

O Evangelho para todas as pessoas
 

2.  Estado da Grande comissão
 
 
 
Programas de Rádio Cristão
 

É Calcula-se que o rádio Cristão  cubra 99% da população do mundo aproximadamente.
 

O Evangelho para cada pessoa
 

2.  Estado da Grande Comissão
 
 
 
Filme JESUS
 

Jesus Film Viewers
 

Aproximadamente 5.6 bilhões de pessoas assistiram o Filme JESUS  e está disponível em 90% dos idiomas conhecidos  de toda a terra.
 
 
 
 
Uma Igreja para cada grupo de pessoas
 
Total  Global                                    16.200
 
Não Alcançados / Menos Alcançados  6.300
 

Resumo do Estado
 

O Evangelho para cada pessoa
 
Verdadeiros Cristãos 10%
 
Cristãos Nominais        20%
 
Não ao Evangelho        40%
 
Nunca ouviram          30%
 

2. Estado da Grande Comissão
 
 
 
Por que a Grande Comissão não foi completada?
 

3. Desafios da Tarefa Inacabada
 
 
 
* Desafio Espiritual*
 

A Janela 10x40 é um Campo de Batalha Espiritual
 

Mais Cristaos foram mortos no século XX, que nos 19 séculos passados.
 

3. Desafios da Tarefa Inacabada
 
 
 
Grupo de pessoas restantes são as mais difíceis de alcançar
 

Estes grupos de pessoas não alcançadas são:
 
  Locais geográficos isolados - remotos  
 
  Idioma difícil e barreiras culturais  
 
  Fundamentalismo religioso / anti-cristão  
 
  Mais resistente a Evangelho
 

* Desafio de Pessoas *
 

3. Desafios da Tarefa Inacabada
 
 
 
Os Países com maior número de povos não alcançados tendem a ser fechados ao Cristianismo
 

AFEGANISTÃO
 
* 28 milhões de pessoas, 1500-2000 cristãos, .0071%, * Estado islâmico rasgado por guerra há mais e 23 anos * 48,000 mesquitas mas nenhuma Igreja Evangélica * Nenhum rádio Cristão, livraria, centro de treinamento, * Mais de 75 grupos de pessoas não alcançadas *Renda anual comum de $240 dólares por pessoa *Probabilidade de vida de 46 anos
 

* Politico / Desafio National *
 

3. Desafios da Tarefa Inacabada
 
 
 
Desequilíbrio na Distribuição de Missionários
 

Mais de 85% dos Missionários estão atuando entre Cristãos.
Para cada 1 milhão de Muculmanos não alcançados há apenas 3 missionários
 
 
* Desafio da Igreja *
 

3. Desafios da Tarefa Inacabada
 

Desequilíbrio na aplicação dos recursos para Missões
 

Questão: Para cada $100 de Cristãos o que é investido no envio de missionários e para implantação de igrejas entre os povos não alcançados?
 

Resposta: $1
 
ents
 
 
 
Quem serão os Adoradores
 

“Depois destas coisas olhei, e eis uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, que estavam em pé diante do trono e em presença do Cordeiro, trajando compridas vestes brancas, e com palmas nas mãos;” Ap 7:9
 
 
 
Escola de Missões Mundiais
 
 1. Qual o maior país do mundo?  a. China  b. EUA  c. Russia   d.  Não sei.
 
2. Qual a meta da grande Comissão?
 
Fazer discípulos de todas as nações             b. Levar o Evangelho a toda pessoa
c. Encha a terra do Reino e Glória de Deus       d. Tudo o anterior
O que a palavra nações "significa em Mat.28:19" Vá então e faça os discípulos de todas as nações "?                                                        a.Todos os países                     b. Todas as etnias e grupo de povos           c. Todas as línguas                d.  Todas as respostas anteriores
4.         Qual a quantidade de  grupos étnicos por país existe no mundo?  
 
a.    2.400 b.  16.200       c.  8.000 d.  28.000
5.         Aproximadamente quantos grupos étnicos são considerados não alcançados / menos-alcançados?     a.  1.600    b.   3000      c. 6. 300   d. 12.000
 
6.       Que país tem o segundo maior número de não alcançados/ menos-alcançados grupos étnicos?   a.Pakistan b.  China   c.  India  d.  Indonesia
 
 
 
7. Que porcentagem da população do mundo tem o Novo Testamento em sua língua materna?
 
70% b. 80% c. 90%    d.  95%
8.        Aproximadamente, quantas pessoas assistiram ao Filme JESUS?
 
200 million b. 3.7 billion    c.  4.0 billion    d.  5.6 billion
9.       Qual a percentagem da população do mundo que não tem acesso ao Evangelho?    a.      30%  b.20%  c.  10% d.   5%
 
10.      Mais cristãos foram martirizados no século 20 do que nos 19 séculos precedentes combinados.     Verdade  (   ) b.  Falso  (    )
 
11.     Para cada um milhão de não alcançados muçulmanos, existem menos de 3 missionários
 
Verdade  (   )  b.  Falso  (    )
12.      A cada $100  gasto em todas as causas cristãs, quanto a igreja tem investido para implantar igrejas entre os povos não alcançados?  a.  $ 10    b. $ 5        c.  $1     d. $ 0,05        

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17.Cuidado Pastoral        
 GRUPO DE CUIDADO INTEGRAL DO MISSIONÁRIO
 
Esse grupo surgiu a partir de 1999 quando houve a primeira Consulta sobre o Cuidado Pastoral do Missionário, organizado pela AMTB e APMB em Foz do Iguaçu. Fomos privilegiados com a presença de pessoas experientes como Kelly O'Donnel, Marjorie Foyle, Bill Taylor e outros. Márcia Tostes, João Marcos Cardoso de Sousa e Antonia Leonora van der Meer, estiveram presentes, já estavam comprometidos com essa causa e ficaram muito inspirados e encorajados com o que ouviram e aprenderam. A partir daí está surgindo, pouco a pouco esse grupo comprometido com o Cuidado Integral do Missionário.
Podemos perguntar: Mas por que o missionário deve ser alvo de cuidados especiais? Ele não é uma pessoa chamada por Deus, sustentada e capacitada por Deus? É, mas continua sendo um ser simplesmente humano, não mais nem menos forte que os outros cristãos. E vive situações muito mais desafiadoras e difíceis. E vive essas situações sem todos os grupos de apoio que teria em casa: a família, a igreja, os amigos, etc. O missionário deixa tudo que lhe é familiar para integrar-se em culturas estranhas, onde não sabe falar, não sabe como se comportar, não entende a maneira do povo pensar, não entende os hábitos religiosos do povo. Só esse desafio de integrar-se, de encarnar-se numa cultura, língua e contexto estranho, respeitando e amando pessoas tão diferentes já causa um desgaste emocional e psíquico muito grande.  
         
Mas o missionário não está simplesmente ali para sobreviver, ele/a deseja fazer diferença, ser uma bênção, comunicar uma mensagem. Aí entra toda uma nova série de desafios. Mesmo que o povo esteja aberto, eles já tem sua maneira de interpretar o mundo e a realidade e provavelmente vão ouvir uma mensagem diferente do que o missionário pensa transmitir. Assim ele/a precisa estar muito atento/a para perceber o que estão ouvindo, e assim continuar comunicando de forma cada vez mais compreensiva. Mas muitos povos sentem a presença missionária como ameaça a sua religião, a sua família, a sua identidade, e aí surgem reações muito mais fortes, e por vezes agressivas, e é necessário aprender a lidar com elas de maneira sábia, paciente, com oração, respeito e amor.
           
Além disso devemos pensar no contexto. Muitos missionários são chamados para contextos onde predomina a violência, a guerra, extrema pobreza e miséria, corrupção, abuso de poder, abuso sexual, seqüestros. Há também situações onde o HIV/AIDS se tornou endêmico, morrem pais, mães, crianças, outras tantas ficam viúvas e  surge uma sociedade desestruturada, e muito carente. Além de AIDS também a malária, a doença do sono, e outras enfermidades como a gripe das aves são uma ameaça constante à vida. Como servir bem, no amor de Jesus, em tais contextos?
 
Outro grande desafio são os filhos dos missionários, possibilidades e dificuldades em providenciar estudos, o fato de se adaptarem a outra cultura e depois se sentirem estranhos em seu país de origem.
   
Tudo o que foi descrito acima dá umas poucas pinceladas no que significa ser missionário transcultural. Sem uma preparação adequada, tanto bíblica como missiológica como também espiritual e psicológica fica muito difícil o missionário enfrentar e permanecer firme em tais situações. Mas não é só a preparação pré-campo que é importante, o missionário precisa ser acompanhado e sustentado pela sua igreja, o que inclui o sustento financeiro adequado e fiel, mas vai muito além. Ele deve saber que há  pessoas que sabem o que ele está passando, que lêem suas cartas e mensagens, que oram todos os dias, que respondem como podem a suas necessidades, que não o deixam sozinho. Mesmo com o melhor apoio possível de sua igreja e agência surgem situações mais difíceis que o deixam confuso, surge sobrecarga de trabalho, surgem relacionamentos desgastantes e outras dificuldades e chega a hora em que ele precisa de cuidado pastoral, ou psicológico, precisa de momentos de restauração e de repouso. E é por isso que o grupo surgiu e procura servir os missionários, de qualquer campo, agência ou igreja.
Pessoas desse grupo tem trabalhado no preparo do missionário pré-campo, tem visitado missionários no campo, organizado encontros de restauração para missionários, tem praticado o "debriefing", um ouvir focalizado nas experiências e lutas do missionário, uma oportunidade para este desabafar, e expressar suas dúvidas, dores e angústias. Além disso, temos organizado consultas para líderes que querem cuidar melhor de seus missionários. E tem sido publicado um fórum por e-mail com artigos para orientar e inspirar pessoas que querem cuidar de missionários, e para os próprios missionários. Temos alguns endereços onde missionários cansados podem ir e passar um tempo para repouso, recebendo apoio pastoral. E promovemos a publicação, pela Descoberta, do livro: O Cuidado Integral do Missionário, uma versão adaptado do original em inglês, editado pelo Kelly O'Donnel. Algumas pessoas do grupo estão pensando especificamente no apoio a filhos de missionários.
 
Nosso grupo é composto por missionários experientes, por líderes de agências, por pastores, treinadores, e psicólogos. Quem deseja maiores informações por favor entre em contato conosco através da Celi Santos, email:  celipes@yahoo.com.br Este endereço de e-mail está sendo protegido de spam, você precisa de Javascript habilitado para vê-lo .
Envie perguntas, sugestões, testemunhos, compartilhe suas dores, encaminhe-nos pessoas que precisam de apoio. Não prometemos oferecer a solução para todos os problemas, mas faremos o possível para ajudar.
 

 
18. COMO ELABORAR UM ESTUDO BÍBLICO INDUTIVO
Marcus Solon de Oliveira
    O primeiro passo para a elaboração de um EBI é a observação do que exatamente o texto diz acerca dos fatos, dos personagens, da importância de certos acontecimentos e declarações e isso exige uma mente aberta, livre de preconceitos ou influências não bíblicas. Não devemos esquecer que ao estudarmos a Bíblia devemos ver os fatos e entender as idéias de acordo com os valores da própria Palavra de Deus.
FASE 1 - OBSERVAÇÃO
A) OLHE
1.        A forma literária: se narrativa (enfatiza acontecimentos), se discursiva (enfatiza idéias), se profética (enfatiza revelação).
2.        A estrutura: divisões principais; como as ações e as idéias se desenvolvem até chegarem a um desafio.
3.        O contexto: informações históricas da época (contexto social e espiritual, vínculos que vêm ates e depois e textos paralelos), detalhes que ajudam a entender melhor a mesagem, os conflitos e as dificuldades.
4.        As chaves gramaticais: uso dos verbos (tempos, modos e vozes)
B) PERGUNTE
   Personagens (quem / como se relacinam / o que o texto diz deles)
   Circunstâncias (onde / quando / por que)
   Mensagem Central (que é / como é apresentado)
   Conseqüencias (resultados negativos e positivos e suas implicações)
C) OBSERVE
A recepção de palavra, a comparação de idéias com coisas conhecidas.
 
FASE 2 - INTERPRETAÇÃO
A) ANALISE O SIGNIFICADO NATURAL
1.        Busque o significado natural (entender a palavra literalmente, especialmente, textos bíblicos)
2.        Busque o significado original (o que o autor e o orador quiseram comunicar)
3.        Busque o significado coerente
4.        Faça uso de recursos bibliográficos (dicionários, comentários e/ou dicionários bíblicos)
5.        Traduza as palavras difíceis numa linguagem atual (termos técnicos, conceitos teológicos)
B) AVALIE OS FATOS (Idéia mais importante)
C) CORRELACIONE AS IDÉIAS
D) INVESTIGUE OS PONTOS DIFÍCEIS OU INCERTOS (recorra a dicionários bíblicos)
 

 
Textos Estratégicos
 
19.Profissionais em Missão
 
Parte I - Profissionais e missionários
 
A. M.
Oficialmente, desde a Reforma as igrejas evangélicas aceitam a doutrina do sacerdócio universal dos santos, ou, em outras palavras, que não existe diferença entre pessoas especialmente consagradas a Deus, capazes de realizar ofícios religiosos, e os que simplesmente crêem, “os que seguem os ungidos do Senhor”. Porém, mesmo com essa doutrina oficial, ainda estamos muito presos ao sistema que divide clero e leigos.
 
Os pastores e missionários são vistos como uma classe à parte; se não
são mais santos, pelo menos deveriam ser. Certamente devem ser mais capazes de servir no ministério cristão. Por alguns, são vistos como um tipo de parasitas: não trabalham e dependem sempre do dinheiro dos outros. Já os que trabalham para ganhar seu próprio pão são os cristãos “normais”, menos santos, menos consagrados e menos capazes no serviço cristão. Os primeiros seriam chamados a sofrer por sua fé; os últimos, a seguir como podem, porque sua responsabilidade principal é o trabalho de cada dia.
 
Mas não foi sempre assim. Na Bíblia, a maioria das pessoas que Deus
chamou e usou eram profissionais. Moisés já tinha 20 anos de “carteira assinada” na corte egípcia, mais 40 anos de pastor de ovelhas em Midiã. Como aposentado, começou uma nova carreira, a mais exigente de todas. Daniel era um administrador público capaz e respeitado, que deu seu testemunho fiel e constante durante todo o período do Império Babilônico e no início do Império Medo-Persa. Amós era um roceiro que possuía uma consciência sensível e um forte compromisso com Deus. Por um tempo, deixou a roça aos cuidados da
família para fazer uma viagem missionária a Israel. O próprio Jesus
gastou mais anos na marcenaria do que no ministério de pregador itinerante.
Paulo é conhecido como fazedor de tendas e defendeu essa posição em seu ministério pioneiro para evitar ser visto como alguém que era pago para difundir uma religião e para dar exemplo de trabalho honesto para os cristãos.
Depois dele surgiram Priscila e Áqüila, seus colegas e amigos, que se tornaram cooperadores no ministério, hospedaram a igreja em sua casa e chegaram a arriscar suas vidas por amor ao evangelho.
 
E hoje? Cada vez mais entre povos não alcançados não há oportunidades
para missionários tradicionais. Além disso, em vários contextos, a pessoa que ganha para difundir sua religião é vista com certa desconfiança. Em contrapartida, há muitas vagas para profissionais capacitados, dispostos a servir em outras culturas: pessoal da área de saúde, informática, professores, agrônomos, engenheiros etc. Principalmente se não exigirem condições de vida muito boas, salários muito elevados, tiverem disposição para se integrar em novas culturas e mostrarem flexibilidade para diferentes tipos de trabalho. Enquanto prestam bons serviços, sempre surgem oportunidades para testemunhar de sua fé. Uma pessoa amiga foi para um dos países considerados muito fechados e, em menos de um ano, conseguiu visto de residente. Outra conseguiu uma vaga como professora na universidade local.
Outros se integraram de maneira significativa na cultura local e
mostram amor em seus relacionamentos.
 
Como brasileiros, geralmente somos bem recebidos, pois não representamos uma ameaça econômica ou política. Nossa falta de influência na política internacional, nossa habilidade no futebol, nossa imagem de pessoas comunicativas são vantagens que podem ser aproveitadas. Também temos alguns problemas. Devido a nossas novelas e ao Carnaval, as mulheres brasileiras são vistas como fáceis ou como terríveis, o que pode trazer algumas dificuldades nos elacionamentos.
 
Queremos aproveitar esse grande desafio missionário, que não é novo,
mas cada vez mais atual e urgente, e encorajar o envio de muitos
brasileiros, bons profissionais, para vários lugares carentes da graça de Deus e de alguns serviços profissionais.1
 
Que Deus se sirva de nós para a sua glória!
 

Nota:
 
1. Para facilitar contatos relacionados com esse trabalho surgiu a AFTB
(Associação de Fazedores de Tenda do Brasil; e-mail:
cris_abu@yahoo.com.br;
tel: 31 3491-5720).
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Parte II - Profissionais missionários no Brasil:
Uma história que está sendo escrita
 
D. B.
Francisco e Ana sempre se envolveram com as questões sociais e
políticas do Brasil. Mas um dia sentiram que poderiam ser úteis também fora, em algum lugar ainda mais necessitado. Estudaram missões e foram para Moçambique.
Depois de algumas experiências frustrantes, juntaram-se a uma
organização humanitária cristã e serviram por uns bons anos naquele país.
Paralelamente ao exercício profissional, apoiaram grandemente o trabalho evangélico local. Isso foi na década de 90.
 
Qual o pano de fundo histórico para que este casal seguisse o exemplo
de outros e se tornasse fazedor de tendas? Vejamos um pouco (muito pouco) da história do envolvimento de profissionais em missões no Brasil, dividindo-a em três ondas.
 
A primeira onda (1885-1950)
 
A primeira onda se caracterizou pelos profissionais missionários que
vieram para a nossa terra. Muitos desconhecem que o primeiro missionário a se fixar de forma permanente no Brasil foi o free-lancer Robert Kalley (1809-1888) — intitulado médico, missionário e profeta por um de seus biógrafos.1 Dr. Kalley veio da Escócia em 1885 com sua segunda esposa, uma musicóloga que fundou uma instituição de ajuda a carentes. Dr. Kalley tanto pastoreava como praticava a medicina. Ajudou a debelar a epidemia de cólera que aconteceu em
Petrópolis, em novembro de 1855, e a epidemia de febre amarela no Rio
de Janeiro, em julho de 1858.2
 
Ele e dona Sara foram os primeiros. Mas vieram outros e agradecemos a
Deus por todos esses que, muito antes de usarmos o termo “fazedores de tendas”, se deram como profissionais e missionários para o nosso povo e marcaram a nossa história.
 
É importante citar aqueles que iniciaram e apoiaram o movimento
estudantil no Brasil. Cem anos depois da vinda do casal Kalley, Ruth Siemens, professora e diretora de escola, e Robert Young, professor
universitário, fundaram a Aliança Bíblica Universitária do Brasil (ABUB). Eles não abandonaram suas profissões para ministrar entre os estudantes; pelo contrário, sua vida profissional também produzia frutos por si mesma servia de modelo para seus discípulos.
 
 
 
 
 
 
 

A segunda onda (1950-2000)
 
Aí começaram a surgir profissionais brasileiros comprometidos com a
missão. E foram muitos! Professores que ensinaram tanto a sua área de
conhecimento como o evangelho. Arquitetos e engenheiros que contribuíram, muitas vezes de forma voluntária, com projetos de construção de um sem-número de igrejas e instituições para-eclesiásticas por este Brasil afora. Médicos e demais profissionais de saúde que se dedicaram ao cuidado físico, principalmente
dos mais necessitados; fundaram clínicas e hospitais.
 
Administradores, contadores, secretários e secretárias, que dedicaram seus dons e talentos em instituições sociais. Lembramos do exemplo de alguém que completou 40 anos de ministério em 2003: Robinson Cavalcanti. Ele mesmo diz: "Dou graças a Deus por [...] ter minha própria fonte de renda secular (ser um "fazedor de tendas"), o que me tornou menos vulnerável aos sistemas eclesiásticos".3
 
Assim, já estamos falando da segunda onda do movimento de profissionais missionários. Não se sabe exatamente quando o termo “fazedores de tendas” passou a ser usado no Brasil. Mas foi a partir de 1976, no histórico Congresso Missionário, realizado em Curitiba, pela ABUB, que vimos, com certeza, a concretização da idéia que o termo transmite.
 
Nas palavras de Dieter Brephol,Temos visto, em todo o Brasil, jovens dando à sua vida profissional um sentido totalmente novo. Estudantes de medicina, em busca de oportunidades missionárias em suas vidas, entregam sua profissão à disposição de Cristo.
Estudantes de letras e comunicações pesquisam possibilidades de usar
seus conhecimentos na obra do Senhor. Psicólogos estudam maneiras de
contribuir com a sua especialidade no aconselhamento pastoral, no serviço aos membros da igreja e à sociedade. Na área de educação, na área técnica, temos visto jovens orando pela orientação de Deus, buscando-lhe a vontade, para darem à sua profissão um sentido vocacional. Deus está chamando jovens de todo o Brasil, pedindo-lhes suas vidas, profissão, futuro, sonhos — tudo — para serem gastos a seu serviço!4
 
E no Pacto do Congresso, lemos:
Reconhecemos que a missão não pode ser um departamento isolado da vida da Igreja, fazendo parte da própria essência desta, pois “ou a igreja é missionária ou não é igreja”; assim que a missão envolve a cada cristão na totalidade de sua vida, substituindo, pelo sacerdócio universal, o errôneo conceito da exclusividade de ser missionário por profissão. Nós estamos profundamente preocupados pela falta desta visão missionária na Igreja no contexto latino-americano.
 
 
 
 
 
5
 
Iniciativas mais ousadas começaram a surgir. Os profissionais
brasileiros viram que também poderiam dar sua parcela de contribuição em missões transculturais — não se tratava de deixar de lado a missão integral, mas vivê-la em campos distantes, em outras culturas. Vimos profissionais alcançando indígenas brasileiros com os barcos de assistência integral na Amazônia, por exemplo. Vimos outros indo principalmente para países da África de língua portuguesa e, depois, Timor Leste. Nesta fase, a Visão Mundial Internacional teve um papel preponderante. Acreditou nos profissionais brasileiros e os enviou para o campo transcultural.
 
O que caracterizou esta segunda onda foi a questão da independência, em todos os sentidos: o profissional era auto-enviado, auto-sustentado, auto-suficiente... Bom, na verdade ele não era tão “auto” assim... Por isso mesmo esse modelo teve muitas e sérias limitações. O profissional, sem apoio pastoral, nem compromisso formal com sua igreja local, nem apoio de uma agência missionária, nem uma equipe de campo, voltava esgotado. Como os missionários convencionais, ele dava muito de si, e nada recebia. Por outro lado, ele desconhecia outros modelos e agências no Brasil que pudessem apoiá-lo. Nessa fase, foram fundamentais algumas publicações, que eram o único suporte desses fazedores de tendas: Jesus Cristo, Senhorio, Propósito
e Missão (ABU Editora, 1978), que é o compêndio do Congresso
Missionário de 1976; Fazedores de Tendas Hoje! (Sepal, 1992); Profissionais em Missões
 
– Um Guia para o Fazedor-de-Tendas (Vida Nova, 1995); e A Hora e a Vez dos Leigos (ABU Editora, 1998).
 
Em 1983 o Centro Evangélico de Missões (CEM) surgiu como uma escola
missionária com forte ênfase no preparo de fazedores de tendas. Já em
1993, num evento especial e histórico, o livro Fazedores de Tendas Hoje! foi lançado no CEM, com a presença do autor J. Christy Wilson, ex-professor no Afeganistão por muitos anos, do médico em Angola Stephen Foster, e de Robson Ramos, diretor da PROEMI – Profissionais em Missão.
 
Esta foi uma fase de despertamento, conscientização, primeiras
experiências.
Mas a estratégia ainda precisava amadurecer.
 

A terceira onda (nossos dias)
 
E assim entramos na terceira onda, que é muito recente. Trata-se de uma fase mais articulada. Reconhecidas as limitações da fase anterior, os próprios ex-fazedores de tendas, os fazedores de tendas atuais e os futuros fazedores de tendas procuram se conhecer, se associar, trocar informações e trabalhar juntos.
 
No dia 5 de novembro de 2001, último dia do Congresso Nacional da
Aliança Bíblica Profissional, foi organizada a AFTB – Associação de Fazedores de Tendas do Brasil. A AFTB surgiu ligada à ABUB e à TIE – Tentmakers International Exchange.
 
Outro acontecimento histórico foi a parceria estabelecida entre o
Centro Evangélico de Missões e a missão Interserve, que envia profissionais para o Mundo Árabe e partes da Ásia. Desde 10 de agosto de 2003, a Interserve no Brasil, com o apoio da Interserve do Canadá, tem desenvolvido esforços para que brasileiros também se juntem aos cerca de 600 profissionais que servem nessa área do mundo.
 
Esta fase está apenas começando, mas temos visto Deus unir forças e
abençoar. É a história do movimento que está sendo escrita hoje.
 
Igrejas e agências missionárias estão se abrindo para o fazedor de
tendas. Ainda é uma minoria, mas é um começo.
 
A questão estratégica é cuidadosamente avaliada. Sabe-se que em 60
nações não-alcançadas com o evangelho, a maioria nações empobrecidas, o missionário convencional simplesmente não entra. Por isso muitos especialistas têm dito:
é a hora dos fazedores de tendas. E o Brasil começa a participar deste movimento global.
 
Algumas palavras que fazem parte do novo discurso são: a) missão
integral: o mandato cultural e o mandato evangelístico juntos são a base da vocação do profissional cristão; b) preparo: o fazedor de tendas deve ter um bom preparo, como todo missionário; b) humildade: o auto-sustento deixou de ser a característica principal do fazedor de tendas, pois muitos precisam de recursos adicionais para viverem em países que não podem pagar bons salários; a humildade também é necessária para aprender língua e cultura diferentes, e para trabalhar em equipe; c) envio pela igreja local: e não
“auto-envio”, como acontecia anteriormente; d) equipe: o fazedor de
tendas passa a fazer parte de uma equipe no campo, evitando o isolamento; e) excelência profissional: não se pode fingir de profissional nem tampouco “usar” a profissão apenas para obtenção de visto; espera-se que o fazedor de tendas tenha consciência de que também está servindo a Deus em sua profissão no contexto da missão integral; f) parceria: na maioria das vezes é preciso realizar uma parceria entre o fazedor de tendas, a igreja local e uma ou
mais agências missionárias; além da parceria com as nações historicamente enviadoras, unindo a experiência destas com o nosso entusiasmo e outros aspectos da nossa cultura; g) apoio pastoral: tanto quanto os outros, os profissionais precisam de cuidado pastoral integral; h) “reciclagem”: o profissional pode e deve interromper seu trabalho no campo eventualmente para aprimorar-se profissionalmente.
 
* * *
 
Francisco e Ana voltarão para o campo, agora nos moldes da terceira
onda.
Desta vez, eles vão para um país do Mundo Árabe. Serão enviados pela
igreja local e por duas agências missionárias: uma denominacional, brasileira, e outra interdenominacional e internacional, que fizeram uma parceria entre si. Terão apoio financeiro de várias igrejas brasileiras, já que lá não receberão salário — diferentemente da experiência anterior em Moçambique.
Não terão mais a facilidade de usar o português. Precisam aprender mais duas línguas para viver entre um povo “não-alcançado”. Farão parte de uma equipe internacional no campo. Terão apoio pastoral. Algumas vezes participarão de um encontro maior com outros fazedores de tendas em situação similar.
Darão tudo de si aplicando seus conhecimentos num trabalho de desenvolvimento comunitário integrado. Criarão os filhos numa outra cultura, bem diferente da brasileira. Os desafios são maiores, mas também é maior o apoio que terão.
 
O que acontecerá com eles e com muitos outros só Deus sabe com certeza.
Como os brasileiros se comportarão em equipes multiculturais? A igreja brasileira será fiel no sustento desse novo modelo de missionário? Conseguiremos cobrir os orçamentos? Seremos capazes de prestar-lhes o apoio pastoral que precisam?
 
Que Deus nos ajude a responder a estas perguntas com o melhor de nós.
Assim continuaremos a escrever a história dos profissionais missionários brasileiros e ela ficará cada dia mais bonita, para a honra e glória do Senhor da Seara!
 
Notas:
 
1. CARDOSO, Douglas Nassif. Robert Reid Kalley: médico, missionário e
profeta. Edição do autor: 2001. 176 p.
2. CÉSAR, Elben M. Lenz. História da Evangelização do Brasil; dos
jesuítas
aos neopentecostais. Viçosa: Ultimato, 2000. p. 83.
3. CAVALCANTI, Robinson. Viver é pensar; as alegrias e tristezas de um autor cristão. Ultimato, Viçosa, nov./dez. 2003, p. 41.
4. BREPHOL, Dieter et. al. Jesus Cristo: senhorio, propósito, missão.
São Paulo: ABU Editora, 1978. p. 5-6.
5. Idem. p. 123-124.
 
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Texto baseado em palavra proferida em 28 de outubro de 2003 no fórum
temático “Ministério do Povo de Cristo/Missão Integral” durante o
Segundo
Congresso Brasileiro de Evangelização, em Belo Horizonte, MG.
 
 
 

EVANGELIZAÇÃO E RESPONSABILIDADE SOCIAL
 
            Por Carlos Queiroz
 
 
 
Evangelização e o conflito com a teologia do Evangelho Social
Antes do Séc XIX evangelização e ação social foram sempre práticas
evidentes nas comunidades cristãs, sem necessidade de explicações sobre qual dessas vocações era a mais importante ou de como se relacionavam entre si. As comunidades do povo de Deus, os grandes líderes da história da cristandade exerceram sempre a vocação de proclamação do evangelho com o testemunho de suas vidas, comunicando as verdades proféticas da vontade de Deus, cuidavam
dos pobres através das obras de misericórdia, lutavam por justiça. Os
seguidores de Jesus Cristo agiram sempre assim como prática natural em suas vidas. Sobre este assunto, suas narrativas tinham finalidades mais testemunhais do que teológicas.
A necessidade de uma articulação teológica sobre a relação entre
evangelização e responsabilidade social está vinculada,principalmente
ao contexto histórico protestante. Não há como desvincular o tema como resposta ao abismo criado entre o movimento do “evangelho social” (Séc XIX), nos Estados Unidos e Europa, capitaneado pelos denominados teólogos liberais e a reação contraria dos fundamentalistas. A teologia da Missão Integral é,
portanto, uma iniciativa de um segmento evangélico, os denominados
evangelicais, que consegue transitar nos dois cenários, selecionando
aspectos que considera relevante e fundamental a natureza do evangelho de Jesus Cristo presentes nos dois ambientes. Talvez, os dois símbolos deste processo seletivo sejam a reafirmação das Escrituras como Palavra de Deus e a participação sócio-política da igreja nos processos de construção da sociedade, - vertentes, respectivamente: a primeira da teologia fundamentalista, a segunda da teologia liberal.
O Congresso de Lausanne-Suiça, em 1974, foi um momento histórico
significativo de síntese teológica, comunhão, busca de diálogo,
sensibilização e desafio estratégico. De fato, Lausanne representou o
marco posterior a vários movimentos tanto continentais quanto internacionais,alguns na tentativa de reafirmar uma das tendências; outros, na busca de diálogo e aproximação.
John Stott comenta a respeito do seu sentimento antes da Consulta em
Grand
Rapids, Michigan – 1982, sobre o tema da Evangelização e
Responsabilidade Social: “...Confesso que cheguei em Grand Rapids, bastante apreensivo.
As teses e as reações às teses distribuídas de antemão eram críticas dos posicionamentos mútuos, às vezes de uma forma áspera. Como poderíamos chegar a um acordo? Mas, além dos temores naturais, havia uma confiança que Deus pode nos unir se nos humilharmos sob a autoridade da sua Palavra.”
(STOTT; 1983: 8).
No que se refere ao nosso tema os principais documentos de Lausanne
indicam que tanto a evangelização quanto a responsabilidade social fazem parte de uma mesma missão. Numa parte do Parágrafo 5 do Pacto de Lausanne, encontramos: “Embora a reconciliação do homem com o homem não seja reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos que a evangelização e o envolvimento sócio-político são ambos parte do nosso dever cristão”.
Vejamos ainda alguns retalhos do Relatório da Consulta Internacional
realizada em Grand Rapids sobre a mesma temática:
“A ação social e a evangelização são como as duas lâminas de uma
tesoura, ou como as duas asas de um pássaro. (...). Tanto a evangelização pessoal quanto o serviço pessoal são expressões da nossa compaixão. Ambos são formas de testemunhar de Jesus Cristo, e ambos deveriam surgir de reações sensíveis às
necessidades humanas” (STOTT; 1983: 21 e 39).
O fato do tema, no cenário protestante, ter surgido dessa ênfase dos
fundamentalistas em priorizarem somente a proclamação do evangelho aos “povos não alcançados” e os liberais a ênfase em projetos sociais e políticos, tem se evidenciado um equívoco, quase generalizado, que ao se pensar em Missão Integral esteja-se levando em consideração apenas esses dois aspectos da missão, sem a inclusão de outros elementos ou ministérios importantes, tais como: espiritualidade, comunhão e discipulado, liturgia, etc..
Além de outros aspectos, como: cultura e evangelho, estilo de vida
simples, eclesiologia, evangelho e marxismo, evangelização de mulçumanos, etc., em Lausanne, de fato, como já temos afirmado, destacou-se a temática da evangelização e da responsabilidade social da igreja com a finalidade de evitar ou diminuir a dicotomia entre estas duas vocações da igreja.
Portanto, o assunto teve sua importância e relevância, mas vale-se
salientar também que esta tensão não atingiu a todos os segmentos do
cristianismo. Nas missões católicas, por exemplo, todas as pastorais incluem a proclamação e os serviços sociais e políticos como tarefa evangelizadora. Nas comunidades cristãs entre os pobres, evangelização e questões sociais fazem parte do cotidiano e das liturgias. Veremos sobre isto mais adiante.
Entre os que assinam o Pacto de Lausanne, ainda persiste o desafio para um engajamento mais comprometido com a evangelização do mundo e a responsabilidade social em favor dos empobrecidos. Há críticas de que este segmento, mesmo sendo sensível e esclarecido sobre a problemática da pobreza no mundo, possui ainda pouca gente engajada nas lutas de superação e combate as injustiças geradoras da pobreza.
Em Lausanne-Suiça, representantes da América Latina como René Padilha e Samuel Escobar enfatizaram com mais profundidade a relação entre igreja e mundo, o desafio das injustiças sociais, a missão da igreja como agência de libertação dos oprimidos, a missão como ato divino para restauração de toda a criação. Lausane II, em Manilla-Filipinas
 
Padilla e Escobar assumiram tarefas mais periféricas e numa espécie de boicote dos dirigentes do evento, não apareceram vozes do chamado Terceiro Mundo que garantissem o mesmo conteúdo. Neste aspecto o silêncio sobre as injustiças políticas e econômicas capitaneadas pelas potências internacionais foi retrocesso, se comparado ao primeiro compromisso na Suíça. Portanto, Lausanne-1974
representou uma sensibilização, uma tentativa de despertamento pela via teológica, uma iniciativa estratégica de unidade em missão, um clamor a soberania de Deus, acolhimento ao sopro do Espírito sobre a comunidade de Jesus Cristo para um maior engajamento em favor dos empobrecidos e oprimidos. Um chamado a adoração profunda, a unidade de todo o povo de Deus, um esforço pela edificação doutrinária, um desafio a evangelização do mundo: através de um testemunho relevante, anuncio das boas novas do reino de Deus, prática das obras de misericórdia e justiça.
Queremos retomar o tema sob as seguintes perspectivas:
1. Cremos que Deus procura se revelar a humanidade com vistas a
restauração de toda a sua criação. Evangelização e responsabilidade social estão a serviço deste propósito amplo de Deus.
 
2. Deus se revela de várias maneiras, mas preferencialmente através de pessoas em “comunidades do povo de Deus”. O Espírito Santo gera a nova humanidade que, em comunidades, vive e expressa amor a Deus e a todas as pessoas.
 
3. Evangelização e responsabilidade social devem ser compreendidas e praticadas, levando-se em consideração outros ministérios das
comunidades de Jesus Cristo. Jesus Cristo é o modelo e suas comunidades prolongamento da mesma missão.
 
1. DEUS SE REVELA PARA RESTAURAR TODA A SUA CRIAÇÃO
Começo este estudo tomando como base a fé cristã que acredita na
existência de um único Deus: Pai, Filho e Espírito Santo; que toma a iniciativa de se fazer conhecido a todas as pessoas. Age de maneira tal que todas as pessoas possam compreender a sua vontade soberana, e assim tenham a oportunidade de responder em obediência aos seus mandamentos. Entendo que Deus tem se manifestado das mais variadas formas: de uma maneira mais geral, manifesta-se na natureza, manifesta-se através de seres humanos – os profetas e os pobres principalmente; revela-se nas Escrituras e revelou-se
plenamente na encarnação do Jesus Cristo de Nazaré (Jo 1:1-4, 14; Hb
1:1-4); cujo propósito fundamental foi o de servir para salvar e regenerar toda a criação de Deus. Aqui está um primeiro aspecto que será sempre enfatizado ao longo dos nossos comentários: a crença no
 
 
 
Deus que ama e por causa do seu amor, revela-se para salvação e regeneração de toda a sua criação. Se assim acreditamos, a evangelização tem implicações sociais, políticas e ecológicas. Por isso a natureza também “geme” e reage aguardando a sua libertação e restauração de todas as coisas (Rm 8.21-24).
Isto posto, evangelização e responsabilidade social só fazem sentido
quando forem sinais da revelação de Deus. De modo que “...vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” (Mt 5: 16). Deus é visto e reconhecido, amado e desejado ou repudiado (neste caso, pelos ímpios);
quando seus filhos e filhas, em comunidade, expressam o seu amor e a
sua justiça. A missão das comunidades do povo de Deus deve estar focada no propósito amplo da missio Dei,A missão pode ter como ponto de partida a pessoa que responde a proclamação do evangelho, acolhe os ensinos de Jesus Cristo, desfruta da cura das enfermidades humanas, mas não pára aí. Desemboca em vivências comunitárias
fraternas e justas, em engajamento voluntário e compromisso com o Reino de Deus; cujo campo de ação é todo o lugar em que os filhos e as filhas do reino possam chegar. Aonde existir um filho, uma filha de Deus, estabeleceu-se aí uma ambiência para a revelação de Deus. Jesus disse:
“E a vida eterna é esta: que ti conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17:3). Desemboca desse mesmo raciocínio o fato de que Deus se revela aos seres humanos, antes mesmo, da chegada dos seus mensageiros. Isto também significa que toda a revelação de Deus é parcial, dada as nossas ambigüidades e contradições. Ou seja, os mensageiros do evangelho precisam humildemente reconhecer suas limitações e condicionamentos culturais, suas ideologias subjacentes ao evangelho.
Dependendo de quem o mensageiro se aproxima, o mensageiro, muitas
vezes, é quem mais desfruta de transformação.
Deus se revela para nos conceder a chance de reconciliação com Ele.
Isto tem
muitas implicações - tanto nas suas novas relações de paz com Deus,
quanto no estabelecimento de uma nova ordem social.
 
2. A CRIAÇÃO DE UMA NOVA HUMANIDADE
A teologia cristã aponta para uma humanidade maculada pelo pecado,
afastada de Deus, com sua imagem original corrompida. Propõe a essa mesma humanidade a possibilidade de restauração, numa decisão voluntária e consciente de retorno para Deus, através da intermediação de Jesus Cristo. Salvação,
portanto, nestes termos, é a transformação, pelo poder do Espírito
Santo, que torna cada pessoa um ser humano mais humano. Ser salvo é ter a chance de nascer para a vida, resgatar a condição de ser gente feita a imagem e semelhança de Deus, fazer parte de uma nova criação. Na tentativa de identificação da nova humanidade poderíamos estabelecer três critérios simples: seres humanos que amam a Deus, a si mesmos e ao próximo.
 
 
 
Quem não se ama está excluindo a si mesmo da humanidade; provavelmente como manifestação de complexos de inferioridade. Quem ama a si mesmo e exclui os demais; provavelmente está manifestando o seu pecado de egoísmo e orgulho.
Os componentes chaves da nova humanidade são o amor, a nova mente –
“mente de Cristo” e a capacidade de produzir o que é inerente a singularidade humana. Portanto, estamos denominando de nova humanidade a pessoa na sua singularidade em processo ascendente de transformação, que ama ao máximo, pensa a partir de uma “inteligência espiritual” e produz ao máximo a humanização das pessoas, pelo poder do Espírito Santo.
Toda ação do povo de Deus, seja pela evangelização ou pela
responsabilidade social deve manter esta mesma finalidade.
A evangelização é o anuncio da possibilidade de que todos os seres
humanos podem se tornar humanos ao máximo. Todo ser humano precisa ser salvo de sua perversão, de sua indiferença desumana, individualismo, materialismo, egoísmo, violência. Ser salvo é acolher o amor de Deus, se perceber em paz com Deus, consigo mesmo, e - como refluxo - amar intensamente o próximo. Nas palavras de René Padilla: “Uma missão abrangente corresponde a uma visão abrangente da salvação. Salvação é integridade. Salvação é humanização
total. Salvação é vida eterna, a vida do Reino de Deus...” (PADILLA;
1974: 149).
Jesus Cristo é o modelo desse ser humano que desfrutou a totalidade da vida, a humanização plena. Acredito também em sua divindade plena, sua Deidade (Jo 1:1-4; 14:6-11; Hb 1:3), e por isto, possui ao mesmo tempo condição suficiente para oferecer vida em abundância. De maneira objetiva, em se tratando da Trindade, Jesus é a pessoa Divina que historicamente podemos ver, observar e imitar. Paulo recomenda que todos sejamos transformados de glória, em glória até a imagem de Jesus Cristo (II Co 3. 18 ). Viver como ele viveu, andar como ele andou (Jo 17:18; Ef 5:1,2).
É no encontro misterioso com Deus, no poder do Espírito Santo, que
resgatamos a nossa imagem e semelhança de Deus. Os homens e mulheres
alcançados pelo amor de Deus passam a amar naturalmente. Surge então a necessidade de se viver numa comunidade de fé. O modelo social e
político da comunidade do povo de Deus está inspirado e modelado nas comunidades de Jesus Cristo e seus discípulos. Em Jesus e seus discípulos podemos visualizar algumas vivências matriciais dessa nova e transformadora sociedade.
 
3. A NOVA SOCIEDADE
Jesus faz referência a igreja, que não se permite ser vencida pelas
“portas do inferno” (Mt 16  ). De que Jesus estava falando? Que tipo de sociedade podemos identificar na frase de Jesus e de suas experiências com os discípulos? Jesus usa apenas analogias - os chama de Luz do mundo, sal da terra (Mt 5:   ), fermento, lavoura de Deus. As analogias não indicam interesse de formatação – muito pelo contrario – indicam muito mais poder de infiltração, agregação de valor, permeabilidade, capilaridade social.
 

Se eu tivesse que fazer uma escolha da melhor expressão para identificar as comunidades de Jesus Cristo, escolheria: “fermento das massas”.
Em Antioquia, os discípulos foram apelidados pela primeira vez de
cristãos.  No livro de Atos são denominados em várias ocasiões de: “os do Caminho”.
Eduardo Hoonaert em coleção: História do Cristianismo fala do
“Movimento de Jesus”. Não encontrando um termo mais adequado vou utilizar sempre, com algumas adequações, a definição: “Comunidade do povo de Deus”, de Howard Snyder, em Lausnne-Suiça –1974.
Snyder trabalhou o tema: “A IGREJA COMO AGENTE DE DEUS NA
EVANGELIZAÇÃO”. E, mesmo que, buscando identificar a igreja biblicamente compreendida, me parece não ter fugido da idéia de igreja como prolongamento do modelo religioso judaico e da maquete organizacional grego-romana. Os reformadores, por exemplo, quando afirmam o sacerdócio universal de todos os santos, estão indicando a possibilidade de acesso livre de todos os santos a Deus;
mas a idéia não foge da matriz do modelo religioso sacerdotal. É tanto que as igrejas originadas da reforma continuaram organizadas sob modelos clericais rígidos. A idéia sugere que o povo (laos) tem livre acesso a Deus, mas pelo critério do sacerdócio universal. O povo precisa ser “sacerdotizado”.
Em outras palavras: os líderes “leigos” podem e devem exercer papéis
sacerdotais. Ou seja: mantêm-se a mesma estrutura religiosa com a
dominação de “sacerdotes leigos” sobre os clientes ou devotos da religião.
Somente alguns, entre o povo, conseguem o status religioso.
Estamos sugerindo uma outra matriz: uma plebelização universal de todos os santos, principalmente dos sacerdotes – modelo, que tudo indica - representa melhor a vivência de Jesus e seus discípulos. Poderíamos pensar numa desclericalização das nossas comunidades? Um retorno ao laicato – às comunidades do povo de Deus?
Comunidades no plural, para enfatizar a idéia de que não são modelos
sociais prontos e acabados. Estão sempre à caminho, em peregrinação, em aprendizado contínuo. Por analogia e por conta das maquetes judaico religiosa dos narradores de alguns textos bíblicos, Jesus tem sido chamado de sacerdote, especialmente na carta aos Hebreus; mas se observarmos atentamente o modelo assumido por Jesus nas narrativas dos quatro evangelhos, o identificaremos mais como o plebeu de Nazaré do que com uma figura sacerdotal. Na vivência de Jesus Cristo com os discípulos, não cabe a separação entre sacerdotes e leigos. Ou melhor dizendo: não cabe a figura do sacerdote. O próprio termo
sacerdotes e leigos é uma denuncia de que estamos nos referindo a
matrizes das sociedades religiosas judaico-cristãs, e não a matriz das vivências de Jesus Cristo e seus discípulos.
Assim, de propósito estamos evitando a palavra igreja por acreditar que no processo de formação da religião cristã, o termo e a “experiência igreja” pouco tipificam ou testemunham sobre a vivência de Jesus e seus discípulos.
 

 
Aliás, em muitos casos, a experiência social, econômica e política –
igreja, representa exatamente o oposto daquilo que poderíamos, idealmente, visualizar nas comunidades de Jesus Cristo. A manifestação social igreja deve ser observada como campo de avaliação e não como critério da revelação.
Nem sempre a igreja, como concebida na história, foi um referencial
para revelar o amor de Deus – algumas vezes, muito pelo contrário –
tornou-se uma barreira para que Deus fosse percebido.
Usamos a expressão comunidade do povo de Deus, em alguns momentos
comunidades de Jesus Cristo, como vivência fraterna e não como
cristianismo-sociedade. Referimo-nos a uma vivência capaz de se
infiltrar, como fermento, nas mais variadas culturas e etnias, uma vivência possível de se instalar num presídio, numa estrada, nos escombros de uma cidade, numa casa de família, entre os nômades sem terra e teto, e mesmo que, com muito sacrifício, se infiltra também nas sinagogas, nos templos, até mesmo nas igrejas cristãs.
Jesus será sempre a expressão mais plena da nova humanidade, e na
vivência com seus discípulos, percebemos a maquete ideal da nova sociedade. O Espírito é quem gesta a nova humanidade e ao mesmo tempo consolida a unidade mística do povo de Deus em dispersão. Os diálogos religiosos, as tentativas de aproximação institucional (ou eclesiais) dos segmentos cristãos entre si são importantes do ponto de vista social e político, mas não pode ser confundido com a unidade, no Espírito, do povo de Deus em dispersão.
Jesus e seus discípulos foram chamados de “os do Caminho”.
John Mackay em seu comentário do livro de Efésios, cunha a expressão
“Ordem de Deus” para fazer referência a: “uma estrutura essencial da realidade espiritual, que tem origem em Deus e cujo desenvolvimento é determinado pela vontade de Deus”. Mackay considera que Cristo o Cabeça e a Igreja formam a nova sociedade, para ser modelo de unidade humana, capaz de anunciar a esperança de restaurar e convergir, em torno de Jesus Cristo todas as coisas. Se é uma nova ordem, não há como concebê-la tendo como modelo a eclesiologia que conhecemos - hierarquizada, com jogo político inescrupuloso, estruturas de dominação, etc..A religião como expressão social, pode apenas repetir o já estabelecido. Evidencia o privilegio dos sacerdotes e da instituição, acentuando a dependência dos devotos. Reconhecemos que as religiões, também, podem resistir ou propor novas formas sociais. Mas, faz parte da natureza das comunidades de Jesus Cristo a transformação permanente, uma renovação a cada
dia, pelo poder do Espírito Santo.
As comunidades de Jesus Cristo são, pelo testemunho e vocação, o
anuncio de uma nova ordem social, e ao mesmo tempo, denuncia de toda ordem social desumana. Elas são também a presença ambulante da Trindade em missão.
 
4. UMA COMUNIDADE QUE AMA
Assumo pressuposto de estarmos tentando resgatar a idéia das vivências coletivas dos seguidores de Jesus Cristo, como maquetes sociais em formação permanente, “canteiro de obras” em aprendizado
 

contínuo, comunidades peregrinas desinstaladas; evitando assim, a palavra “igreja”, que provavelmente não representa mais as mesmas vivências do que se pretendia comunicar quando se narrava as experiências das comunidades do Caminho.
A nova sociedade é a vivência comunitária dos filhos e filhas de Deus. Surge do encontro com Deus, no poder do Espírito Santo e nos remete a identificação e inserção na comunidade do povo de Deus. Preferi os termos “identificação e inserção” em vez de “batismo” para evitar a conotação sacramental-litúrgica, e dar mais sentido ao ato sagrado de amor, compromisso e engajamento profundo, participação ativa na realização dos propósitos de Deus para toda a humanidade, que podem ser celebrados na liturgia do batismo, mas são, a priori, a experiência de uma vida capaz de amar em comunidade. Se na igreja do Primeiro Século, Paulo enfatizava uma circuncisão do coração mais do que a liturgia de corte do prepúcio; porventura, não chegou o momento do cristianismo avaliar a nova sociedade com base no compromisso de vida e prática, em vez do sacramento religiosos apenas?
Como sociedade, portanto, diante da necessidade de construção de
relações políticas, a nova comunidade dos discípulos de Jesus Cristo desfruta de uma vivência política com hierarquia invertida (os maiores serão menores, os últimos serão primeiros e vice-versa), uma liderança focada no serviço e não na dominação, relações sociais baseadas no amor e na graça, apreciação e acolhimento dos de fora. Se assim acreditamos, a vivência social e política da comunidade do povo de Deus é anuncio (evangelização) das boas novas do
Reino de Deus.O amor é a marca com a qual deve ser identificada a comunidade de Jesus Cristo. Para Francis Schaeffer o amor é uma espécie de emblema, um selo que o Espírito confere para rotular o cristão, em todos os tempos e em todos os lugares. (SCHAEFFER; 1992:5) Os discípulos de Jesus Cristo são identificados
como tais, pela evidência do amor: "Nisto conhecerão todos que sois
meus discípulos; se tiverdes amor uns pelos outros" (Jo 13,35). Na ótica de João amamos a Deus, quando de fato, amamos aquele a quem vemos (1Jo 4,20s.).
Aquele a quem vemos - possivelmente referindo-se ao irmão na fé.
A necessidade de se praticar o amor existe em forma de mandamento, e
sendo mandamento, existe para ser obedecido. Mas essa constatação não implica que o amor deva ser praticado por imposição, senão apenas, para enfatizar que não é um mero sentimento. Pois, amar é também um caminho, é o jeito de ser, o modus vivendi do cristão. Logo, as comunidades do povo de Deus amam como refluxo do amor recebido de Deus. Amar deve fazer parte da pulsação natural do discípulo, a manifestação da maturidade cristã, o mais evidente referencial de espiritualidade. Uma vez que amamos a Deus, naturalmente obedecemos ao Seu mandamento de amar, e por desfrutarmos de Sua natureza,
amamos incondicionalmente. Amor não se conceitua, não se explica,
apenas se experimenta e vive-se dele. Do mesmo modo como uma planta naturalmente produz frutos da sua espécie, o cristão produz o fruto do Espírito - "Amor, alegria, paz...bondade, fidelidade, mansidão..." (Gl 5,22s.). O princípio de unidade da comunidade de Jesus Cristo
 

está fundamentado no amor. É uma sociedade em comunhão, afetividade, fraternidade. O espaço de pessoas acolhedoras, misericordiosas. A expressão mais explícita de uma cultura social aonde as pessoas possam se sentir amadas por Deus, tocadas por Ele,
através de Sua encarnação no testemunho de pessoas encharcadas de
candura, aspergidas de misericórdia, batizadas de sinceridade, paz e justiça.
 A nova sociedade é uma comunidade de amor, e sendo uma comunidade que ama, seria contra a própria natureza do amor, viver para dentro de si mesma e não para os "de fora". Deve manter como diferencial a característica de ser uma sociedade em que os “associados” vivem a serviço dos não-associados.
Até porque a lógica de quem ama é viver para o bem do outro e não de si mesmo. A unidade do povo de Deus como expressão interna do amor, não deve ser praticada de forma excludente e corporativista. O novo mandamento de amor aos irmãos não anula o antigo mandamento de se amar a Deus e ao próximo. Se amamos somente os da nossa comunidade corremos o risco de reduzir a missão em corporativismo egoísta. Se amamos somente os de fora e não amamos os de casa, corremos o risco de estarmos apenas instrumentalizando a missão para alimentar a hipocrisia em busca de publicidade pessoal ou institucional
 

5. UMA COMUNIDADE DE SERVIÇO
 
A unidade é a manifestação do testemunho de amor entre os cristãos, a
despeito de suas diferenças e diversidade, a fim de que, os "de fora"
creiam que Jesus Cristo é o Messias enviado por Deus. O amor na comunidade do povo de Deus liberta e libera os discípulos para praticar obras de misericórdia e justiça em favor do próximo, com o fim de revelar o amor de Deus, no Seu tratamento com as pessoas.
Quem ama vive em diaconia permanente. Diaconia da palavra, diaconia
social e política É o amor que nos inspira ao zelo incontido pelo próximo, a viver diligentemente em comunidade. Viver em amor é viver em diaconia – em serviço
e missão. A diaconia do amor nos salva de nossa própria desumanidade,
do isolamento, indiferença, insensibilidade; nos salva da ganância, do egoísmo, da acumulação e, conseqüentemente, nos salva da correria célere contra a vida. A evangelização e a responsabilidade social são um modo de ser diaconal cuja missão é a salvação da humanidade. A missão deve ser modelada na vida de Jesus Cristo e suas comunidades e não no cristianismo sociedade.
 
6. A MISSÃO COMO PROLONGAMENTO DA MISSÃO DE JESUS CRISTO
 
6.1. A Encarnação de Jesus Cristo Encanta-me a opção da revelação de Deus na história. Jesus nasce no meio de uma família da pequena Belém Efrata, Deus revela-se na vida de uma criança deitada numa manjedoura, na caminhada de um jovem montado num jumentinho, na
aflição do Getsemani e finalmente no espetáculo da cruz.
 

Como diz Darell Guder: “... o maior prodígio do ensino bíblico sobre a revelação é a assombrosa disposição de Deus, em se permitir que sua comunicação de si mesmo esteja tão revestida e entremesclada com a fragilidade humana.” (GUDER
Pg 30 ). Há uma espécie de indicação modelar no ministério de Jesus
Cristo, um roteiro profético simbólico: uma manjedoura na chegada, o deserto na solitude, o jegue no dia da festa, o Getsemani para busca de consolo e entrega incondicional, a cruz como espaço para a mais plena demonstração de amor pela humanidade, a ressurreição como poesia da vida, o palco da esperança.
A missão de Jesus é marcada pela sua capacidade de acolher e incluir
pessoas e geografias fora de nossa agenda religiosa e cultural. Os magos do Oriente são indicados como sábios do mundo gentio que reconhecem o caráter messiânico da criança de Belém (Mt. 2:1-12). Na narrativa de Mateus o Egito é o lugar de refúgio para o menino Jesus (Mt 2:13-18). A mulher Siro-Fenícia foi elogiada pelo seu exemplo de fé (Mc 7:24-30) . Alguns samaritanos são mencionados como exemplo a serem seguidos (Lc 10:25-37; Jo 4). Seus grandes milagres acontecem fora de suas terras – acontecem na Galiléia dos gentios, entre os gadarenos. A missão de Jesus era um acontecimento sempre
dinâmico, peregrino, uma tarefa à beira do caminho, num beco qualquer, numa casa ou numa mesa com publicanos e pecadores.
Se somos, de fato, um prolongamento da missão de Jesus Cristo,
precisamos avaliar o conteúdo, o estilo, os propósitos, os instrumentos de nossa missão
à luz da encarnação Jesus Cristo e não à luz das experiências
eclesiais.Para José Comblin, se a ênfase da missão partir da igreja, a atividade missionária consistirá em recrutar novos membros para a igreja, introduzir mais gente, aumentar o prestígio e a influência social da igreja. (COMBLIN
1973: 13-20). Jesus vai em direção dos que estão fora, e reconhece nos de fora, um testemunho, uma fé incomparável com as pessoas de sua própria cultura.
Entender a missão à luz da missão de Jesus Cristo e não da missão da
igreja, poderá fazer uma diferença significativa em nossa abordagem sobre o tema da evangelização e da responsabilidade social. Especialmente porque a igreja tornou-se um empreendimento absorto em si mesmo. Como instituição, está voltada para o prestígio e reconhecimento público. A influência da sinagoga
judaica, bem como da mentalidade grega do sagrado e profano,
possivelmente alienou a igreja do seu papel como fermento das massas, e, no lugar de desfrutar da sua mobilidade orgânica, diversidade, transversalidade com capilaridade em qualquer ambiente, se permitiu ser formatada pelos modelos religiosos concorrentes em busca de novos clientes. Entendo que o espaço é limitado para tratarmos da questão eclesiológica, todavia fiz questão de sinalizar a mudança de foco da evangelização e da responsabilidade social do povo de Deus. Estamos visualizando Jesus como inspiração e perfil da missão
e sua vivência missionária como critério de nossa prática.
 
 
 
Em se tratando das boas novas anunciadas por Jesus, que boas novas
apresentava? Desvendava a vida eterna, enquanto conhecimento de Deus e reconhecimento que ele (Jesus) era o milagre da revelação de Deus na história (Jo 17.3). Anunciava esperança de vida aos pobres, saúde para os enfermos, libertação a todos os oprimidos (Lc 4.18,19; 7 ). Anunciava o Reino de Deus – Ele mesmo - personagem central do reino, e o reino de Deus como a nova sociedade do povo de Deus. O chamado de Jesus é um desafio ao reencontro com Deus, mas é, ao mesmo tempo, a constatação de que os “não gente” da sociedade são mais receptivos, os pecadores e os doentes, carecidos de médicos, são mais ávidos ao arrependimento e ao acolhimento do amor de Deus.
 
6.2. O Espírito Santo na missão de Jesus Cristo
 
6.3. O lugar do pobre na missão de Jesus Cristo Nos movimento evangélicos nativos, principalmente os de origem em
comunidades pobres (pentecostais e igrejas históricas de periferia),
por exemplo, não se verifica nenhuma preocupação em se explicar a relação entre evangelização e responsabilidade social. Neste cenário as questões sociais são encaminhadas pela via do milagre, pela “mística”; todavia, estamos apenas enfatizando que neste segmento do cristianismo as questões do cotidiano, as lutas da vida, os problemas sociais e políticos fazem parte da agenda litúrgica da comunidade, através das orações, clamores, testemunhos.
Podem-se fazer críticas quanto aos modelos de intervenção  – se são
pela via do milagre e não pelo engajamento político, se apenas obras
assistencialistas, paternalistas e não educativas e de transformação
(?) –
todavia, havemos de reconhecer que as práticas sociais é uma abordagem presente. Evangelizam enquanto socializam o pouco pão que possuem e quando socializam o pouco pão que possuem, falam no cotidiano do evangelho de Jesus Cristo; naturalmente com seus códigos e limitações teológicas. Tenho conhecido ao longo dos anos muitos evangélicos pobres dividindo com outros pão, um pequeno terreno, um vão da pequena casa. Mulheres que apóiam seus
vizinhos enfermos (crianças, idosos,..) como ‘enfermeiras acompanhantes’ nos hospitais públicos. Enquanto dedicam noites sentadas numa cadeira de ferro velando por seus pacientes, oram, falam do amor de Deus, lêem as Escrituras.
Alguns pleiteiam cargos políticos, agem como “cabos-eleitorais”, fazem parte de associações de bairro, sindicatos, etc.. Desfrutam a vida com suas ambigüidades e contradições – a despeito de tanta escassez dividem o pão, em meio ao sofrimento celebram suas festas, diante da dureza de suas lutas alimentam-se de ternura e conseguem se nutrir de uma boa dosagem mista de resignação e indignação.
 Provavelmente por se sentir à margem da sociedade toda a evangelização indica um discurso de auto-afirmação ou no mínimo de se perceber digno por outros valores não reconhecidos pela sociedade. Uma vez que não são valorizados pelos bens, pelos títulos – pois não os possuem – buscam o reconhecimento pelos valores que foram
 

descobrindo no evangelho: amor, fraternidade, partilha, simplicidade, etc.. Desse modo a evangelização não é uma atitude de conquista e dominação, mas um ato de aceitação e de se perceber aceito.
A responsabilidade social nas comunidades pobres é decorrente da
necessidade de todos. Em geral, todos habitam em condições precárias, todos usam meios de transportes limitados, todos sofrem coletivamente das mesmas injustiças. Assim, acolher o evangelho para o pobre é mais do que um discurso doutrinário e teológico. É, antes de qualquer elaboração racional, um sentimento, uma identificação com a sensibilidade humana e com o modelo de
vida assumido por Jesus Cristo e as suas comunidades.
 Se a teologia é uma construção à luz da missão; no Brasil, precisamos reescrevê-la na ótica das comunidades pobres, pois representam a maioria dos fazedores da missão de Deus em nossa história. E, quem sabe, como sugere Segundo Galilea, eles representam uma espécie de critério objetivo do “ser evangélico”.
 
7. EVANGELIZAÇÃO E RESPONSABILIDADE SOCIAL
 
No Brasil, até a Década de 80 a reflexão sobre tema da evangelização e responsabilidade social girava em torno de se responder se a missão
sócio-política era bíblica e se era tão importante quanto a
evangelização. A partir da Década de 90, tudo indica, a preocupação tem sido mais metodológica e estratégica do que teológica. A missão sócio política da Igreja envolve obras de misericórdia e ações capazes de gerar, no espaço público, decisões em favor dos excluídos, marginalizados e injustiçados.
Hoje encontramos igrejas dos mais variados seguimentos praticando obras sociais. Podemos questionar os métodos, as formas, as motivações, mas não precisamos mais explicar teologicamente a importância ou necessidade da responsabilidade social do povo de Deus. Quanto a evangelização, também, podemos avaliar os métodos, as iniciativas concorrentes, mas, de um modo
geral, os cristãos no Brasil acham que é missão da igreja a
evangelização.
Todavia, se na prática, de um lado, o que se feito é colonização,
proselitismo e não evangelização; ou no outro extremo, é apenas
conscientização política e não evangelização; não sabemos ao certo. De um modo geral, é pacifico que responsabilidade social e evangelização façam parte da missão do povo de Deus. Mas de que evangelização e de qual responsabilidade social estamos falando?
Estamos denominando de evangelização e responsabilidade social,
respectivamente, o papel de comunicar por palavras, e comunicar por
obras de misericórdia e justiça as boas novas a respeito de Jesus Cristo.
Entendemos que os ministérios e dons do Espírito Santo são meios através dos quais a graça de Deus, instrumentaliza as comunidades de Jesus Cristo a fim de revelar Deus a todas as pessoas. Evangelização e responsabilidade social são expressões concretas da graça de Deus, no meio e através do povo de Deus;
 

tanto quanto a adoração, testemunho, comunhão, discipulado e
intercessão.
Deus se utiliza desses meios para se revelar a todos os povos em todos os lugares do mundo.
 

7.1. EVANGELIZAÇÃO
 
Do que não estamos falando?
Preciso fazer uma ponte entre o ponto anterior e este. Se não
trabalharmos bem a nossas percepções sobre a missão de Jesus Cristo e as nossas missões institucionais ou do “cristianismo sociedade” corremos o risco de fazer colonização, violência cultural, etnocídio e muitos outros males.
Vejamos duas ilustrações em que a ênfase da missão se deu em torno dos interesses do cristianismo sociedade e não das comunidades do povo de Deus, e como tais situações indicam uma perversão da evangelização.
 
Primeiro exemplo - Evangelização e Cristianismo invasor Quando tratamos da evangelização na América Latina não podemos deixar
de levar em consideração vários aspectos, tais como: as influências
culturais, a cosmovisão religiosa, espírito militar e de dominação dos invasores das terras nativas. Mesmo que esses processos tenham acontecido no Brasil predominantemente sob o comando do cristianismo de perfil católico, recebemos várias influências culturais do cristianismo de perfil protestante. De modo que, o que se denomina de evangelização pode ser entendido como os métodos aplicados para cristianização dos povos nativos que, submetidos a pressões militares, controles políticos ou dominações culturais dos invasores; para sobrevivência mais tranqüila, assimilavam
aspectos da cultura dos invasores. Assim, devemos considerar a suspeita de que nos processos missionários do cristianismo se fez muita romanização, germanização, americanização dos nativos em nome da evangelização e das obras sociais, tais como: escolas com caricaturas religiosas dos invasores, leis e novas regras sociais para as famílias, usos e costumes, etc..
Vale-se salientar que os missionários independentes e as “missões leigas” usaram métodos menos agressivos. Em geral, foram pacientes nos processos de convencimento dos nativos, assimilaram suas culturas - muitas vezes por apreciação, outras vezes como ponte de comunicação, mas, sem dúvida alguma, as “missões leigas” representaram um percentual de agressão e dominação muito pequenos se comparado com os outros modelos das superestruturas religiosas.
Que deus estava se revelando nesses processos de “evangelização”? A
quem interessava as obras sociais de filantropia? Leonardo Boff sintetiza com muita lucidez uma possibilidade: “A nenhum missionário ocorreu a consciência de que o Deus que anunciavam era uma imagem cultural, elaborada sincreticamente com dados bíblicos, greco-latinos
 
 
 
 e bárbaros e não o próprio Deus que está sempre para além da linguagem e da representação; da mesma forma as divindades das culturas dos índios eram representações do mistério
de Deus e não o próprio Deus. A essência da idolatria é a identificação da realidade de Deus com a imagem de Deus, produzida pela cultura (Grifo nosso). E os missionários, sem preocupação, identificavam a sua imagem de deus com o próprio Deus. Se não fizermos este tipo de crítica interna, de ordem teológica, nunca chegaremos a formular, como se quer, uma nova evangelização”.
 
Segundo exemplo - Evangelização e concorrência religiosa
Em quase toda a América Latina, mas especialmente no Brasil, a
evangelização é distorcida pela acentuada concorrência religiosa - num primeiro momento, como decorrência dos conflitos da Reforma e Contra-reforma - entre militantes católicos e militantes protestantes. Com a proliferação de movimentos novos - com mais visibilidade os grupos carismáticos entre os católicos, e os pentecostais de vertente protestante, - a militância religiosa tende a ser mais  bairrista e concorrente e menos de cooperação e
unidade. A evangelização é reduzida a proselitismo e catequese para se garantir uma clientela religiosa fiel a instituição. Neste cenário a ênfase deixa de ser o anuncio das boas novas a respeito de Jesus Cristo, e passa a ser um conjunto de acusações com o propósito de macular a imagem institucional do concorrente em benefício da instituição que se defende.  Ou mesmo, diante de uma postura mais diplomática, o que já é louvável, procura-se usar o marketing profissional com o fim de se garantir uma maior clientela.
Em se tratando da responsabilidade social, há o grande risco de se
utilizar a necessidade dos empobrecidos com o fim de se promover a imagem pública da empresa religiosa. Ou de “converter” o carente dependente à cultura de dominação dos religiosos compadecidos.
Por mais relevante e significativa que sejam as nossas preferências
históricas por um determinado segmento religioso, diante do Evangelho
de Jesus Cristo, não há como garantir exclusividade a um determinado
grupo. Aliás, nem mesmo Jesus e seus discípulos cultivaram este tipo de prestígio.
Foram recomendados a exercerem suas filantropias sem interesse de fazer marketing para benefício pessoal ou institucional.
 
Do que estamos falando?
A temática evangelística dos apóstolos no Novo Testamento foi o anuncio de que o Cristo crucificado, ressuscitou e Deus o fez Senhor sobre todas as coisas. “Saiba pois com certeza toda a casa de Israel que a esse mesmo Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo” (At.2:36).
A palavra grega utilizada para senhor é “Kyrios”, a mesma utilizada
para referir-se aos soberanos. Afirmando a soberania de Jesus Cristo sobre todo o universo, a igreja estava tomando consciência, que a evangelização implicava em muito mais do que arrependimento e confissão de pecados. Aspectos importantes no processo de salvação,
 

todavia, incompletos se não desembocasse em salvação pelo engajamento dos conversos na nova comunidade do povo de Deus – homens e mulheres à margem da sociedade – mas, transformados pelo modelo de vida que tem como base seguir a Jesus Cristo.
Antes estavam à margem das sociedades dominantes e materialistas, por
falta de oportunidade, por exclusão imposta. Agora, no seguimento de Jesus Cristo, a comunidade do povo de Deus fica à margem por opção voluntária. Ã margem de quem e à margem de quê? Dos poderosos, dos déspotas, dos injustos opressores dos fracos; à margem da fama, do prestígio, da acumulação de bens. Por seguirem a Jesus, são identificados como publicanos e pecadores, caminham com os pobres, os cegos, os leprosos – com os considerados não-gente na
sociedade. Em Jesus Cristo, os apóstolos e quando se faz referência a
qualquer santo reconhecido na história do cristianismo, não há como
desvincular a missão de todos eles num compromisso radical com os
empobrecidos.
René Padilla, define muito bem a evangelização nos seguintes termos:
“Evangelizar é proclamar Jesus Cristo como senhor e salvador, por cuja obra o homem é liberto tanto da culpa como do poder do pecado, integrando-se ao propósito de Deus de colocar todas as coisas sob o mando de Cristo.”5
(PADILLA; 1992:23).
Evangelizar nesses termos faz uma grande diferença na missão da igreja.
A mensagem de salvação deixa de ser um mero produto a gosto do freguês. É uma submissão, uma entrega em obediência voluntária ao mandamento de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo. Na comunidade dos discípulos os desejos por coisas, prestígio e poder devem ser controlados pelas virtudes, pela unção do Espírito Santo, pela capacidade de encarar a cruz ou os sofrimentos da vida. Carregar a cruz é muito mais do que uma terapia para enfrentamento
dos sofrimentos da vida. Na verdade, assumir o compromisso com a cruz
de Jesus Cristo é assumir seu projeto, seus mandamentos até as últimas conseqüências. Jesus disse: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo.”  É uma decisão voluntária em obediência ao senhorio de Jesus Cristo.
Numa sociedade sedenta por prazer somos seduzidos a reduzir a
evangelização a um produto disponível ao gosto da clientela. A distorção persiste na prioridade que se dá as exigências ou expectativas de clientes marcados pelo egoísmo, comodidade, viciados a prática de todas as manifestações do pecado e, por conseguinte, incapazes de produzir o que é inerente ao projeto de
nosso Senhor Jesus Cristo. O prazer desejado pelo cliente e não a
soberania de Cristo passam a ser o centro e finalidade da mensagem. E, por mais que o evangelho possa traduzir-se em realização de vida e conseqüentemente numa fonte de felicidade; não é a este reducionismo que o evangelho se propõe.
Inclusive, porque a felicidade apresentada por Jesus, nos evangelhos,
especialmente no Sermão do Monte, em nada se assemelha as alegrias
superficiais e ilusórias dos sistemas do mercado de entretenimento e
das
catarses religiosas dos últimos tempos. A realização de vida propiciada pelas boas novas de Jesus Cristo é resultante da reconciliação com Deus, da redescoberta de nossa vocação de ser gente; reencontro com o próximo, pela capacidade de amar, e finalmente, usufruto responsável de toda a natureza
que Deus criou.
 
Estamos falando de uma evangelização como contágio numa via de duas
mãos e não como conquista ou dominação.
Evangelização e responsabilidade social são manifestações da missio
Dei, através das comunidades dos seguidores de Jesus Cristo. Por seguidores, entendamos todo aquele que faz a vontade de Deus e pratica o que Jesus viveu e ensinou. Desse modo, o seguidor não é identificado apenas por pertencer a um seguimento qualquer do cristianismo, mas por viver em obediência aos critérios estabelecidos por Jesus Cristo no Evangelho. Seria possível então,
alguém que não pertence aos segmentos cristãos reconhecidos, ser
identificado como participante da comunidade de Jesus Cristo, por viver e obedecer os critérios do Evangelho?
Se entendermos a missio Dei, haveremos de nos humilhar diante do fato
de que Deus já estava e agia na vida do outro antes de nossa chegada. A experiência de Pedro visitando a casa de Cornélio nos ajuda a visualizar uma evangelização como decorrência da ação soberana de Deus, antes da chegada de Pedro à casa de Cornélio. Tanto Pedro quanto Cornélio passam por transformações profundas. Pedro, um Judeu nacionalista, religioso, preconceituoso transforma sua percepção quanto a relação de Deus com outros:
“... agora vejo que Deus não faz acepção de pessoas...” (At. 10:34).
Tanto Pedro quanto Cornélio desfrutaram do processo de conversão a Deus e ao próximo.
 
8. RESPONSABILIDADE SOCIAL
Quais os códigos na cabeça de um evangélico quando lê ou escuta a
expressão “responsabilidade social”? Usaremos um episódio que nos ocorreu, para ilustrar como imaginamos que a maioria das pessoas pensam. Fomos convidados para falar num encontro, em Belém-PA, sobre a missão social da igreja.
Alguns dias depois de confirmada a nossa presença, o pastor responsável pelo evento, nos fez um contato lamentando que não seria possível a nossa participação, porque havia tomado  conhecimento, que além de falarmos da missão social, incentivávamos outras atividades como a organização popular, o engajamento de crentes em sindicatos, associações de bairro e ainda falávamos contra o governo e as autoridades. Como gostaríamos que tais elogios fossem mais reais em nossa prática ministerial.  O episódio despertou a curiosidade de percebermos o que se estava querendo repassar para os membros das igrejas sobre a questão social. Observamos que em geral, há uma preocupação de como se começar um projeto social de assistência.
Isto é nobre e um passo louvável, mas não é isso apenas que deve ser chamado de responsabilidade social da igreja.
 
 
 
Quando falamos que a responsabilidade social á a missão da igreja, qual é o significado disso? Recorremos a idéias de outros autores na tentativa de explicar claramente até aonde vai a tarefa da igreja em sua missão social.Pr. Hélcio da Silva Lessa, em seu livro Ação Social Cristã, dividiu a responsabilidade social em três categorias:
 
1-  Assistência Social
2-  Serviço Social e
3-  Ação Social
 
Ele usou uma  ilustração, que resolvi apresentá-la resumidamente,
caracterizando cada aspecto:
 
1.  Assistência Social - No tempo da escravatura alguns cristãos
sensibilizados com os eram castigados e surrados no pelourinho,
resolviam ajudá-los com água, comida ou atando suas feridas. Esta atitude nobre, que no entanto não tocava nas causas da escravatura, tipifica o que poderíamos chamar de Assistência Social.
2.  Serviço Social - Outros cristãos, com visão mais aberta resolviam, além da asistência, assegurar a liberdade de alguns escravos, através da compra destes e criação de oportunidade de trabalho para que eles criassem seus mecanismos de sobrevivência. Esta atitude  mesmo que admirável não acabava com a instituição da comercialização dos escravos. A isto podemos chamar de
Serviço Social.
 
3.  Ação Social -  Outros lançaram-se na luta contra a instituição da escravatura para que não encontrassem escravos pendurados no pelourinho nem tivessem que comprar a liberdade deles. Acabar radicalmente com a escravatura era mais viável, pois assim estariam destruindo este mal pela raiz.  A luta  por esta  conquista dever ser caracterizada como uma Ação Social (LESSA)
 
A ação social ou política pode ser percebida no que José Comblin
denomina de diakonia política. Argumenta que ela se faz necessária “...porque a democracia funciona para favorecer os poderosos e sacrificar os fracos.
Está ali para restabelecer uma certa igualdade acrescentando a sua força à fraqueza das vítimas da injustiça institucionalizada. (...). Essa diakonia toma diversas formas: assistência jurídica às vitimas de situações injustas, por exemplo, a situação de camponeses sem terra que querem a expropriação de uma terra não-produtiva. Assistência jurídica a camponeses presos arbitrariamente por ordem dos proprietários. Assistência jurídica a posseiros expulsos da terra em que trabalhavam desde tempos imemoriais.
Assistência jurídica a desempregados expulsos do seu trabalho sem
atender às leis sociais. Assistência jurídica a grevistas. Assistências jurídica a presos torturados nas delegacias ou nos presídios. (...) Numa palavra, a diakonia será aqui a educação para a
 
 
 
cidadania. Não adianta ter instituições democráticas se a maioria dos cidadãos nem sequer sabe como funcionam, porque não sabem quais são os direitos do cidadão, ou porque vivem num medo de tudo o que é autoridade, ou por inércia, preguiça, covardia.”
(COMBLIN;  
   )
Na consulta sobre a relação entre evangelização e responsabilidade
social, realizada em Grand Rapids, Michigan, em junho de 1982, sob a
presidência de John Stott, a comissão dividiu a responsabilidade social em duas categorias:
(Serviço Social) e (Ação Social) que refletem o mesmo raciocínio que
apresentamos acima:
 
SERVIÇO SOCIAL   AÇÃO SOCIAL
 
Socorrer o ser humano em suas necessidades Eliminar as causas das
necessidades.
Atividades Filantrópicas Atividades políticas e econômicas
Procurar ensinar indivíduos e famílias. Procurar transformar as
estruturas da sociedade.
Obras de Caridade A Busca da Justiça (2)Frances O`Gorman, em seu livro Promoção Humana, divide as tendências de promoção em quatro categorias:
 
1.  Promoção Humana Pela Assistência: “Na assitência, o pobre-indigente recebe o peixe de ajuda material do agente compadecido. Enquanto dar o peixe irradia caridade, gera também assistencialismo no agente, dependência desumanizante no pobre e inércia na sociedade”.
 
2.  Promoção Humana Pelo Ensino: “No ensino, o pobre-atrasado recebe do agente colaborador, o informação/formação. Enquanto ensinar a pescar oferece instrumentos de acesso regulado aos bens da sociedade, promove também paternalismo no agente, individualismo competitivo no pobre e endurecimento estrutural na sociedade excludente”.
 
3-  Promoção Humana Pela Participação: “Na participação, o
pobre-marginalizado conquista seu espaço pela reivindicação e
solidariedade, com o acompanhamento do agente colaborador. Enquanto pescar em mutirão e vender o peixe em cooperativas suscita compromisso do pobre com o pobre, também estaciona no reformismo por parte dos agentes e na acomodação com melhorias conquistadas pelos pobres deixando intactas as estruturas de exploração”.
 
4-  Promoção Humana Pela Transformação: “Na transformação, o
pobre-oprimido se liberta da opressão (por conseguinte liberta seu opressor) assumindo seu direito de ser sujeito da sociedade pela intervenção transformativa nas estruturas injustas com o engajamento do agente criativo...” (O’GORMAN; 1982: 35ss)
Essas tendências não devem ser consideradas como estanques. Na verdade, indivíduos ou projetos assistencialistas, mudam enquanto caminham. Até imagino que as pessoas envolvidas com obras mais educativas, um dia agiram assumindo posturas assistencialistas ou paternalistas. Por sinal, em verdade, na filantropia ou assistencialismo os recursos pelo menos chegam mais nas mãos dos pobres do que nos chamados projetos “educativos”, que muitas vezes funcionam também como máquina de emprego para técnicos que
utilizam o sofrimento dos pobres em beneficio pessoal ou institucional.
Seja qual for a tendência de promoção humana, precisamos avaliar
criteriosamente nossas atividades sociais e políticas. A pergunta chave é: Quem promove quem pela filantropia, ensino, evangelização? Quem se beneficia com a missão realizada?
O trabalho social é dinâmico, criativo, requerendo permanente avaliação criteriosa e confiável. Diante de calamidades de difícil controle, fome, famílias vivendo no relento, nossas ações precisam ser justas mesmo que vestidas de assistencialismo e paternalismo. Não estamos priorizando as tendências, estamos somente sinalizando as várias formas de atuação, e quando se fazem necessárias.
Portanto, entender a responsabilidade social como uma tarefa que
transpõe as limitações da filantropia e do ensino, não é apenas uma questão de conceituação técnica, é acima de tudo uma providência, que há de nos ajudar a compreender que prevenindo as desigualdades sociais pelas ações de
justiça, evitaremos que outros dependam de maneira subserviente de
nossa
filantropia.
 A vocação da igreja é ser a comunidade peregrina dos discípulos e discípulas de Jesus Cristo. É ser uma nova sociedade habitada por Deus.
É a comunidade alternativa que desfruta, pratica e proclama as boas novas do Reino de Deus. Vive a liberdade de ser plenamente humana, em adoração a Deus e comunhão com o seu povo, para amar e servir o mundo amado por Deus.
Proclama pela comunicação inteligente e pela forma como expressa sua
experiência comunitária. Anuncia as boas novas do Reino de Deus pela
prática da misericórdia e luta pela justiça.
 
NOTAS
(1)  LESSA, Hélcio da Silva. Ação Social Cristã -  Movimento “Diretriz
Evangélico”, Guanabara - RJ. Serviço Social deve ser entendido neste 
trababalho como uma conduta de atuação para a promoção humana e não
como o
curso de Serviço Social. Se bem que na época em que Pr. Hélcio Lessa
escreveu essa idéia, a Faculdade de Serviço Social no Brasil, não
tocava nas
raízes mais profundas dos problemas com a criticidade dos últimos anos.
 
 
 

(2)  STOTT, John (relator). Evangelização e Responsabilidade Social.
Série
Lausanne, ABU  Editora e Visão Mundial, 2ª Edição, 1985 pág. 38.
(3)  O`GORMAN, Frances e Equipe NUCLAR - Promoção Humana: Princípios e
práticas Numa Perspectiva Cristã, Edições Paulinas São Paulo, 1982.
(4)  GRELLERT, Manfred - Os Compromissos da Missão - Caminhada da
Igreja no
contexto Brasileiro, JUERP/VISÃO MUNDIAL,  1987, pág. 34.
(5)  CAVALCANTI, Robinson - Igreja: Agência de Transformação Histórica,
Editora Vinde e Editora Sepal, 1ª Edição 1987. Págs. 43 e 44.
 

  SCHAEFFER, Francis - O Sinal do Cristão. In: Série Palavra, Volume 6.
Brasília – DF, Comunicarte - Missão Social Evangélica, 1992.
 
PADILLA, René, MISSÃO INTEGRAL - Ensaios Sobre o Reino e a Igreja.
Temática
Publicações, São Paulo - SP, 1a Edição; 1992; P. 23
 

20.RESGATANDO A SUBMISSÃO (11/08/07)
"Ser submisso é acolher o outro. Seremos mais verdadeiramente nós mesmos quando nos dermos mais inteiramente aos outros"
Alguns anos atrás, um casal de amigos me procurou convidando-me para que celebrasse seu casamento. Tivemos um ótima conversa. Fiquei impressionado não apenas com o amor com que se amavam, mas também com a amizade intensa que demonstravam ter um para com o outro. Era um casal crente. Ambos tinham uma sincera e sólida base de fé. Era também um casal moderno, preocupados em construir uma relação que fosse profunda e verdadeira e que ao mesmo tempo respeitasse os limites e as fronteiras de cada um.
Gostei da conversa, me pareceu que estavam bem afinados, e estavam. Solicitei que escrevessem seus votos, que juntos trabalhassem os termos de sua aliança, sempre faço isto. Peço para que o casal escreva seu votos, os compromissos que irão assumir diante de Deus e entre si. Foi quando fiz menção dos votos que ouvi uma preocupação que até então não tinha surgido em nossa conversa - os dois não gostariam de incluir a palavra "submissão" nos votos que iriam assumir. Era compreensível a preocupação deles. Afinal, nenhuma palavra bíblica foi mais mal usada do que esta. Autoridades políticas, pastores, pais, maridos a usaram, e ainda usam, para explorar, manipular e abusar. Ao pedirem que esta palavra não fosse incluída na celebração e que não pretendiam incluía-la nos votos, estavam dizendo não a uma longa história de dominação e poder que não gostariam de ver repetida no seu casamento.
Conversamos bastante sobre este tema. Entendi a preocupação deles. Entendi e concordei. Mas, uma das minhas responsabilidades como pastor tem sido a de resgatar palavras, devolver a elas seu significado e sua beleza. Palavras são as ferramentas do pastor e sua tarefa é dar a cada uma delas sua dignidade e valor. Não é pelo fato de uma palavra ter sido corrompida que devemos jogá-la fora, descartá-la do vocabulário.
A palavra submissão precisava, naquela conversa, ser recuperada. As lembranças do autoritarismo, das mulheres reprimidas, dos filhos abusados, tornavam a submissão numa palavra execrável, maldita, repudiada. No entanto, o relato bíblico, bem como as mais antigas tradições cristãs, consideram a submissão uma das mais importantes expressões da experiência espiritual.
Ser submisso é acolher o outro. O conceito bíblico de submissão não é hierárquico, mas relacional. Não tem nada a ver com estruturas de poder, mas com uma postura para com o outro. Numa estrutura hierárquica, a submissão é uma forma de anulação. Numa experiência de entrega e amor, a submissão é uma forma de afirmação. Sou mais verdadeiramente quem eu sou quanto mais me entrego ao outro em amor. Quanto mais submisso, mais verdadeiro.
Jesus não perde a dignidade de quem é ao esvaziar-se a si mesmo, assumir a forma de um servo e humilhar-se. Embora sendo Deus, fez-se igual a nós - mas ao se fazer igual a nós, tornou-se verdadeiramente Deus entre nós. Por causa de sua humilhação, ele foi exaltado e recebeu um nome acima de todo nome. Quanto mais ele se esvaziou e se deu, mais exaltado e dignificado foi.
Quando um homem ou uma mulher se entregam em amor, se sujeitam mutuamente e esvaziam-se para receber o outro como ele é, acabam por fim afirmando a si mesmo e ao outro. É assim que Paulo define a relação de Cristo com a Igreja e da Igreja em relação a Cristo. É uma relação de amor e submissão, de entrega e aceitação. Nesta relação, submissão e amor tornam-se sinônimos. Cristo ama a igreja e se entrega a ela. Nesta entrega, ele se doa para a santificar. Como resultado desta entrega e santificação, a Igreja torna-se mais verdadeira.
O mesmo acontece quanto um esposo se entrega à sua esposa. Nesta entrega, inicia-se um processo de santificação que torna a esposa mais completa, mais humana, mais verdadeira. Ao nos submetermos uns aos outros, tornamo-nos mais verdadeiramente quem somos diante de Deus.
Todo processo de submissão que escraviza, diminui, avilta e aprisiona, é falso e demoníaco. Era contra isto que aquele casal resistia. No entanto, quando olhamos para a relação de íntima e devota submissão que encontramos na comunhão entre as três pessoas da Santíssima Trindade, percebemos que um sempre afirma o outro, lança brilho sobre o outro, busca a glória do outro. É o Filho que glorifica o Pai em sua entrega de amor para a redenção dos nossos pecados. É o Pai que glorifica o Filho em sua ressurreição; e o Espírito que glorifica o Filho e, através do Filho, glorifica o Pai.
A submissão na comunhão trinitária é perfeita. Este é o modelo proposto na Bíblia para os nossos relacionamentos. Quando a Bíblia fala de submissão não está propondo uma estrutura hierárquica de poder, mas uma forma de relacionar-se onde o amor é amadurecido e a dignidade do outro elevada até a estatura da humanidade real de Cristo Jesus.
Embora a história recente tenha nos deixado um legado traumático do mau uso da palavra submissão, precisamos resgatá-la, devolver a ela sua beleza e verdade. Maridos, esposas, pais, filhos, irmãos e irmãs, não tenham medo de se entregarem uns aos outros, de amar sem querer dominar, de se sujeitarem uns aos outros sem o medo de se perderem. Quem faz isso, ao invés de perder suas identidades, como muitos pensam, irá na verdade afirmá-la. E, mais cedo do que imaginam, irão reconhecer que seremos mais verdadeiramente nós mesmos quando nos dermos mais inteiramente aos outros.
Ricardo Barbosa de Sousa
O CASO DO PAINEL VIOLADO
 
"Temos que ser cristãos transparentes, sem temer a abertura do nosso painel e a revelação dos nossos votos - isto é, nossos passos, nossos testemunhos, nossa luz, nosso sal"
 
A casa caiu. No caso, o areópago legislativo brasileiro. Violado o painel de votação, traição entre pares do Senado Federal, cabeças rolaram e ainda rolarão. Foi feito aquilo que não se poderia, eticamente, fazer. Revelado o segredo da violação do painel eletrônico, algumas situações ficaram insustentáveis.
Existe uma espécie de painel invisível dentro de nós. Nele, devemos votar sempre contra as forças do mal e a favor do bem. É a nossa alma. Sabemos muito bem quando dizemos que votamos sim mas na verdade votamos não. Às vezes, é possível até enganar a todos com um jogo de malabarismos, um faz-de-conta. Mas jamais enganaremos a Deus. Este o ponto: dentro do nosso painel, carregamos alguns segredos. Preferimos que não se saiba algumas coisas de nossa vida, de nossa intimidade, caminhos que desvendamos apenas para terapeutas ou amigos íntimos - assim mesmo, com inevitáveis restrições.
Por isso mesmo, são essenciais os momentos de comunhão íntima com Deus. Meio Paulo, meio Saulo, muita estrada de Damasco corre dentro de nós. Assunto embaraçoso, este. Malandramente de olho na mulher do próximo, Davi deu um jeitinho para o marido dela, Urias, ser colocado bem à frente de uma tropa de combate e assim morrer. A história está contada no segundo livro de Samuel. O Senhor mandou o profeta Natã escancarar o painel com o segredo de Davi. Só lhe restou confessar: "Pequei". Este, outro ponto: de vez em quando, o painel que pensamos ser impenetrável é aberto pelo poder de Deus.
Não adianta, numa hora dessas, querer disfarçar. "Pequei", temos de admitir e pedir perdão. De coração. Sim, porque se nossa alma pode ser nosso painel, o coração também pode se transformar em cofre embutido onde pretendemos guardar outro tipo de tesouro. Cuidado, pois, porque "o vosso ouro e a vossa prata foram gastos de ferrugens e a sua ferrugem há de ser testemunho contra vós mesmos" (Tiago 5.3). Sim, Deus penetra fundo na alma. E o coração pode enferrujar. Não dá para ser criptocristão, cristão oculto, painel com votos comprometedores, ora sim, ora não.
Temos que ser cristãos transparentes, sem temer a abertura do nosso painel e a revelação dos nossos votos - isto é, nossos passos, nossos testemunhos, nossa luz, nosso sal. Como se estivéssemos dizendo a Deus: "Estamos contigo, Senhor. Estamos ao teu lado". Não podemos terceirizar valores eternos, como se defendê-los não fosse responsabilidade nossa. É tentador jogar culpas e responsabilidades para cima dos outros, como se nada tivéssemos a ver com as situações.
A Bíblia está repleta de exemplos de painéis escancarados. Portanto, a sensibilidade de nossa alma deve nos motivar, diante de uma das últimas crises da política brasileira, a imaginar o que poderia ser de nós em determinadas situações em que, subitamente, alguns dos nossos segredos fossem tornados públicos. Se o seu painel não precisa de peritos para demonstrar o que houve, ótimo - parabéns, você está firme na fé. Se não, atente para um detalhe simples e ao mesmo tempo significativo: Deus está vendo tudo!
Percival de Souza
é escritor, jornalista e membro da
Academia Cristã de Letras.
 
LAMENTO: O CLAMOR DO AFLITO
"O lamento nos coloca em contato com nossa humanidade caída que precisa de perdão"
 
Uma das grandes tragédias do cristianismo contemporâneo, que tão insistentemente tem afirmado a prosperidade, a saúde e o sucesso como expressão real e verdadeira da fé e que, conseqüentemente, nega o sofrimento ou o classifica como maldição e falta de fé; é que não tem havido mais lugar na igreja para o lamento.
É comum relacionar o sofrimento com o pecado e a prosperidade com a integridade numa relação teológica de causa e efeito: Deus pune o pecador e abençoa o justo. A única coisa que nos resta a fazer diante do sofrimento é arrepender-nos e confessar-nos. Esta é a equação que mais facilmente afirmamos diante da dor. Não nego que muito sofrimento tem sua causa no pecado e que muitos justos prosperam. No entanto, sabemos que nem todo sofrimento é resultado de uma vida ímpia como nem toda prosperidade é fruto da integridade e honestidade. Há portanto uma realidade inegável que envolve a dor e o sofrimento, inclusive entre os fiéis filhos e filhas de Deus que não pode ser negada nem minimizada.
Sabemos que muitos sofrem de forma inexplicável e que neste contexto uma oração de arrependimento parece inadequada e sem sentido. Numa situação assim, não podemos negar o sofrimento, muito menos reduzi-lo a frases prontas, comuns entre nós que tentamos diminui-lo, dizendo: "Isso passa", "A vida é assim mesmo", "Todos passam por isso". Também não precisamos encontrar meios para explicá-lo, nem mesmo alguma forma de resolvê-lo. Precisamos apenas aprender a nos envolver nele e aceitá-lo como realidade própria da existência humana.
Diante da dor e do sofrimento - seja ele causado pelo pecado e rebeldia, por uma manifestação do juízo divino ou mesmo sem apresentar nenhuma causa conhecida - os sentimentos de abandono, pesar, perplexidade, dúvida, revolta e indignação tomam conta de nossa alma. Como vamos expressar estes sentimentos diante de Deus? A experiência de oração de Israel nos ajuda a articular uma linguagem adequada para o sofrimento, uma linguagem reprimida pelo triunfalismo falso dos púlpitos modernos irresponsáveis. A linguagem do lamento faz parte da gramática da aliança que Deus estabeleceu com seu povo. Uma relação pessoal e íntima requer transparência e verdade.
Grande parte das orações no Velho Testamento são orações de lamento. Lamento pelo pecado, pelo sofrimento de um povo rebelde e obstinado, lamento pela perda de um ente querido, pela opressão e injustiça dos tiranos. Um livro inteiro, o de Lamentações, é dedicado a este grito de dor de um povo que não entende os mistérios do sofrimento diante da destruição de uma cidade. Jeremias, Jó, Habacuque e muitos dos Salmos são orações de lamento. Todos estes lamentos buscam uma resposta de Deus. Querem ouvi-lo. Algumas vezes ouvem uma palavra de Deus; muitas vezes não ouvem nada da parte de Deus. Mas, mesmo diante do silêncio divino, a oração de lamento persiste.
O lamento serve para articular um problema que surge na vida de quem ora. Normalmente aparece na forma de duas perguntas: Por que? Até quando? São perguntas que demonstram que aquilo que não está certo não pode ser aceito. "Por que o ímpio prospera?"; "Até quando o Senhor permitirá que sejamos oprimidos?"; Por que alguém honesto e temente ao Senhor permanece desempregado por tantos anos?"; "Até quando meu filho permanecerá escravo das drogas?". São muitos "por quês" e "até quando" que ouvimos todos os dias. O lamento é uma oração que não apenas chama a atenção de Deus para o problema, mas também espera dele a sua correção. Esta correção nem sempre acontece com o problema em si, mas com aquele que ora. O lamento é uma oração de transformação onde algumas vezes a realidade é transformada; outras, somos nós.
O lamento serve também para reconhecer que Deus é a causa primeira e última de tudo o que acontece, mesmo quando não há explicações. Diante da dor e do sofrimento, Israel nunca voltava-se para outra fonte - Deus era a fonte. Não tratavam o sofrimento como se fosse uma invasão de forças brutais e demoníacas, uma realidade impessoal que nos coloca no meio do caos. O lamento é uma forma de oração que nos ajuda a perceber que quando sofremos experimentamos algo intensamente pessoal, a ira e o amor de Deus. Quando lamentamos, nos voltamos para Deus, reconhecemos que nada existe, acontece ou se move que não faça parte do seu propósito redentor. A partir do momento em que o lamento é eliminado da oração, o sofrimento torna-se impessoal.
O Evangelho que coloca a cruz no centro de sua mensagem, também aceita a cruz do discipulado como parte de sua rotina, que inclui o sofrimento. No entanto, as dificuldades e sofrimentos que enfrentamos não são problemas para os quais o Evangelho provê alguma forma de escape, mas parte da realidade de que a experiência cristã precisa ser compartilhada uns com os outros a fim de dar e receber apoio, conforto e esperança. É no sofrimento que precisamos de coragem tanto para compartilhar como para ouvir aquilo que os outros passam. Precisamos de alguém que nos dê a honra de prestar atenção em nós, nos tratar como pessoas e encarar nossa situação como ela é. O lamento nos protege dos relacionamentos superficiais, do conforto padronizado e do cristianismo plástico, irreal e desumano.
Aqueles que afirmam que um cristão não sofre, não apenas mentem como roubam a dignidade de quem sofre, e apontam para um mundo irreal onde a ilusão nos afasta do lamento e do contato com aquilo que é verdadeiro: nossa dor. O sofrimento não é uma tragédia que deve ser evitada, como se isto fosse possível, mas uma experiência com o Deus soberano, o Senhor da vida, cujos caminhos são diferentes dos nossos caminhos e os seus pensamentos permanecem mais altos que os nossos.
O lamento não é um fim, é uma forma como oramos, como entramos em diálogo com Deus. A medida em que perguntamos: "Por que?"; "Até quando?", permanecemos com os olhos voltados para Deus esperando que ele mesmo nos responda, crendo que só ele tem a última palavra e que só a sua palavra pode nos salvar e redimir. O lamento nos coloca em contato com nossa humanidade caída que precisa de perdão. Nos coloca em contato com nossa dor e a dor do outro e cria entre nós uma comunidade mais verdadeira e uma comunhão mais profunda e real.
Precisamos criar mais espaços para o lamento. Infelizmente, em nossas igrejas, há mais espaços para os amigos de Jó do que para o próprio Jó. Temos receio dos riscos do lamento, das perguntas inoportunas, da possibilidade da decepção espiritual. No entanto, a única forma de dar sentido ao conturbado mundo que vivemos, é manter Deus no coração dele.
 Ricardo Barbosa de Sousa
 
 
 
 
 
A IGREJA DIANTE DA GLOBALIZAÇÃO
 
"Antes de vermos os efeitos negativos da globalização, precisamos aproveitar seus aspectos positivos para a Igreja, até que o relógio divino dispare o alarme final"
 
A globalização vem sendo exaustivamente analisada e discutida. Na maioria das vezes, contudo, apenas seus aspectos negativos são abordados. A mídia tem destacado as manifestações anti-globalizantes, geralmente realizadas por cidadãos do Primeiro Mundo - justamente os mais beneficiados com o processo. Fala-se em aumento da pobreza, desemprego, monopólio de marcas e patentes, dominação comercial de sementes para o plantio etc., como os grandes causadores das crises mundiais. Os malefícios da globalização - e seus inegáveis benefícios - transcendem a área econômica e social. A reboque, seus efeitos poderão favorecer ou dificultar o avanço do Evangelho nas próximas décadas. Carecemos, como cristãos, de entender até onde seremos levados pela onda globalizante.
A dominação econômica mundial é apenas um dos aspectos aparentes da globalização. Todavia, às vezes não percebemos que alguns poucos têm o poder de trazer uma quebradeira mundial. Qualquer especulador do capital internacional pode tirar seus investimentos de determinado país em desenvolvimento e deixá-lo com sérios problemas de liquidez. Quando a bolsa de Tóquio está em baixa, afeta imediatamente o Ocidente; se a Turquia cai, arrasta consigo os demais Estados emergentes. No mês passado, a Argentina, em pré-falência, levou o Brasil a recorrer novamente ao Fundo Monetário Internacional, o FMI, para se resguardar de tombo semelhante..
A partir da Segunda Grande Guerra, vários elementos globalizadores entraram em cena. O Banco Mundial foi criado em 1944 para evitar uma nova depressão econômica, como a que ocorreu em 1929. O FMI começou a operar em maio de 1946. Ultimamente, foi criado o Euro, a nova moeda que já circula em diversas nações da União Européia. A ONU surgiu no pós-guerra visando a preservação da paz mundial - lamentavelmente, novos conflitos continuaram eclodindo ao redor do mundo.
Mas a globalização deve e precisa ser vista sob a ótica da Bíblia e da história. No passado, as guerras eram esforços para a globalização dos impérios. O livro de Ester abre com essa frase: "Foi no tempo de Xerxes, que reinou sobre cento e vinte e sete províncias." Ele dominou desde a Índia até a Etiópia, e uma consulta ao mapa-múndi é suficiente para conferir a extensão do seu reino. Quando Hamã decidiu vingar os judeus, usou dos recursos da época - ginetes rápidos - e programou o extermínio da raça inimiga para um ano depois. Hoje, tudo poderia acontecer em questão de minutos.
O Império Romano globalizou a humanidade de sua época. As instituições, a forma de governo e a língua dos césares foram adotados em todos os reinos e nações sob influência romana. Roma construiu estradas, muitas existentes até o dia de hoje, que levavam a todos os cantos do mundo conhecido. Vê-se, pelo evangelho de João, que até mesmo em Israel outras línguas eram faladas ao lado do aramaico - a tabuleta que identificava o Nazareno pendurado na cruz foi escrita em três idiomas: hebraico, latim e grego. Contudo, Deus utilizou a globalização promovida pelo Império Romano para levar adiante seus propósitos. O nascimento de Cristo em Belém só foi possível devido a um decreto imperial de caráter globalizador: todos os habitantes deveriam comparecer ao recenseamento. Estradas, cultura e idioma foram meios da globalização do início da Era Cristã para que o Evangelho fosse pregado a todo o mundo conhecido. Até mesmo os bárbaros, assim chamados por não falarem o grego, foram alcançados.
A ótica escatológica pode nos induzir ao erro, mas quando analisamos as questões mundiais à luz dos acontecimentos previstos nas Escrituras, ficamos surpresos com o que a Bíblia diz a respeito. Por exemplo, o triunfalismo hoje pregado por muitos carece de base bíblica, não apenas tendo em vista o que aconteceu com a Igreja nos primeiros séculos, mas também quando visto escatologicamente, posto que o próprio Deus permitirá que seus escolhidos sejam perseguidos e derrotados por um tempo.
Antes de vermos os efeitos negativos da globalização, precisamos aproveitar seus aspectos positivos para a Igreja. Se bem aproveitada, a aldeia global e seus efeitos permitirão o avanço do Evangelho. A Igreja pode ficar mais unida, integrando os irmãos em todas as partes do planeta. Hoje, podemos depositar dinheiro na conta de um missionário e ele o receberá do outro lado do mundo, bastando apenas usar um cartão de banco. Da mesma forma, um apelo desesperado por oração chega em tempo real ao nosso computador. Obviamente, todo avanço científico, econômico e tecnológico usado pelas forças do mal trará conseqüências terríveis; contudo, nas mãos dos agentes do bem, produzirá benefícios e prosperidade. Um exemplo é a longevidade, que aumentou consideravelmente. Nossos antepassados viviam, no máximo, 50 anos; seus descendentes, hoje, beiram os noventa. O estudo da genética e os processos de clonagem de plantas, animais e o desenvolvimento de órgãos para reposição no corpo humano, usados cientificamente em benefício da humanidade, proporcionarão melhor saúde, longevidade e qualidade de vida. Hoje existem mais alimentos disponíveis no mundo inteiro; o que falta é uma distribuição dos grãos aos povos mais pobres. De acordo com a FAO, departamento da ONU encarregado das políticas de alimentação, 824 milhões de pessoas passam fome no mundo - muitos deles aqui no Brasil. Como expressou muito bem o diretor-geral da ONU para a alimentação e agricultura, Jacques Diuf, isso acontece pela falta de vontade política dos governos.
Quando todo o progresso da ciência cair nas mãos de um homem mau, dominador, a serviço de Satanás, então a globalização permitirá que a Escritura uma vez mais se cumpra na terra. As telecomunicações que usamos com fim proveitoso, poderão ser usadas pelas trevas. A economia mundial poderá trazer benefícios a todos os países. Se mal direcionada, só trará falência e destruição. Felizmente, o poder de Deus pode tornar a globalização instrumento poderoso para o Evangelho de Cristo, até que o relógio divino dispare o alarme final.
 João Antônio de Souza Filho
é pastor e escritor
A TRAGÉDIA DE SETEMBRO
"O terrorismo mudou o mundo - mas estarão seguros aqueles que permanecerem ao lado de Deus"
 
"A tragédia que vem ocupando as atenções do planeta coloca em termos dramáticos alguns dos problemas da ordem internacional caracterizada como 'globalização'. Com o desaparecimento de alternativas conceituais ao modelo ocidental capitaneado pelos Estados Unidos da América, as manifestações de antagonismo tendem a assumir o aspecto irracional e desesperado que marcou a catástrofe (…) Num mundo dominado por um único pólo de poder econômico e militar, o inconformismo fermentado pela miséria, pela exclusão e pelo fanatismo religioso tende a fragmentar-se em grupos aguerridos, mas politicamente irresponsáveis, que não se consideram comprometidos com nada além de seu próprio delírio apocalíptico (…) É óbvio que os atentados colocam seus autores fora do âmbito de qualquer convívio civilizado e que eles devem pagar pela carnificina que sua ação produziu. Mas não se pode ignorar que os EUA não têm contribuído para reduzir o nível de tensão mundial (…) Tudo indica que o mundo mudou - e para pior."
Estas referências extraídas do editorial da Folha de São Paulo de 12 de setembro, o dia seguinte aos atentados terroristas contra os EUA, foram, em minha modesta opinião, as mais lúcidas até o momento. Considerando que vivemos num mundo dominado por um único pólo de poder econômico e militar (e eu acrescento político e cultural), e que desapareceram as alternativas ao modelo ocidental capitaneado pelos EUA, o que torna este domínio uma hegemonia, a expansão norte-americana não deveria receber o nome de globalização, mas sim de imperialismo - dominação econômica e política, quase sempre estabelecida com base no poderio militar, espécie de colonialismo aperfeiçoado.
Assim as potências européias dominaram a Índia, a África e a Ásia na segunda metade do século 19. A partir de 1870, o forte crescimento industrial, a intensa competição por mercados, levaram os capitalistas a exigir dos seus Estados de origem (países europeus, EUA e, posteriormente, Japão) que protegessem seu capital investido nas colônias. O Estado, que até então deveria apenas preservar a propriedade e a segurança de seus cidadãos, passa a dar garantias de que os investimentos além-fronteiras darão frutos, sendo esta a origem do imperialismo.
Para melhor esclarecimento, de acordo com James Petras, da Universidade de Binhamton, de Nova Iorque, "a investigação mais recente das maiores companhias do mundo, tendo como base sua capitalização de mercado, demonstra que das 500 maiores, os Estados Unidos possuem 244 corporações; a Europa, 173; e o Japão, 46. Se prestarmos atenção nas 25 principais corporações, ou seja, aquelas cuja capitalização excede 86 bilhões de dólares, a concentração do poder econômico fica ainda mais evidente: mais de 70% são norte-americanas, 26% são européias e 4% são japonesas. Das 100 maiores companhias do mundo, 61% são norte-americanas, 33% européias e apenas 2% do Japão.
O conjunto de países em desenvolvimento (América Latina, Ásia, Oriente Médio e África) consegue somar 26 das 500 principais corporações, ou seja, 5% do total. Segundo esta divisão do controle da economia global por parte das corporações, fica claro que os EUA ficam fortalecidos como potência dominante e sem rival."
Não é de surpreender que as manifestações de antagonismo tendem a assumir o aspecto irracional e desesperado que marcou a catástrofe de setembro. De fato, Carlos Heitor Cony tem razão ao comentar que "a globalização econômica e cultural levaria o mundo, mais cedo ou mais tarde, a uma tensão insuportável".
Antes de qualquer outro comentário, registre-se, em letras garrafais, que é óbvio que os atentados colocam seus autores fora do âmbito de qualquer convívio civilizado e que eles devem pagar pela carnificina que sua ação produziu, como assinalou o editorialista da Folha. Mas devemos considerar que assim como a violência urbana se explica em grande parte pela exclusão social, também o terrorismo internacional expressa o inconformismo com a miséria e as condições perenes de subdesenvolvimento das nações emergentes e principalmente daquelas que vivem abaixo da linha do tolerável.
Nesse caso, a bestialidade não se manifesta apenas naqueles que sacrificam vidas inocentes atirando aviões contra torres, mas também naqueles que patrocinam a pornografia, manipulam a industria farmacêutica, votam embargos econômicos, inventam guerras no quintal dos outros para lucrar com a industria bélica, locupletam-se com a corrupção e o desvio das verbas públicas, perpetuam as taxas extorsivas no mercado financeiro, enfim, o tipo de gente que passa os dias nas salas refrigeradas dos arranha- céus.
O terrorismo é tão absurdo quanto as práticas sistemáticas que sustentam sistemas econômicos e políticos que mantém a África, a Índia, e por que não dizer, o sertão e os guetos urbanos do Brasil à margem da dignidade. Na linguagem do Chico Buarque, ficamos atônitos quando cai lá de cima o elevador, mas não nos mobilizamos mesmo sob a chuva fina o ano inteiro. A mesma comoção expressa em solidariedade aos que perderam suas vidas sob os escombros das torres gêmeas deveria mobilizar as potências mundiais, e os cidadãos comuns, como você e eu, na direção de ações concretas em favor dos pobres, que representam 56% da população mundial, das 1,2 bilhão pessoas que vivem com menos de US$ 1 por dia, conforme dados do Banco Mundial.
"Para o bem ou para o mal, por muito tempo os Estados Unidos não voltarão a ser como eram quando o dia 11 de setembro amanheceu", comentou o jornalista Élio Gaspari, na mesma Folha de São Paulo. Na verdade, o mundo todo jamais será o mesmo. Parece correto afirmar que tudo indica que o mundo mudou - e para pior. Enquanto escrevo, as manchetes dos jornais dizem que os Estados Unidos estão convocando seus reservistas e que o Talibã, prevendo ataque, já prometeu revanche. Em outras palavras, são dias de guerra. Julius W. Becton Jr., general da reserva, pesquisador do Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais, de Washington, chegou a afirmar: "Estamos em guerra, mas não sabemos ainda quem é o inimigo."
Não imagino como estará o mundo ao tempo em que estas linhas estiverem sendo lidas, mas me recordo do ensinamento do ex-presidente americano Abraham Lincoln. Neste contexto onde todos acreditam agir em nome de Deus, e que o conflito político-econômico acontece na moldura da "guerra santa", tenho uma única certeza - estarão em segurança, não aqueles que tiverem Deus do seu lado, mas sim aqueles que estiverem do lado de Deus.
Ed René Kivitz
 
A CRISE MUNDIAL
E A CIDADE DE DEUS
"No meio do pânico mundial, Deus oferece ao homem a possibilidade de habitar em sua Cidade"
 
Entramos no século 21 com dois acontecimentos que merecem reflexão. O primeiro foi o atentado do dia 11 de setembro contra os Estados Unidos, e o outro, a Conferência de Durban, na África do Sul, sobre o racismo, ocorrida alguns dias antes. Ambos acontecimentos retratam a nova realidade de um mundo sem fronteiras, globalizado, e nos convidam a viver neste mundo de uma forma mais cristã e fraterna.
Na crônica que Rubem Alves escreveu sobre o atentado, ele compara os EUA, nação rica e poderosa, que sempre se considerou protegida do resto do mundo, a um cavaleiro medieval que se julgava seguro dentro da armadura que vestia. Nada poderia atingi-lo, nenhuma flecha ou lança conseguiria perfurar a sólida couraça, até o dia em que pisou num formigueiro e, de repente, dezenas, centenas delas, começam a entrar pelas frestas da armadura, picando o pobre cavaleiro que se vê desesperado lutando para arrancar aquele monte de latas e se livrar dos minúsculo insetos. O atentado nos revelou que todo esquema de proteção tem suas frestas.
A conferência sobre racismo organizada pelas Organização das Nações Unidas, cujo propósito era promover a harmonia global, terminou em insultos, desentendimentos e indignações, revelando a fragilidade e a vulnerabilidade das relações humanas. A conferência de Durban nos mostrou nossa intolerância.
O atentado e o encontro em Durban revelaram as frestas que sempre existirão. Expuseram as diferenças que tendem a aumentar. Não é mais possível imaginar uns poucos vivendo seguros e protegidos, enquanto muitos outros vão sendo cada vez mais excluídos e marginalizados. Temos diante de nós o mundo que Deus criou e o ser humano criado à sua imagem e semelhança - precisamos agora pensar em como iremos viver.
Nossa segurança só será possível na medida em que vivermos mais dependentes de Deus e mais fraternalmente uns com os outros. O salmo 46 foi escrito num cenário de violência. As imagens do texto são violentas. Há violência na natureza, violência na política, violência militar. É um salmo escrito para um cenário como o nosso, que vê os recursos naturais se esgotando e o sistema ecológico protestando contra a ambição desenfreada do ser humano. Um cenário onde as nações se mostram raivosas e intolerantes, rangendo os dentes e desfilando seus arsenais bélicos ameaçando quem se levantar contra elas.
É dentro deste quadro caótico que a oração acontece. A oração existe, não para nos colocar fora do conflito, mas para que mantenhamos nosso olhar na direção correta. O propósito da oração não somos nós, mas Deus, o Deus que reina e governa para sempre. A oração sempre lida com Deus e não com as circunstâncias. É por isto que o salmo afirma: "O Senhor dos Exércitos está conosco, o Deus de Jacó é o nosso refúgio". Deus é apresentado como o Senhor dos exércitos, que revela o seu domínio e comando, e como o Deus de Jacó, que mostra sua pessoalidade. É um Deus poderoso e que participa da nossa história, relacionando-se conosco. Nele experimentamos segurança e intimidade.
Em contraste com a atmosfera de violência e conflitos que estamos vivendo, há uma cidade de Deus, que nos encoraja a viver e orar num mundo violento: "Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela; jamais será abalada; Deus a ajudará deste antemanhã.". Esta cidade não está situada num futuro distante, escatológico - é uma realidade presente. É um lugar onde Deus habita. Um lugar onde não são as ameaças bélicas, nem mesmo as sanções econômicas, que determinam a realidade. O Reino de Deus é este lugar real, visível, histórico, onde a justiça acontece, o amor é experimentado, o preconceito é rompido, a generosidade é extravagante e o perdão oferecido.
Penso que é dentro deste contexto da cidade de Deus que Jesus afirma sua vitória sobre o mundo. Vítima da violência dos homens, ele consola seus discípulos dizendo: "No mundo tereis aflições. Mas tende bom ânimo, eu venci o mundo". Que mundo ele venceu? Este mesmo mundo que nos ameaça. Jesus não permitiu que a agenda violenta das ameaças determinassem sua agenda de amor, perdão e justiça. Ele venceu o mundo.
Junto àquela cidade há um rio que flui trazendo vida e a verdade de que ela jamais será abalada. Montanhas caem, mares se enfurecem, reinos desabam, mas a cidade de Deus permanece. Ela é segura não porque seja inviolável, mas porque encontra-se sob o domínio do Senhor dos Exércitos e é guardada pelo Deus de Jacó. Deus é seu socorro bem presente.
Este salmo nos convida primeiramente a contemplarmos as obras do Senhor. Quem não ora depende dos jornais para entender o mundo. Ao orarmos, vemos Deus agindo, cumprindo seus desígnios, estabelecendo seu juízo. Vemos Deus definindo os limites da guerra, despedaçando os arcos e queimando os carros no fogo. Deus está engajado na história, na nossa história. É preciso abrir os olhos para vermos o que Deus está fazendo.
O segundo convite é para nos aquietarmos e sabermos que só o Senhor é Deus. Se cremos que Deus é o Criador e se encontra no centro de todas as coisas, conduzindo-as para o fim que ele mesmo determinou, é essencial que estejamos quietos, reverentes e silenciosos para ouvir sua voz e discernir seus propósitos. Se cremos que Deus tem um propósito para este mundo, para nossa família e igreja, precisamos nos silenciar e buscar ouvir o que ele está falando.
O mundo está cheio de frestas, de intolerância, de insegurança e de violência. Entrar e viver na cidade de Deus é resistir à violência, aos apelos racistas e raivosos, a nos curvar diante de qualquer poder que não seja aquele demonstrado na cruz do Calvário. Entrar na cidade de Deus é continuar vivendo sem medo do ser humano, amando, perdoando, andando a segunda milha, oferecendo a outra face, abençoando e bendizendo. Somente assim poderemos viver seguros e em paz.
Ricardo Barbosa de Sousa
é pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto (DF)
e-mails para esta seção: rbarbosa@solar.com.br
 
 
A MORTE LHE CAI BEM
"Nada levamos da vida senão nossas relações de amor, pois o amor jamais acaba"
 
A morte lhe cai bem foi estrelado por Merril Streep. Não assisti o filme, mas o título me despertou repulsa. No meu caso, a morte, definitivamente, não me cai bem. Não quero morrer. Estou como Paulo, apóstolo: sei que morrer é estar com Cristo, mas quero deixar isso para outra hora. Woody Allen me agrada mais: "Quando eu morrer, não quero estar lá". Por um lado, é natural - na flor da idade, quem pensa em morrer está doente, no mínimo, da alma.
Mas por outro lado, minha repulsa à idéia de morte e as angústias que ela me traz indicam que ainda não fiz o necessário acordo com ela. Esta mais recente e explícita guerra que envolve o mundo a partir da ilha de Manhattan trouxe-me de volta os funestos sentimentos a respeito da estupidez do matar e morrer. Poucas imagens fizeram-me tão mal nestes últimos dias quanto as fotos das pessoas que morreram no desabamento das Torres Gêmeas. E, talvez guiado por um senso inconsciente de justiça, as cenas de peregrinações dos miseráveis e vitimados árabes afegãos, saindo do nada em direção a lugar nenhum, levando consigo apenas fome, dores, ódio e crianças.
Passei-me a perguntar mais uma vez a respeito do sentido da vida. Ou melhor, da vida com sentido. Claro, não me ocupo em respostas genéricas e universais. Quero saber que tipo de peregrinação histórica pode ser chamada de vida e justifica com significado o direito de existir.
Dizem que existe a morte selvagem e a morte domada. A morte selvagem é aquela que arranca o sujeito da vida e o sujeito vai, contrariado e desesperado. Já a morte domada não consegue levar ninguém na marra, à força. A morte domada é aquela recebida com boas vindas, com a superioridade de quem pode dizer: "Eu sabia que você estava chegando, já me preparei, e estou pronto para partir. O que tinha a fazer já o fiz, posso me deixar levar para o meu destino eterno, aos braços do meu Pai do Céus."
Penso que assim morreu Jesus. Ele disse: "Eu dou a minha vida.. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade". Também por esta razão, não apenas por sua ressurreição, cremos que Jesus venceu a morte e destruiu o seu poder. A morte não foi um monstro que arrancou a vida das mãos de Jesus. Antes, Jesus, plenamente obediente, tendo cumprido cabalmente sua missão, suspirou e entregou ao Pai o seu espírito.
Jacó também teve uma morte domada. Jacó conseguiu fazer o que a psicologia chama de "acordo com a morte". O texto sagrado diz que após despedir-se dos filhos, Jacó se deitou e expirou. Parece ter escolhido o momento de morrer. Por esta razão, presto atenção nas últimas palavras e atos de Jacó, e encontro algumas respostas à minha pergunta: Qual é a vida que vale a pena ser vivida?
O capítulo 48 de Gênesis é a ante-sala da morte de Jacó. O 49 é a sala. No capítulo 48, Jacó se despede de José, o filho que teve com Raquel, a mulher que amou. Além de José, teve também Benjamin, mas tudo indica que foi no parto de Benjamin que Raquel morreu. Mais um motivo para que José fosse chamado à sala particular de onde se sai da história e se penetra a eternidade.
Jacó traz à luz seu encontro com Deus em Betel. Lugar de promessas, onde Jacó começa a entender que ser alguém na vida não depende de usurpações na força do braço e sagacidade da mente que passa os outros para trás, mas sim da bênção de Deus, onde o que se têm na mão se explica como dádiva e não como conquista. Aprendo que a vida que vale a pena ser vivida é aquela que se deixa levar pelos propósitos de Deus e se satisfaz no que Deus promete dar.
Jacó traz à luz o dia mais triste de sua vida - o da morte de Raquel, no caminho de Efrata, Belém. Jacó, ao se despedir da vida, pode ter dito que amou uma mulher e por ela foi amado. Nada levamos da vida senão nossas relações de amor, pois o amor jamais acaba. Não apenas o amor romântico, mas também e principalmente o amor amizade, o amor ágape, extensão e expressão do amor de Deus. Aprendo que a vida que vale a pena ser vivida é aquela compartilhada em intimidade e amor com pessoas, muitas pessoas, sem número.
Jacó traz à luz sua história com o Deus a quem serviram seus pais Abraão e Isaque. Ele relembra como foi suprido e transformado por Deus. E encomenda seus netos Efraim e Manassés às mãos do Senhor. Afirma que o povo de Israel usará seus nomes para abençoar uns aos outros. Aprendo que a vida que vale a pena ser vivida é aquela que deixa de herança um relacionamento vivo com o Deus vivo. Não apenas o Deus do pai e do avô, mas meu Pastor e Redentor.
Não sei que tipo de morte vai me levar, mas quero tê-la domado antes de partir. Espero que às portas do meu último dia eu tenha a oportunidade de reunir minha esposa, filhos, netos, pessoas amadas ao meu redor, e lhes dizer que valeu a pena viver. Quero testemunhar o que Deus fez por mim, através e apesar de mim. Quero poder dizer que amei e fui amado. E quero me despedir deixando-os às mãos de Deus para que dele recebam um futuro de paz e esperança. Somente quando tiver esta certeza, poderei dizer que a morte me cai bem.
Ed René Kivitz
é conferencista e pastor da Igreja Batista Água Branca (SP)
e-mails para esta seção: kivitz@uol.com.br
 
ENTRE O VISÍVEL E O INVISÍVEL
 
"As realidades visíveis causam dor e sofrimento; no entanto, são realidades invisíveis como a ressurreição e a vida eterna que fortalecem nossos passos"
 
Diariamente os jornais, telejornais, revistas e conversas com amigos nos inundam de informações sobre as realidades do mundo. Estas leituras e conversas geralmente giram em torno das crises pessoais e familiares, econômicas e políticas. Fazem parte da pauta de nossos assuntos preferidos as guerras, a violência urbana, a corrupção política, as injustiças sociais, as crises familiares e o medo do desemprego. São temas bem reais, visíveis - estão aí, diante de nós, todos os dias. Não podemos fugir deles.
Estas realidades visíveis determinam não apenas a agenda das conversas, mas também a agenda emocional. Elas criam o medo, a ansiedade, tornam-nos mais apreensivos, confusos e assustados. Nunca a humanidade sentiu tanto medo como hoje. É o medo da enfermidade incurável, da guerra bacteriológica, do colapso econômico, do desemprego. Este medo é proporcional ao volume de informações que recebemos. Para muitos, o mundo deixou de ser um lugar tranquilo para se viver. A plataforma que nos ajuda a enxergar e compreender o mundo são as notícias e as conversas derivadas delas. As notícias mostram o cenário visível, real, onde todos nós vivemos. Um cenário assustador e sombrio.
O apóstolo Paulo, distante de nós quase vinte séculos, também viveu num cenário semelhante. Certamente não haviam tantas informações como temos hoje, mas a sensação de vulnerabilidade e fragilidade pessoal diante das grandes ameaças era tão intenso quanto hoje. Ele mesmo descreve que sentia-se pressionado, perplexo, perseguido e abatido. Não havia segurança nem certezas. Encontrava-se física e emocionalmente no limite da sua resistência. No entanto, embora as realidades visíveis provocassem nele toda sorte de perplexidade e abatimento, ele reage não se deixando contaminar pelo desânimo, pelo desespero ou pela sensação do abandono.
A reação de Paulo às realidades visíveis, resistindo às suas pressões e seu poder, foi construída por outras realidades menos visíveis, algumas completamente invisíveis. A leitura do mundo para Paulo não era determinada apenas pelas notícias dos jornais do dia, mas, sobretudo, pelas ações não noticiadas do soberano Deus.
Paulo diz que "mesmo que o homem exterior se corrompa, o homem interior se renova de dia em dia". O homem exterior, o corpo, o esgotamento físico, as marcas do sofrimento e da dor, é visível. Pode-se perceber sem muito esforço o desgaste externo. Este desgaste é o resultado das perplexidades, perseguições e abatimentos causados pelas crises relacionais, pelas injustiças sociais, pelas corrupções da política e pela desordem econômica. As realidades visíveis causam dor e sofrimento, abatem o corpo e minam nossas resistências.
Mas há uma realidade interior, não visível, que nos renova de dia em dia. Uma realidade que resiste às pressões, que não se deixa desanimar diante das perplexidades, que nos faz sentir amparados e acolhidos diante das perseguições e tribulações. São realidades não noticiadas, nunca aparecem nas manchetes, não aumentam a audiência da TV nem a tiragem dos jornais. São realidades que tornam, na linguagem quase irônica de Paulo, "nossa leve e momentânea tribulação" em "eterno peso de glória, acima de toda a comparação".
É por causa destas realidades invisíveis que Paulo afirma que não desanima. São realidades que nos permitem caminhar e sonhar a despeito daquilo que acontece a nossa volta e que corrompe nosso físico e consome nossas energias. O profeta Isaías, alguns séculos antes de Paulo, diante da perplexidade do seu povo ao achar que Deus os havia abandonado e que não se importava mais pelo que acontecia com eles e nem pelas injustiças que estavam sofrendo, responde dizendo: "Será que vocês não sabem? Nunca ouviram falar? O Senhor é o Deus eterno, o Criador de toda a terra. Ele não se cansa nem fica exausto; sua sabedoria é insondável. Ele fortalece o cansado e dá grande vigor ao que está sem forças. Até os jovens se cansam e ficam exaustos, e os moços tropeçam e caem; mas aqueles que esperam no Senhor renovam suas forças. Voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam".
Havia uma outra realidade maior e mais definidora do que aquela que estavam acostumados a ver, uma realidade invisível, determinada por um Deus eterno, que dava a todos os que criam nela um ânimo e uma disposição que ninguém conseguia compreender.
Para Paulo, havia também uma realidade invisível que dominava sua vida. Ele afirma que "fixava seus olhos, não naquilo que se via, mas naquilo que não se via, pois tudo o que se via era transitório, mas o que se não via, era eterno". Seus olhos estavam postos na ressurreição, na realidade invisível da vida eterna. A plataforma sob a qual Paulo contemplava o mundo era a plataforma das realidades eternas e invisíveis, daquilo que só podia ser visto e percebido com os olhos da fé.
Os jornais ou a TV não vão colocar em suas manchetes nenhuma nota sobre o poder da ressurreição ou a maquete da nossa casa eterna nos céus. Eles não se preocupam com o tribunal de Cristo diante do qual todos nós um dia estaremos, nem noticiam as boas obras praticadas em nome e por amor a Cristo. No entanto, são estas realidades invisíveis que renovam o homem interior, que fortalecem nossos passos, que nos dão asas para voar como as águias e que nos preservam animados e dispostos num mundo dominado pelas notícias e conversas que deprimem e corrompem.
Ricardo Barbosa de Sousa
 
"FÉ EM CAMPO MINADO"
"A obra missionária floresce em meio à violência do fundamentalismo islâmico"
 
Seria um domingo de culto como outro qualquer. Dentro da capela de Santo Domingo, na cidade de Bahawalpur, no Paquistão, pouco mais de 50 cristãos cantavam e oravam. A alegria da celebração a Deus, no entanto, seria interrompida brutalmente. Seis homens barbados, armados de metralhadoras e fuzis, invadiram o templo disparando a esmo e gritando: "Alá é grande! O Afeganistão e o Paquistão serão o cemitério dos cristãos". Foi a pior tragédia ocorrida contra a minoria cristã na República Islâmica do Paquistão. Antes de fugir, um dos algozes ainda proclamou: "Este é só o começo". "Vi crianças, mulheres e homens em um lago de sangue", descreveu o padre Rokas, pároco da congregação, ao ver os corpos de 18 vítimas ao chão.
A chacina aconteceu no dia 28 de outubro. A maioria dos mortos era de evangélicos. No Paquistão, católicos e protestantes usam os mesmos templos por não lhes ser permitido abrir novas igrejas. Muitos crentes ficaram feridos no massacre. "Só os que se refugiaram na sacristia saíram ilesos ", disse a freira dominicana Anna Bakshi. Há um mês, em Islamabad, capital do Paquistão, um sacerdote disse em entrevista que estava com receio de que muçulmanos terroristas que não podiam viajar para os Estados Unidos descarregassem sua ira contra os 15 mil cristãos que formam a minoria religiosa do país. O palpite sombrio estava certo.
No dia 1º de novembro, foi divulgada uma carta atribuída a Osama Bin Laden, na qual o terrorista estimula os paquistaneses a perseguir os cristãos. O clima de revolta desencadeado pelos ataques americanos ao Afeganistão, iniciado no começo de outubro, tem levado multidões às ruas em outros países islâmicos, como Indonésia e Bangladesh. Os povos muçulmanos protestam contra a morte indiscriminada de civis no combate aos talibãs, milícia que domina o Afeganistão. Mais do que isso - para um número crescente de pessoas, trata-se de um conflito entre cristãos ocidentais e o Islã. Muitas vezes, os protestos descambam para a violência. Em território afegão, a situação é de barbárie. Os talibãs, normalmente intolerantes, parecem ainda mais fora de si à medida que as forças da coalizão internacional apertam o cerco. Eles espancam e matam cidadãos, sobretudo mulheres.
Impulso missionário - Diante da insegurança generalizada, instituições missionárias dos EUA e Europa decidiram retirar de campo seus enviados. Os que ficam, podem sofrer as conseqüências. Foi assim na quarta-feira, 17 de outubro, com o missionário Ray Norman, diretor da Visão Mundial na Mauritânia, país situado na costa norte africana, que quase foi assassinado a tiros juntamente com a filha de 11 anos, por um fundamentalista islâmico. Contraditoriamente, no entanto, a obra missionária ganhou impulso. "Minha esperança é que haja um interesse maior dos cristãos. É hora de dar um passo à frente", analisa, sereno, o pastor Marcos Amado, dirigente da missão Povos Muçulmanos Internacional (PMI), com sede na Espanha, que conta com 80 missionários espalhados pelos países islâmicos. "Nossa oportunidade de operar com a fé é agora. Deus está mostrando que chegou a nossa vez", endossa o pastor Waldemiro Tymchak, que há 22 anos é secretário geral da Junta de Missões Mundiais (JMM) da Convenção Batista Brasileira.
Marcos Almeida
 
"FABRICANTES DE ADÃO"
"Perspectiva da primeira clonagem humana inquieta o mundo e causa apreensão no meio religioso"
 
A que ponto chegamos... Aquele simples boneco de barro, que Deus transformou em homem com um sopro em suas narinas, decidiu imitar o Criador. No mesmo dia 6 de agosto que constitui uma página vergonhosa da história da humanidade - data que lembra o holocausto nuclear de 1945 -, no primeiro ano do terceiro milênio, um cientista italiano até então desconhecido resolveu fabricar gente. Há três meses, o ginecologista Severino Antinori anunciou, na Academia Americana de Ciências, em Washington (EUA), que neste mês de novembro começaria a testar em humanos as mesmas técnicas de clonagem que até agora só haviam produzido sapos, cabritos e macacos. Jamais chegou-se tão longe em termos de manipulação da vida neste nem sempre admirável mundo novo.
Claro que, com a histeria mundial causada pelos mega-atentados nos Estados Unidos e com a escalada da guerra anglo-americana contra o terrorismo, a espantosa experiência ficou esquecida. Mas ela confronta a humanidade justamente num ponto crucial: o homem tem o direito de manipular a própria vida? A iminente clonagem humana, aconteça ou não neste mês, chegará antes que se consiga responder de forma satisfatória àquelas três perturbadoras perguntinhas - De onde viemos? Quem somos? Para onde vamos?
A discussão já saiu das raias acadêmicas e ingressou no cotidiano do brasileiro em horário nobre, já que a Rede Globo apressou-se em pegar carona e tem feito sucesso com a novela O clone, trama noturna em que um cientista brasileiro consegue produzir um clone humano. Trata-se de uma mistura de pitadas de ciência com a já tradicional salada de conflitos amorosos e desajustes familiares que caracterizam os folhetins da emissora. Mas levantou de novo um tema que andava esquecido depois dos tempestuosos acontecimentos mundiais.
Ana Paula Naves, Carlos Fernandes e Marcos Stefano
 

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